Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de segunda-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,2% e 0,3%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Vale foi a primeira empresa listada na B3 a publicar um relatório com informações financeiras relacionadas à sustentabilidade já sob as normas IFRS S1 e S2, o novo padrão exigido pela CVM - além da Vale, a Renner é outra companhia que se propôs a já lançar o documento este ano, como forma de teste e preparação para quando for obrigatório (2027); e (ii) a Orizon firmou dois contratos para fornecimento de biometano comprimido durante um período de 10 anos com a Ultragaz - o compromisso será executado pela BioE, subsidiária da Orizon especializada em energia e gás renovável, com início estimado para o primeiro trimestre de 2028.
• No internacional, o conselho consultivo climático da União Europeia recomendou ontem que o bloco não use créditos de carbono internacionais para contabilizar suas metas climáticas, argumentando que isso prejudicaria os esforços nacionais para reduzir as emissões - segundo o conselho, a UE deve manter o objetivo de cortar as emissões de gases de efeito estufa em 90-95% até 2040, em comparação com os níveis de 1990, quando apresentar uma a meta climática no início do mês que vem.
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Brasil
Empresas
Brasil tem potencial viável de até 24 GW de usinas solares flutuantes, diz PSR
"O Brasil tem um potencial economicamente viável para instalar até 24 GW de usinas solares flutuantes na superfície de reservatórios de hidrelétricas, aproveitando sinergias entre as fontes para ampliar e otimizar a capacidade do parque gerador nacional, apontou um estudo da consultoria PSR divulgado nesta segunda-feira. Segundo o trabalho, o potencial teórico da solar flutuante no Brasil é muito maior, podendo compreender até 3.800 GW, dada a vastidão dos lagos das hidrelétricas, que se espalham por milhares de km² e abastecem a principal fonte de geração de energia do país. Apesar disso, algumas limitações técnicas, como disponibilidade de radiação solar e capacidade das subestações de energia ligadas às hidrelétricas, restrigem esse potencial das solares flutuantes. Pelos cálculos da PSR, considerando limitações e condições econômicas para os projetos, o Brasil poderia agregar entre 17 GW e 24 GW desses sistemas à matriz. O país já tem alguns projetos de solar flutuante em pequena escala, com até 10 MW de potência, em usinas de grandes empresas, como Eletrobras, Cemig, Emae e Auren. A tecnologia apresenta possibilidade de crescimento tanto na modalidade de geração centralizada, em usinas de grande porte, como na geração distribuída, sistemas solares pequenos que atendem remotamente consumidores principalmente da baixa tensão, como residências. A PSR ressaltou que a criação desses empreendimentos híbridos representaria uma forma de o Brasil ampliar a capacidade de geração renovável e maximizar o uso da infraestrutura elétrica, além de capturar benefícios adicionais, inclusive ambientais."
Fonte: InfoMoney; 02/06/2025
Vale diz que pode ter custo de até R$ 19 bi com carbono
"As páginas e mais páginas de relatórios de sustentabilidade prometem uma coisa que hoje, na maior parte dos casos, não conseguem entregar: mensurar o quanto uma empresa pode perder e ganhar com o clima. Ou seja, expressar em cifrões os riscos que as mudanças climáticas podem trazer para os negócios, mas também as oportunidades. As primeiras divulgações sob um novo padrão de reporte prometem mudar isso. A mineradora Vale publica nesta segunda-feira (2) seu primeiro relatório de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade conforme as normas do International Sustainability Standards Board (ISSB), conhecidas como IFRS S1 e S2. “A gente vai trazer uma profundidade maior de informações, com uma transparência maior. Com essa metodologia, a gente mostra o que pode ser positivo para nós e, nos riscos, o que pode não dar certo”, diz Marcelo Bacci, vice-presidente executivo de finanças da Vale. No Brasil, o novo padrão será obrigatório para empresas de capital aberto a partir de 2027 (para o reporte do exercício de 2026), mas elas podem se adiantar de forma voluntária. Por ora, Vale e Renner aderiram à antecipação – a varejista de moda ainda não tem data definida para divulgação, que pode ocorrer até setembro. No mundo, 56 jurisdições decidiram adotar o novo padrão, no que promete ser uma mudança de paradigma para o valuation das empresas. O Brasil foi o primeiro a aderir às novas regras – e a Vale, a primeira empresa a divulgar seus números."
