Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE subindo 1,0% e 1,6%, respectivamente.
• No Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu ontem ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que o projeto de lei que cria o novo marco do licenciamento ambiental tenha mais tempo de discussão na Casa antes de ser pautado para votação - segundo ela, caso o texto seja votado como está, corre o risco dos órgãos colegiados que hoje fazem parte do licenciamento ambiental, como o Ibama, sejam enfraquecidos em razão da maior liberdade dos Estados de decidirem sobre os níveis de degradação dos empreendimentos.
• No internacional, (i) os países da União Europeia aprovaram ontem a redução do alcance do Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono (CBAM, em inglês) do bloco - a mudança, que ainda precisa passar pelo Parlamento, limitaria a apenas 10% das empresas originalmente cobertas pelo esquema, mas que são responsáveis por mais de 99% das emissões abrangidas pelo programa; e (ii) segundo o relatório divulgado nesta terça (27/5) pela ONU, as estimativas atuais sobre os impactos econômicos de emergências naturais como terremotos, deslizamentos de terra e inundações são subestimadas - o valor real já está próximo de US$ 2,3 trilhões, 10x superior ao estimado anteriormente (US$ 200 bilhões).
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Brasil
Empresas
Eletronuclear aguarda suspensão de dívidas com bancos públicos
"A Eletronuclear aguarda uma resposta sobre suspensão do pagamento de dívidas com a Caixa Econômica Federal (CEF) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até dezembro de 2026, segundo o presidente da estatal nuclear, Raul Lycurgo, nesta terça-feira (27/5), na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados. Sem uma solução do governo para a remuneração e financiamento da construção de Angra 3, no Rio de Janeiro, a companhia conta com a renegociação dos juros das dívidas, como mostrou a agência eixos, em abril. “Pelo menos, dá um respiro”, afirmou Lycurgo aos deputados federais. A audiência ocorreu a pedido de Júlio Lopes (PP/RJ). Lycurgo explicou que na modelagem do BNDES para o financiamento de Angra 3 há previsão de quitação da dívida. Os estudos foram concluídos em setembro de 2024, mas resta ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovar a remuneração da usina. “Nos estudos do BNDES tem o pré-pagamento dessa dívida toda. Na verdade, ninguém está falando aqui de não pagar e simplesmente suspender. Considerando esse fato novo [os estudos], já solicitamos à Caixa e ao BNDES um novo waiver [suspensão das obrigações] até dezembro de 2026”, disse. A interrupção dos pagamentos traria um alívio de R$ 800 milhões em dois anos. A empresa arca com R$ 120 milhões anuais para preservar equipamentos e estruturas da usina de Angra 3 e outros R$ 100 milhões com pessoal."
Fonte: Eixos; 27/05/2025
Para Dexco e Mercado Livre, lugar do ESG é no centro da operação. E os resultados comprovam
"A competitividade das empresas brasileiras ainda será determinada pela capacidade de integrar governança sólida às estratégias ambientais e sociais, transformando sustentabilidade em diferencial operacional concreto. Esta foi a conclusão unânime do encontro Risco climático, compliance e finanças sustentáveis, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), enfatizada no bate-papo em que executivos da Dexco e do Mercado Livre detalharam como o ESG está no centro da estratégia de crescimento de suas respectivas empresas. Fabricante de material de construção com um portfólio que inclui as marcas Deca, Hydra e Portobello, a Dexco estabeleceu como meta manter balanço positivo de carbono entre 2022 e 2030. A empresa possui florestas certificadas há três décadas e formalizou compromissos públicos com sustentabilidade desde 2016. Para alcançar o objetivo, a companhia aposta no manejo de 175 mil hectares das florestas próprias, utilizadas para produção de painéis de MDF, que funcionam como sequestradoras naturais de carbono atmosférico. "O que queremos é que ao somar todas as nossas emissões nesses dez anos, tenhamos removido mais carbono pelo manejo das nossas florestas ao final do período acumulado", explicou Lennon Neto, especialista em sustentabilidade da Dexco. Recentemente, o Mercado Livre anunciou investimentos de R$ 34 bilhões em infraestrutura, incluindo iniciativas ambientais integradas à operação."
