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Senado deve votar hoje PL do hidrogênio verde | Café com ESG, 03/07

Projeto de lei do hidrogênio de baixo carbono; BlackRock incentivando descarbonização

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Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.

Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.

Principais tópicos do dia

• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território misto, com o IBOV andando de lado (0,05%), enquanto o ISE recuou 0,11%.

• No Brasil, o Senado retomará hoje a votação do PL 2.308/2023, que visa estabelecer o marco regulatório para a produção do hidrogênio de baixo carbono, determinar incentivos fiscais e financeiros para o setor e definir regras e benefícios para estimular a indústria no país – o texto principal foi aprovado no dia 19/06, mas ficaram pendentes emendas de senadores destacadas para votação em separado.

• No internacional, (i) a GM informou ontem que as vendas de veículos elétricos (VEs) cresceram 42% ano contra ano, mesmo em um cenário de crescimento das vendas de VEs desacelerando nos Estados Unidos – segundo executivos, os números mostram que o plano da companhia de oferecer uma maior variedade de modelos de VEs está trazendo resultado; e (ii) a BlackRock anunciou uma nova política permitindo que fundos com objetivos de investimento explicitamente ligados ao clima e à descarbonização pressionem as empresas de seus portfólios, impactando 83 fundos com US$ 150 bilhões sob gestão – esses fundos poderão acompanhar posições ativistas apresentadas em assembleias de acionistas, mesmo que outros veículos da mesma gestora tenham posição diferente.

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Brasil

Empresas

Conselho da Vale nomeará “de forma célere” novos membros substitutos após renúncias

“A Vale (VALE3) informou nesta terça-feira que seu conselho de administração “procederá, de forma célere, com a recomposição do colegiado por meio da nomeação de dois membros substitutos”, após a renúncia de dois conselheiros independentes em menos de quatro meses. Com as renúncias, o número de conselheiros independentes no colegiado somará seis, abaixo dos sete exigidos pelo estatuto social da companhia. Os novos membros que serão nomeados servirão até a próxima Assembleia Geral Extraordinária, cuja convocação ocorrerá posteriormente. A seleção de nomes será conduzida pela consultoria Korn Ferry. Os conselheiros independentes que renunciaram foram José Penido, em março, e Vera Marie Inkster, na véspera. Sem ambos, o colegiado ficará com um total de 11 membros. As renúncias ocorrem em momento importante em que o conselho trabalha no processo de sucessão do presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, cujo mandato se encerra no fim deste ano. Ao deixar a companhia, Penido enviou carta ao presidente do conselho, com duras críticas ao processo, apontando influência política nas decisões, segundo o documento visto pela Reuters. A Vale não informou os motivos para a saída de Inkster ao comunicar sua renúncia na véspera.”

Fonte: InfoMoney; 02/07/2024

ComBio levanta R$ 450 milhões com o IFC

“A ComBio — que ajuda grandes indústrias a substituir o combustível fóssil por biomassa nas caldeiras de vapor — acaba de levantar um financiamento de até R$ 450 milhões com o IFC, o braço de investimentos do Banco Mundial. A primeira tranche do empréstimo, que acaba de entrar no caixa da empresa, é de R$ 120 milhões — mas a ComBio poderá chamar o capital restante ao longo dos próximos anos caso encontre projetos que demandem os recursos. Esta primeira tranche será usada para financiar a instalação de caldeiras em duas fábricas da Ingredion, que fabrica ingredientes para diversas indústrias, além da instalação de caldeiras numa fábrica da Pirelli. Ambos os projetos ficam em São Paulo. As caldeiras da Ingredion já foram instaladas e estão operacionais, enquanto as da Pirelli serão instaladas até o final do ano. Para bancar o projeto da Ingredion, a ComBio usou recursos que captou com equity: R$ 350 milhões de uma rodada com a SPX e a Lightrock, fechada em novembro passado, quando as duas gestoras ficaram com 15,5% da companhia cada. Agora, com o financiamento da IFC, “vamos alavancar uma parte importante desse projeto e liberar o equity para mais crescimento,” o CEO e cofundador Paulo Skaf Filho disse ao Brazil Journal. A maioria das fábricas brasileiras gera vapor para suas operações com o uso de combustíveis fósseis, como o gás natural e o óleo BPF, derivado do petróleo. A ComBio ajuda essas empresas a migrar para uma geração térmica feita com a biomassa – uma matéria-prima sustentável, abundante no Brasil, e mais barata. Para isso, a companhia faz todo o capex para a instalação das novas caldeiras capazes de rodar com a biomassa, e depois fica responsável pelo fornecimento da biomassa e a operação dos equipamentos.”

