Estamos atualizando as estimativas para as empresas do setor de educação sob a nossa cobertura e iniciando a cobertura do Cruzeiro do Sul (CSED3). Depois de dois anos muito difíceis para as empresas de educação, acreditamos que as perspectivas de curto e médio prazo para a indústria são, em sua maioria, positivas, dadas as expectativas em relação a (i) uma recuperação no segmento presencial; (ii) Crescimento consistente no segmento digital; e (iii) crescimento nas faculdades de medicina a partir da maturação de vagas e de novas vagas. Nossa top pick é a CSED principalmente devido ao valuation (P/L de 8,1x em 2023E).
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Ensino presencial voltando a ganhar relevância. As primeiras indicações sobre a captação do primeiro semestre de 2022 (1S22) no presencial são positivas em termos de volume, embora mistas em termos de preços. No entanto, esperamos que o número de matrículas volte aos níveis pré-pandemia, dando a este segmento o impulso necessário para melhorar a sua rentabilidade. Vemos isso como relevante principalmente para as empresas com maior representatividade de alunos no presencial dentro de sua base total – Ânima Educação (ANIM3), Ser Educacional (SEER3) e CSED.
O segmento que mais cresce, mas também o mais competitivo. Esperamos mais um ano de forte crescimento nas bases de alunos de educação digital, com todas as empresas do nosso universo de cobertura ganhando participação de mercado. Observamos, porém, que o ticket médio ainda é um problema para novas matrículas, especialmente dado o cenário competitivo. No entanto, vemos essa vertical como altamente dependente da escala, colocando os players listados – que detinham aproximadamente 42% do mercado em 2020 – em uma posição vantajosa.
Escolas de medicina continuam altamente rentáveis. O ensino de medicina tem sido um dos principais temas do setor de educação nos últimos anos, devido aos altos tickets médios, margens altas e baixas taxas de PDD e evasão. Acreditamos que a maturação das vagas em medicina, juntamente com a aprovação de novas vagas, será uma grande alavanca tanto para a ANIM quanto para a Yduqs (YDUQ3), dado que são as companhias dentro da nossa cobertura com as maiores operações nesse segmento.
Principais Riscos
i) Cenário Macroeconômico: As captações e tickets no segmento de ensino superior são altamente dependentes do cenário macroeconômico, muito influenciados por renda e emprego. Assim, se a economia se deteriorar, pode haver dúvidas em relação à capacidade das empresas de educação em gerar lucros;
ii) Concorrência: O setor de educação é altamente competitivo – especialmente no segmento de educação digital – com empresas pressionando tickets e fazendo outros movimentos para ganhar participação de mercado. No entanto, ANIM, COGN, CSED, SEER e YDUQ estão entre os maiores do setor, e, portanto, a pressão competitiva tem um efeito mais brando sobre essas empresas do que sobre outras menores;
iii) Benefício Fiscal: A indústria de ensino superior é elegível ao programa Prouni, no qual um determinado número de vagas é destinado a estudantes financeiramente desprivilegiados em troca de isenção de imposto de renda. O programa foi renovado até 2031 e, apesar de não vermos uma alta probabilidade de ser encerrado ao final deste período, caso isso aconteça, as empresas de educação enfrentarão um forte aumento na alíquota do imposto de renda.
iv) Integração das Aquisições: As empresas de educação fizeram várias aquisições nos últimos anos, e algumas ainda estão sendo integradas. Caso as empresas não consigam capturar as sinergias esperadas, as margens podem não expandir na proporção que prevemos, afetando as nossas estimativas.
v) Alavancagem: Estamos no meio de um ciclo de elevação da taxa de juros, que, combinado com o endividamento líquido das empresas de educação, pode deteriorar os lucros e até prejudicar sua capacidade de crescimento.
ESG – Cruzeiro do Sul
Além da visão fundamentalista das ações por parte dos nossos analistas fundamentalistas, temos um time dedicado ao tema ESG que analisa diversas empresas com a visão sobre o tema. Vemos a Cruzeiro do Sul bem posicionada na agenda ESG, tanto no que tange à iniciativas, quanto também a divulgação de informações – embora a empresa tenha feito IPO em 2021, a Cruzeiro do Sul já contava com dados relativos à frente ESG bem estruturados e divulgados, em linha com as normas internacionais. Na frente E, vemos positivamente as melhorias de eficiência energética e redução das emissões de gases do efeito estufa, enquanto vale destaque para o pilar S, o mais importante do setor, dadas as sólidas iniciativas e resultados no que tange tópicos relevantes, como qualidade do produto e desenvolvimento de capital humano. Por fim, em G, a Cruzeiro do Sul tem suas ações listadas no Novo Mercado, enquanto vemos grande espaço para evolução em termos de diversidade na liderança.
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O investimento em ações é indicado para investidores de perfil moderado e agressivo, de acordo com a política de suitability praticada pela XP Investimentos Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto
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