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Rússia vs. Ucrânia: atualização da visão dos gestores globais

O conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia mudou o posicionamento dos gestores de fundos globais? Confira a evolução da visão de algumas das principais gestoras do mundo.

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Quando o assunto “tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia” vinha sendo discutido nas reuniões com analistas e gestores de fundos globais, o cenário de invasão militar era, até meados de fevereiro, o que tinha menor probabilidade de ocorrer até que na madrugada do dia 24/02 a invasão se concretizou e os mercados amanheceram de extremo mau-humor naquele dia, refletindo o cenário de aversão a risco, típico de um ambiente de incertezas e receios quanto a uma guerra em um nível mais abrangente.

Rapidamente os governos dos países europeus e dos EUA anunciaram sanções político-econômicas em relação à Rússia como medida de retaliação aos ataques e à incursão para dentro da Ucrânia. Além disso, devido à preocupação do público ocidental pelas ações das forças russas na Ucrânia, cresce a todo momento o número de empresas que estão deixando de operar na Rússia ou suspenderam atividades no país. Entre elas Apple, Dell, Nike, BMW, Mercedes, Jaguar, Audi, Adidas, Renault, Coca Cola, Google Pay, Google Maps, Snapchat, Danone, Brittish Petroleum, Shell, Porsche, Visa, Mastercard e muitas outras. As medidas são consideradas uma pressão adicional ao governo russo e a economia do país.

No campo militar, apesar da resistência ucraniana apresentar um desafio maior do que incialmente esperado, forças russas seguem avançando pelo território vizinho. Na primeira semana de março, a Rússia conquistou a primeira grande cidade no país, Kherson. De toda forma, a Rússia vem enfrentado grande resistência e desafios na frente militar, além de protestos em Moscou e uma crescente pressão por parte de empresas multinacionais e sanções mais profundas vindas governos ocidentais, trazendo um panorama mais complexo do que esperado.

Assista abaixo ao vídeo que retrata nossa primeira análise completa sobre o ocorrido:

Um panorama completo e atualizado sobre os desdobramentos e perspectivas após uma semana de conflitos foi publicado recentemente em um trabalho coordenado entre os times Macro, Política Internacional, Estratégia, Alocação e de Análise de Ações do Research da XP.

A seguir, trazemos as atualizações sobre as visões e opiniões resumidas dos principais gestores globais de fundos de investimentos que distribuímos em nossa plataforma sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, seus desdobramentos e como poderiam afetar os portfólios de alguns dos seus fundos.

Ashmore

Informações obtidas até 24/02/2022

Aspas da gestora: “A invasão da Ucrânia pela Rússia não era o nosso caso base, mas sempre foi uma possibilidade infeliz. Como antes, acreditamos que o Presidente Putin busca fazer da Ucrânia um buffer entre a OTAN e a Rússia. Ele vai querer um regime que esteja firmemente na órbita da Rússia, não muito diferente da Bielorrússia. Acreditamos que ele finalmente tentará substituir o atual governo ucraniano.

Entretanto, a população ucraniana, particularmente no Centro e no Oeste da Ucrânia é firmemente anti-Rússia e é improvável que esteja em conformidade. Portanto, isso traz riscos para a Rússia e o Presidente Putin. Uma ocupação prolongada, com a resistência ucraniana auxiliada pelo Ocidente, poderia transformar a Ucrânia em outro Afeganistão para a Rússia, que a antiga União Soviética abandonou em 1989 após 10 anos de ocupação.

Não surpreende que os mercados atuais tenham reagido negativamente à invasão com spreads crescentes e rendimentos mais altos. A bolsa de valores de Moscou fechou e reabriu e está negociando grandes volumes. Continuamos cautelosamente underweight na região.”

Vale comentar que o Ashmore EM Equity Advisory é o fundo da gestora Ashmore foco dessa conversa por ter exposição a países emergentes como a Rússia.