Fonte: Brazil Journal; 02/07/2024

Disputa pelo mercado ‘verde’ de veículos chega à reforma tributária; entenda

“Produtores de etanol saíram em defesa do governo Lula (PT) na última semana, após críticas da montadora chinesa BYD à proposta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) de inclusão dos carros elétricos no rol de bens e serviços sujeitos à aplicação do imposto seletivo, uma das inovações da reforma tributária. Em entrevista ao Estadão, o presidente do Conselho da BYD Brasil, Alexandre Baldy, que foi ministro de Michel Temer (MDB), disse que “existem vários governos dentro do mesmo governo”, e classificou como “retrógrada” a pasta chefiada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). A preocupação da BYD é que o imposto desestimule esse mercado. A chinesa anunciou em março aumento na previsão de investimentos no Brasil para R$ 5,5 bilhões. Seu desembarque na Bahia contou com articulação do governo federal, com aval do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Em reação aos comentários de Baldy, a Bioenergia Brasil e a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) circularam uma nota onde “consideram injustas” as manifestações contra a abordagem do governo brasileiro à mobilidade sustentável. “Ao dizer que existem vários governos, a mensagem sugere a inexistência de coordenação por parte do Presidente da República. Vindo de uma empresa brasileira seria ruim; de uma estrangeira soa hostil”, diz o grupo do setor de etanol. E cita o programa Mobilidade Verde (Mover), sancionado na semana passada, como um exemplo de política que “leva a sério” a descarbonização automotiva, medindo as emissões dos veículos em todo o ciclo produtivo. Em jogo está a inserção da metodologia que avalia todo o ciclo de vida de produção de veículos e combustíveis nas políticas setoriais de incentivo.”

Fonte: Epbr; 02/07/2024

Com novo parque eólico, Invenergy e Pátria apostam na oferta de serviços e crescimento em renováveis

“Com a compra da participação de 49% da Eletrobras no complexo eólico situado no Nordeste, concluída ontem, o Pátria Investimentos reforça estratégia de crescimento em energias renováveis no Brasil enquanto que a e Invenergy Wind South America reforça sua aposta na oferta de serviços associados à operação e manutenção de ativos. O portfólio de energia eólica inclui quatro projetos localizados no Piauí e no Rio Grande do Norte: Asa Branca, Chapada I, Chapada II e Chapada III. Neste arranjo societário, a Invenergy deterá 10% do capital do portfólio, enquanto os 90% restantes serão de propriedade do Pátria. A transação, que não teve o valor divulgado, é inédita para a Invenergy no Brasil e expande o portfólio global de operação e manutenção, além de tornar a empresa proprietária de ativos eólicos no país pela primeira vez. O vice-presidente e gestor da operação da Invenergy no Brasil, Rodolpho Scheeffer, explica que a energia gerada pelos projetos é fruto de leilão do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e será vendida até 2035 a distribuidoras, no chamado mercado regulado. “Nossa participação de ‘equity’ é de 10% nos parques, além de [sermos o] prestador de serviços, operando as turbinas de Asa Branca, Chapada. Este é o primeiro investimento da companhia no Brasil”, diz o executivo. O setor de energia eólica no Brasil vem passando por uma forte crise de desindustrialização com a saída da GE, hibernação da fábrica da Siemens Gamesa, paralisação temporária da linha de montagem da catarinense WEG, além da alemã Nordex ter reduzido a produção. Mesmo com a desagregação, Scheeffer acredita que pode crescer no setor, já que no Brasil atualmente existem quase 31 gigawatts (GW) de capacidade instalada no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).”

