“O Ibovespa fechou o dia com padrão de alta, deixando um candle com sombra inferior longa.” Você entendeu alguma coisa dessa frase? Vamos facilitar, agora só por termos, então. Suportes, resistências, fundo duplo, topo duplo, pivôs, canais, ombro-cabeça-ombro, bebê abandonado….
E agora? Talvez não tenha melhorado muito, não é? Mas não se preocupe. Essas expressões representam o dia a dia de quem vive a chamada Análise Técnica.
Para saber tudo sobre o que é análise técnica e como aplicá-la no dia a dia dos seus investimentos, é só continuar com a leitura. Confira!
Conheça também a análise fundamentalista
O que é Análise Técnica?
Análise técnica é um método usado por profissionais do mercado financeiro e investidores em geral para tentar prever o caminho dos preços e do fluxo de um determinado ativo financeiro, com uma lógica que estabelece probabilidades a partir de imagens, tendências e padrões consultados em gráficos ao longo do tempo.
Por isso, ela também pode ser chamada de Análise Gráfica.
Esses gráficos são formados por meio da movimentação desses investimentos, que podem ser ações, contratos futuros, moeda, entre outros ativos. Com isso, os analistas gráficos conseguem definir certas repetições históricas que indiquem os próximos movimentos.
Essa análise acaba sendo primordial para a tomada de decisão de compra ou de venda, ou melhor, de “entrada” e “saída”, como os especialistas falam no cotidiano.
De forma geral, a Análise Técnica é usada principalmente para operações de curto prazo na Bolsa de Valores, pois os detalhes dos gráficos permitem tomar decisões rápidas que podem resultar em lucro ou prejuízo em questão de segundos, a depender do movimento do ativo escolhido.
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Como funciona a análise técnica de ações?
Você já entendeu o que é análise técnica, mas como ela funciona?
Por seu objetivo de identificar tendências, a análise técnica funciona a partir da observação de padrões, de acordo com as análises históricas já mencionadas. Com isso, será possível indicar possíveis formas de ganhar com as diferenças das tendências.
Através do histórico de dados, por exemplo, é possível analisar movimentos passados dos preços das ações, identificando, então, as tendências futuras.
Além disso, como explicado, a análise técnica é uma metodologia que está sendo aprimorada e utilizada pelos traders, atuantes profissionais da área. Você, inclusive, pode se tornar um trader!
No fim, tudo se dá pelo interesse. E a análise técnica entenderá se esse interesse é um padrão que indica entrada ou saída. Mais abaixo entenda melhor como o mercado tem impacto nessa análise!
Teoria de Down e o surgimento da Análise Técnica
A análise técnica, como a conhecemos atualmente, foi introduzida por Charles Dow, jornalista norte-americano que desenvolveu a teoria que leva o seu nome, a Dow Theory, no final do século XIX.
Basicamente, a teoria defende a seguinte tese: os mercados e ativos repetem comportamentos ao longo do tempo e da História e, assim, é possível estabelecer estimativas de preço e fluxo de capital com base nessas tendências.
A partir dessa premissa, vários pesquisadores renomados contribuíram e adicionaram mais elementos à Análise Técnica. Por causa desses estudos, hoje há diversas metodologias dentro da própria escola gráfica, evoluindo para as centenas de imagens, padrões e tendências possíveis atualmente.
Charles Dow, considerado o pai da Análise Técnica pela sua contribuição teórica e pioneira, foi também um dos fundadores do Wall Street Journal. O jornal norte-americano é até hoje uma das publicações econômicas mais conceituadas do mundo.
Além disso, Dow foi responsável por criar alguns dos índices mais antigos da Bolsa dos Estados Unidos, como o Dow Jones Industrial Average.
Os 3 princípios básicos da Análise Técnica
Agora que você já sabe como se originou o método, é hora de entender um pouco mais sobre alguns dos princípios básicos que o próprio Dow introduziu.
1) O mercado desconta tudo
Esse é um dos principais lemas dos analistas técnicos clássicos: o mercado desconta tudo. Quem segue esse método de análise acredita que os fundamentos de uma empresa, o cenário macroeconômico e a própria lógica de mercado já estão embutidos nos preços dos ativos, como as ações, por exemplo.
