Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em alta, com o IBOV e o ISE subindo 0,72% e 1,21%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Sabesp foi a primeira empresa a receber o selo de “ação verde” pela B3, carimbo concedido para companhias que contribuem para uma economia de baixo carbono – o selo, recém-criado, é concedido para companhias que têm mais de 50% da receita bruta anual provenientes de negócios verdes, além de 50% dos investimentos e despesas operacionais com a mesma classificação; e (ii) a Câmara dos Deputados aprovou ontem o PL do Mover, sem a emenda que estabelecia índices obrigatórios para o cumprimento de requisitos de conteúdo local para projetos de petróleo e gás natural – o Mover é o programa para o setor automobilístico que substitui o Rota 2030 e vai conceder benefícios à indústria a partir de critérios de sustentabilidade e ciclo de vida.
• No internacional, o Conselho de Administração do Banco Mundial aprovou ontem um plano para que o banco atue como anfitrião interino de um fundo que prestará apoio financeiro aos países em desenvolvimento afetados pelas alterações climáticas.
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Brasil
Empresas
Sabesp é a primeira ‘ação verde’ da B3
“A empresa de saneamento paulista Sabesp é a primeira empresa cujos papeis recebem a designação de “ação verde”, um carimbo concedido pela B3 para companhias que contribuem para uma economia de baixo carbono. O selo, recém-criado, é concedido para companhias que têm mais de 50% da receita bruta anual provenientes de negócios verdes, bem como mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais com a mesma classificação. Um terceiro requisito é que menos de 5% do faturamento bruto venha de combustíveis fósseis. A designação é voluntária e depende de uma avaliação anual por uma consultoria independente credenciada pela B3. No caso da Sabesp, ela foi realizada pela S&P Global Ratings. Os critérios são os mesmos aplicados por duas bolsas que aplicam selos similares, a London Stock Exchange e a Nasdaq Nordic, que inclui os mercados de Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia. A ideia é análoga aos instrumentos de dívidas sustentáveis, como green bonds ou sustainability bonds, segundo Cesar Sanches, superintendende de sustentabilidade da B3. “Mas um green bond se baseia em projetos e tem “use of proceeds” [os recursos são carimbados para um uso específico]. No caso das ações verdes, olhamos para a empresa em si, para o modelo de negócios”, afirma Sanches. As regras da B3 seguem os princípios da World Federation of Exchanges. A associação, que reúne as principais bolsas do mundo, divulgou no ano passado uma lista de diretrizes para a designação de ações verdes. A Sabesp está às vésperas venda de ações do governo do paulista que vai efetivar o fim do controle estatal, mas o novo selo não está relacionada diretamente com a privatização, diz Virgínia Ribeiro, superintendente de sustentabilidade e governança corporativa da empresa. Na operação de privatização não haverá venda de novas ações, já que a companhia optou por não fazer um aumento de capital agora, o que poderia reduzir o apetite pelos papéis do governo.”
Fonte: Capital Reset; 11/06/2024
Seis grandes bancos financiam petróleo na Amazônia, diz relatório
“Alguns dos maiores bancos de Wall Street estão entre os principais financiadores de empresas de petróleo e gás que operam na floresta amazônica no Brasil, Peru, Colômbia e Equador, segundo um estudo realizado por uma organização ambiental. O relatório, publicado pela Stand.earth, identifica seis bancos que diz serem responsáveis por quase metade de todo o financiamento direto a operações de petróleo e gás na Amazônia nos últimos 20 anos. J.P. Morgan, Citigroup, Itaú Unibanco, Santander e Bank of America falharam em “lidar completamente com os impactos adversos de seu financiamento”, disseram os pesquisadores. O sexto banco — o HSBC — foi destacado por uma reviravolta em suas políticas. “A maioria desses bancos afirma defender os direitos humanos e a proteção ambiental, mas, com exceção do HSBC, continuam a financiar as operações de empresas estatais e privadas de petróleo e gás no Brasil, Peru, Colômbia e Equador”, afirma o relatório. Um porta-voz do J.P. Morgan disse que o banco apoia os direitos humanos e faz uma triagem para identificar “atividades de negócios sensíveis”. Representantes do Citigroup e Bank of America referiram-se às suas mais recentes políticas de gestão de risco, que especificam requisitos de auditoria e explicam o que é esperado dos clientes. O Itaú Unibanco disse está trabalhando para lidar com o a questão do desmatamento. Um porta-voz do Santander disse que o banco entende “plenamente a importância de proteger a Amazônia” e está trabalhando com os clientes. Um porta-voz do HSBC, que cessou o financiamento de projetos de petróleo e gás na Amazônia em 2022, disse que a abordagem do banco é focar na redução de emissões e apoiar os clientes em atingir resultados na transição energética.”