Fonte: Valor Econômico; 02/07/2024

Política

Hidrogênio de baixo carbono: Senado deve concluir votação na quarta

“O Senado retoma, nesta quarta-feira (3/7), a votação do projeto de lei da Câmara que estabelece o marco regulatório para a produção do hidrogênio de baixa emissão de carbono e determina incentivos fiscais e financeiros para o setor (PL 2.308/2023). O texto principal foi aprovado no último dia 19, mas ficaram pendentes emendas de senadores destacadas para votação em separado. O projeto define regras e benefícios para estimular a indústria de hidrogênio combustível no Brasil. O objetivo é contribuir para descarbonizar a matriz energética brasileira. Depois de finalizada a votação, a matéria terá que retornar para nova análise da Câmara dos Deputados. O relator da proposta, senador Otto Alencar (PSD/BA), promoveu uma série de mudanças no texto original. Segundo a proposta aprovada, será incentivada a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, inclusive o obtido a partir de fontes renováveis, como o produzido a partir de biomassas, etanol e outros biocombustíveis. O mesmo vale para o hidrogênio eletrolítico, produzido por eletrólise da água, usando energias renováveis, tais como solar, eólica, hidráulica, biomassa, etanol, biogás, biometano, gases de aterro, geotérmica “e outras a serem definidas pelo poder público”. Também está na pauta o Projeto de Lei Complementar (PLP) 262/2019, do senador Flávio Arns (PSB/PR), que permite o acesso de franquias empresariais aos recursos dos Fundos de Desenvolvimento do Nordeste, da Amazônia e do Centro Oeste. A sessão também servirá para debate e contagem de prazo de duas Propostas de Emenda à Constituição: a PEC 26/2022, que cria regras para a eleição dos órgãos diretivos dos tribunais estaduais de Justiça dos estados; e a PEC 66/2023, que estabelece medidas para aliviar as contas dos municípios.”

Fonte: Epbr; 02/07/2024

G20 recebe agenda brasileira para biocombustíveis com “muito interesse”, diz embaixador

“A demanda emergente por combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, em inglês) está ajudando a mostrar que os biocombustíveis são uma solução para o futuro e não uma tecnologia de transição, afirmou nesta terça (2/7), o embaixador André Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Segundo Corrêa do Lago, as discussões sobre biocombustíveis estão sendo recebidas com “muito interesse” no grupo de trabalho sobre Transição Energética do G20, apesar da resistência ao tema por diversos países. O Brasil ocupa em 2024 a presidência do grupo que busca construir consensos entre as 20 maiores economias do mundo. “Um dos exercícios que o Brasil está fazendo é trazer muita informação, muita ciência, muito conhecimento para mostrar a contribuição que o biocombustível já pode dar. É uma tecnologia comprovada e que se aplica particularmente bem a alguns dos países do G20 e outros países em desenvolvimento ou desenvolvidos”, disse a jornalistas após participação em evento do T20, grupo paralelo ao G20 para discussões entre think thanks, no Rio de Janeiro. A bioeconomia é um dos temas prioritários para o Brasil durante a presidência do G20. A maior adoção de biocombustíveis como solução de descarbonização enfrenta uma resistência histórica sobretudo de países europeus, que evocam receios a respeito de insegurança alimentar e problemas de desmatamento. Para o embaixador, é necessário “desmistificar” o tema, dado que relatórios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) já comprovaram que a causa da fome não é a produção de alimentos insuficiente, mas sim a distribuição desigual.”

Fonte: Epbr; 02/07/2024

Internacional

Empresas

Shell irá pausar temporariamente construção de biorrefinaria nos Países Baixos

“A Shell Nederland Raffinaderij B.V., uma subsidiária da Shell plc, anunciou nesta terça (2/7) que irá pausar temporariamente a construção de sua planta de biocombustíveis avançados no Shell Energy and Chemicals Park Rotterdam, nos Países Baixos, para avaliar a entrega do projeto e “garantir a competitividade futura, dadas as condições atuais do mercado”. Com capacidade projetada para produção de 820 mil toneladas de biocombustíveis por ano, o empreendimento terá o número de contratados reduzido no local, com consequente redução das atividades, em busca de controlar custos e otimizar a sequência do projeto, informa a companhia. “Pausar temporariamente a construção no local agora nos permitirá avaliar a forma mais comercial de avançar com o projeto”, disse Huibert Vigeveno, diretor de Soluções de Energia, Renováveis e Downstream da Shell. A Shell tomou a decisão final de investimento para a instalação planejada de biocombustíveis em setembro de 2021. A instalação foi projetada para produzir combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável feitos de resíduos. De acordo com o comunicado, os acionistas puderam optar por receber seus dividendos em dólares americanos, euros ou libras esterlinas – de US$ 0,24, € 0,2181 ou 18,28p por ação ordinária, respectivamente. “Estamos comprometidos com nossa meta de alcançar emissões líquidas zero até 2050, com combustíveis de baixo carbono como uma parte fundamental da estratégia da Shell para nos ajudar e ajudar nossos clientes a descarbonizar de forma lucrativa”, acrescentou Vigeveno. “E continuaremos a usar o capital dos acionistas de maneira medida e disciplinada, entregando mais valor com menos emissões.””

