Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE caindo 1,0% e 1,5%, respectivamente.
• No Brasil, a Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) recorreu à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pedindo o fim da divulgação da lista de inadimplentes, publicidade que a agência dá aos processos administrativos pelo não cumprimento das metas de aquisição de créditos de descarbonização (CBIOs) - segundo a associação, a ampliação das sanções por descumprimento de metas do RenovaBio levou a casos de negativa de fornecimento de biocombustíveis.
• No internacional, (i) a Comissão Europeia planeja flexibilizar suas regras de divulgação de dados de sustentabilidade corporativa e transparência na cadeia de suprimentos - de forma geral, a iniciativa visa tornar a Europa mais competitiva em relação aos Estados Unidos e à China; e (ii) a BP anunciou ontem que interromperá seu plano de se transformar em uma empresa de energia verde e voltará o foco de suas operações para óleo e gás novamente - a decisão foi tomada após pressão dos investidores por melhores resultados financeiros, incluindo a Elliott, um dos maiores fundos ativistas do mundo.
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Brasil
Empresas
Cortes de geração solar e eólica chegaram a 400 mil horas em 2024, aponta Volt Robotics
"Os cortes de geração solar e eólica chegaram a 400 mil horas em 2024, apontou um levantamento da consultoria Volt Robotics. No total, 14,6 terawatts-hora (TWh) médios foram cortados. Segundo a consultoria, 1.445 usinas solares e eólicas passaram, em 2024, pelo corte de geração, ou curtailment, técnica imposta pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). As limitações na infraestrutura de transmissão foram a motivação para os cortes em 65% dos casos. Já o excesso de geração em determinados horários foram responsáveis pelos outros 35%. O balanço da Volt Robotics estima que o curtailment levou a R$ 1,6 bilhão em prejuízos para os geradores em 2024. “O ressarcimento às usinas é fundamental, já que, além de ter amparo legal, preserva a segurança jurídica e a previsibilidade no ambiente de negócios no Brasil, sob pena de haver fuga de capital, desinvestimento e perda de emprego”, argumenta o CEO da consultoria, Donato Filho. Considerando apenas o mês de dezembro, a região mais impactada pelos cortes foi a Nordeste, com 75% dos cortes, apontou um outro levantamento, da ePowerBay. No mês, a subestação mais impactada foi Extremoz II, no Rio Grande do Norte, que teve cortes de 23,98%. Em fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou uma medida cautelar de geradores solares que solicitava a reconsideração de normas de ressarcimento por curtailment. A justificativa da decisão foi a falta de estudos sobre o impacto regulatório."
Fonte: Eixos; 26/02/2025
Distribuidoras querem fim da lista de inadimplentes no Renovabio
"A Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) afirma que a sanção da lei 15.802/2024, que ampliou as sanções por descumprimento de metas do RenovaBio, levou a casos de negativa de fornecimento de biocombustíveis. Por este motivo, recorreu à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelo fim da divulgação da lista de inadimplentes, publicidade que a agência dá aos processos administrativos pelo não cumprimento das metas de aquisição de créditos de descarbonização (CBIOs). O não fornecimento de combustíveis pode ser enquadrado como ‘sonegação de produto’, infração prevista na legislação que rege as penalidades sob competências da ANP. Essas informações foram antecipadas pelo eixos pro (teste grátis). A 15.082/2024 prevê o bloqueio da comercialização de combustíveis com empresas inadimplentes no Renovabio, “a partir da inclusão do nome deste em lista de sanções a ser publicada e mantida atualizada pela ANP”. A medida, contudo, entra em vigor em 30 de março (90 dias após a edição da lei). “Há uma articulação entre essas empresas [produtoras de biocombustíveis] que a gente vai levar para o Cade, porque esses produtores não podem fazer essa combinação entre eles”, afirma Francisco Castro Neves, diretor-executivo da ANDC. Ele chefiou as superintendências de Abastecimento e de Fiscalização e se aposentou da agência em 2024. “Vamos denunciar isso, que é um oligopólio do suprimento de biocombustíveis. Nós fizemos a interpelação formal à ANP e vamos acionar a Justiça”, afirmou Neves em entrevista à eixos."