Fonte: Exame; 27/05/2025
BYD é processada por suspeita de trabalho análogo à escravidão em obra de fábrica na Bahia
"O MPT (Ministério Público do Trabalho) ingressou nesta terça-feira (27) com ação civil pública na Justiça do Trabalho contra a montadora chinesa BYD (Build Your Dreams) e duas empresas terceirizadas que atuavam na construção de fábrica em Camaçari (50 km de Salvador). As empresas são suspeitas de trabalho escravo e tráfico de pessoas. Em dezembro, uma força-tarefa de órgãos federais afirmou ter identificado 220 operários chineses terceirizados trabalhando em condições consideradas análogas à escravidão nas obras da fábrica da montadora de carros elétricos. Em nota, a BYD afirma ter um compromisso inegociável com os direitos humanos e trabalhistas, e diz atuar com respeito à legislação brasileira e às normas internacionais de proteção ao trabalho. A empresa ainda afirmou que colabora com o Ministério Público do Trabalho e vai se manifestar nos autos. O MPT pediu à Justiça que a BYD e empresas terceirizadas paguem R$ 257 milhões a título de danos morais coletivos, além de um dano moral individual equivalente a 21 vezes o salário contratual dos funcionários, acrescido de um salário por dia a que o trabalhador foi submetido a condições degradantes. Também foi solicitada a quitação das verbas rescisórias devidas, além de cumprimento das normas brasileiras de proteção ao trabalho. O MPT requereu multa de R$ 50 mil para cada item descumprido pelas empresas, multiplicado pelo número de trabalhadores prejudicados. Além da BYD, são alvo da ação as empreiteiras China Jinjiang Construction Brazil Ltda e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co. (atual Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda)."
Fonte: Valor Econômico; 27/05/2025
Samarco desembolsa R$ 10 bilhões em reparação na Bacia do Rio Doce
"Nos primeiros seis meses após a homologação do Acordo de Reparação da Bacia do Rio Doce pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Samarco desembolsou R$ 10 bilhões em indenizações individuais e auxílios financeiros, reassentamento, recuperação ambiental, e repasse de recursos aos poderes públicos. O acordo prevê o pagamento de R$ 170 bilhões no prazo de 20 anos. Desse total, R$ 38 bilhões já foram gastos pela Fundação Renova em ações de reparação e indenizações. Outros R$ 32 bilhões serão usadas em ações que ficarão à cargo da própria Samarco. E R$ 100 bilhões serão transferidos para governos federal, estaduais e municipais em 20 anos. Dos R$ 10 bilhões desembolsados em seis meses, R$ 4,9 bilhões foram repassados diretamente aos entes públicos, para obras e políticas públicas estruturantes, incluindo a duplicação da BR-356, que liga Belo Horizonte a Mariana (MG). Os outros R$ 5,1 bilhões foram usados pela Samarco no pagamento de indenizações, reassentamentos e ações ambientais. Foram pagos R$ 1,4 bilhão em indenizações individuais e auxílios financeiros, beneficiando aproximadamente 14,9 mil pessoas até 9 de maio. “O objetivo é fazer com que as indenizações cheguem ao maior número possível de pessoas”, afirmou Rodrigo Vilela, presidente da Samarco. Com o novo acordo foram incluídas novas modalidades indenizatórias, como o Programa Indenizatório Definitivo (PID), que prevê o pagamento de R$ 35 mil por pessoa física ou jurídica elegível, e o Sistema Agro-Pesca, que destina R$ 95 mil aos agricultores familiares e pescadores profissionais elegíveis."
Fonte: Valor Econômico; 27/05/2025
Política
Unidades de preservação não impedem exploração da Margem Equatorial, diz Marina Silva
"A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a criação de quatro unidades de conservação na Margem Equatorial, no Norte brasileiro, não impede a exploração econômica da região. Em audiência pública no Senado na manhã desta terça-feira, 27, disse que, ao contrário de apontamentos feitos durante a sessão, o Ibama não está atrasando análises de forma proposital. “O Ibama não facilita ou dificulta, cumpre a lei”, afirmou. A audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) foi convocada para debater a aceleração da criação das unidades de conservação marinha na Margem Equatorial. Para senadores da região Norte, trata-se de uma iniciativa para dificultar os estudos necessários para exploração da área. Segundo a ministra, porém, a criação não serve para se colocar como obstáculo, mas para consolidar um processo em curso há 20 anos. “Unidades de conservação são criadas dentro de um plano, não é algo isolado. Têm um papel estratégico, na proteção, no uso sustentável da biodiversidade”, defendeu Marina Silva. A ministra mostrou uma folha de apresentação com trecho comum das diretrizes que acompanham as propostas de criação das unidades questionadas. “Já está estabelecido que oleodutos, gasodutos, portos O que tiver de fazer, isso (a reserva) não será impeditivo”, afirmou. O destaque feito por Marina Silva buscou responder a questionamentos como o do senador Lucas Barreto (PSD-AP). Na fala direcionada à ministra, Barreto reclamou dos níveis de pobreza do Norte do País."