Fonte: Valor Econômico; 11/06/2024
“A Casa dos Ventos, empresa de energias renováveis, e a Utilitas, de tratamento de água e efluentes, firmaram memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) para fornecimento de água de reúso a um projeto de hidrogênio verde, localizado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE). O projeto prevê a instalação de uma fábrica para produção de hidrogênio e amônia verde em Pecém, com capacidade final de até 2,4 gigawatts (GW) de eletrólise. A unidade deve produzir 1.030 toneladas diárias de hidrogênio, possibilitando a fabricação de 2 milhões de toneladas de amônia por ano. O acordo entre a Casa dos Ventos e a Utilitas prevê a contratação de uma vazão de até 1.500 metros cúbicos por hora (m³/h) de água bruta de reúso, o que, segundo a Casa dos Ventos, seria suficiente para alimentar a primeira fase de produção. A água de reuso será gerada pela Utilitas a partir de efluentes sanitários da região metropolitana de Fortaleza, área com cerca de 1 milhão de habitantes. Os efluentes sanitários pré-tratados receberão tratamento adicional na Estação de Produção de Água de Reuso (EPAR) Hidrus, de forma a atingir qualidade de água de reuso, disse a Casa dos Ventos. “Um dos objetivos que busca atingir no projeto H2V Pecém é a adoção de soluções sustentáveis e ambientalmente aceitas do início ao fim do projeto, sendo a utilização de água de reuso parte fundamental deste objetivo”, afirmou Francisco Habib, diretor de engenharia da Casa dos Ventos, em comunicado. Na produção de hidrogênio verde, será utilizado o processo de eletrólise, no qual se utiliza eletricidade e água para a separação do oxigênio e do hidrogênio. A unidade de Pecém contará com uso de eletricidade renovável gerada pela companhia, daí a classificação hidrogênio verde, e a água de reúso da Utilitas.”
Fonte: Valor Econômico; 11/06/2024
Precisamos estar atentos ao ‘greenwishing’ tanto quanto ao ‘greenwashing’, diz presidente da CVM
“O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, disse nesta terça-feira em evento sobre sustentabilidade que o “greenwishing”, expressão em inglês que vem sendo usada para se referir a “intenções verdes” não concretizadas, é tão grave quanto o “greenwashing”. termo que significa “lavagem verde”, ou seja , divulgações falsas por empresas sobre sustentabilidade. “A gente não fala muito do ‘greehwishing’, porque o ‘greenwashing’ dá a ideia de que há alguém de maneira maliciosa, escondida, deixando de fazer algo que prometeu. Mas no ‘greenwishing’ a pessoa que tem desejos de promover uma agenda positiva e não se organiza para dar cumprimento a isso, não adota medidas concretas para transformar aquela ideia numa atitude efetiva. São dois comportamentos aos quais que precisamos ter atenção sob pena de vender ao investidor gato por lebre, de vender compromissos que não serão alcançados. E isso é importante na agenda de integridade da CVM”, afirmou ele no Sustainability Week 2024, congresso organizado pelo BID Invest em Manaus. Ele voltou a afirmar que “o futuro é verde, digital”, já que os mercados de capitais são cada vez mais globais e integrados. “Num país como o Brasil, a gente vem conseguindo resultados consistentes no digital, na criptoeconomia, na integração de agendas ao uso de tecnologias no mercado de capitais”, comentou. “O futuro é verde, digital e já chegou, porque tem apresentado oportunidades no momento presente.” Nascimento frisou que o mercado de capitais é uma “ferramenta poderosa” para dar cumprimento a políticas públicas. Segundo ele, a iniciativa privada deve enxergar na sustentabilidade uma agenda de recompensas, com o controle das mudanças climática e a transição para uma economia de baixo carbono. “A CVM enxerga na sustentabilidade uma forma de gerar negócios para todas as regiões do país.””
