Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território levemente negativo, com o Ibov e ISE recuando -0,32% e -0,20%, respectivamente.
• No Brasil, (i) segundo relatório da consultoria Oliver Wyman, o aumento da produção de etanol, biodiesel, diesel renovável, combustível de aviação sustentável (SAF) e gás natural comprimido pode reduzir entre 27,4 milhões e 71,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente até 2030 – sozinho, o setor pode contribuir para mitigar 39% da meta total que o Brasil se comprometeu a reduzir (a chamada NDC); e (ii) com a cúpula amazônica em Belém se aproximando, o presidente Lula afirmou ontem que o mundo deve ajudar o Brasil a preservar a Amazônia, convidando os países a fazerem investimentos na região.
• No internacional, o Reino Unido aumentou o valor disponível em sua última rodada de leilões para estimular projetos de energia renovável em 22 milhões de libras, elevando o total para 227 milhões de libras – o movimento vem depois que o secretário de Energia, Grant Shapps, se reuniu com líderes do setor para discutir o investimento em novos projetos de energia para ajudar a aumentar a segurança energética do país.
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Brasil
Empresas
MP e Vale assinam acordo de reparação de R$ 40 milhões por degradação em Nova Lima
“O Ministério Público de Minas Gerais e a Vale assinaram nesta quarta-feira um termo de compromisso ambiental prevendo medidas para reparar danos em áreas degradadas do Complexo Minerário de Vargem Grande, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Vale comprometeu-se a pagar R$ 40 milhões, que serão usados em projetos ambientais, preferencialmente na área da bacia hidrográfica potencialmente impactada pela operação da Vale.O Ministério Público vai indicar a destinação do valor, especialmente em projetos socioambientais, de fiscalização, de proteção e reparação ambiental; ao apoio a entidades de proteção ambiental; a fundos federais, estaduais ou municipais para aplicação em proveito do meio ambiente. Pelo acordo, a Vale se compromete a não desenvolver atividade potencialmente poluidora sem as devidas licenças ambientais. O mesmo vale para eventuais empresas contratadas pela Vale para atuar no local. Também ficou definido que a Vale está proibida de captar água ou intervir em recursos hídricos sem autorização, bem como lançar efluente líquido ou atmosférico, sanitário ou industrial, em via pública ou diretamente na natureza sem tratamento prévio adequado. A Vale também se compromete a não causar qualquer espécie de poluição (hídrica, atmosférica, do solo, sonora), devendo observar os parâmetros e limites definidos pela legislação. Em até 90 dias, a Vale deve realizar o georreferenciamento de área do complexo minerário, elaborando um mapa que permita identificar as formas de cobertura do solo no local e nas imediações, além de detalhar as áreas de preservação permanente e reserva legal. A Vale também deve comprovar em 60 dias por laudo técnico a inexistência de áreas degradadas a serem recuperadas no complexo. O descumprimento de qualquer uma das obrigações obrigará a Vale a pagar multa diária no valor de R$ 10 mil por obrigação descumprida.”
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2023
Com bioenergia Brasil pode reduzir 39% da meta de emissões
“A estimativa é que o aumento da produção de etanol, biodiesel, diesel renovável, combustível de aviação sustentável (SAF) e gás natural comprimido pode reduzir entre 27,4 milhões e 71,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2 eq) até 2030, de acordo com a publicação. Como base de comparação, esse volume é maior do que o emitido por um país como Portugal, que, em 2021, lançou cerca de 61,4 MtCO2 eq na atmosfera. Se chegar até o máximo esperado (71,3 MtCO2 eq), sozinho, o setor vai contribuir para mitigar 39% da meta total que o Brasil se comprometeu a reduzir (a chamada NDC ou Contribuição Nacionalmente Determinada), de 183 MtCO2 eq até 2030. Isso significa, na prática, substituir até 30 bilhões de litros de diesel. Chegar a esse patamar, porém, exige uma série de ações, que passam por aumentar a produção e o consumo de biocombustíveis. Isso, aponta o relatório, dependerá da própria indústria de transporte e dos legisladores ‘comprarem a ideia’. “Não existe uma bala de prata para fechar o ‘gap’ de emissões. É necessária uma combinação de esforços de vários setores e alguns relevantes já são amplamente conhecidos e desenvolvidos no Brasil, como o de etanol, biodiesel renovável e SAF”, comenta Rodrigo Borges, gerente de Energia e Recursos Naturais da Oliver Wyman. A intenção da consultoria com o relatório, segundo o executivo, é justamente chamar a atenção de consumidores, empresários e governos para uma área que pode, com incentivos corretos, ampliar seu impacto. Na pizza de setores que mais emitem no Brasil, o de transporte – incluindo rodoviário, aéreo e marítimo -, não é o principal, mas não deixa de ser um relevante: é responsável por 15% das emissões nacionais. Por outro lado, as soluções para ele são mais conhecidas e já utilizadas e, portanto, mais escaláveis. Para Rodolfo Taveira, diretor da mesma área na consultoria, o país precisa valorizar as soluções de baixa emissão que já têm e não apenas ‘comprar’ a solução de outros países, como o carro elétrico. “Temos condições diferentes e opções só nossas que podem ser mais interessantes, como os carros híbridos a etanol e eletricidade”, diz.”