Fonte: InfoMoney; 27/05/2025
"Nenhum técnico do Ibama vai assinar licença sem garantia", diz Agostinho sobre Foz do Amazonas
"O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, disse à eixos nesta terça-feira (27) que “nenhum técnico do Ibama vai assinar uma licença sem garantia de segurança e minimização dos riscos”. Ao ser questionado sobre a pressão política em torno do licenciamento para a perfuração de poço exploratório no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, Agostinho afirmou se tratar de uma discussão técnica. Equipes da Petrobras e do órgão ambiental estão reunidas nesta semana para definir a data da avaliação pré-operacional (APO), etapa em que são avaliados os riscos e requisito obrigatório para a licença. A sonda que fará a perfuração foi deslocada para a costa do Amapá para a realização do simulado do APO. “A sonda estava, nos últimos dias, no Rio de Janeiro. Ela participou de um processo de limpeza porque estava com muitas incrustações de um coral invasor na costa brasileira, que é o coral-sol. Foi feita a limpeza e agora a gente tem o prazo de deslocamento da costa do Rio de Janeiro até a costa do Amapá, para que lá possa ser feito o simulado, com data que está sendo agendada agora esta semana entre a Petrobras e o Ibama”, disse Rodrigo Agostinho. A APO é um teste in loco das ações de resposta à emergência da companhia, com base num exercício simulado de vazamento de óleo. A licença, propriamente dita, dependerá do sucesso desse trabalho."
Fonte: Eixos; 27/05/2025
Marina Silva pede a Motta mais tempo de discussão de projeto sobre licenciamento ambiental
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, pediu nesta terça-feira (27) ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que o projeto de lei (PL) que cria um marco do licenciamento ambiental tenha mais tempo de discussão na Casa antes de ser pautado para votação. "Ontem entrei em contato com o presidente Hugo Motta exatamente para pedir uma audiência a fim de que esse relatório [do PL do licenciamento ambiental], que foi aprovado no Senado — que não foi um relatório debatido, porque foi apresentado praticamente no dia da votação — tenha o tempo necessário de debate, conhecimento dos diferentes segmentos da sociedade, que vai do setor produtivo aos entes federados, à comunidade científica, à sociedade civil", disse Marina. Ela levantou a preocupação de que os órgãos colegiados que hoje fazem parte do licenciamento ambiental, como o Ibama, serão enfraquecidos em razão da maior liberdade dos Estados de decidirem sobre os níveis de degradação dos empreendimentos. A ministra também classificou como um "problema grave" a previsão de licenças serem concedidas por simples adesão, sem análise técnica adequada. Na legislação atual, a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) pode ser adotada por empreendimentos de baixo potencial de degradar o meio ambiente. O texto em tramitação no Congresso, por sua vez, permite que empreendimentos de médio potencial degradador também façam o licenciamento dessa maneira mais simplificada."
Fonte: Valor Econômico; 27/05/2025
COP30 buscará 'roadmap' para viabilizar financiamento climático, diz presidente da conferência
"A cúpula climática da ONU no Brasil (COP30), prevista para novembro deste ano em Belém, precisa marcar um ponto de virada na implementação de compromissos climáticos, afirmou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência este ano. A declaração foi dada nesta terça-feira (27), no último dia do II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, no Rio. “Queremos que essa COP mostre soluções para converter compromissos em resultados”, disse o embaixador, ao pontuar que os países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC) assinam documentos, mas muitas vezes isso não se reflete em ação. Uma das principais frentes da presidência brasileira é o esforço para consolidar um “roadmap” que viabilize a mobilização de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, destinado aos países em desenvolvimento para a transição climática. Embora a COP29, em Baku (Azerbaijão), tenha aprovado uma nova meta de US$ 300 bilhões anuais a partir de 2035 (contra US$ 100 bilhões anuais anteriores), reconheceu-se que o valor é insuficiente. Coube então aos presidentes da COP29 e da COP30 elaborarem, em conjunto, um roteiro com caminhos para atingir a cifra trilionária. “Esse número assusta, mas precisamos ser dinâmicos e inovadores. O financiamento sempre foi uma dificuldade, desde a Rio92”, lembrou o representante brasileiro."
