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Expresso Alimentos & Bebidas #2

Confira os destaques do setor de Alimentos e Bebidas nesta semana.

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Confira os destaques do setor de Alimentos & Bebidas nesta semana de 24 de agosto: às segundas, falamos dos preços das proteínas (animais vivos). Às terças, abordamos exportações semanais; já às quartas, discutimos o preço da carne. Às quintas, analisamos as margens do boi nos Estados Unidos. Por fim, às sextas, comentamos alguns dados de fluxo.

Confira a edição mais recente do Expresso Alimentos & Bebidas clicando aqui.

Por que esses dados são importantes? Porque eles impactam os preços de ações como JBSS3, MRFG3, BRFS3 e ABEV3. Vale lembrar que, no setor de Alimentos & Bebidas, esperamos performance melhor para JBS e Marfrig. Para acessar as teses de investimento completas, basta clicar nos blocos abaixo.

Quaisquer comentários, críticas, dúvidas ou sugestões de tema são bem vindas. Basta deixar um comentário no final do post.

OBS: não podemos comentar sobre Minerva (BEEF3) por determinação da área de Compliance da XP Inc.

Ambev (ABEV3): recomendação de Neutro com preço-alvo de R$ 16

Marfrig (MRFG3): recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 18

JBS (JBSS3): recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 35

BRF (BRFS3): recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 30


Segunda-Feira – Preços das Proteínas


Terça-Feira – Exportações

Bovinos: usando a média diária da terceira semana de agosto como parâmetro, estimamos que, no mês fechado, sejam exportadas 172 mil toneladas de carne bovina (+27% A/A). Já o preço deve cair cerca de 4% na comparação anual, ficando na casa dos 4.000 dólares por tonelada. Assim, o faturamento deve chegar em US$ 690 milhões.

Aves: partindo da mesma metodologia, estimamos que, no mês fechado, sejam exportadas 354 mil toneladas de carne de frango (+6% A/A). Já os preços devem seguir caindo até os 1.320 dólares por tonelada (-20% A/A). Consequentemente, o faturamento deve ficar em US$ 467 milhões (-16% versus agosto de 2019).

Suínos: grande destaque deste terceiro trimestre, as exportações de suínos devem seguir fortes, atingindo 87 mil toneladas de carne suína (+78% A/A), com preços praticamente estáveis na casa dos 2.200 dólares por tonelada, totalizando um faturamento de US$ 195 milhões, 79% acima do mesmo mês no ano anterior.

Metodologia: O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) divulga dados preliminares semanais referentes às exportações e importações do Brasil. Sabendo o número de dias úteis de cada semana, podemos calcular uma média diária de exportações e importações. Já temos dados de 15 dias úteis de agosto, de um total de 21 dias úteis no mês (cerca de 75%). Logo, podemos multiplicar as médias diárias de volume e preço por 21 dias. Assim, chegamos num cálculo aproximado do total de exportações no mês (100%).


Quarta-Feira – Preços das Carnes

No caso da carne bovina, os preços seguem em alta, tanto no atacado quando no varejo. No caso do acém, corte representativo do dianteiro do boi, destaque para a alta de 1% na semana no preço do atacado, consolidando alta de 7% no mês, e para a manutenção do spread versus o preço do varejo na casa dos R$4/kg. Já no caso da alcatra, corte representativo do traseiro do boi, seu preço no atacado caiu 2% na semana passada, mas segue em alta de 4,5% no mês, e o spread versus o preço de varejo vem crescendo desde abril.

No caso da carne de frango, após queda em junho, os preços no varejo se recuperaram em julho, mas seguem praticamente estáveis no atacado. No caso da coxa de frango, a alta de 5% no mês no preço do atacado ainda não foi capaz de reverter a queda acumulada de 12% versus janeiro de 2020; mesmo no varejo o corte sobe apenas 2% desde o início do ano. Já no caso do peito de frango, a situação é parecida, com alta de 6% no mês mas queda de 11% no ano no atacado; por outro lado, no varejo, os preços vem sofrendo (-12% desde janeiro).