Fonte: Valor Econômico; 11/06/2024
Oferta de biometano ainda é desafio para substituir diesel
““Quem tem o biometano está utilizando o biometano. A realidade é que falta biometano para o tamanho da demanda que existe de descarbonização”, resume Cristian Malevic, diretor de Descarbonização na MWM. Em entrevista à agência epbr, o executivo avalia que as discussões de políticas para incentivar a inserção do novo combustível na matriz são saudáveis e que a alternativa está entre as mais promissoras para substituir o diesel fóssil em caminhões e máquinas agrícolas. “Não tem discussão em relação ao biometano ser uma rota [de descarbonização]. A discussão toda é como criar esse arcabouço”. Ele cita como exemplo as iniciativas de distribuidoras de gás para criar corredores azuis de abastecimento de ônibus e caminhões com gás natural e biometano. “Os corredores passam por investimento em infraestrutura, para você ter investimento em infraestrutura, você precisa ter segurança jurídica. Antes de tudo, precisa ter disponibilidade de biometano”. A MWM é uma fabricante de motores e geradores de energia subsidiária da Tupy. Recentemente, o grupo uniu forças à Cocal, produtora de bioenergia do oeste paulista, para converter parte da frota de caminhões e motobombas movidos a diesel. Nesta primeira fase, foram transformados 20 equipamentos com motores MWM 100% gás com potências entre 220 e 330 cv, que já estão em plena operação na atual safra 24/25, utilizando exclusivamente o biometano como combustível. Além disso, as duas empresas estão trabalhando em conjunto para levar a alternativa a clientes em comum – a Cocal com o biometano, e a MWM com os equipamentos. “Nossa estratégia é trabalhar sempre olhando as vias de descarbonização que nós chamamos viáveis. Então, nós temos diversas iniciativas em andamento. Essa iniciativa ligada à transformação dos caminhões da mobilidade comercial, saindo do diesel e indo para o biometano, para nós é importantíssima”, conta Malevic.”
Fonte: Epbr; 11/06/2024
Política
Mover vai à sanção sem requisitos de conteúdo local para óleo e gás
“A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei do Mover, nesta terça (11/6), sem a emenda que estabelecia índices obrigatórios para o cumprimento de requisitos de conteúdo local para projetos de petróleo e gás natural. Com 380 votos a favor e 26 contra, o texto vai à sanção do presidente Lula. O texto aprovado representa alívio para o setor, que acompanhou com apreensão as votações desde que a emenda foi aprovada no texto que saiu da Câmara para o Senado. O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), a Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro) e a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) vinham demonstrando preocupação com a emenda do deputado Áureo Ribeiro. Até mesmo o Sinaval, que representa os estaleiros, foi contrário ao capítulo incluído no Mover. O Mover é o programa para o setor automobilístico que substitui o Rota 2030 e vai conceder benefícios à indústria a partir de critérios de sustentabilidade e ciclo de vida. Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Alexandre Padilha (Articulação Política) trabalharam para derrubar o trecho que estabelece índices para contratação de bens e serviços de empresas nacionais, durante as discussões no Senado Federal. O ministro de Minas e Energia disse ser favorável às regras de conteúdo local, mas defende que a competência seja mantida com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido por ele. A articulação resultou na exclusão da emenda no Senado, pelo relator Rodrigo Cunha (Podemos/AL), e na reavaliação do texto na Câmara, nesta terça, pelo relator Átila Lira (PP/PI). O presidente executivo da Abespetro, Thelmo Ghiorzi, falou à epbr que é melhor “premiar quem faz mais do que multar quem faz menos”. Ghiorzi diz ver com alívio a retirada da emenda. Questionado se a associação defende que o CNPE seja o responsável pela análise e fixação dos índices obrigatórios de conteúdo local, o presidente executivo da Abespetro defendeu que haja uma política industrial de longo prazo.”
