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Companhias Aéreas: Atualizando Estimativas para 2019. Elevamos Azul para Compra.

As ações do setor aéreo apresentaram forte rally desde meados de setembro, após presenciarmos um petróleo mais fraco, um Real mais valorizado e perspectivas econômicas mais construtivas para o Brasil. Revisamos nossas estimativas para incorporar tal ambiente e também os resultados do 3T18, e atualizamos nossa recomendação de Azul para COMPRA, mantendo recomendação NEUTRA para […]

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As ações do setor aéreo apresentaram forte rally desde meados de setembro, após presenciarmos um petróleo mais fraco, um Real mais valorizado e perspectivas econômicas mais construtivas para o Brasil. Revisamos nossas estimativas para incorporar tal ambiente e também os resultados do 3T18, e atualizamos nossa recomendação de Azul para COMPRA, mantendo recomendação NEUTRA para as ações da Gol, que já refletiram um ambiente positivo em nossa visão.

Esperamos que o setor continue a se beneficiar de um ambiente macroeconômico mais benéfico e de competição mais racional, permitindo repasse de parte dos custos para as tarifas. Alem disso, esperamos um ambiente de custo mais controlado. Essa conjuntura deverá levar margens a níveis saudáveis em 2019-20.

Vemos potencial de valorização maior para a Azul, que atualmente negocia próximo dos níveis históricos de múltiplo e poderia sofrer um re-rating assumindo a materialização dos ganhos de margem provenientes de uma retomada mais forte da atividade, custos mais controlados e ganhos de eficiência com a entrada de aeronaves de nova geração, além de outras opcionalidades que colocaremos abaixo. Nossa estimativa de margem EBIT está cerca de 80 bps acima do consenso. 

Quanto à Gol, enxergamos potencial de valorização menor, visto que acreditamos que os múltiplos atuais já reflitam boa parte desses benefícios. No entanto, reconhecemos que (i) a empresa também deverá apresentar ganhos de margem e (ii) que a concretização do acordo com a Smiles poderá gerar mais valor dependendo de seus termos finais, o que não está refletido em nosso modelo.  

Esperamos que a racionalidade se mantenha

Dados de tráfego até o momento reforçam que as companhias têm mantido comportamento racional no Brasil, o que significa dizer que as adições de capacidade respeitaram as tendências de demanda, permitindo que as empresas mantivessem a ocupação em níveis saudáveis e precificassem melhor suas passagens. Esperamos que esse ambiente racional se mantenha. 

Não incorporamos em nossos números possíveis desfechos em relação ao pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil, mas reconhecemos que uma eventual redução da capacidade por parte da empresa poderia impactar positivamente as empresas do setor. Nesse cenário, a Gol seria mais diretamente impactada devido à sobreposição superior a 80% de suas rotas com as da Avianca em nossa visão. Já a sobreposição da Azul é inferior a 10%.

Do lado dos custos, níveis mais baixos de Petróleo devem ajudar as margens

Na reunião da OPEP da semana passada, os membros concordaram em cortar a produção de petróleo em maior escala que anteriormente esperado, o que resultou em leve ajuste para cima nos preços. No entanto, nosso analista de Petróleo e Elétricas Gabriel Francisco destaca que as incertezas permanecem em termos de alocação de cortes para membros concedidos com isenções, e que ainda existem dúvidas se o alívio de curto prazo aumentará ainda mais a produção de petróleo de xisto dos EUA e consequentemente levar a excesso de oferta.

Nosso cenário base assume um preço de petróleo (Brent) de US$ 65/barril em 2019, leve prêmio para os níveis atuais. Além disso, embora projetemos que os níveis de câmbio permanecerão próximos aos níveis atuais, valorzação adicional das ações poderia vir na forma de valorização do Real, caso o próximo governo seja bem sucedido na condução de uma agenda liberal.

Vemos o múltiplo da Azul como atrativo

A Azul atualmente negocia em linha com os níveis históricos, a ~7.0x EV/EBITDAR. Calculamos o preço-alvo usando a abordagem de múltiplo EV/EBITDAR alvo de 7,5x, que resulta em um preço-alvo de R$ 40,00 e um potencial de valorização de ~20% em relação aos níveis atuais. Quanto à Gol, as ações atualmente são negociadas a 6,8x EV/EBITDAR, acima da média histórica de 6,4x. Utilizando a mesma abordagem, chegamos a um preço-alvo de R$ 23,00 por ação, o que resulta em um potencial de valorização de 11%.

