Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de segunda-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,4% e 0,2%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Copel anunciou ontem a aprovação, por parte do seu conselho de administração, do início do processo de migração para o Novo Mercado da B3 - a decisão, segundo a empresa, visa ampliar sua transparência, consolidar sua base acionária e alinhar-se às melhores práticas do mercado de capitais; e (ii) a Vale iniciou as obras para a descaracterização da barragem a montante Xingu, na Mina Alegria, em Mariana (MG) - essa é a terceira estrutura a montante do Complexo Mariana a ter as obras iniciadas, e a previsão é de que a remoção seja concluída em 2034.
• Ainda no país, o BNDES anunciou ontem que vai investir R$ 10 bilhões em ações de empresas via participação direta e por meio de fundos - a ideia é investir em projetos alinhados aos setores considerados prioritários pela atual administração, como transição energética e inovação.
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Brasil
Empresas
Distribuidoras privadas lançam chamada pública conjunta para aquisição de gás e biometano
"As distribuidoras de gás canalizado Compagas (Paraná), Necta Gás (noroeste de São Paulo) e Sulgás (Rio Grande do Sul) abriram nesta segunda-feira (23/6) uma chamada pública conjunta para aquisição de gás natural e biometano. Em comum, as três companhias são controladas, direta ou indiretamente, pela Compass, do grupo Cosan, em sociedade com a Commit (Compass/Mitsui). Juntas, as concessionárias pretendem comprar cerca de 750 mil m³/dia. O processo de seleção e contratação será feito de forma autônoma por cada uma das distribuidoras: A Compagas busca 250 mil m³/dia a partir de 2026; A Necta prevê contratar até 300 mil m³/dia; E a Sulgás mira a aquisição de até 200 mil m³/dia a partir de 2026. Cada edital tem os produtos especificados com volumes, modalidades de contratação (firme, interruptível e flexível), locais de entrega e prazos para início de fornecimento. As propostas deverão ser apresentadas até 23 de julho e podem abranger o fornecimento de gás natural ou biometano via gasodutos ou na forma de gás liquefeito (GNL) ou comprimido (GNC). A ideia das companhias é complementar os contratos de suprimento em vigor, diversificar o portfólio de suprimento e buscar condições mais competitivas na aquisição de molécula, para abastecimento do mercado cativo."
Fonte: Eixos; 23/06/2025
Copel inicia migração para Novo Mercado da B3
"A Copel (Companhia Paranaense de Energia) anunciou, nesta segunda-feira (23), a aprovação, por parte do seu conselho de administração, do início do processo de migração para o Novo Mercado da B3, segmento que reúne empresas com os mais altos padrões de governança corporativa do mercado acionário brasileiro. A decisão, segundo a empresa, visa ampliar sua transparência, consolidar sua base acionária e alinhar-se às melhores práticas do mercado de capitais. A migração será submetida à deliberação dos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o dia 4 de agosto de 2025. Em caso de aprovação e cumprimento das condições suspensivas, a Copel passará a compor oficialmente o Novo Mercado. O CEO da empresa, Daniel Slaviero, afirma que a proposta é adotar uma estrutura com classe única de ações, alinhada ao princípio de governança corporativa conhecido como “one share, one vote” (uma ação, um voto, na tradução para o português). Isso significa que cada ação confere exatamente um voto nas decisões da empresa, garantindo igualdade de poder político entre todos os acionistas, independentemente de quem as detenha. “Isso demonstra uma evolução da governança, um aumento da liquidez, que tem um potencial muito forte de ampliação da base de acionistas, sejam investidores nacionais ou internacionais. Em 2019, a Copel tinha 50 mil acionistas e hoje já superou os 400 mil, além de destravar valor da companhia”, disse."