Fonte: Capital Reset; 02/06/2025
"A mineradora Vale é a primeira empresa listada na bolsa de valores brasileira a publicar um relatório com informações financeiras relacionadas à sustentabilidade já sob o novo padrão exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As normas IFRS S1 e S2 são as primeiras normas de divulgação de sustentabilidade do International Sustainability Standards Board (ISSB), lançadas em junho de 2023. Elas estabelecem um padrão global para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, com foco em riscos e oportunidades de sustentabilidade, especialmente aqueles relacionados ao clima. Além da Vale, a Renner é outra companhia que se propôs a já lançar o documento este ano, como forma de teste e preparação para quando for obrigatório. A publicação em 2026 (com dados de 2025) ainda será voluntária, mas, no ano seguinte, 2027, todas as companhias abertas terão que fazer a divulgação com dados de 2026. Entre os riscos relacionados às mudanças climáticas, a Vale trouxe no documento, por exemplo, a exposição a regulamentações relacionadas às emissões de gases de efeito estufa (GEE), tais como a precificação do carbono no mercado regulado no Brasil pelo Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de GEE, as normas exigidos pelo Canada Federal Output-Based Pricing System, o Esquema Nacional de Comércio de Carbono Chinês, o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (“ETS”) e o Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono (“CBAM”), também europeu."
Fonte: Valor Econômico; 02/06/2025
Orizon fecha contrato de fornecimento de biometano à Ultragaz
"A Orizon Valorização de Resíduos firmou dois contratos para fornecimento de biometano com a Ultragaz, por meio da unidade Neogás, dedicada a gás natural comprimido. O compromisso será executado pela BioE, subsidiária da Orizon especializada em energia e gás renovável. Pelo acordo, a BioE fornecerá biometano comprimido durante um período de 10 anos, com início estimado para o primeiro trimestre de 2028. O volume combinado será de 150 mil metros cúbicos por dia. A formalização dos contratos reforça a estratégia da Orizon de se posicionar como agente relevante na produção de biometano a partir de biogás gerado em aterros sanitários."
Fonte: Exame; 02/06/2025
Política
Biocombustíveis são tema central para o Brasil na COP30, afirma Corrêa do Lago
"Os biocombustíveis serão um tema central na agenda brasileira à frente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), afirmou nesta segunda (2/6) o presidente da cúpula, André Corrêa do Lago. Em entrevista exclusiva à agência eixos, durante o Encontro sobre Transição Energética do Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro, Corrêa do Lago disse que o evento marcado para novembro de 2025, em Belém (PA), é uma forma de mostrar ao mundo soluções de diferentes regiões para a transição energética. “Os biocombustíveis são um tema central, porque o Brasil tem mostrado que o mundo tem que encontrar soluções compatíveis com as circunstâncias de cada país, e, no caso do Brasil, nós sabemos que um carro híbrido brasileiro, que é com etanol e elétrico, emite menos do que um carro elétrico na Europa, porque nós temos uma matriz elétrica mais limpa do que a europeia”. O Brasil tem tentado, em fóruns internacionais como o G20, o Brics e a Organização Marítima Internacional (IMO), derrubar barreiras aos biocombustíveis de origem agrícola e conquistar reconhecimento como solução climática. Entretanto, o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2159/2021), já aprovado pelo Senado, facilita a licença a empreendimentos de grande impacto e beneficia segmentos do agronegócio e da indústria energética, o que pode gerar desconfiança internacional sobre a produção brasileira."