Informações obtidas até 06/03/2022

Sem mais detalhes específicos sobre a situação do fundo Ashmore EM Equity Advisory, que continua aberto para aplicações e resgates, sem qualquer intenção de fechá-lo, apenas confirmaram que o fundo detém pequena exposição (menor do que 5%) a ações de empresas russas e nenhuma exposição a dívidas russas, soberana e corporativa. Atualizações da gestora sobre o conflito e sobre os mercados foram disponibilizadas em “An update on Russia/Ukraine | Ashmore Group“.

Lembrando que a bolsa de valores de Moscou ficou fechada a semana passada inteira, inviabilizando qualquer possibilidade de negociação de ações locais.

Western Asset

Informações obtidas até 24/02/2022

Aspas da gestora: “Desde o início do ano, a posição em Rússia veio sendo reduzida e hoje é próxima à metade do que era no início do ano. Dada a depreciação da moeda e impacto nos juros, essa posição, do ponto de vista de valuation, parece já precificar parte do cenário de piora, dessa forma, não deve haver alteração significativa no curtíssimo prazo.

A parcela exposta a risco de emergentes, através de moedas e juros, deve ser impactada nesse momento, em função da piora da percepção de risco inerente à situação atual. No entanto, as exposições a juros de economias desenvolvidas devem funcionar como um contrapeso, na medida em que os investidores busquem ativos considerados mais seguros.”

Destacamos que o Western Asset Macro Opp Dólar FIM IE é o fundo foco dessa conversa com a Western Asset, por ter exposição ao mercado russo de renda fixa.

Informações obtidas até 06/03/2022

Em um webinar ocorrido em 03/03/2022, a gestora comenta que o fundo começou o ano com posições significativas em Mercados Emergentes com base na perspectiva de uma recuperação significativa dos mercados em relação à COVID. A medida que os acontecimentos se desenrolaram, as ações de Putin tem sido aparentemente irracionais e altamente imprevisíveis.

As sanções emitidas devastaram os mercados financeiros russos – e muito ainda precisa ser entendido quanto ao alcance e amplitude das entidades e instituições russas afetadas. O fato da Alemanha estar exportando tanques e armas diretamente para a Ucrânia e designando parte de seu PIB para a causa da OTAN é uma realidade impressionante na visão da Western.

O Rublo, a moeda russa, enfraqueceu fortemente contra o dólar, tanto no spot (mercado à vista) quanto nos mercados futuros (NDF). O Banco Central da Rússia aumentou sua taxa de juros de referência de 10,5% para 20% e fechou seu mercado de ações e títulos. Havia algum volume para compra/venda nos títulos de dívida soberana e corporativa externas, mas os tamanhos eram pequenos.

Falando sobre o portfólio, ele já marcou os títulos russos detidos pelo fundo Western Asset Macro Opp Dólar FIM IE muito próximos aos níveis de inadimplência. Segunda a gestora, “se houve algo de bom que veio com a rapidez das sanções, é que o desempenho dos títulos russos que detemos está perto do pior cenário”. Ainda segundo eles, reduziram consideravelmente as exposições ao Rublo e aos bonds russos desde o início do ano, mas nesse momento estão preferindo aguardar para saberem como os bancos e reguladores resolverão os detalhes das sanções para definirem o que fazer com as exposições a ativos russos restantes.

O fundo sofreu uma redução de risco tanto nos títulos investment grade quanto high yield, reduzindo suas exposições, assim como em posições de emerging markets (mercados emergentes) com intuito de reduzir a volatilidade total da carteira. Com o aumento dos riscos geopolíticos, a duration (prazo médio) da carteira também foi encurtada. O posicionamento atual em juros visa aproveitar o achatamento das taxas curtas dos EUA, acreditando que o Fed não precisará aumentar as taxas tão rapidamente quanto o mercado precifica.

A Western reforça que o ajuste de risco durante períodos de incertezas fazem parte da prudente gestão de riscos da gestora. Tais reduções já ocorreram anteriormente e são parte integrante da gestão do fundo Western Asset Macro Opp Dólar. O portfólio atualmente tem 31% de exposição em títulos de crédito, principalmente investment grade e high yield. Mercados emergentes representam 35% dos ativos totais e o fundo foca em países com economias grandes e orientados à exportação.