Fonte: Epbr; 02/07/2024

GM tem alta de 42% na venda de veículos elétricos mesmo com desaceleração do mercado nos EUA

“A General Motors vendeu muito mais veículos elétricos (EVs) no segundo trimestre do que no mesmo período do ano anterior, mesmo com o crescimento das vendas de EVs desacelerando nos Estados Unidos. Isso mostra que seu plano de oferecer uma maior variedade de modelos de EV está dando frutos. Nesta terça-feira (2), a GM informou que vendeu cerca de 696 mil veículos no país no segundo trimestre, um pouco mais do que no mesmo trimestre do ano anterior. Mas as vendas de EVs chegaram a quase 22 mil, um aumento de 42% ano contra ano. “Temos um portfólio incrível de veículos diversos e somos flexíveis, então podemos ganhar à medida que mais clientes adotam os EVs e podemos continuar ganhando se eles quiserem permanecer com as tecnologias de motor que conhecem”, disse Marissa West, presidente da GM na América do Norte, em comunicado à imprensa. O salto nas vendas de EVs ocorreu mesmo com as vendas do Chevy Bolt caindo 90%, enquanto a empresa prepara a próxima geração do carro de baixo custo. Versões totalmente elétricas do Chevy Blazer, Silverado e Equinox, bem como vendas do Cadillac LYRIQ, compensaram a queda. Foi o primeiro trimestre de vendas do Equinox. A GM teve seis modelos de EV que venderam mais de mil unidades. Um ano atrás, esse número era de dois modelos. No geral, os EVs representaram cerca de 3,2% das vendas da GM nos Estados Unidos no trimestre, um aumento de cerca de um ponto percentual na comparação ano contra ano. Os EVs representaram cerca de 19% das vendas da Cadillac, um aumento de quase 16 pontos percentuais. Ainda, uma versão totalmente elétrica do Escalade e do novo Cadillac OPTIQ devem aumentar ainda mais a participação dos EVs nas vendas da Cadillac no futuro.”

Fonte: Valor Econômico; 02/07/2024

BlackRock dá mais munição para fundos climáticos

“A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, anunciou uma nova política permitindo que fundos com objetivos de investimento explicitamente ligados ao clima e à descarbonização pressionem as empresas de seus portfólios. Esses fundos poderão acompanhar posições ativistas apresentadas em assembleias de acionistas, como as que pedem a aceleração dos cortes de emissões de carbono, mesmo que outros veículos da mesma gestora tenham posição diferente. A decisão, que passa a valer no último trimestre do ano, afeta 83 fundos domiciliados na Europa, com US$ 150 bilhões sob gestão, de acordo com comunicação da gestora enviada a clientes hoje. Ao todo, a BlackRock administra US$ 10,5 trilhões. Fundos baseados nos Estados Unidos ou na Ásia que também têm mandatos climáticos terão a opção de adotar os mesmos critérios ainda este ano. “Um número crescente de clientes procura minimizar o risco financeiro e maximizar as oportunidades financeiras associadas à transição para uma economia de baixo carbono e, portanto, está interessado em investimentos sustentáveis ​​e de transição, com alguns incluindo a descarbonização como um objetivo de investimento nos seus mandatos com a BlackRock”, diz a gestora, no documento. O anúncio representa mais uma tentativa da BlackRock de lidar com as intensas pressões políticas que cercam as finanças sustentáveis. A gestora e seu CEO, Larry Fink, ajudaram a colocar os investimentos ESG no mainstream, especialmente em uma carta pública de 2020 endereçada aos investidores.”

Fonte: Capital Reset; 02/07/2024

ONGs internacionais pedem fim de créditos de carbono

“Mais de 80 ONGs internacionais, incluindo Greenpeace, Anistia Internacional e Oxfam, publicaram uma carta conjunta pedindo o fim das compensações de emissões de gases do efeito estufa com créditos de carbono. Essa prática, também conhecida como offsetting, estaria “minando” os esforços globais contra a mudança do clima e tomando o lugar de reduções reais nos gases lançados na atmosfera, na visão das organizações. O texto não traz argumentos novos, mas seu timing é crítico. Depois de um longo período de crise, precipitado por denúncias sobre a integridade dos projetos geradores de crédito, o mercado voluntário dá sinais de recuperação. Iniciativas de autorregulação gestadas há mais de um ano começam a apresentar resultados práticos. O Banco Mundial e o governo americano recentemente vieram a público endossar esse mecanismo como parte do arsenal das soluções climáticas. No Brasil, a expectativa é que esses ativos possam ser comercializados dentro do mercado regulado, que vai estabelecer obrigações para setores muito poluentes. A legislação está tramitando no Congresso. As ONGs afirmam que todo o sistema em torno dos créditos de carbono é inerentemente pouco confiável e sofre com problemas estruturais que não foram resolvidos “em mais de duas décadas”. Entre as deficiências apontadas no documento estão a adicionalidade questionável (ou seja, muitas das reduções vendidas provavelmente teriam ocorrido com ou sem esse mercado) e a exploração de populações indígenas. Essa posição não é unânime entre organizações de defesa do meio ambiente. ONGs grandes e de alcance global, como The Nature Conservancy e Environmental Defense Fund, acreditam que créditos íntegros têm um papel a desempenhar nas finanças climáticas.”

Fonte: Capital Reset; 03/07/2024

A mudança climática está elevando os preços dos alimentos – e preocupando os bancos centrais

“Há sessenta anos, quando os avós de Giuseppe Divita abriram seu moinho de oliva em Chiaramonte Gulfi, na Sicília, o clima da ilha italiana era ideal para a produção da fruta. Esse não é mais o caso, diz Divita, que, junto com seu irmão, administra a Oleificio Guccione, que hoje tem seus próprios pomares, além do moinho. Com o aumento das temperaturas médias anuais e a diminuição das chuvas, cultivar azeitonas e transformá-las em azeite está se tornando cada vez mais difícil. Em todo o Mediterrâneo, a redução da produção e o aumento dos custos dos insumos para os produtores de azeitona elevaram os preços a níveis máximos de 20 anos este ano. Os problemas de produção só vão piorar à medida que os efeitos do clima se tornarem mais graves, prevê Divita. Durante milênios, a produção e o preço dos alimentos foram prejudicados pelo clima, com eventos pontuais, como ondas de calor, secas, inundações ou geadas, que reduziram as colheitas e aumentaram os preços. As guerras e as doenças também são fatores, como o mundo viu recentemente após a invasão da Ucrânia pela Rússia e a peste suína que varreu a população de suínos da China. No entanto, outra linha, mais sustentada, percorreu muitos aumentos acentuados nos preços dos alimentos. Das laranjas no Brasil ao cacau no oeste da África, das azeitonas no sul da Europa ao café no Vietnã, as mudanças permanentes nos padrões climáticos resultantes da mudança climática estão reduzindo a produtividade das colheitas, restringindo os suprimentos e elevando os preços. Adam Davis, cofundador do fundo de hedge agrícola global Farrer Capital, afirma que a mudança climática ajudou a elevar os preços de uma longa lista de commodities alimentícias negociadas em níveis mais altos este ano.”