Fonte: Valor Econômico, 03/08/2023
Abren defende obrigatoriedade de concessão para gestão de resíduos no Brasil
“Associação Brasileira de Recuperação Energética (Abren) se posicionou em defesa da manutenção da obrigatoriedade de concessão para a gestão de resíduos no Brasil em oposição à Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), que defende contratos mais simplificados. Em recente entrevista ao Valor no dia 26 de julho, o ex-secretário nacional de saneamento no governo de Jair Bolsonaro e presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão, disse que a agenda de concessões regionais de resíduos sólidos pouco avançou desde 2020 e propôs a criação de um novo formato de regionalização, em que os municípios no entorno de um aterro sanitário já existente possam firmar contratos de longo prazo com o operador de forma mais simples. Para o presidente da Abren, Yuri Schmitke, a desobrigatoriedade de concessão para aterros irá trazer prejuízos para o Brasil, onde somente 40% do resíduo sólido urbano (RSU) vão para lixões e aterros controlados e cerca de 4% são reciclados. De acordo com o executivo da Abren, isso ocorre justamente por falta de concessões com uma estrutura tarifária adequada. “Essa proposta trará um grande retrocesso ao setor de resíduos no Brasil. A obrigação de concessões para o manejo de resíduos sólidos existe desde julho de 2020, com a aprovação do novo marco do saneamento, aplicando-se desde as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final de resíduos e disposição final de rejeitos em aterros”, ataca. Ele acrescenta que concessões são contratos de longo prazo que permitem a amortização de investimentos, como em centrais mecanizadas de reciclagem, aterro, biogás e usinas de recuperação energética para cidades maiores ou consórcios de municípios com pelo menos 700 mil habitantes. Nesse modelo de concessão, o serviço pode ser cobrado na tarifa de água ou de luz, o que já está devidamente regulamentado e sendo utilizado por diversos municípios do Brasil.”
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2023
Startup fabricante de bioplásticos recebe aporte de R$ 32 mi
“A Earth Renewable Technologies (ERT) recebeu um investimento de R$ 32 milhões da Positivo Tecnologia por meio de Fundo de Investimento de Participações (FIP).Com esse aporte e também com o apoio estratégico da Positivo Tecnologia, a empresa viabilizará iniciativas sustentáveis na produção de materiais de uso cotidiano como embalagens e sacolas descartáveis por meio do bioplástico , acelerando os planos de sua produção em Manaus. No Brasil, apenas 1,2% do plástico produzido é reciclado. De acordo com estudo feito pela organização não governamental World Wide Fund for Nature (Fundo Mundial para a Natureza, em português), o país figura como o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. “Dentro dos benefícios da operação no Amazonas está a colaboração com instituições de pesquisa locais no desenvolvimento de novos plásticos compostáveis e no incentivo da utilização de bioinsumos regionais. “Buscamos a evolução contínua dos nossos bioplásticos e incentivamos a bioeconomia local para inserir o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável”, afirma Emanuel Martins, COO da Earth Renewable Technologies responsável pela unidade Manaus. O investimento da Positivo Tecnologia na ERT insere a fabricante de bioplásticos no ecossistema de inovação da Zona Franca de Manaus e consequentemente fortalece o compromisso da empresa brasileira de tecnologia na busca de alternativas sustentáveis para o mercado em que atua. A aplicação de recursos em startups pela Positivo Tecnologia é pilar estratégico do Programa de Corporate Venture Capital da Companhia”
Fonte: Exame, 03/08/2023
Política
Lula afirma que ‘o mundo precisa ajudar’ o Brasil a preservar a Amazônia
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou, nesta quarta-feira, 2, que “o mundo precisa ajudar” o Brasil a preservar a Amazônia, a menos de uma semana de uma cúpula amazônica que o país sediará em Belém. “Sabemos da responsabilidade (…) que é convencer o mundo de que fazer investimento é barato se a gente conseguir impedir que a floresta continue sendo destruída”, disse Lula durante um café da manhã com correspondentes da imprensa internacional no Brasil, entre eles a AFP, no Palácio do Planalto. “O mundo precisa ajudar a gente a fazer o desenvolvimento na Amazônia”, respondeu Lula, de 77 anos, a uma pergunta da AFP sobre como compatibilizará o desenvolvimento econômico da região com a preservação. Nesta quarta, 2, Lula reiterou que seu governo “será muito duro” no combate ao desmatamento. A destruição da Amazônia brasileira caiu 33,6% entre janeiro e junho de 2023, o primeiro semestre do governo Lula, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo números oficiais divulgados em julho.”