Fonte: Epbr; 11/06/2024
Internacional
Empresas
O setor de aviação pede mais financiamento para combustíveis verdes sintéticos
“A Europa precisará investir mais em combustíveis sintéticos para a aviação se quiser cumprir suas metas de zero emissões líquidas e descarbonizar a aviação até 2050, pois não pode depender apenas do biocombustível, de acordo com os líderes do setor, e muitos pedem mais ajuda aos governos. O combustível de aviação sustentável (SAF) à base de biocombustível, feito de materiais como óleo de cozinha usado ou lascas de madeira, poderia reduzir as emissões da aviação em até 80%, de acordo com funcionários do governo e do setor, e é visto como a principal solução verde para o setor. Mas há uma escassez de matérias-primas para produzir o suficiente do combustível a partir de materiais orgânicos. O investimento em combustíveis sintéticos mais caros feitos de hidrogênio ou captura de carbono, conhecidos como e-SAFs, é necessário para garantir que a Europa possa atingir suas metas ecológicas. Apenas algumas refinarias produzem o e-SAF, que é considerado ainda mais limpo do que o SAF à base de biocombustível, e pouquíssimas companhias aéreas se comprometeram a comprá-lo. “Definitivamente, precisamos do e-SAF para colocar no mercado a quantidade necessária para os mandatos de mistura primeiro e, mais tarde, até 2050, para que todas as aeronaves voem com SAF”, disse Uwe Gaudig à Reuters, que trabalha em projetos de SAF para a empresa de engenharia Griesemann group na Alemanha. O SAF representa apenas 0,2% do uso global de combustível de aviação, sendo que a maior parte é feita com biocombustíveis baseados em matéria-prima orgânica. Um dos motivos para a lenta adoção é o preço – o SAF à base de biocombustível custa de três a cinco vezes mais do que o combustível de aviação tradicional. O SAF sintético é substancialmente mais caro do que isso, dizem os especialistas, com estimativas que mostram que ele pode ser até dez vezes mais caro do que o combustível tradicional.”
Fonte: Reuters; 11/06/2024
“Algumas das maiores montadoras do mundo estão enfrentando 1,5 milhão de processos na Grã-Bretanha por supostamente fraudarem testes de emissões que podem lhes custar pelo menos 6 bilhões de libras (US$ 7,6 bilhões), disseram os advogados dos reclamantes ao Tribunal Superior de Londres na terça-feira.As ações judiciais, movidas por proprietários de veículos a diesel, destacam as consequências contínuas para as montadoras de um escândalo que eclodiu em 2015, quando a Volkswagen admitiu ter usado “dispositivos manipuladores” para alterar os níveis de emissões dos veículos a diesel durante os testes. Fabricantes como a Mercedes-Benz e a Ford também teriam enganado os clientes sobre a conformidade de determinados veículos com os padrões de emissões de óxido de nitrogênio – o que as empresas negam. Um porta-voz da Mercedes-Benz – que enfrenta cerca de 300.000 reclamações – disse em um comunicado: “Continuamos a acreditar que as reclamações contra a Mercedes-Benz não têm mérito e nos defenderemos vigorosamente contra elas ou contra qualquer ação coletiva com os meios legais necessários.” Um porta-voz da Ford disse: “Não vemos mérito nessas alegações e estamos nos defendendo com firmeza contra elas. Nossos veículos e motores atendem a todos os requisitos de emissões aplicáveis.” O escândalo do “dieselgate” da Volkswagen (VOWG_p.DE), abre nova aba, custou à montadora mais de 32 bilhões de euros (US$ 34 bilhões) em reformas de veículos, multas e custos legais. O grupo alemão concordou em pagar 193 milhões de libras em 2022 para resolver as reclamações de cerca de 91.000 motoristas britânicos sem qualquer admissão de responsabilidade. Os advogados que representam uma coalizão de reclamantes disseram em uma audiência preliminar que havia cerca de 1,5 milhão de reclamantes processando 13 grupos diferentes de fabricantes de veículos.”