Fonte: Valor Econômico; 23/06/2025
BNDESPar retomará investimentos em renda variável com R$ 10 bi para economia verde e inovação
"O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira que vai investir R$ 10 bilhões em ações de empresas via participação direta e por meio de fundos. Os recursos serão oriundos do recebimento de dividendos e da venda de participação em empresas consideradas “maduras” pela instituição. A ideia é que o dinheiro da venda de ações seja realocado em projetos alinhados aos setores considerados prioritários pela atual administração, como transição energética e inovação. “As empresas que o BNDES participa e já saíram do estágio de crescimento para o estágio maduro são candidatas ao desinvestimento para que o dinheiro seja usado em novos investimentos no setor de inovação e descarbonização”, disse ao Valor o diretor financeiro e de mercado de capitais do BNDES, Alexandre Abreu. Do total, R$ 5 bilhões serão destinados para aportes diretos em empresas. Os outros R$ 5 bilhões serão aplicados via fundo de investimentos por meio de uma chamada pública voltada para transição climática e soluções baseadas na natureza, que será lançada na COP30, em novembro, em Belém (PA). “Temos um novo posicionamento estratégico, que busca investir na economia verde e em inovação em empresas de todos os portes”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota. A carteira de participações do BNDES finalizou o 1 trimestre de 2025 em R$ 87,6 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões alocados em fundos de investimentos."
Fonte: Valor Econômico; 23/06/2025
Vale inicia remoção de barragem a montante em Mariana
"A mineradora Vale (VALE3) iniciou as obras para a descaracterização da barragem a montante Xingu, na Mina Alegria, em Mariana (MG). É a terceira estrutura a montante do Complexo Mariana a ter as obras iniciadas, e a previsão é de que a remoção seja concluída em 2034. “A montante” é um tipo de construção de barragem de rejeitos em que a estrutura é elevada sobre o próprio material depositado, formando camadas sucessivas de rejeito. O método é mais barato, mas considerado menos seguro e associado a maior risco de rompimento. A companhia informou que já removeu 17 estruturas a montante e tem ainda outras 13 para descaracterizar, incluindo Xingu. “Estamos iniciando mais uma obra importante, e seguimos com avanços consistentes no nosso Programa de Descaracterização. É um passo fundamental para a segurança da comunidade, e uma oportunidade de impacto social positivo com a geração de empregos na região”, disse a diretora de Descaracterização da Vale, Adriana Bandeira. A companhia informa que, desde 2019, já investiu mais de R$ 10 bilhões no Programa de Descaracterização de Barragens. Todas as barragens a montante da empresa no Brasil estão inativas e são monitoradas permanentemente, frisou a companhia. A previsão é de que sejam gerados 180 empregos diretos na remoção da barragem de Xingu, com prioridade para contratação de mão de obra local. Na primeira etapa serão realizadas drenagem superficial, instalação de instrumentos adicionais para monitoramento e obras de proteção ambiental para prosseguimento das atividades da descaracterização."
Fonte: Valor Econômico; 24/06/2025
Política
Ibama confirma emissão da primeira primeira licença para eólica offshore no Brasil na terça-feira
"O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou que vai emitir, nesta terça-feira (24/6), a primeira licença prévia para um projeto de energia eólica offshore no Brasil. A informação foi antecipada pela agência eixos na semana passada. A licença será para o Sítio de Testes de Aerogeradores Offshore, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), localizado a uma distância de 15 a 20 quilômetros da costa do município de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. O projeto piloto prevê a instalação de dois aerogeradores, com capacidade instalada total de até 24,5 megawatts (MW), nas proximidades do Porto-Ilha de Areia Branca. A energia gerada será destinada ao consumo interno do empreendimento. A iniciativa deve contribuir para a autossuficiência energética do Porto-Ilha e a redução do uso de combustíveis fósseis. Segundo o Ibama, o Sítio de Testes vai servir, ainda, para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional, ao adaptar tecnologias offshore às condições ambientais brasileiras e impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região. A emissão da licença prévia comprova a viabilidade ambiental do projeto em sua fase de planejamento. As próximas etapas do licenciamento dependem do cumprimento dos requisitos do Ibama. O Plano de Gestão Ambiental é composto por 13 programas, incluindo monitoramento de fauna, ruídos subaquáticos, comunicação social e qualificação profissional. O Sítio de Testes funciona como um projeto-piloto. O Senai prevê, ainda neste ano, lançar um “edital multiclientes” para empresas que queiram participar do projeto."