Fonte: Eixos; 02/06/2025
Fomento a ações de biodiversidade e desenvolvimento marinho do BNDES mobiliza R$ 350 milhões
"O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira (2/6), um novo pacote de fomento a ações pela preservação da biodiversidade marinha e ao desenvolvimento sustentável da economia do mar. O volume de recursos mobilizados no âmbito da iniciativa BNDES Azul agora soma R$ 350 milhões. Entre os projetos contemplados está o mapeamento de atividades no ecossistema litorâneo da região Norte, o que pode subsidiar com informações científicas a discussão sobre a exploração de petróleo e gás na região da Margem Equatorial, indica Mercadante. “Quanto mais ciência a gente tiver, quanto mais conhecimento, mais segurança e mais conforto o Brasil vai ter de poder desenvolver atividades produtivas, sabendo o que nós temos, o que tem que ser preservado, aonde é intocado, é intocável e como é que nós temos que produzir para garantir essa segurança da biodiversidade, defendeu o presidente do BNDES. “Então, a ciência é a nossa bússola, políticas públicas baseadas em evidência científica. Esse é o caminho para a gente desenvolver o Brasil e preservar e desenvolver os oceanos”, afirmou durante evento promovido em parceria com a Marinha brasileira, na Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. O banco de fomento anunciou na terça-feira (27/5) que o consórcio formado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Environpac Sustentabilidade e Codex Remote saiu vencedor do edital para condução do Planejamento Espacial Marítimo (PEM) da região Norte do Brasil."
Fonte: Eixos; 02/06/2025
Agenda de ações da COP30 deve ser apresentada em até duas semanas, diz presidente da conferência
"O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse nesta segunda-feira (2) que deve entregar em até duas semanas a proposta de agenda de ações da conferência. Segundo o embaixador, a ideia é tomar como base a o balanço geral aprovado na COP28, em Dubai. "O aumento da cobertura florestal e a tentativa de duplicar eficiência energética global foram temas importantes de Dubai e que vamos mencionar na nossa agenda de ações", disse em evento no Rio. Segundo o embaixador, a agenda de ações tem adquirido cada vez mais espaço na busca pelo combate das mudanças do clima e busca envolver atores que não participam das negociações oficiais, como cidades e estados, além de atores privados e a sociedade civil. Na visão de Corrêa do Lago, a conferência de Belém, em novembro, tem que ser a COP das soluções e de demonstração de que há caminhos que sabemos que pode dar certo. "Belém tem que ser de implementação. Queremos soluções, respostas e demonstração de que há caminhos que já sabemos que podem dar certo.""
Fonte: Valor Econômico; 02/06/2025
Brasil está construindo transição energética integrada, diz secretário do MME
"O secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, disse nesta segunda-feira (02) que o governo tem atuado com “determinação” para colocar o Brasil como líder na produção de combustíveis sustentáveis e que o país está construindo uma transição energética integrada. Segundo Mendes, a produção de etanol no país, por meio do Pró-Álcool, completa 50 anos em 2025, o que credencia o Brasil como um ator global importante nos debates sobre a descarbonização pela matriz energética. Ele participa de reunião sobre a transição energética no Brasil, promovida pelo Fórum Econômico Mundial. O evento marca o lançamento oficial da Coalizão Global para o Planejamento Energético (GCEP) e ocorre meses antes da COP30, em Belém (PA). Mendes citou também a experiência do país com o biodiesel e ressaltou os investimentos em curso ou em negociação para expandir a oferta de combustíveis renováveis nos próximos anos. “Temos assinadas várias parcerias de investimentos internacionais para viabilizar a produção de SAF [combustível sustentável de aviação, na sigla em inglês] e etanol de segunda geração”, disse Mendes. O discurso do secretário, que substituiu o ministro de Minas e Energia, Alexandre SIlveira, na abertura do evento, vem em linha com esforços do governo de se colocar no papel de grande ofertante de biocombustíveis. O Brasil enfrenta resistências de países europeus pela adoção de combustíveis sustentáveis como rota para a descarbonização."