Fonte: Reuters; 11/06/2024
Investimento em energia limpa: uma história de duas metades
“Os manifestos estão sendo publicados esta semana antes da votação de 4 de julho. O Partido Conservador planeja continuar a emitir licenças para perfuração de petróleo e gás no Mar do Norte e trabalhar para descarbonizar a rede elétrica até 2035. Em contrapartida, o Partido Trabalhista, da oposição, que está à frente nas pesquisas, quer parar de emitir novas licenças para exploração de petróleo e gás e descarbonizar a rede elétrica até a meta mais ambiciosa de 2030. Claire Coutinho, secretária de energia do Partido Conservador, chamou a política energética do Partido Trabalhista de “uma bagunça” e apontou para o anúncio da Nova Zelândia, no domingo, de que planeja eliminar sua própria proibição de exploração de petróleo e gás em alto-mar. A proibição da Nova Zelândia foi introduzida em 2018 pelo então governo trabalhista liderado por Jacinda Ardern; o partido foi derrotado pelo partido nacional de centro-direita e pelos parceiros de coalizão em 2023. Uma mudança para a direita também pode afetar a política verde na Europa, com partidos de extrema direita obtendo ganhos surpreendentes nas eleições da UE. “Diga adeus ao acordo ecológico europeu”, Simon Hix, professor de política da Universidade da Europa. O artigo desta semana examina o fluxo global de gastos com energia, analisando o último levantamento da Agência Internacional de Energia sobre quanto dinheiro está sendo investido em energia limpa em comparação com os combustíveis fósseis. Publicado aproximadamente na metade do caminho entre as conferências anuais da ONU sobre mudanças climáticas, o último relatório anual de investimentos em energia da AIE é uma avaliação útil para saber se o dinheiro está indo na direção certa. Houve uma mudança no longo prazo: cerca de 55% do investimento global em energia foi destinado a combustíveis fósseis em 2015, enquanto em 2024 esse número deverá cair para cerca de 36%, de acordo com os números da AIE.”
Fonte: Financial Times; 11/06/2024
Yara inaugura maior planta de hidrogênio verde da Europa
“A Yara inaugurou, nesta segunda (10/6), a maior planta de hidrogênio verde da Europa, segundo o comunicado oficial da empresa. A unidade instalada em Porsgrunn, na Noruega, é dedicada para a produção de amônia verde para fertilizantes e combustível para navios, sob responsabilidade da subsidiária Yara Clean Ammonia. “Este é um marco importante para a Yara e para a descarbonização da cadeia de valor alimentar, transporte de combustível e outras indústrias de uso intensivo de energia”, disse Svein Tore Holsether, CEO da Yara. Com 24 MW de capacidade, a planta utiliza eletrólise da água alimentada por energia renovável para produzir hidrogênio e já entregou as primeiras toneladas de fertilizantes a partir de amônia renovável para uma cooperativa agrícola no país. “Este é um projeto inovador e um testemunho da nossa missão de alimentar o mundo de forma responsável e proteger o planeta”, declarou Holsether. A Yara espera uma redução anual de 41 mil toneladas de emissões de CO2 na unidade, ao substituir o gás natural pelo hidrogênio. O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, classificou a iniciativa como “um testemunho da capacidade de inovação e do compromisso da Noruega com a sustentabilidade”. Além dos fertilizantes produzidos com eletrólise da água e energia renovável, a companhia também está desenvolvendo fertilizantes baseados em amônia de baixo carbono utilizando captura e armazenamento de carbono (CCS). Em 2023, a empresa assinou um acordo vinculativo para transporte e armazenamento de CO2 com a Northern Lights, marcando o primeiro acordo transfronteiriço de CCS em operação no mundo. Com este acordo, a Yara pretende reduzir em 800 mil toneladas suas emissões anuais de CO2 na produção de amônia em Sluiskil.”
