Captura, utilização e armazenamento de carbono em foco: Uma solução promissora para setores poluentes

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Shell, Equinor e TotalEnergies expandem Northern Lights, o primeiro projeto transfronteiriço de transporte e armazenamento de CO2 do mundo

Na mídia. Shell, Equinor e TotalEnergies investirão US$ 714 milhões na expansão do armazenamento de carbono – Reuters, 27 de março (link)

Nossa visão. Nesta semana, a Shell, a Equinor e a TotalEnergies anunciaram a expansão de seu projeto de armazenamento de carbono Northern Lights, no oeste da Noruega. A expansão ocorre após a assinatura de um contrato de 15 anos e R$ 715 milhões com a Stockholm Exergi para transportar e armazenar 900.000 toneladas métricas de CO2 anualmente, a partir de 2028. O projeto Northern Lights, uma joint venture entre Equinor, Shell e TotalEnergies, é uma das poucas iniciativas comerciais de grande escala atualmente em operação, tendo sido lançado em 2021. Seu objetivo é fornecer uma solução abrangente para o transporte de CO2 de emissores industriais para um local de armazenamento seguro e permanente sob o leito marinho. De acordo com uma declaração conjunta das empresas, a expansão deve: (i) mais do que triplicar a capacidade anual de injeção de CO2 da instalação para, no mínimo, 5 milhões de toneladas/ano (em comparação com os atuais 1,5 milhão de toneladas/ano); e (ii) envolver a construção de infraestrutura adicional, incluindo tanques de armazenamento em terra, bombas, poços de injeção e embarcações de transporte de CO2. Na nossa visão, a tecnologia de captura, o transporte e o armazenamento de carbono em larga escala é cada vez mais essencial para a transição energética, sendo uma solução de descarbonização para setores industriais com alta intensidade de emissões (e que são fundamentais para a redução das emissões globais). Consideramos o progresso do projeto Northern Lights como um passo positivo, ajudando a estabelecer um novo e crescente mercado para serviços de transporte e armazenamento de CO2.

#2. Petrobras bate recorde de reinjeção de CO2 no pré-sal em 2024

Na mídia.Petrobras bate recorde na reinjeção de gás carbônico no pré-sal em 2024 – Valor Econômico, 25 de março (link)

Nossa visão. Nesta semana, a Petrobras anunciou que reinjetou 14,2 milhões de toneladas de CO2 nos reservatórios do pré-sal da Bacia de Santos em 2024, superando as 13 milhões de toneladas reinjetadas em 2023. Essa conquista representa cerca de 28% da capacidade total de armazenamento de CO2 do mundo. Conforme detalhado em nossa nota 'O que ouvimos durante nossas reuniões com WEG, Vibra e Petrobras' (acesse aqui), a Petrobras opera a maior instalação de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) do mundo em termos de capacidade anual. De acordo com o Global CCS Institute, a tecnologia da Petrobras não apenas aumenta a produção de petróleo, mas também reduz significativamente as emissões, com a produção de petróleo bruto da empresa registrando uma média de 12 kg de CO2 por barril - bem abaixo da média global de 17 kg de CO2 por barril. Na nossa visão, o programa da Petrobras reforça a liderança global da companhia no domínio da tecnologia de CCUS. No entanto, ainda há desafios para garantir a manutenção do programa a longo prazo, incluindo os altos custos operacionais, a complexidade técnica e operacional da injeção de CO2 em formações geológicas profundas e a ausência de uma estrutura regulatória clara em relação à CCS no Brasil.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.