Fonte: Eixos; 26/02/2025
Aviação tem potencial de gerar bilhões para florestas no Brasil
"Três bilhões de créditos de carbono: este é o potencial do Brasil para projetos jurisdicionais de desmatamento evitado que podem atender às necessidades de mitigação da aviação internacional, segundo a climatech brasileira Ca’arbom. Em entrevista à agência eixos, seu co-fundador Estevão Braga conta que está trabalhando com certificadoras e estados brasileiros para criação de jurisdições aptas à emissão de créditos REDD que atendam aos padrões do Corsia – esquema de redução de emissões da Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, em inglês). “A chave para esses projetos é credibilidade. Mas ao mesmo tempo precisamos de agilidade para atender a aviação, cuja demanda deve saltar em 2027. A aviação vai crescer e o mercado de carbono vai crescer com ela”, explica Braga.Há uma expectativa de demanda aquecida nos próximos três anos, podendo chegar a 100 milhões de toneladas de CO2/ano, já que o prazo para compensações voluntárias é 2027 e as obrigatórias começam em seguida. Isso se refletirá nos preços também, que podem sair de uma média de US$ 25-35 agora para US$ 40-60 pós-2027. No mundo inteiro, no entanto, há apenas um projeto jurisdicional, o que aumenta a aposta da Ca’arbom no Brasil e na Amazônia para destravar um mercado que deve ir muito além da aviação. “Temos uma grande vantagem na América Latina. A Amazônia é de nove países e temos total condições de oferecer ao planeta uma grande estratégia de descarbonização. O Corsia é referência para muita gente, e a demanda será também de outros setores que confiam no alto rigor do mecanismo”."
Fonte: Eixos; 26/02/2025
Política
Lula diz que Acordo de Paris está sob ameaça e defende que países do Brics se mobilizem para a COP30
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (26) que os países que integram o grupo do Brics precisam se "mobilizar" para apresentar resultados mais "ambiciosos" na questão climática. Na avaliação de Lula, isso seria uma forma de "responder" a ameaça que paira sobre o Acordo de Paris - tratado internacional que estabeleceu, em 2015, estratégias para que as principais economias do mundo consigam combater as alterações climáticas. A menção ao Acordo de Paris é uma crítica indireta de Lula a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Isso porque, assim que assumiu o cargo, o chefe de Estado norte-americano anunciou que iria boicotar o acordo. Como réplica, Lula sugeriu que os países dos Brics atualizem seus novos objetivos climáticos até novembro deste ano, quando acontecerá a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a chamada COP30, a ser realizada em Belém (PA). A cobrança do presidente se deve ao fato de que apenas 17 países dos 198 países signatários da convenção sobre a mudança do clima apresentaram novos objetivos climáticos, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em inglês) -- um componente essencial do Acordo de Paris de 2015 para combater a mudança climática. "O Acordo de Paris e todo o regime do clima estão sob ameaça. Na COP de Belém, os líderes mundiais terão o imperativo de equacionar ambição e financiamento no enfrentamento à crise climática", explicou Lula."