Fonte: Valor Econômico; 27/05/2025
Internacional
Empresas
BlackRock e Vanguard admitem que pouco (ou nada) fizeram pelo clima
"Um caso de sincericídio climático está em curso na Justiça americana. A ação em questão é movida por 13 Estados americanos, todos controlados pelo Partido Republicano, do presidente Donald Trump. Eles acusam as gestoras BlackRock, Vanguard e State Street de interferirem na livre concorrência da indústria de carvão com suas metas climáticas. Ao se defender da acusação de antitruste, as gestoras alegam que sua atuação no setor de combustíveis fósseis foi tão discreta que teve impacto mínimo no mundo real, embora elas tenham assumido compromissos para cortar as emissões de suas carteiras. A posição que veio à tona no julgamento é algo que críticos apontam há tempos. A argumentação oral dos advogados não foi um balanço sobre os resultados das promessas feitas por essas instituições, as maiores gestoras de recursos do mundo. Na verdade, foi uma admissão de que os planos nunca saíram do papel. As metas ficaram apenas no discurso. Encabeçados pelo Texas, o berço da indústria petroleira americana, os Estados dizem que os fundos de índice (ETFs) usaram sua participação acionária em produtoras de carvão para restringir a oferta e aumentar os preços do combustível. O objetivo seria atingir a meta de emissões zero carbono das empresas que compõem seus portfólios. O processo, aberto no fim do ano passado, é um dos esforços dos republicanos para intensificar sua guerra contra o que chamam de “capitalismo consciente” ou capitalismo “woke”."
Fonte: Capital Reset; 27/05/2025
Administrador de empresa e riscos climáticos
"A intensificação da litigância climática já não é novidade. Uma análise publicada pela Oil Change International e pela Zero Carbon Analytics em setembro de 2024 revela que os litígios climáticos contra empresas de combustíveis fósseis praticamente triplicaram a cada ano desde o Acordo de Paris (2015). O que chama a atenção, no entanto, são os casos que buscam responsabilizar pessoalmente administradores pelos riscos climáticos das empresas nas quais atuam. O primeiro caso dessa natureza de que se tem notícia ocorreu na Inglaterra, em 2023, quando conselheiros de uma das principais empresas de óleo e gás do mercado foram processados individualmente sob a alegação de que a estratégia climática da empresa gerava riscos financeiros e operacionais significativos. Tanto o Tribunal de Apelação quanto o Tribunal de Apelação quanto o Tribunal Superior da Inglaterra rejeitaram a ação. Em maio de 2024, surgiu o segundo caso. Três ONGs e oito indivíduos apresentaram queixa-crime em Paris contra o CEO e conselheiros de outra grande petroleira. As acusações incluem exposição deliberada de terceiros a risco de vida, homicídio culposo, negligência na gestão de desastres e danos à biodiversidade - crimes que, se comprovados, podem levar a penas de prisão e multas. Os demandantes alegam que o CEO, os conselheiros da empresa e os principais acionistas têm responsabilidade preponderante, dado o papel que desempenham nas decisões estratégicas da companhia. Ao direcionar suas ações contra indivíduos, e não apenas contra as empresas, os casos da Inglaterra e de Paris refletem uma estratégia mais ampla dentro da litigância climática. Nesse cenário internacional de crescente tentativa de responsabilização de administradores, surge a questão: como a legislação brasileira lidaria com casos semelhantes?"
Fonte: Valor Econômico; 28/05/2025
Política
União Europeia reduz alcance da tarifa de carbono para apenas 10% de importadores
"Os países da União Europeia aprovaram nesta terça-feira (27/5) a redução do alcance do Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono (CBAM, em inglês) do bloco. A mudança ainda precisa passar pelo Parlamento. Se for adiante, o mecanismo se limitará a apenas 10% das empresas cobertas pelo esquema, que são responsáveis por mais de 99% das emissões abrangidas pelo programa. Segundo a Comissão Europeia, autora da proposta, isso pouparia pequenas empresas de uma burocracia demorada sem comprometer o impacto ambiental da política, dada a menor emissão delas. O mecanismo está em testes desde outubro de 2023 para importações de cimento, ferro e aço, alumínio, fertilizantes, eletricidade e hidrogênio. Por enquanto, os comerciantes têm apenas que informar sobre as emissões embutidas em suas importações sujeitas ao mecanismo sem pagar qualquer ajuste financeiro. A expectativa é que a redução do alcance isente a maioria dos 200 mil importadores que deveriam ser submetidos à tarifa a partir de janeiro de 2026. O Parlamento Europeu tem sinalizado apoio à proposta, que aplicará a tarifa de carbono a empresas que importarem mais de 50 toneladas por ano de produtos como aço, cimento, alumínio e fertilizantes. A partir de 2027, as empresas terão que comprar permissões para cobrir as emissões relativas às importações de produtos feitas no ano anterior. O objetivo do mecanismo é proteger produtores europeus de concorrentes mais baratos em países com legislações climáticas menos rigorosas."