Fonte: Exame, 02/08/2023
Internacional
Empresas
Start-up do Reino Unido se une à MinRes australiana para reduzir as emissões de minério de ferro
“A start-up britânica Binding Solutions concordou com um acordo com a Australia’s Mineral Resources para ajudar a impulsionar sua nova tecnologia, que diz que poderia reduzir as emissões do minério de ferro em centenas de milhões de toneladas métricas por ano. A Mineral Resources Ltd (MinRes) – um grande produtor de minério de ferro e também um provedor de serviços para mineiros – concordou em investir US$ 17,5 milhões na empresa britânica e licenciar a tecnologia, disse um comunicado na quinta-feira. A indústria siderúrgica global está lutando para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, já que o setor é um dos maiores emissores industriais, com 2,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, com 7% a 9% das emissões globais, de acordo com a World Steel Association. A tecnologia privada da Binding Solutions reduz as emissões de energia e CO2 na produção de pellets de minério de ferro em mais de 90% em comparação com o método estabelecido de uso de calor de mais de 1.200 graus centígrados, disse, sem dar detalhes do processo. “O minério de ferro supera todos os outros metais na transição energética e também é o maior poluidor”, disse Julian Lee, executivo-chefe da Binding Solutions, à Reuters, acrescentando que o acordo acelera a implantação da empresa. A fabricação de pellets é responsável por cerca de 15% das emissões da indústria siderúrgica, ou 390 milhões de toneladas de CO2. Isso é o equivalente às emissões totais da África do Sul em 2020, de acordo com dados do Banco Mundial.”
Fonte: Reuters, 03/08/2023
Política
Grã-Bretanha aumenta a última rodada de subsídios de energia renovável em 22 milhões de libras
“A Grã-Bretanha aumentou o valor disponível em sua última rodada de leilões para estimular projetos de energia renovável em 22 milhões de libras (US$ 28 milhões), elevando o total para 227 milhões de libras, disse o governo na quinta-feira. O movimento vem depois que o secretário de Energia da Grã-Bretanha, Grant Shapps, se reuniu com líderes do setor na quarta-feira para discutir o investimento em novos projetos de energia para ajudar a aumentar a segurança energética do país e atender às suas emissões líquidas zero até uma meta climática de 2050. “Espera-se que esse aumento de financiamento envie um sinal poderoso para a indústria, aumentando a confiança dos desenvolvedores no setor a cada ano e aumentando a reputação do Reino Unido como um dos lugares mais atraentes para investir”, disseram o Departamento de Segurança Energética e a Net Zero em um comunicado. O esquema de contrato por diferença (CfD) da Grã-Bretanha, que foi lançado em 2014, oferece aos desenvolvedores de energia renovável um preço garantido para sua eletricidade. O aumento de financiamento anunciado na quinta-feira é para o seu quinto leilão CfD, que está atualmente aberto para candidatos. Na quinta rodada, o orçamento para tecnologias estabelecidas, como energia solar e eólica offshore, será aumentado de 170 milhões de libras para 190 milhões de libras, com 37 milhões de libras para tecnologias emergentes, como vento offshore flutuante, de 35 milhões de libras, disse o departamento.”
Fonte: Reuters, 03/08/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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Mineração & Siderurgia: Um setor desafiador, gradualmente buscando oportunidades; Gerdau à frente dos pares (link)
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ESG: Quatro principais tendências para a segunda metade do ano (link)
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ELET3 e o interesse em H2V; Mercado de dívida verde cresce; Projeto de lei para mercado de carbono no Brasil está pronto (link)
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