PIMCO

Informações obtidas até 24/02/2022

Aspas da gestora: “O fundo offshore (GIS Income), que é acessado pelo veículo distribuído na XP investimentos, tinha uma exposição de ~2,5% em Rússia (1,7% external e 0,8% local). A maior parte dessas exposições são em soberano e quase-soberano. As exposições a esses ativos na carteira do fundo tem ficado estáveis nos últimos trimestres.

Entendemos que o risco de default é baixo, dado que os balanços são muito fortes, reservas internacionais significativas e baixo nível de endividamento do país. A Rússia tem um current account surplus (superávit de conta corrente) de 10% do PIB e reservas internacionais no all time high (US$ 640 bilhões).”

O PIMCO Income é o fundo foco dessa conversa.

Informações obtidas até 06/03/2022

Segundo a PIMCO, o fundo PIMCO Income mantém uma carteira muito diversificada e equilibra sua exposição a setores de maior yield com exposição a setores de alta qualidade para proteção de downsides. É focado em liquidez, qualidade e senioridade na estrutura de capital dos ativos, mantendo altos níveis de liquidez para proporcionar flexibilidade adicional e potencialmente alocar capital de forma oportunista.

O fundo está posicionado cautelosamente em duration, atualmente de 1,9 anos, com preferência para juros americanos. De qualquer forma, possui uma exposição modesta em taxas de juros de mercados emergentes.
O PIMCO Income continua a gerenciar dinamicamente suas exposições em todos os setores de crédito, tendo exposição em investment grade, high yield, mercados emergentes e ativos securitizados. A gestora acredita que mercados emergentes oferecem ao portfólio uma diversificação atraente e bons rendimentos em relação aos mercados tradicionais de crédito. Continuam diversificados em vários países de mercados emergentes e dimensionam essas exposições com base no nível individual de risco de cada país.

Taticamente o fundo está comprado em uma cesta de moedas de países emergentes de alto carrego, onde acreditam que os valuations estão atrativos, versus o dólar americano.

Em 28/02/2022 a exposição à Rússia era de aproximadamente 0,8%, incluindo títulos de duration curta. A exposição ao Rublo era de 1,6% nessa mesma data. O fundo não tem exposição à Ucrânia.

Wellington

Informações obtidas até 24/02/2022

Aspas da gestora: “Como vocês sabem, a situação Ucrânia/Rússia é muito fluida, mas veja abaixo uma resposta para a XP.

Mensagem-chave: o fundo não têm exposição direta a nenhum ativo incluído nas restrições

Em 21 e 22 de fevereiro de 2022, governos, incluindo os dos EUA, Reino Unido, UE e Austrália anunciaram sanções relacionadas às operações militares em curso na Rússia dentro e ao redor da Ucrânia. A Wellington Management pretende cumprir todas as sanções. São esperadas sanções adicionais à luz dos acontecimentos em curso.

A partir de 22 de fevereiro de 2022, nenhuma das carteiras de Wellington detinha exposição direta a quaisquer títulos corporativos ou soberanos sujeitos a restrições comerciais anunciadas sob as leis de sanções dos EUA, Reino Unido, UE ou Austrália. Estamos trabalhando para avaliar nossa exposição indireta em colaboração com parceiros, incluindo nossos fornecedores de benchmark e ETF. Continuaremos monitorando orientações regulatórias adicionais e desenvolvimentos de mercado.

A empresa detecta a emissão de novas ordens executivas presidenciais dos EUA, orientações da OFAC (Office of Foreign Assets Control) e outros anúncios de regimes de sanções através de alertas estabelecidos. As informações são avaliadas para materialidade e impacto. Se necessário, um protocolo padrão é promulgado para garantir a adesão oportuna, que inclui restringir manualmente os títulos antes da disponibilidade ser alimentada por banco de dados de terceiros. A empresa também pertence a grupos de trabalho do setor e mantém o Conselho Externo especializado em sanções.

Estamos engajados com nossos investidores e traders a se manterem atentos ao ambiente de sanções. Nós revisaremos continuamente nossos processos à medida que novas sanções sejam emitidas ou modificadas para que possam ser refinadas ou evoluídas conforme necessário.”

O fundo em questão é o Welington Ventura 30 Dólar gerido pela Wellington (informação corrigida e atualizada em 03/03/2022).

Informações obtidas até 06/03/2022

Foi reforçado que o fundo Welington Ventura 30 Dólar não tem exposição qualquer à Rússia e/ou Ucrânia. Por sua vez, o fundo Wellington Schroder Gaia FIC FIM IE tinha uma pequena exposição à Rússia até semana passada, sendo inferior a 1% do patrimônio do fundo. Dessa forma, os recentes acontecimentos não impactaram de forma expressiva a performance ou a liquidez do produto, este que continua aberto para aplicações e resgates.

Segundo a gestora, muitos dos clientes em todo o mundo estão perguntando sobre a possibilidade de desinvestimento da Wellington na Rússia. Entretanto, os valuations são preocupantes, pois fica cada vez mais difícil valorar os títulos quanto menos eles negociarem. A Wellington diz estar simultaneamente considerando o melhor caminho a seguir do ponto de vista do investimento, mas também da regulação, devido às sanções e regras. Por esse motivo não têm muita novidade a compartilhar, pois há “muitas peças em movimento”.

Atualizações da gestora sobre o conflito e sobre os mercados estão sendo disponibilizadas em “Russia/Ukraine conflict: What investors need to know“.

JP Morgan

Informações obtidas até 24/02/2022

“Após semanas de avisos dos EUA e da OTAN aliados de uma iminente invasão russa à Ucrânia, com base em tropas russas reunidas perto de sua fronteira com a Ucrânia, o Presidente russo Vladimir Putin ordenou tropas para a Ucrânia depois de reconhecer duas regiões separatistas (Donetsk e Luhansk). Isso ocorre após dias de confronto entre forças separatistas e forças ucranianas nesta região.

A reação do mercado tem sido extremamente negativa, mas outros movimentos do mercado provavelmente serão fortemente influenciados pelas respostas dos EUA e da OTAN.

Em 21 de fevereiro, o presidente Biden assinou uma nova Ordem Executiva em resposta ao reconhecimento pela Federação Russa da independência da chamada República Popular de Donetsk (“DNR”) e da República Popular luhansk (“LNR”) no leste da Ucrânia. Isso têm impacto direto limitado sobre as ações russas listadas.

Sanções adicionais podem ser desenvolvidas, mas acreditamos que mesmo restringindo os pagamentos internacionais pela SWIFT poderia gradualmente ser acomodado. As sanções anteriores foram aplicadas à novas emissões de dívidas e ações por várias empresas estatais, mas não atualmente as ações do mercado secundário que detemos nas carteiras.

Em 2018, as sanções foram estendidas à empresa russa de capital aberto produtora de alumínio, Rusal, mas estas foram rapidamente revertidas à medida que perturbavam os mercados globais de commodities. É possível que isso aconteça novamente com uma ou mais das participações resultando em uma queda acentuada desses preços das ações e uma eventual venda da posição, mas atualmente achamos que tem uma baixa probabilidade.

Os líderes europeus também condenaram o último movimento da Rússia, com a União Europeia (UE) discutindo “sanções proporcionais e direcionadas”. O desafio para a UE é equilibrar seus motivos políticos com a realidade econômica, dado que ela é altamente dependente da Rússia para o seu fornecimento de energia. A Rússia é responsável por 27% das importações de petróleo da UE e pouco menos da metade das importações de gás natural para a UE. Os líderes europeus precisariam encontrar um equilíbrio entre enviar uma mensagem clara à Moscou, enquanto atenuam os danos às suas próprias economias.

No geral, a situação permanece fluida e os conflitos armados são imprevisíveis em seu resultado. Todos os lados têm interesse em evitar uma nova escalada na tensão e nos danos econômicos, mas erros de cálculo são sempre uma possibilidade.

O JP Morgan Asset Management possui uma equipe de risco que está constantemente monitorando e avaliando uma variedade de riscos: investimento, conversibilidade, liquidez, custódia e risco de contraparte e liquidação. Além disso, sendo parte de um banco dos EUA, temos uma equipe de sanções da OFAC (Office of Foreign Assets Control) dedicada a monitorar e avaliar o risco de sanções. Portanto, enquanto precisamos avaliar cada caso a medida que acontece, temos um forte quadro para aconselhar nossos investidores no caso de haver impactos adversos.

