International Week: expectativas para dólar, Fed e América Latina

As moedas emergentes ganharam forte impulso em 2025, boa parte devido à depreciação do dólar. O que esperar de agora em diante?

Na estreia da XP International Week, Caio Megale, economista-chefe da XP, e Marco Oviedo, estrategista macro sênior para a América Latina da XP, traçaram os possíveis caminhos para a moeda norte-americana. Além disso, eles levantaram outros temas relevantes para o cenário macroeconômico global. Assista:

Abaixo, você confere os destaques da conversa:

Tarifas de Trump e os efeitos na economia global

Apesar da incerteza persistente, Megale e Oviedo avaliaram que os efeitos das tarifas recíprocas e adicionais impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, a diversos países devem enfraquecer ao longo do tempo, com os impactos perdurando mais sobre bens específicos.

Na América do Norte, o impacto potencial está substancialmente menor, segundo Oviedo. Existe perspectiva de revisão e renegociação do tratado comercial para México e Canadá, que figuraram entre os primeiros países tarifados. Na Europa, algumas negociações também avançaram, como o acordo “ganha-ganha” entre EUA e Reino Unido.

A incerteza que fica agora são os novos termos e como os acordos comerciais dos EUA com o restante do mundo evoluem.

Impactos no dólar: o que esperar?

Os especialistas lembraram que, com as tarifas impondo pressão sobre os EUA, os mercados passaram por uma reorganização de risco global na primeira metade de 2025, quando o preço do dólar caiu e outros ativos foram revalorizados.

Megale destacou que a queda do dólar foi o que mais impulsionou moedas emergentes e bolsas ao redor do mundo. Direcionando o assunto para os mercados emergentes, dentre os mais beneficiados pela depreciação do dólar, Oviedo avaliou que 70% das valorizações das moedas foram pelos efeitos da queda do dólar e 30% por questões internas.

Resta saber agora se a moeda norte-americana continuará se desvalorizando. Na visão do economista-chefe, o dólar chegou a um patamar razoável e deve se manter equilibrado à frente.

Megale e Oviedo enxergam as eleições como um ponto de atenção de curto-médio prazo na América Latina, conforme Chile, Colômbia, Brasil e Argentina se aproximam do processo eleitoral. Foco também nas reformas fiscais na região.

Como o Fed pode influenciar os mercados daqui em diante?

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) retomou os cortes de juros em setembro, levantando dúvidas nos mercados quanto ao ritmo e à duração do ciclo.

A economia dos EUA segue firme, apesar da leve desaceleração recente do mercado de trabalho, ponto focal para entender qual pode ser a postura que o Fed adotará nas próximas reuniões, a depender dos novos dados que saírem.

O time de economia da XP está mais cauteloso em relação aos próximos movimentos do Fed, visto que a atividade nos EUA segue aquecida e os cortes não parecem ser tão urgentes para o banco central do país atualmente.

Outra questão levantada pelos especialistas diz respeito às expectativas com a sucessão no Fed. Na visão de Megale, se o Fed ganhar um viés mais político, e não técnico, o dólar pode se desvalorizar mais – mas não necessariamente as outras moedas ganharão novo impulso, devido a um cenário global de maior aversão a risco.

XP International Week: acompanhe as lives

Nos próximos dias, a XP International Week apresentará uma série de lives com foco em investimentos internacionais. De renda fixa e variável a estratégias de alocação em ativos no exterior, saiba onde estão as oportunidades e como potencializar a sua carteira se expondo aos mercados globais: