XP Expert

Economia em Destaque: Inflação em queda abre espaço para corte de juros

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail

Resumo

No cenário internacional, destacamos os dados de emprego atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa, que mostram sinais de desaceleração. Na China, os preços aos produtores e consumidores apresentaram surpresas baixistas, elevando rumores acerca de estímulos econômicos a serem adotados pelo governo.

Já no Brasil, o destaque da semana foi a divulgação do IPCA de maio abaixo das expectativas, consistente com nosso cenário de queda de juros em agosto. Ademais, destacamos a divulgação de nosso relatório mensal, que trouxe revisão do PIB de 2023 de 1,4% para 2,2%. Na seara política, tivemos a divulgação do relatório da Reforma Tributária de impostos sobre consumo, além dos programas de subsídios de automóveis e do ‘Desenrola’, que pode facilitar a renegociação das dívidas de 30 milhões de brasileiros.

Cenário internacional

Novos sinais de desaceleração da economia dos EUA

Os pedidos de Auxílio-Desemprego dos EUA saltaram de 233 mil para 261 mil na semana passada. Mesmo considerando a alta volatilidade semanal do indicador, esta pode ser uma evidência de que a desaceleração econômica está finalmente atingindo o mercado de trabalho.

Esta semana também foram divulgadas a sondagem empresarial ISM do setor de serviços de maio. A pesquisa apontou recuo frente ao mês anterior, tanto para produção atual quanto encomendas.

Os resultados são consistentes com nosso cenário de que o Fed não aumentará mais as taxas de juros neste ano.

PIB da Zona do Euro recua pelo segundo trimestre consecutivo

O PIB da Zona do Euro recuou levemente (0,1%) no primeiro trimestre, frente ao trimestre anterior. Foi a segunda queda consecutiva desta magnitude, o que revela uma economia virtualmente estagnada na região. Pesam sobre o desempenho econômico a elevação de juros implementada pelo Banco Central Europeu (BCE) e a guerra na Ucrânia.

Apesar da desaceleração, o BCE sinalizou que ainda deve elevar os juros na semana que vem, por conta da inflação ainda alta. 

Inflação baixa é evidência adicional da incerteza sobre a recuperação econômica na China

A inflação do índice de preços ao consumidor (IPC) chinês ficou em -0,2% em maio, ligeiramente abaixo das expectativas (-0,1%). Em 12 meses, o IPC subiu apenas 0,2%. A inflação também foi negativa no atacado. O Índice de Preços ao Produtor caiu 4,6% na comparação anual, aprofundando a deflação observada em abril (-3,6%). A inflação baixa levanta dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação econômica no país após a Covid. Na mesma direção os dados de exportação e índice PMI – baseado em sondagem com empresários –  também decepcionaram analistas de mercado, que agora acreditam que o governo em algum momento aumentará os estímulos econômicos.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Enquanto isso, no Brasil…

IPCA de maio reforça cenário inflação mais baixa, abrindo espaço para queda de juros

A inflação medida pelo IPCA de maio ficou em 0,23% na comparação mensal, abaixo da nossa expectativa (0,29%) e do consenso de mercado (0,33%). Em doze meses, o índice recuou para 3,94% em maio, ante 4,18% em abril. Alimentos e combustíveis são os principais responsáveis ​​pelo resultado benigno, embora a desinflação tenha sido generalizada entre os itens do IPCA. Esse resultado é consistente com nosso cenário de que o banco central iniciará um ciclo gradual de cortes de juros em agosto.

Elevamos nossa projeção de crescimento do PIB para 2,2% este ano

O time de macroeconomia da XP divulgou seu relatório macro mensal de junho na última quarta-feira (7). Destaque para a revisão para o crescimento do PIB brasileiro de 2023, de 1,4% para 2,2%, após surpresa altista na divulgação dos dados do 1º trimestre na semana passada, enquanto a variação esperada para 2024 ficou estável em 1,0%. O relatório manteve as previsões de inflação para 2023 e 2024 (5,4% e 4,7%), bem como de taxa de câmbio (R$5,00 e R$5,15) e Selic (12,0% e 11,0%). Acesse aqui o relatório completo.

Relatório detalha Reforma Tributária dos impostos sobre consumo

O grupo de trabalho da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados apresentou seu relatório final. Seguindo as expectativas dos debates, o texto trouxe a concentração de cinco impostos (ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins) em apenas um, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Este adotará o modelo de IVA dual, o que significa que haverá um tributo federal, da União, e outro subnacional, partilhado por estados e municípios. A proposta também prevê a implementação de uma espécie de cashback, para viabilizar a devolução do IBS às famílias de baixa renda e reduzir a regressividade da tributação do consumo.

O relator da proposta, Aguinaldo Ribeiro, espera a votação do substitutivo da reforma na primeira semana de julho. Acreditamos que, se bem desenhada, a reforma tributária pode ajudar a reduzir o custo Brasil, impulsionando o crescimento de longo prazo da economia.

Governo anuncia medidas voltadas ao setor automotivo e o programa “Desenrola”

O governo federal anunciou o programa de incentivo à indústria automotiva, com subsídios para redução nos preços de automóveis, caminhões, vans e ônibus. A iniciativa resultará em bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil nos preços de carros de até R$ 120 mil – desconto mínimo de 1,6% e máximo de 11,6% no valor. Em relação aos veículos pesados, os créditos variam de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.

O custo fiscal para o governo é estimado em R$ 1,5 bilhão. Deste total, R$ 500 milhões serão destinados aos carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. Segundo o governo, o programa se encerra quando for atingido o crédito total de R$ 1,5 bilhão, que será custeado a partir da reoneração antecipada do diesel. Em 90 dias, o governo subirá o preço do combustível em R$ 0,11 centavos/litro dos R$ 0,35 centavos/litro que seriam aplicados somente a partir de janeiro do próximo ano;

O governo divulgou também o programa “Desenrola”, que facilita a renegociação de dívidas de pessoas físicas, válido para valores de até R$ 5 mil, contraídas até 31 de dezembro de 2022, por famílias com rendimentos até dois salários-mínimos. Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30 milhões de pessoas serão contempladas. Os credores que optarem por participar do programa deverão perdoar imediatamente as dívidas de até R$ 100, o que abrange cerca de 1,5 milhão de brasileiros de acordo com estimativas do governo.

O que esperar da semana que vem

Na seara internacional, teremos uma agenda de indicadores intensa, com destaque para os dados de inflação na Alemanha, Estados Unidos e Zona do Euro, além das decisões de taxa de juros pelo Banco Central do Japão, pelo Fed e pelo Banco Central Europeu (BCE). Em relação aos Estados Unidos, esperamos manutenção dos Fed Funds no atual patamar até o final do ano, condizente com os dados recentes de desaceleração na atividade. Já na Europa, enxergamos situação mais desafiadora para a inflação e esperamos que o BCE eleve sua taxa básica em 0,25pp, mesmo diante de recessão técnica confirmada pelos dados do PIB divulgados nessa semana. Também de relevância para o Brasil e mercados emergentes, serão divulgados os dados de atividade econômica da China referentes a maio na quarta-feira, que podem motivar autoridades locais a iniciarem estímulos econômicos, caso a desaceleração recente na economia seja comprovada.

No Brasil, destaque para a divulgação de indicadores de atividade econômica. Na 4ª-feira (14), o IBGE publicará a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de abril. As vendas varejistas devem apresentar resultados mistos, após o forte crescimento – acima das expectativas – registrado em março. Além disso, acreditamos que o setor de serviços avançou moderadamente em abril. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) referente àquele mês será divulgada pelo IBGE na 5ª-feira (15). Em linhas gerais, prevemos desaceleração suave do consumo ao longo de 2023. A expansão da massa de renda disponível às famílias e algum alívio na inflação corrente (sobretudo de alimentos) contrabalança as condições de crédito apertadas em meio à política monetária contracionista. Por fim, conheceremos o IBC-Br de abril – proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central – na 6ª-feira (16). O indicador deve exibir alta modesta na margem, após elevação acentuada no 1º trimestre na esteira da safra recorde de grãos.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.