Em 31 de janeiro de 2021 o fundo JP Morgan Emerging Market Sustainable Equity tinha cerca de 1,5% na bolsa de Moscou. Nessa mesma data o fundo JP Morgan GEM Sustainable tinha 1,47% de exposição à Rússia, através de um ativo “MICEX”, Moscow Exchange. Isso representa um underweight em relação ao peso do índice que é de 3,32%.”

Informações obtidas até 06/03/2022

De acordo com a gestora, considerando as desvalorizações recentes, o JP Morgan ESG Emerging Markets Advisory FIA IE está com posições praticamente zeradas. Já o JP Morgan Global Macro Opportunities FIC FIM IE que tinha pequena exposição, reduziu antes do fechamento dos mercados russo. 

Segundo o JP Morgan, em 25/02/2022, a exposição agregada às ações russas no JP Morgan ESG Emerging Markets Advisory era de 0,96%, não havendo exposição direta à ações ucranianas. Ressaltaram no entanto, que havia uma exposição de 1,72% na empresa EPAM, que é uma desenvolvedora de serviços de software da Bielorrússia e que possui cerca de 29% de seus funcionários sediados na Ucrânia.

Por sua vez, o JP Morgan Global Macro Opportunities FIC FIM IE não tem mais exposição direta à Rússia. A gestora reduziu a exposição em Sberbank nas últimas semanas, à medida que perceberam o potencial de aumento das tensões Ucrânia/Rússia aumentassem e agora fecharam essa posição. Implementaram, segundo eles, uma abordagem de gestão de risco semelhante para as posições no setor financeiro da Europa que tenham alguma exposição ao mercado russo, reduzindo essas posições à luz de uma possível deterioração no cenário geopolítico.

As carteiras atualmente possuem baixos níveis de risco versus o risco histórico com pequenas posições em ações via futuros e opções. Isso reflete as expectativas do JP Morgan para um ambiente de mercado de maior volatilidade que poderia, em parte, decorrer da escalada das tensões entre a Ucrânia e a Rússia, bem como refletir a visão de que os principais bancos centrais dos mercados desenvolvidos têm comunicado sobre um aperto monetário mais agressivo em resposta a pressões inflacionárias elevadas e crescentes. Reforçam que podem procurar ajustar taticamente as exposições do portfólio a diferentes mudanças nas direções dos mercados, em qualquer sentido.

Ainda sobre o JP Morgan Global Macro Opportunities FIC FIM IE, o fundo está com posicionamento defensivo, com grandes posições compradas em “qualidade” e pequenas em “valor”.

Conclusões e próximos passos

O time de análise da XP segue em contato contínuo com as principais gestoras, acompanhando o desenrolar desse conflito que infelizmente se deslocou do campo geopolítico e infelizmente foi também para o campo militar. Manteremos a atenção sobre os riscos a que estão expostos os fundos globais dessas gestoras que ainda detêm exposição não só à Rússia diretamente, mas a países, setores e empresas que possam ser impactadas direta ou indiretamente por um movimento mais agudo de aversão à risco.

Ressaltamos que as gestoras acima são extremamente sólidas e possuem equipes de gestão de riscos que estão monitorando cada uma das frentes de potenciais problemas e gerenciando seus impactos. Vale ressaltar de qualquer forma que todos os fundos citados acima possuem exposições relativamente pequenas à ativos russos de forma direta, variando entre 1-5%, sendo o fundo da Western uma exceção, o Western Asset Macro Opp Dólar FIM IE, com algo próximo a 10% em números do fechamento de janeiro de 2022.

Seguimos acreditando na importância da diversificação internacional para quase todos os perfis de risco e tipos de carteiras de investimentos. Também seguimos confiantes na capacidade desses gestores globais, muitos deles com mais de 20 ou 30 anos de história gerindo alguns bilhões de dólares, não só saberem gerenciar os seus ativos na busca dos melhores retornos, mas também de gerenciar riscos para evitar perdas relevantes e irrecuperáveis aos seus cotistas.

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