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Copom: Ciclo de alta de juros está encerrado (ou muito próximo do fim)

Copom eleva a taxa Selic para 14,75%

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Comunicado do Copom


O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic em 0,50 p.p. para 14,75%, conforme esperado pela maioria dos participantes do mercado (inclusive por nós). O comunicado pós-reunião destacou as incertezas globais e domésticas, bem como o dinamismo da atividade interna, mas trouxe elementos mais brandos (“dovish”, no jargão econômico) que sugerem que o ciclo de alta de juros está encerrado — ou muito próximo do fim.

Segundo a nota, o ambiente externo “mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos”. Com relação ao cenário doméstico, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado dinamismo, mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento”. Ademais, sobre a inflação, o Comitê afirmou que “as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,5% e 4,5%, respectivamente”.

O Copom evitou oferecer uma sinalização clara para a próxima reunião. Em vez disso, ressaltou a necessidade de “cautela adicional” e “flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”. Em nossa visão, isso significa que, caso haja um novo aumento na reunião de junho, será de 0,25 p.p..

De todo modo, a autoridade monetária afirmou que o cenário exige uma “política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”. A expressão “mais contracionista”, presente anteriormente, foi retirada. Entendemos que isso busca não sugerir uma nova alta à frente — o que não significa necessariamente o fim do ciclo de alta de juros, mas sinaliza claramente um tom mais dovish.

Como outro sinal dovish, o Copom passou a considerar a queda dos preços de commodities – como o petróleo, por exemplo - como um risco adicional de baixa para a inflação e deixou de descrever o balanço de riscos como “assimétrico para cima” – ou seja, a autoridade sugeriu que as pressões de alta e de baixa para a inflação estão em equilíbrio.

Entre os riscos de alta destacam-se: “(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.

Do lado dos riscos baixistas: “(i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários”.

Esses trechos indicam que o plano de voo atual do Comitê é manter a taxa Selic inalterada nas próximas reuniões. Ao mesmo tempo, reforça sua postura de “não compromisso”, o ambiente de elevada incerteza e a necessidade de flexibilidade.

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Nossa visão

Acreditamos que as pressões inflacionárias domésticas — incluindo as recentes medidas fiscais de estímulo ao crescimento – Minha Casa Minha Vida, liberação do FGTS e novo crédito consignado privado – e a desancoragem das expectativas de inflação — eventualmente convencerão o Copom a realizar um aumento final de 0,25 p.p. na próxima reunião. Além disso, a projeção de inflação do Copom continua bem acima da meta, em 3,6% para o horizonte relevante (equivalente ao final de 2026, o mesmo período que será considerado na reunião de junho).

As incertezas globais certamente representam um risco para essa avaliação. No entanto, em nossa visão, ainda não está claro se o cenário externo trará um efeito desinflacionário significativo para o Brasil.

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