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Bancos e Mercado de Capitais: o que esperar da temporada de resultados do 1T25?

Prévia dos resultados do 1T25 para Bancos e Mercado de Capitais

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A temporada de resultados do 1T25 deve refletir um ambiente operacional mais brando – mas ainda resiliente – após um forte 4T24. Espera-se que as taxas de juros altas, mas estáveis, o primeiro impacto da Resolução 4.966 em todo o trimestre e a sazonalidade típica do primeiro trimestre diminuam a originação de crédito e aumentem a inadimplência. Ainda assim, os spreads sólidos, o bom desempenho de seguros e o disciplinado controle dos custos deverão manter os resultados globalmente em linha com os intervalos sugeridos pelos guidances. Espera-se que os bancos incumbentes apresentem tendências encorajadoras na margem financeira (NII) com clientes, ofuscando a pressão sobre a margem financeira (NII) com mercado. O crédito consignado para o setor privado continua sendo o tema estratégico de 2025 – o BBAS3 já está operando, enquanto Bradesco, Itaú e Santander permanecem cautelosos até que os atritos operacionais diminuam. Na frente do Mercado de Capitais, esperamos que as tendências saudáveis de receita superem a lentidão do mercado de ações, já que as empresas continuam a relatar fortes pipelines. Em geral, embora prevejamos sinais de desaceleração nos resultados, ainda esperamos uma dinâmica positiva dos lucros.

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Bancos: As carteiras de crédito devem registrar um aumento anual acima dos intervalos dos guidances, abrandando gradualmente para convergir para os limites sugeridos. Apoiada por volumes de originação ainda saudáveis e por um mix mais favorável, prevê-se que o NII clientes melhore, ao passo que a NII mercado poderá permanecer volátil, devido à alteração das expectativas de taxas de juro. A qualidade do crédito poderá registrar um aumento sazonal das taxas de inadimplência, com as provisões mais pesadas no primeiro semestre do ano. Prevê-se que as receitas provenientes das tarifas ultrapassem a inflação, enquanto os custos operacionais poderão aumentar devido à sazonalidade, mantendo os índices de eficiência globalmente estáveis. A rentabilidade (ROE) poderá registar uma ligeira queda, mas deverá manter-se em níveis saudáveis.

Esperamos que os bancos forneçam mais detalhes sobre as mudanças contábeis trazidas pela resolução 4.966. Outro tema que deve ser recorrente na teleconferência de resultados são os empréstimos consignados privados.

Mercado de Capitais: Após um quarto trimestre sólido, a atividade do mercado manteve-se moderada no início do ano, com volumes mais baixos e montantes mais reduzidos nas transações de dívida e emissão de ações, em grande parte, estagnados. As receitas de tesouraria e de negociação estão sob pressão devido a uma menor procura por parte dos clientes e a um menor apetite ao risco. Por outro lado, a gestão de patrimônio continua a destacar-se, prevendo-se um crescimento sólido dos ativos sob gestão (AuM). Apesar do aumento das despesas sazonais, as empresas do setor continuam focadas em obter um ROE de dois dígitos durante o ano.

Bancos

Banco do Brasil (BBAS3) | Compra; Preço-alvo R$ 41,0/ação

Esperamos um início de ano morno para o Banco do Brasil. Embora a carteira total de crédito tenha acelerado ao longo de 2024, projetamos estabilidade no 1T25 (-0,3% T/T). Ainda assim, isso representaria um crescimento de 12% A/A, superando o teto do guidance (+5,5%/+9,5% A/A). Em relação ao NII, o ambiente de juros mais altos deve melhorar os retornos, mas o custo de funding também deve subir. Esses fatores combinados devem resultar em um NII estável. O NPL deve continuar pressionado pelo setor Agro, levando também a maiores provisões. Projetamos um lucro líquido de R$9,5 bilhões (+2,0% A/A e -1,0% T/T), implicando um ROAE de 20,9% (-40 bps T/T). De forma geral, embora a primeira metade do ano deva continuar pressionada, esperamos uma melhora ao longo de 2025, permitindo que o lucro líquido feche dentro do guidance (~R$39,4 bilhões).