Fonte: Valor Econômico; 02/06/2025
Internacional
Empresas
Capital em adaptação climática pode se decuplicar em 10 anos
"Cada US$ 1 investido em adaptação climática pode trazer mais de US$ 10 em benefícios ao longo de 10 anos. O retorno potencial é de mais de US$ 1,4 trilhão, com retorno médio de 27%. Se o investimento for feito na saúde com a intenção de se proteger vidas de impactos climáticos como estresse térmico, malária e dengue, o desempenho pode ser superior a 78%. Um novo estudo indica que o financiamento para adaptação e resilência à crise climática são urgentes e uma boa decisão de desenvolvimento. Os dados estão no estudo “Strenghtening the investment case for climate adaptation: a triple dividend approach” lançado hoje pelo World Resources Institute, o WRI, um instituto global de pesquisa.O estudo se baseia em uma metodologia criada pelos pesquisadores do WRI chamada Triplo Dividendo de Resiliência (TDR). A intenção é avaliar os benefícios de 320 investimentos em adaptação em água, agricultura, infraestrutura e saúde feitos em 12 países, inclusive o Brasil, entre 2014 e 2024. Os três dividendos se referem a perdas evitadas, a avaliação mais comum nos investimentos em adaptação -ou seja, o quanto certo investimento pode proteger a infraestrutura, por exemplo. O segundo dividendo trata dos benefícios econômicos induzidos. “Por exemplo, em bairros do leste de Londres foi feito um grande investimento para combater enchentes, e isso trouxe valorização imobiliária e fez a região crescer”, diz Luana Betti, gerente de socioeconomia e finanças do clima no WRI Brasil. O terceiro pilar é o dos benefícios sociais e ambientais que aqueles investimentos possam trazer."
Fonte: Valor Econômico; 03/06/2025
Gestora de ativos alemã vende ações da Exxon por compromisso climático “insuficiente”
"A Union Investment, uma das maiores gestoras de ativos da Alemanha, alienou todas as suas participações na petrolífera americana ExxonMobil, acusando a empresa de "comprometimento insuficiente" com as metas climáticas. Henrik Pontzen, chefe de sustentabilidade da Union Investment, afirmou que a gestora de ativos de € 500 bilhões vendeu suas participações na ExxonMobil e na EOG Resources, empresa americana de menor porte, após uma revisão dos investimentos mais intensivos em carbono em seu portfólio. A decisão da Union destaca uma divergência entre gestores de fundos na Europa e gestores de ativos nos EUA, já que vários destes últimos reavaliam ou recuam de iniciativas relacionadas ao clima em resposta à pressão política dos EUA. Em seu pico no ano passado, a Union detinha cerca de € 500 milhões em ações da Exxon e um valor semelhante em ações da EOG em seus fundos de gestão ativa. A Exxon tem uma capitalização de mercado de cerca de US$ 440 bilhões, enquanto a da EOG é de cerca de US$ 60 bilhões. “Como parte de nossa estratégia climática, exigimos que todas as empresas se comprometam com metas climáticas abrangentes e de longo prazo”, disse Pontzen. “Se uma empresa sequer definir tais metas, não vemos base para supor que as atingirá.” Após “diálogos intensos e, às vezes, difíceis”, a Union decidiu vender suas participações na Exxon e na EOG, “pois não conseguimos identificar um comprometimento suficiente com as metas climáticas exigidas”, acrescentou."
Fonte: Financial Times; 02/06/2025
Funcionários do Banco da Inglaterra deixam o cargo após rebaixamento do risco climático
"Funcionários seniores do Banco da Inglaterra que se demitiram de cargos de supervisão de riscos climáticos e naturais reclamaram que o banco central negligenciou essas questões, deixando o setor financeiro do Reino Unido despreparado. Seis pessoas que deixaram o Banco da Inglaterra entre 2020 e o ano passado disseram ao Financial Times que as mudanças climáticas foram despriorizadas sob o governo do governador Andrew Bailey. Alguns disseram que ele desviou o foco da instituição de riscos percebidos como "leves" e difíceis de quantificar. Os gerentes seniores não tinham autonomia para levar o risco climático a sério como parte do trabalho de supervisão principal desde que Bailey assumiu o cargo de Mark Carney, acrescentaram os ex-funcionários, alguns dos quais saíram como parte da progressão na carreira e outros porque estavam frustrados com a abordagem do BoE. “A autocensura e as saídas eram um padrão recorrente”, disse um ex-funcionário sobre sua experiência na gestão de Bailey. Outro ex-funcionário disse: “Os maiores riscos que o sistema financeiro enfrenta… são os riscos climáticos e ambientais… e eu simplesmente senti que o que o banco estava fazendo para lidar com essas questões era insuficiente.” Como governador do BoE entre 2013 e 2020, Carney foi um dos primeiros banqueiros centrais a destacar o desafio imposto pelo aumento das temperaturas à estabilidade financeira, alertando há 10 anos sobre a "tragédia do horizonte" que os credores e as seguradoras não estavam conseguindo precificar."