Fonte: Epbr; 11/06/2024
Siderúrgicas buscam o hidrogênio para tornar verde um setor altamente poluente
“Perto do Círculo Polar Ártico, no norte da Suécia, está em andamento um projeto de 6,5 bilhões de euros que visa reduzir em 95% as emissões de carbono da produção tradicional de aço. A H2 Green Steel espera iniciar a produção do metal em meados de 2026 em sua nova unidade em Boden, com a ambição de aumentar o fornecimento para o mercado europeu inicialmente para 2,5 milhões de toneladas por ano, crescendo para 5 milhões de toneladas anuais até 2030. No centro do projeto está o uso de hidrogênio – produzido por eletrólise usando a capacidade excedente de energia hidrelétrica verde da Suécia – como uma alternativa ao carvão de coque convencional. O gás hidrogênio será usado para reduzir o minério de ferro, transformando-o em ferro “verde” quente, que poderá ser misturado com sucata reciclada e laminado em aço fresco em fornos elétricos a arco. Os eletrolisadores com capacidade de 700 MW na planta integrada devem produzir 100.000 toneladas de gás por ano, tornando-a uma das maiores instalações de hidrogênio verde planejadas da Europa. A produção de aço planejada para o empreendimento continua modesta em comparação com os 152 milhões de toneladas anuais que o órgão comercial Eurofer, a Associação Europeia do Aço, calcula que sejam produzidas em toda a UE. Mas os apoiadores da Boden esperam que a usina sirva de modelo para a descarbonização da produção de aço em outras partes do bloco comercial e além dele. A necessidade de descarbonizar o setor é urgente em todo o mundo. A produção de aço continua muito dependente do carvão de coque nos altos-fornos tradicionais, que produzem enormes quantidades de dióxido de carbono. Os fornos elétricos a arco, normalmente usados na reciclagem de sucata ou nos estágios finais da produção de aço, são menos intensivos em carbono, mas também podem ser altamente poluentes, dependendo da pegada de carbono de sua fonte de energia elétrica.”
Fonte: Financial Times; 11/06/2024
Volkswagen se une à Xpeng para ganhar relevância no mercado de veículos elétricos na China
“Depois de ficar para trás no mercado automotivo cada vez mais eletrificado da China, o Grupo Volkswagen está tentando recuperar o atraso por meio de uma parceria com a fabricante chinesa de veículos elétricos Xpeng. Este ano se completa o 40º aniversário de uma joint venture da Volkswagen com a Saic Motor, de Xangai. À medida que a demanda por veículos a gasolina cai, a Volkswagen enfrenta uma reviravolta, em que o lado chinês se torna a fonte de novas tecnologias, em vez do contrário. “Com nossas parcerias tecnológicas chinesas, estamos nos integrando ao ecossistema local”, disse o executivo-chefe (CEO), Oliver Blume, na reunião anual de acionistas da Volkswagen em 29 de maio. “Estaremos em posição de implementar inovações mais rapidamente”, disse Blume. “Estamos nos alinhando ainda mais com as expectativas de nossos clientes chineses.” A China, o maior mercado automotivo do mundo, responde por 35% do volume global de vendas do grupo. Em julho de 2023, a Volkswagen concordou em comprar uma participação de 4,99% na Xpeng por US$ 700 milhões e também firmou um acordo de desenvolvimento tecnológico com a fabricante de veículos elétricos. Os dois lados desenvolverão em conjunto dois veículos elétricos em uma plataforma Xpeng. Os veículos serão lançados já em 2026 sob a marca Volkswagen. Esta parceria visa construir carros com recursos que os motoristas chineses desejam, incluindo karaokê e videogames. Na questão do design, a tecnologia de software Xpeng será usada para desenvolver uma nova arquitetura elétrica para veículos elétricos da Volkswagen que diminuirá o número de unidades de controle eletrônico e economizará custos. Também tornará mais fácil adicionar recursos de direção autônoma no futuro. A colaboração da Volkswagen com a Xpeng também buscará acelerar o desenvolvimento.”