Riscos para nossas estimativas e tabelas de sensibilidade - Caso o próximo Governo seja bem sucedido em implementar uma agenda econômica liberal, estimamos um Real mais apreciado (link para o Cenário Pós-Eleições). Devido à volatilidade do setor, nas tabelas abaixo fornecemos análises de sensibilidade para as margens de EBIT e para o preço alvo assumindo diferentes cenários de taxa de câmbio e de preço de petróleo, tudo mais constante. Assumindo que os preços do petróleo permaneçam nos níveis atuais ao longo de 2019 (~US$ 61/barril), acreditamos que os riscos de valorização ultrapassam nosso cenário base. O cenário de câmbio em 2019 estará intimamente ligado ao ambiente externo e à condução de uma agenda econômica liberal ao longo de 2019. Vale relembrar que combustivel representa ~35% dos custos, e que ~50% dos custos totais são dolarizados. Assim, essas variáveis podem ter grande impacto nas margens, e consequentemente valuation, ao longo do ano.

É importante relembrar que alterações na receita por ASK decorrentes de diferentes premissas de repasse (ou redução) de custos para tarifas resultariam em margens e preços menos voláteis, o que não está refletido nas sensibilidades acima.

Elevamos Azul para COMPRA

Apesar da recente alta dos papéis, que basicamente refletiu a mudança de cenário previamente mencionada, ainda enxergamos potencial de valorização advinda de ganhos superiores de margem em 2019 e múltiplos atrativos. Nossa preferência pelo modelo de negócios da Azul baseia-se nas vantagens competitivas, como (i) o fato de ter uma malha aérea mais exclusiva, que resulta em maior habilidade de definir preços e maior capacidade de repassar custos assumindo racionalidade, (ii) menor exposição do balanço ao Dólar (menor porção da dívida indexada ao Dólar resulta em menor volatilidade no fluxo de caixa e nos resultados financeiros) e (iii) outras “opcionalidades” que não estão precificadas em nossos números, como a aprovação final da JV com os Correios, que ainda depende de aprovações finais, e dos títulos conversíveis da TAP (valor contábil de € 90 milhões).

  • As margens podem surpreender – Os preços de combustível estão aproximadamente 25% abaixo da média do 3T18, mas os impactos dessa queda só devem ser refletidos no 1T19. Para 2019, se assumíssemos receita por ASK (“RASK”) constante na comparação anual, ainda assim a margem EBIT cresceria, atingindo mais de 11% em nossas premissas atuais de câmbio e preços de combustível. Em nosso cenário base, estimamos que o RASK cresça ~2% no comparativo anual, resultando em uma margem EBIT de 12,6%, acima do consenso (que está em ~11,8%). Incorporamos ganhos de eficiência com a entrada de jatos de nova geração (aumentando sua participação no ASK total de ~29% em 2018 para cerca de 40% no final de 2019).
  • “Opcionalidades” – Além do ambiente macroeconômico melhor, há opcionalidades que não estão precificadas em nossos números, sendo elas: (i) a aprovação final da JV com os Correios e (ii) o título conversível da TAP, que atualmente consideramos ao valor contábil. Em relação à JV com os Correios (50,01% a pertencer à Azul e o restante aos Correios), assumindo que os volumes dos Correios tivessem sido operados pela Azul já em 2018, tudo mais constante, estimamos conservadoramente que a margem EBIT no ano teria sido ~0,4 p.p. superior a nossa estimativa. Vale reforçar que este número não contempla nada além da contabilização dos volumes dos Correios dentro dessa potencial JV. Quanto aos títulos conversíveis da TAP, se exercidos, as ações a serem emitidas confeririam à Azul uma participação econômica de 41,25% na companhia. Em um cenário em que a TAP realizasse um IPO, fazendo algumas hipóteses a respeito do valuation e das margens, seria possível destravar mais valor. Estimamos um impacto superior a 5% ao nosso preço-alvo atual, mas reforçamos que não há visibilidade sobre o momento ou a ocorrência de um potencial IPO da companhia. Trata-se apenas de uma opcionalidade.
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