Por fim, para a carne suína, tanto os preços no atacado quando no varejo seguem firmes. No caso da bisteca suína, os spreads tem se mantido constantes na casa dos R$4/kg, e o preço no atacado registra alta de 3,4% no mês e ligeira queda de 2% no ano. Já no caso do pernil suíno, após atingir máximas em abril, a margem do corte segue em patamar alto (R$3,5/kg), após preços no atacado caírem 2% em julho versus junho, mas aumentarem 2% no varejo no mesmo período.

Metodologia: Monitoramos os preços de determinados cortes de carnes para termos um referencial de receita para os frigoríficos. Também ficamos de olho no spread entre os preços de atacado e de varejo para captar movimentos de mercado. Todos os dados são disponibilizados gratuitamente pelo Instituto de Economia Agrícola e são medidos em R$ por quilograma. Temos dados semanais para atacado e mensais para varejo.


Quinta-Feira – Preços das Proteínas nos EUA


Sexta-Feira – Performance das Ações

A Marfrig segue sendo o principal destaque, acumulando alta de 2% na semana terminada ontem, quinta-feira (27). Assim, o papel consolida mais uma vez a tendência de valorização que já se estende desde o início do ano (+79%). Interessante notar que a ação se sustentou mesmo em meio a ruído político na semana e à realização de final de mês. Vale destacar que a empresa lançou sua linha de carnes de carbono neutro ontem.

BRF e JBS apresentaram quedas na semana, respectivamente, de 4% e 5%. No ano, a JBS (-8%) segue acima do Ibovespa (-13%), enquanto a BRF acumula queda de 44%. Seguimos acreditando que Marfrig e JBS são bons investimentos: mesmo com o preço do boi gordo em alta, entendemos que as empresas devem continuar sustentando margens no curto prazo em função das fortes exportações, impulsionadas pela China.

Como ponto de atenção, destacamos a performance do mercado interno. Como mostramos na quarta-feira, os preços do atacado para a carne bovina seguem em alta. Por outro lado, em termos de preços para o varejo, entendemos que eles podem vir a atingir um teto no médio prazo, caso as condições macroeconômicas se deteriorem e haja retirada de programas de estímulo como o auxílio emergencial.

Se os preços do bovino e do suíno subirem demais, além da capacidade de compra da população, poderemos observar uma migração do consumo para o frango, beneficiando empresas como Seara (que pertence à JBS) e BRF. Isso ajudaria a mitigar a situação da carne de frango, que passa por um momento delicado neste ano, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Do lado do mercado interno, a queda observada nos preços de alguns cortes de frango ainda não teria levado à redução significativa de alojamento, contribuindo para um desequilíbrio entre oferta e demanda. Do lado do mercado externo, os preços seguem em queda desde o início do ano, ainda que os volumes estejam estáveis. Como ponto final de atenção, destacamos a potencial alta nos custos da produção de frango em função do aumento dos preços dos grãos, o que poderia levar à compressão de margens. Seguiremos monitorando a situação aqui no Expresso.

Por fim, as ações da Ambev caíram 2% nos últimos cinco dias úteis, além de registrarem uma desvalorização de 32% desde 31 de dezembro, consideravelmente abaixo do Ibovespa (-13%). Na nossa visão, a Ambev segue enfrentando um cenário de curto prazo desafiador, frente à lenta reabertura dos bares e restaurantes. Adicionalmente, suas margens devem seguir pressionadas pela mudança no mix de vendas.

Em notícia do Valor de hoje, o diretor industrial do Grupo Petrópolis, Marcelo de Sá, destacou a compressão de margens gerada pela alta nos custos de alumínio. O executivo afirmou que a maior dependência do off-trade implica em maior uso de latas para embalagens, fato que já levanta riscos de desabastecimento para algumas empresas.

Vale lembrar que a Ambev pratica operações financeiras de hedge de doze meses adiante, ou seja, ela só viria a sentir tal alta nos preços da matéria prima, bem como do próprio dólar, em 2021. Ainda assim, tal pressão de custos é um dos pontos de atenção para a tese de investimento de ABEV3, uma vez que ela poderia levar à compressão de margens.

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O investimento em ações é indicado para investidores de perfil moderado e agressivo, de acordo com a política de suitability praticada pela XP Investimentos Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto. 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