Fonte: Valor Econômico; 12/06/2024
Política
Conselho do Banco Mundial aceita acolher fundo de “perdas e danos” climáticos
“O Conselho de Administração do Banco Mundial aprovou na terça-feira um plano para que o banco atue como anfitrião interino de um fundo que prestará apoio financeiro aos países em desenvolvimento afetados pelas alterações climáticas. As nações mais ricas receavam que a criação de um fundo para ajudar a cobrir o impacto de fenómenos meteorológicos extremos – como inundações e secas – significasse que tinham assumido a responsabilidade de causar danos ao clima com as suas emissões de carbono. Ainda assim, um fundo de “perdas e danos” foi acordado em princípio nas conversações sobre o clima em 2022, após anos de debate, e, a partir de 2023, os países começaram a fazer promessas para o mesmo, entre eles a Itália e os Países Baixos. Um plano para que o Banco Mundial acolhesse inicialmente o fundo foi alvo de críticas por parte de alguns países, preocupados com o facto de isso dar demasiada influência aos doadores, incluindo os Estados Unidos, que nomeiam o presidente do Banco Mundial. O fundo permanecerá no Banco Mundial durante quatro anos, como fundo intermediário financeiro, e o conselho de administração do fundo permanecerá independente do banco, mantendo a sua própria estrutura de governação e o controlo das decisões de financiamento, afirmou. Harjeet Singh, ativista climático e diretor de envolvimento global da Fossil Fuel Treaty Initiative, uma organização sem fins lucrativos, afirmou que o banco precisa agora de formalizar os acordos de acolhimento e de administração até agosto. Estes pactos ajudariam a assegurar a autonomia do conselho de administração do fundo relativamente às operações e a garantir o acesso financeiro dos países em desenvolvimento, afirmou. O banco deve garantir o dinheiro prometido rapidamente e permitir o “desembolso mais rápido possível”, disse Singh.”
Fonte: Reuters; 11/06/2024
“A ascensão dos partidos populistas e de extrema direita nas eleições de domingo para o Parlamento Europeu foi parcialmente refletida pela queda dos partidos verdes, mesmo que o centro tenha se mantido em grande parte. Cinco anos após a euforia que os Verdes experimentaram em 2019, quando aumentaram seus assentos de 52 para 74, eles caíram para 53. É improvável que o revés leve a uma reversão em grande escala das políticas climáticas da UE. Mas certamente significará menos ambição verde nos próximos cinco anos, com implicações muito além da Europa. O desempenho dos Verdes em 2019 pode ser um ponto alto. No ambiente econômico mais benigno, pré-pandêmico e pré-guerra, as manifestações em massa inspiradas por grupos verdes e ativistas como Greta Thunberg ajudaram a tornar as preocupações com o clima uma questão eleitoral central. Em resposta, os principais partidos estavam adotando promessas de net zero e Ursula von der Leyen, a então nova presidente da Comissão Europeia, fez do Green Deal – que visa tornar a UE neutra para o clima até 2050 – seu principal projeto. Infelizmente, os eleitores começaram a sentir o impacto das políticas verdes em suas carteiras e estilos de vida no momento em que a inflação pós-pandemia e o choque energético da guerra da Ucrânia começaram a fazer efeito. Alguns governos exacerbaram o problema com passos errados; a introdução malfeita de um projeto de lei pela coalizão tripartite da Alemanha, incluindo os Verdes, para substituir os novos sistemas de aquecimento a gás e a óleo por bombas de calor, criou uma reação adversa explorada pela AfD de extrema direita. Em outros lugares, os partidos de extrema direita fizeram capital político com promessas de retardar a transição, e os partidos de centro-direita adotaram versões atenuadas da mesma retórica. Os protestos dos agricultores em toda a UE contra as regulamentações ambientais consideradas pesadas proporcionaram um cenário muito diferente para a votação de 2024.”
Fonte: Financial Times; 11/06/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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