Fonte: Financial Times; 03/07/2024

Política

Legisladores dos EUA e da UE buscam padrão internacional de metano para petróleo e gás

“Um grupo de legisladores democratas da União Europeia e dos Estados Unidos solicitou à Agência Internacional de Energia que desenvolva padrões internacionais para medir as emissões de metano do setor de petróleo e gás, para ajudar os países a adotarem medidas mais rígidas visando o potente gás de efeito estufa, conforme carta divulgada na terça-feira. A UE imporá limites de emissões de metano sobre as importações de petróleo e gás da Europa a partir de 2030, mas ainda não confirmou como o limite exato será calculado. Atualmente, não existe um acordo internacional sobre como as empresas devem contar e verificar as declarações sobre as emissões associadas ao gás. Em uma carta ao diretor executivo da AIE, Fatih Birol, vista pela Reuters, sete legisladores da UE – incluindo representantes dos dois maiores grupos de legisladores do Parlamento Europeu – e dez democratas dos EUA pediram ao órgão de fiscalização de energia que ajudasse a desenvolver padrões internacionais para medir as emissões de metano do setor de petróleo e gás. “Gostaríamos de sugerir a emissão de um relatório com suas recomendações para esses padrões e processos internacionais, se possível até 30 de junho de 2025″, diz a carta, datada de 1º de julho. O objetivo, segundo a carta, seria ajudar os países a desenvolverem políticas para reduzir as emissões de metano. A carta solicitava que a AIE ajudasse os países a adotar políticas que aplicassem padrões de metano às importações de combustíveis fósseis e analisasse o possível impacto disso sobre os preços do petróleo e do gás. O metano é o principal componente do gás queimado em usinas de energia e para aquecer residências. Ele também é a segunda maior causa da mudança climática, depois do dióxido de carbono, e contribui para o aquecimento global quando escapa para a atmosfera por meio de vazamentos nos oleodutos e gasodutos e na infraestrutura.”

Fonte: Reuters; 02/07/2024

O maior grupo de legisladores da UE quer que a proibição de carros a combustão em 2035 seja revisada, mostra o rascunho

“O Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo de legisladores do Parlamento Europeu, buscará enfraquecer a eliminação gradual dos carros emissores de CO2 planejada para 2035, segundo um documento preliminar. O EPP obteve a maior participação de todos os grupos de legisladores nas eleições do Parlamento Europeu no mês passado, com 188 do total de 720 legisladores, consolidando sua influência na assembleia da UE. Em uma reunião em Portugal nesta semana, os legisladores do grupo estão discutindo as prioridades políticas para o próximo mandato de cinco anos do Parlamento da UE. Uma minuta dessas prioridades, vista pela Reuters, incluía o objetivo de: “revisar as regras de redução de CO2 para carros novos e vans para permitir o uso de combustíveis alternativos de emissão zero além de 2035”. No ano passado, a UE aprovou uma política que proibirá a venda de carros novos com emissão de CO2 em 2035, acabando de fato com as vendas de veículos novos com motor de combustão movidos a gasolina e diesel. No entanto, a Comissão Europeia se comprometeu a criar um caminho legal para que as vendas de carros novos que funcionem apenas com “e-fuels” – combustíveis sintéticos que podem ser usados em um carro com motor a combustão em vez de gasolina – continuem após 2035, depois que a Alemanha exigiu essa isenção. Isso poderia permitir que as montadoras desenvolvessem e continuassem a vender uma nova geração de carros com motor de combustão que funcionassem apenas com combustíveis certificados como neutros em termos de CO2 e que fossem equipados com tecnologia para evitar que dessem a partida quando abastecidos com gasolina ou diesel. O EPP não especificou de que forma gostaria que a política de CO2 dos carros fosse alterada.”

Fonte: Reuters; 02/07/2024

A Comissão Europeia aprova o plano sueco de auxílio à captura de carbono

“A Comissão Europeia aprovou na terça-feira um esquema sueco de 3 bilhões de euros (US$ 3,21 bilhões) para apoiar a captura e o armazenamento de carbono, com o objetivo de ajudar o país a atingir sua meta de zero emissões líquidas até 2045. O esquema apoiará projetos que capturam e armazenam permanentemente as emissões de CO2 de usinas de biomassa que usam madeira reciclada e outros resíduos para produzir combustível, eletricidade e calor. O auxílio será concedido por meio de um processo de licitação competitivo, com o primeiro leilão previsto para este ano, informou a Comissão em um comunicado. Sob contratos de 15 anos, as empresas receberão subsídios para projetos com capacidade de capturar e armazenar pelo menos 50.000 toneladas de CO2 biogênico por ano.”

Fonte: Reuters; 02/07/2024

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6)
O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.


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