Ou seja, dificilmente você verá um analista técnico clássico bastante preocupado com as notícias do mercado e o que afetam as empresas, no caso das ações da Bolsa. Isso porque o próprio movimento de preço da ação, segundo os grafistas, já diz isso e não que os números, balanços e novos projetos de uma companhia determinarão o caminho dela. Isto é, no preço já estarão descontados todos esses fatores mencionados, de acordo com a premissa básica da Análise Técnica.
2) Movimentos de preço baseado em tendências
Complementando o ponto 1, os analistas técnicos esperam que os preços, mesmo em movimentos aleatórios do mercado, apresentem tendências, independentemente do período de tempo observado.
Em outras palavras, é mais provável que o preço das ações continue uma tendência passada do que se mova de forma totalmente imprevisível. A maioria das estratégias técnicas de negociação se baseia nessas tendências.
E é interessante observar que a Análise Técnica visa lucrar justamente com essas tendências e por meio de mecanismos que permitem ganhar tanto na alta quanto na baixa. É o que os especialistas desse mercado chamam de entrar comprado ou entrar vendido, quando, respectivamente, eles tentam lucrar quando os preços sobem ou caem.
3) A repetição usada como um padrão de análise
Analistas técnicos acreditam que a história tende a se repetir, assim como o próprio Charles Dow introduziu há mais de um século. A natureza repetitiva dos movimentos de preços é frequentemente atribuída à psicologia do mercado, que tende a ser muito previsível com base em emoções, como medo ou empolgação.
A Análise Técnica usa padrões gráficos para avaliar essas emoções e movimentos de mercado subsequentes para entender tendências.
Embora muitas formas de análise técnica tenham sido usadas há mais de 100 anos, ainda acredita-se que sejam relevantes porque ilustram padrões nos movimentos de preços que frequentemente se repetem ao longo do tempo.
Análise Técnica: o casamento com o curto prazo
A Análise Técnica é mais recomendada para investidores que tem o foco no curto prazo. Por isso, quem utiliza bastante esse método são os traders, nome dado aos profissionais que compram e vendem ações, muitas vezes de forma autônoma e justamente com o objetivo de obter ganhos o mais rápido possível.
Saiba as operações mais comuns que são feitas na Análise Técnica:
Day Trade
Operação arrojada realizada na Bolsa, o Day Trade busca rendimentos com compra e venda de ações e outros ativos no mesmo dia.
Swing trade
Técnica que consiste em comprar ações para revendê-las em dias, semanas ou até alguns meses.
Principais gráficos de ações
Há na análise técnica três principais gráficos que podem ser utilizados para compreender o desenvolvimento de preços e ações. São eles:
- Gráfico de linhas: apresenta, principalmente, fechamento de ação.
- Gráfico de barras: apresenta preço de fechamento de ação e a evolução dela num período específico.
- Candlestick: apresenta alta/baixa da ação, fechamento de ação e a evolução dela num período específico.
Dos três, o gráfico candlestick é o mais utilizado na análise técnica, uma vez que ele, sozinho, representa o movimento de um ativo no período analisado e os preços.
O gráfico de linha acaba sendo eficiente apenas para identificar a evolução dos preços de fechamento, porém, não indica o comportamento do ativo no dia. Já o gráfico de barras não apresenta as viradas que ocorrem durante o pregão.
Abaixo, trouxemos uma imagem do gráfico candlestick da ação Petr4 para você entender melhor:
Nele, você verá que as barras são similares a velas, como o nome indica. Essas barras representam o movimento de um ativo em um determinado período.
Nessas “velas”, você verá partes mais grossas: essas partes indicam o quanto a ação caiu ou subiu desde a abertura até o fechamento.
Sobre as cores:
- Branco, verde ou azul: o dia foi de alta;
- Preto ou vermelho: o dia foi de queda.
Há, ainda, um fio vermelho. Esse fio indica o movimento não predominante do ativo no período analisado, indicando, por exemplo, movimentos em que a ação, neste caso a Petr4, operou com queda num dia de fechamento de alta e vice-versa.