Fonte: Valor Econômico; 26/02/2025
Rumo à COP30: BID aposta na diplomacia brasileira para viabilizar US$ 1,3 tri em financiamento
"Será que o mundo chegará a um consenso sobre os US$ 1.3 trilhões necessários para lidar com os desafios impostos pela crise climática? A pergunta, literalmente de trilhões, pode ser respondida na 30º Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) no Brasil, em Belém do Pará, em novembro deste ano. Baku, última cidade sede da COP do clima, deixou o valor 'quicando' na mesa e fechou um acordo bastante aquém: países concordaram apenas em US$ 300 bilhões -- destinados dos países desenvolvidos para os mais vulneráveis. Enquanto no Azerbaijão a falta de ambição já era esperada por se tratar de um país baseado na indústria do petróleo, no Brasil, as expectativas são altas para que esta COP seja a da implementação e se avance em financiamento climático. Avinash Persaud, assessor especial de mudança climática do Banco Interamericano de Desenvolvimento, conversou com a EXAME sobre as oportunidades e desafios para destravar os recursos voltados ao combate da crise climática e seus efeitos mais severos pelo planeta. Para o executivo, o Brasil está focado em entregar um bom resultado na COP30. "Se eu fosse um apostador, apostaria na diplomacia brasileira. Em Baku, muitos países em desenvolvimento estavam sentindo que os US$ 1.3 trilhões eram apenas mais um número impossível de se alcançar. Mas o Brasil já disse estar comprometido em desenvolver um plano concreto", destacou. Natural de Barbados, Avinash esteve presente em evento do Instituto Talanoa em Brasília e reiterou uma necessidade de pelo menos US$ 300 bilhões anuais apenas para medidas de adaptação climática."
Fonte: Eixos; 26/02/2025
Internacional
Empresas
BP abandona transição energética e volta com tudo para o óleo e gás
"A petroleira BP havia prometido fazer um reset e se transformar em uma empresa de energia verde – mas precisou jogar a toalha e se render à pressão dos investidores por melhores resultados financeiros. A gigante inglesa anunciou hoje um “reset” que significa voltar com força máxima às operações de petróleo e gás. O plano de investimentos anterior, que previa um pivô radical para projetos de baixo carbono, vai ficar na gaveta. A companhia acabou de apresentar resultados fracos no último tri e vinha sendo cobrada pelo Elliott, um dos maiores fundos ativistas do mundo, a fazer mudanças para entregar números melhores. “Planejamos agora fazer fundamentalmente um reset em nossa estratégia e promover melhoras na performance, tudo em nome de maior fluxo de caixa e retornos,” o CEO Murray Auchincloss disse numa carta aos investidores. “Será uma nova direção para a BP, e não business as usual.” O anúncio de hoje acabou não animando os investidores: a ação caiu quase 3%. O papel havia subido 7,5% no dia 10 de fevereiro, quando o Elliott anunciou uma posição relevante na companhia, de aproximadamente 5% do capital. Para analistas e investidores, já havia ficado evidente que a petroleira anunciaria uma alteração de rota. Na Bolsa, a BP vem performando bem abaixo de seus pares. Em cinco anos, enquanto a Total Energies teve valorização de 50% e a Shell subiu 58%, a BP subiu apenas 3% – já levando em conta a ajuda da entrada do Elliott. Há um ano, Auchincloss havia apresentado um plano em que a produção de petróleo e gás seria reduzida em 25% até 2030."
Fonte: Brazil Journal; 26/02/2025
AstraZeneca abre fábrica de biometano no Reino Unido para reduzir emissões
"A AstraZeneca inaugurou uma planta para produzir biogás a partir de resíduos orgânicos, que garantirá, até o final deste ano, que toda a sua pesquisa, desenvolvimento e fabricação de medicamentos na Grã-Bretanha seja alimentada por energia limpa, conforme informado pela empresa na quinta-feira. A planta, operada por meio de um acordo de 15 anos entre a AstraZeneca e o produtor de biometano baseado no Reino Unido, Future Biogas, fornecerá 100 gigawatts-hora (GW) de energia renovável por ano para os três sites de P&D e fabricação da AstraZeneca no país, o que corresponde a 20% do seu consumo total de gás globalmente. Diversas grandes empresas têm abandonado compromissos de redução de emissões e de transição para energia renovável, à medida que a redução de custos se tornou uma prioridade significativa, especialmente com o retorno do presidente dos EUA, Donald Trump, à Casa Branca, que deslocou o foco para os combustíveis fósseis. Na Grã-Bretanha, o governo do primeiro-ministro Keir Starmer está pressionando para descarbonizar a rede de energia do país com o apoio de investimentos privados. A nova planta da AstraZeneca em Lincolnshire, no leste da Inglaterra, não recebe subsídios do governo do Reino Unido. A empresa afirma que sua transição para energia renovável no Reino Unido faz parte de um compromisso mais amplo de utilizar 100% de energia renovável para todas as suas operações globalmente até o final deste ano. Além disso, seu compromisso com a meta de emissões líquidas zero até 2045, estabelecida em 2020, também depende do uso de energia verde por parte de seus fornecedores."
Fonte: Reuters; 26/02/2025
"A varejista de fast-fashion Shein encontrou dois casos de trabalho infantil em seus fornecedores no ano passado, o mesmo número registrado em 2023, após aumentar as auditorias em seus fabricantes terceirizados, principalmente na China, informou a empresa a legisladores britânicos em uma carta. A divulgação pela Shein, que planeja uma oferta pública inicial em Londres, ocorreu em uma resposta enviada em 7 de fevereiro a perguntas de um comitê parlamentar britânico. A carta foi escrita por Yinan Zhu, conselheiro jurídico da Shein para a Europa, Oriente Médio e África, e publicada na terça-feira. A Shein enfrentou alegações de abusos trabalhistas em sua cadeia de suprimentos, e o Comitê de Negócios e Comércio, de diferentes partidos, questionou Zhu pessoalmente em janeiro, seguindo com cartas pedindo informações adicionais. Na carta, Zhu afirmou que um dos incidentes envolveu uma criança de 11 anos e 8 meses, que, segundo a auditoria, passou um tempo durante as férias de verão em uma fábrica onde seu pai era o gerente geral e sua mãe trabalhava, “ajudando com tarefas”. “No entanto, e independentemente desses detalhes, levamos a questão extremamente a sério, incluindo a designação do incidente como trabalho infantil e a rescisão imediata de nosso relacionamento com o fornecedor”, disse Zhu na carta. O segundo caso envolveu uma criança de 15 anos e 3 meses. Zhu também forneceu as idades das crianças que a Shein havia mencionado anteriormente como trabalhando em fornecedores em 2023, que eram 15 anos e 11 meses, e 15 anos e 9 meses. A Shein realizou cerca de 4.300 auditorias em 2024, cobrindo aproximadamente 317.000 trabalhadores, um aumento em relação às 4.000 auditorias feitas em 2023, que cobriam 285.000 trabalhadores, de acordo com a carta."
Fonte: Reuters; 26/02/2025
Política
Europa planeia flexibilizar regras de relatórios de sustentabilidade para competir globalmente
"A Comissão Europeia planeja flexibilizar suas regras sobre relatórios de sustentabilidade corporativa e transparência na cadeia de suprimentos, conforme informado na quarta-feira. Essa iniciativa visa tornar a Europa mais competitiva em relação aos Estados Unidos e à China. Os planos, denominados “Pacote de Simplificação”, fazem parte de um conjunto mais amplo de reformas destinadas a apoiar as empresas europeias e incluem incentivos para encorajar a descarbonização da indústria, além de medidas para reduzir os custos de energia. As empresas europeias podem comemorar essa mudança, após longas reclamações de que regulamentos rígidos e a burocracia prejudicavam sua capacidade de competir globalmente. No entanto, os opositores dessa nova onda de desregulamentação afirmam que ela “desmantela a responsabilidade corporativa”. Nos EUA, o presidente Donald Trump tem revertido regulamentações com o intuito de estimular o crescimento econômico. Apesar de afrouxar suas regras de relatórios sobre políticas ambientais, o executivo da UE assegurou que a União Europeia manterá seu compromisso com as metas de emissões líquidas zero e outros objetivos climáticos. “As empresas da UE se beneficiarão de regras simplificadas”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado. “Isso tornará a vida mais fácil para nossos negócios, enquanto garantimos que continuemos firmemente no caminho em direção às nossas metas de descarbonização. E mais simplificações estão a caminho.”"
Fonte: Reuters; 26/02/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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