Fonte: Financial Times; 03/06/2025
Política
Grã-Bretanha enfrenta corrida para evitar custos de US$ 1 bilhão em impostos sobre carbono da UE
"O Reino Unido terá dificuldades para vincular seu mercado de carbono ao da UE em apenas sete meses, para evitar que as empresas britânicas enfrentem a tarifa de carbono de fronteira do bloco e contas anuais de cerca de 800 milhões de libras (US$ 1,08 bilhão) a partir do próximo ano, segundo especialistas do mercado. Anunciado como parte de uma "reinicialização" nas relações após a saída do Reino Unido da União Europeia em 2016, os dois lados anunciaram no mês passado que vincularão seus sistemas de comércio de emissões de carbono. Mas nenhum dos lados definiu um prazo ou detalhou o trabalho que deve ser feito para que isso aconteça antes de janeiro, quando o imposto de carbono na fronteira da Europa entra em vigor. "Provavelmente ainda levará muitos anos até que a vinculação entre em vigor. O mais cedo possível é 2028, mas é mais provável que seja 2029 ou mesmo 2030", disse Ben Lee, analista sênior de emissões da Energy Aspects. O governo do Reino Unido afirmou que uma vantagem fundamental da vinculação ao mercado de carbono da UE, ou sistema de comércio de emissões (ETS), é evitar que as empresas sejam afetadas pela tarifa de carbono na fronteira da UE – que, a partir do próximo ano, imporá taxas sobre as emissões de CO2 associadas às importações de aço, cimento e outros produtos. O governo do Reino Unido afirmou que evitar esses custos economizaria 800 milhões de libras por ano. Mas autoridades da UE afirmam que, para obter isenção do imposto de carbono na fronteira, o Reino Unido precisaria ter vinculado seu mercado de carbono ao da UE."
Fonte: Reuters; 02/06/2025
Cientistas da UE recomendam restrições aos créditos de carbono para atingir meta climática de 2040
"O conselho consultivo climático da União Europeia (UE) disse que o bloco não deve usar créditos de carbono internacionais para contabilizar suas metas climáticas, argumentando que isso prejudicaria os esforços nacionais para reduzir as emissões. Nesta segunda-feira (2), conselho recomendou que a UE tenha como objetivo cortar as emissões de gases de efeito estufa em 90-95% até 2040, em comparação com os níveis de 1990, quando apresentar uma meta climática no início do mês que vem. “Não há dúvida de que precisamos reduzir as emissões de forma muito significativa e rápida”, disse Ottmar Edenhofer, presidente do Conselho Consultivo Científico Europeu sobre Mudanças Climáticas, citado pelo “Financial Times”. Mas permitir que créditos internacionais de carbono sejam contabilizados para a meta de 90% constituiria um "risco enorme", levando a uma meta "menos confiável" para 2040, disse ele. A recomendação do conselho coloca os cientistas em conflito direto com o governo alemão, que disse em seu acordo de coalizão que só apoiará uma redução de emissões de 90% se puder contabilizar compensações internacionais de carbono em 3% dessa meta. Créditos de carbono são instrumentos financeiros destinados a representar uma tonelada de dióxido de carbono removida da atmosfera por meio de projetos como o cultivo de florestas. Mas alguns especialistas e ambientalistas têm levantado preocupações de que muitas remoções alegadas não são confiáveis, e vários esquemas equivalem a greenwashing."
Fonte: Valor Econômico; 02/06/2025
Governo Trump manda usinas a carvão, petróleo e gás seguirem ativas para evitar apagão
"O Departamento de Energia dos EUA ordenou que uma usina de geração de energia elétrica movida a petróleo e gás continue funcionando durante os meses mais quentes do verão. A justificativa é evitar escassez de energia na rede elétrica no período de maior demanda. Esta é a segunda usina obsoleta que o governo de Donald Trump exige que mantenha as operações para evitar um apagão. As informações são da “Associated Press”. A usina de Eddystone fica na Pensilvânia e a ordem do governo americano é que ela continue operando pelo menos até 28 de agosto. O departamento tomou medida semelhante na semana passada, ordenando à Consumers Energy que mantivesse a usina termelétrica a carvão J.H. Campbell aberta em Michigan após sua aposentadoria, que seria no sábado. A Constellation Energy planejava desligar as unidades 3 e 4 de Eddystone neste final de semana. Mas o governo citou preocupações com a escassez de energia em meio ao desligamento de usinas antigas e à crescente demanda por eletricidade. A operadora da rede elétrica local afirmou que a ordem é desnecessária porque não há emergência energética na região. Um grupo de defesa ambiental, a Delaware Riverkeeper Network, criticou a decisão de manter Eddystone em operação como uma "injustiça ambiental". O desligamento reduziria a poluição e as emissões de carbono e ajudaria a região a atender aos padrões federais de ar limpo para poluição atmosférica, afirmou o grupo."
Fonte: Valor Econômico; 02/06/2025
Republicanos do Texas fracassam em tentativa de restringir projetos de energia renovável
"Uma campanha de legisladores de direita no Texas para limitar projetos de energia renovável fracassou, ressaltando o compromisso do estado com todas as fontes de energia, enquanto se esforça para atender à crescente demanda. Um pacote de projetos de lei que teria inviabilizado projetos de energia renovável em todo o Texas foi rejeitado na segunda-feira, após não conseguir votos suficientes para avançar na legislatura estadual. A queda da legislação foi um golpe para os defensores dos combustíveis fósseis que esperavam capitalizar a promessa do presidente Donald Trump de desencadear uma nova era de domínio energético americano. A derrota dos projetos de lei antirrenováveis no Texas, o maior produtor de petróleo e gás do país, contrasta com a falta de apoio às energias renováveis no governo Trump em Washington, destacando a longa dependência do estado de fontes de energia limpa. Uma coalizão improvável de grupos de energias renováveis, fabricantes e empresas de petróleo e gás se opôs aos projetos de lei. “Poderia muito bem ter sido a ‘Lei de Emprego de Lobby de 2025’, com base no número de lobistas contratados para combatê-la”, escreveu o deputado estadual Jared Patterson, um dos autores dos projetos de lei, em uma publicação no X."
Fonte: Financial Times; 03/06/2025
Indústria de gás do Japão permite gás com captura de carbono no plano de zero líquido de 2050
"A Associação Japonesa de Gás (Japanese Gas Association) anunciou na terça-feira que adotará uma abordagem mais flexível em sua busca pela neutralidade de carbono até 2050, permitindo maior uso de gás natural em combinação com a captura de carbono ou outras medidas de descarbonização. O grupo industrial afirmou que agora tem como meta atingir de 50% a 90% do fornecimento de gás até 2050 a partir de e-metano ou biogás, e de 10% a 50% a partir de gás natural, acompanhado de captura de carbono ou medidas semelhantes. O grupo, que inclui fornecedores de gás urbano, havia estabelecido inicialmente uma meta para 2021 de 90% de e-metano, produzido a partir de hidrogênio verde e CO2, 5% de biogás e 5% de hidrogênio até 2050. A mudança ocorre em meio à crescente incerteza sobre a oferta e a demanda global de energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia e o surgimento de mais opções de descarbonização, afirmou Takashi Uchida, presidente da associação, em uma coletiva de imprensa. O plano atualizado prevê um papel maior para o gás natural, aliado a tecnologias de compensação de carbono, como captura e armazenamento de carbono, captura e utilização de carbono e absorção florestal, potencialmente cobrindo de 10% a 50% do fornecimento futuro. "Nossa intenção não é reduzir a participação de e-metano para 50%, mas alcançar a neutralidade de carbono por meio de diversas abordagens", disse Uchida, observando que as mudanças também refletem os custos e os desenvolvimentos tecnológicos."
Fonte: Reuters, 03/06/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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