Veja os gráficos de linhas e barras da análise técnica, respectivamente:
Conheça os 5 principais indicadores da análise técnica
Além de entender o que é análise técnica, entenda também como ela é feita. Para isso, confira os indicadores utilizados pelos traders na hora de analisar os gráficos:
1. Indicador de suporte e resistência
Este indicador é muito famoso na análise técnica, isso porque os suportes indicam o preço que atrai o comprador sempre que a ação atinge um determinado patamar. Já as resistências indicam os mesmos dados, mas sobre vendas, portanto, quando determinada ação geralmente sofre uma queda após atingir a cotação.
2. Indicador de Fibonacci
O indicador de Fibonacci, de Leonardo Fibonacci, indica derivativos por especuladores, em teoria: a magnitude do próximo movimento de impulsão ou correção de um ativo.
Ou seja, a impulsão e o movimento a favor da tendência, como uma alta dentro de uma tendência ascendente ou uma queda em uma tendência descendente. Portanto, ele indica os ciclos de movimentação da Bolsa de Valores no curto prazo.
Esse indicador funciona a partir do intervalo em que a bolsa retrocede e, portanto, apresenta uma mudança de tendência no preço.
O analista Giba Coelho, aqui da XP Investimentos, é um entusiasta de entradas quando o ativo atinge a terceira linha de Fibonacci, a dos 50% da trajetória anterior. Sua estratégia consiste em comprar a ação quando ela está sobre a linha dos 50% e colocar como alvo de venda a linha dos 161,8%.
Para conhecer mais estratégias sobre o gráfico de Fibonacci, por Giba coelho, é só assistir essas aulas rápidas e gratuitas:
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3. Indicador de médias móveis (moving average)
O indicador de médias móveis, ou moving average, é um dos mais utilizados na análise técnica, Ele tira a média dos preços do ativo durante o tempo estabelecido, no qual as linhas do gráfico candle evoluem junto com a cotação do ativo. Portanto, se destaca como um ótimo rastreador de tendência.
Nesse gráfico há duas possíveis médias, sendo a aritmética e a exponencial. A diferença entre elas é que nas médias móveis exponenciais os preços mais recentes possuem peso maior que os preços mais antigos.
Além disso, existem estratégias nesse indicador, como as combinações de calibragens, montando um bom setup, ou seja, que sugerem boas entradas; inserção de mais de uma média móvel e aumento do número de períodos analisados.
4. Indicador de Bandas de Bollinger (Bollinger Bands)
As Bandas de Bollinger são indicadores que têm por objetivo indicar a volatilidade, ou seja, a movimentação do gráfico durante o período estabelecido. Esse indicador é complementar aos de médias móveis, por exemplo. Com essa comparação entende-se a diversificação de preço de um ativo.
No gráfico abaixo você pode ver que esse indicador aparece como ondas, que são superiores e inferiores, mas que acompanham a linha central que, normalmente (na calibragem padrão), é a média móvel de 20 períodos.
Aqui, é importante que você fique atento aos limites da Banda. Quando elas se afastam muito da linha central, aproximando-se da linha inferior ou superior, indica-se que há um afastamento da média móvel, revertendo o movimento ou causando grande volatilidade.
Contudo, as bandas calculam dois desvios-padrão. O preço trabalha 95% do tempo dentro das bandas.
5. Índice de Força Relativa
O Índice de Força Relativa (IFR) é um clássico na análise técnica. Ele indica que movimentos de reversão são possíveis, e para essa compreensão, são mostradas regiões de sobrecompra ou sobrevenda de um ativo.
A escala de variação do IFR funciona da seguinte forma:
- De 0 a 100: região considerada como sobrecompra, ou seja, os preços estão próximos a um topo. Nesse caso, o papel tende a cair para voltar a um padrão razoável de negociação;
- Acima de 70: zona de sobrevenda, ocorre o contrário ao de cima. Indica que a ação deve subir, é aquela abaixo de 30.
Com ele, o investidor consegue identificar topos e fundos com antecedência, realizando melhores operações.
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