Fonte: Eixos; 23/06/2025
Governo cria comitê gestor brasileiro de iniciativa global para combate à desinformação climática
"O governo publicou, nesta segunda-feira (23/6), no Diário Oficial da União, uma portaria que cria o comitê gestor brasileiro da Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudança do Clima, o Comitê Informação e Clima Brasil. A iniciativa foi lançada pelo governo brasileiro, as Nações Unidas e a Unesco em reunião do G20, em novembro de 2024. O objetivo é fortalecer pesquisas e medidas de combate à desinformação climática. A expectativa é que o projeto impulsione o apoio a ações climáticas urgentes. O comitê terá 24 membros de diferentes ministérios e órgãos, e poderá ter até dez câmaras temáticas em operação simultânea. As competências do grupo incluem o combate à desinformação sobre causas, consequências e soluções climáticas, além da defesa das políticas públicas de enfrentamento à mudança climática. Também busca garantir que jornalistas, comunicadores, cientistas, povos indígenas, defensores de direitos humanos e ambientalistas possam atuar com segurança na divulgação de informações climáticas. Essas diretrizes envolvem o incentivo à pesquisa, análise e acompanhamento do debate público no ambiente digital, além da articulação com entes federativos, organismos internacionais, sociedade civil, setor privado e instituições acadêmicas. Ações específicas visam fortalecer o jornalismo profissional sobre mudança do clima, promover a educação midiática e ambiental, e fomentar a participação crítica da sociedade no debate climático."
Fonte: Eixos; 23/06/2025
Internacional
Empresas
Metas net zero continuam em vigor em muitas empresas, afirma órgão regulador
"Os esforços de sustentabilidade têm sido alvo de críticas recentemente, mas muitas empresas afirmam que os argumentos comerciais para buscar emissões líquidas zero continuam sólidos, declarou o novo líder da organização sem fins lucrativos responsável por definir padrões de ação climática. O aumento no número de empresas que buscam validar suas metas de transição pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) indica que muitas não estão recuando em relação aos compromissos de sustentabilidade, apesar da reação política e da pressão dos investidores. As inscrições na SBTi cresceram 30% no acumulado do ano, segundo David Kennedy, diretor executivo da organização, após um recorde registrado no ano passado. “Não se trata apenas de as empresas fazerem a coisa certa”, afirmou Kennedy, que assumiu o cargo em março. “Trata-se de as empresas gerenciarem seu risco de transição, e a SBTi faz parte desse processo, que, em última análise, traz benefícios para o mundo. Mas isso precisa estar alinhado com as realidades comerciais, e elas podem fazer isso. Existe um ponto ideal onde a ciência encontra os negócios, e é uma situação em que todos ganham.” Kennedy ressaltou que pretende adotar uma abordagem pragmática e colaborativa com as empresas que continuam trabalhando para reduzir as emissões, mesmo que não atinjam todas as metas. “Acredito que o princípio de reconhecer as empresas que foram além é importante”, disse ele. “Para aquelas que fizeram esforços sérios, mas ficaram um pouco aquém, não estamos aqui para envergonhar ninguém.”"
Fonte: The Wall Street Journal; 23/06/2025
Combustíveis fósseis precisam reflorestar cinco Amazônias para neutralizar emissões, diz estudo
"Cinco vezes o tamanho da Amazônia brasileira: essa é a área necessária para que as 200 maiores empresas de combustíveis fósseis compensem suas emissões de gases de efeito estufa. Os dados são de uma pesquisa dvulgada na Communications Earth & Environment, publicação da revista Nature. O levantamento analisou o volume de reservas dessas empresas e estimou a quantidade de CO2 que será liberada até 2050. O cálculo apontou que a área necessária para neutralizar as emissões é de 24,7 milhões de quilômetros quadrados, um território três vezes maior que o Brasil e superior a toda a extensão da América do Norte. No entanto, essa solução não é vista como é inviável: para plantar uma floresta desse tamanho, seria necessário sacrificar cidades, áreas agrícolas e outros espaços produtivos. Com as mudanças climáticas em curso, reduzir as emissões de dióxido de carbono tornou-se um dos maiores desafios para corporações que buscam minimizar seus impactos ambientais e o aquecimento global. Além de investir em inovações tecnológicas que diminuam os danos, o reflorestamento também é considerado uma medida eficaz, pois as árvores capturam o carbono da atmosfera. Contudo, segundo os cientistas, isso já não é mais suficiente — nem do ponto de vista ambiental nem econômico. A pesquisa avaliou a “valorização líquida ambiental” das 200 maiores petrolíferas, considerando o valor das empresas após descontadas as despesas necessárias para compensar suas emissões."
Fonte: Exame; 23/06/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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