Fonte: Eixos; 27/05/2025
ONU: danos climáticos são 10 vezes mais caros que o estimado
"Relatório divulgado nesta terça (27/5) pela agência da ONU para redução de riscos de desastres (UNDRR) alerta que as estimativas atuais sobre os impactos econômicos de emergências naturais como terremotos, deslizamentos de terra e inundações são subestimadas e o valor real já está próximo de US$ 2,3 trilhões. Em 2023, o mundo perdeu cerca de US$ 2,29 trilhões com desastres. No ano anterior, US$ 1,9 trilhão. Em 2020, a despesa era de US$ 248 bilhões. De acordo com a ONU, a cifra atual é 10 vezes maior do que a estimada anteriormente (US$ 200 bilhões), com efeitos de longo alcance em saúde, moradia, educação e emprego. E reforça que eventos climáticos estão ficando cada vez mais frequentes: uma pessoa nascida em 1990 tem 63% de chance de vivenciar uma inundação catastrófica, algo que ocorre uma vez a cada século, durante sua vida. Para uma criança nascida em 2025, essa probabilidade sobe para 86%. “Esses eventos estão afetando a todos nós”, resume Jenty Kirsch-Wood, chefe de análise de risco global da UNDRR. A precificação desses danos é importante para dar perspectivas quando o mundo está prestes a renegociar a implementação de suas ambições climáticas. Marcada para novembro de 2025, em Belém (PA), a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) será destinada a discutir as metas definidas pelas mais de 190 nações signatárias do Acordo de Paris para cortar emissões de gases de efeito estufa até 2035."
Fonte: Eixos; 27/05/2025
Aumento da temperatura global deve chegar perto de 2ºC nos próximos cinco anos, diz a OMM
"A temperatura média global deverá aumentar cerca de 2ºC acima dos níveis pré-industriais nos próximos cinco anos, segundo previsão da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os cientistas esperam uma série de efeitos indiretos desse aumento próximo à marca de 2ºC, incluindo uma queda na produção agrícola e a exposição de mais de um terço da população mundial ao calor extremo. Esse cenário não representa uma violação da meta do Acordo de Paris de 2015, que visa limitar o aquecimento desde os tempos pré-industriais a bem menos de 2ºC e, de preferência, a 1,5ºC, já que o limite é normalmente medido ao longo de pelo menos duas décadas. No entanto, uma violação temporária do nível de 2ºC poderia ocorrer no curto prazo, uma vez que a concentração atmosférica de dióxido de carbono responsável pelo aquecimento global está em seu nível mais alto em 800.000 anos, conforme informou a OMM. As temperaturas anuais entre 2025 e 2029 devem ser entre 1,2ºC e 1,9ºC mais altas do que a média de 1850 a 1900, e a média de cinco anos provavelmente ultrapassará 1,5ºC. Adam Scaife, do Met Office Hadley Centre, afirmou que as previsões da agência da ONU, que reúne conjuntos de dados globais, regionais e nacionais, foram “chocantes” porque indicam que os anos em que o aumento da temperatura ultrapassou 1,5ºC — o que ocorreu pela primeira vez em 2024 — agora estão próximos de se tornarem “comuns”."
Fonte: Financial Times; 28/05/2025
Planeta mais quente e seca na Amazonia entre 2025-2029
"Os próximos cinco anos poderão continuar a registrar aquecimento recorde globalmente, incluindo seca na Amazonia, com impactos sobre as economias, a vida diária das pessoas, os ecossistemas e o planeta como um todo. A projeção é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado em 175 anos. O nível atual de aquecimento está intensificando as ondas de calor, as precipitações extremas, as secas intensas, o derretimento das calotas polares, do gelo marinho e das geleiras, bem como o aquecimento dos oceanos e a elevação do nível do mar. Agora, depois de o mundo passar pelos dez anos mais quentes já registrados, a OMM publica nesta quarta-feira um relatório mostrando que não há sinais de diminuição das turbulências climáticas. A estimativa é de que as temperaturas permaneçam em níveis recordes ou quase recordes nos próximos cinco anos. A temperatura média anual da superfície global para cada ano entre 2025 e 2029 poderá variar de 1,2 graus Celsius (°C) a 1,9 °C acima da média dos anos de 1850 a 1900. A OMM há tempos avisa que a temperatura vai esquentar mais. A diferença agora é que a probabilidade é cada vez maior. Assim, prevê probabilidade de 80% de que pelo menos um ano entre 2025 e 2029 quebre o recorde de ano mais quente já registrado. E de 86% de que pelo menos um desses anos fique mais de 1,5°C acima dos valores pré-industriais."
Fonte: Valor Econômico; 28/05/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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