Bradesco (BBDC4) | Neutro; Preço-alvo R$ 17,0/ação

Esperamos um 1T levemente positivo para o Bradesco. O bom desempenho observado no fim de 2024 deve se manter, principalmente nos segmentos de PMEs e Pessoa Física. Já Grandes Empresas devem seguir mais fracas, com desaceleração no ritmo de crescimento. A/A, o crescimento deve superar o guidance por base comparativa mais fácil, mas tende a convergir ao longo do ano. O NII com clientes deve crescer dois dígitos, impulsionado por menor custo de funding. Por outro lado, o NII de mercado tende a ser prejudicado pelos juros mais altos. Apesar da sazonalidade negativa típica do 1T, o melhor resultado em seguros deve compensar parcialmente. Provisões seguem sob controle e custo de risco deve permanecer estável. Estimamos lucro líquido de R$5,3 bilhões e ROAE de 13,0%. Apesar do cenário macro menos favorável poder atrasar o turnaround, seguimos construtivos com a trajetória de recuperação gradual do ROE.

Santander (SANB11) | Compra; Preço-alvo R$ 35,0/unit

O 1T tende a ser sazonalmente mais fraco. Para 2025, o cenário macro mais difícil deve impactar o crescimento da carteira de crédito. Assim, projetamos queda sequencial de 0,5% T/T na carteira total. Mesmo com spreads estáveis, esperamos NII com clientes praticamente estável T/T. Já o NII de mercado deve cair com o impacto dos juros, com queda estimada de R$200 milhões. Combinando os efeitos, projetamos queda de -2,5% T/T no NII (mas +5,4% A/A). Receitas com tarifas devem crescer 8,8% A/A. Em qualidade de crédito, esperamos alta de 10 bps no NPL, elevando provisões em 1% T/T, para R$6,1 bilhões. O lucro recorrente deve ser de R$3,6 bilhões (-6,0% T/T, +19,9% A/A), com ROAE de 16,2% (-130 bps T/T), interrompendo a sequência de alta de rentabilidade.

Itaú (ITUB4) | Compra; Preço-alvo R$ 43,0/ação

Esperamos leve avanço no lucro do Itaú apesar da sazonalidade negativa do 1T. Tradicionalmente, o período é marcado por menor crescimento da carteira PF e ligeira piora na qualidade de crédito. Para 2025, além disso, esperamos impacto relevante do câmbio na carteira em moeda estrangeira e efeito negativo no crédito consignado do INSS por conta do teto de juros. Ainda assim, mantemos uma visão positiva para o lucro do banco neste ano. O NPL 15-90 pode crescer marginalmente, mas o NPL >90 de PF e PMEs pode melhorar, com leve aumento das provisões. A margem com clientes deve ficar estável T/T, com cerca de R$400 milhões a menos por conta de menos dias úteis no trimestre. Por outro lado, efeitos positivos vêm da margem sobre passivos e retorno sobre capital. A/A, o crescimento segue relevante. A margem com mercado ainda não deve refletir o recuo previsto no guidance. As receitas com tarifas devem cair com a sazonalidade, compensadas por menores despesas. Projetamos lucro líquido de R$11,1 bilhões (+13,2% A/A, +1,6% T/T), com ROAE de 22,3% (+10 bps T/T). Não esperamos reação significativa do mercado aos resultados.

Mercado de Capitais

B3 (B3SA3) | Neutro; Preço-alvo R$ 14,0/ação

A B3 divulgou dados operacionais de março e do 1T. O início de 2025 foi influenciado pelas expectativas em torno das tarifas anunciadas por Trump, o que adicionou volatilidade aos mercados globais. Mesmo assim, os dados vieram abaixo do esperado. Projetamos uma dinâmica similar aos trimestres anteriores: derivativos e renda fixa seguem bem, enquanto ações à vista continuam sem recuperação plena. Estimamos receita líquida de R$2,4 bilhões (+7,0% A/A). Do lado de despesas, esperamos alta em linha com a inflação, com destaque para despesas vinculadas à receita, impulsionadas por lançamentos de produtos. Projetamos margem EBITDA de 69,3% e lucro líquido de R$1.148 milhões (-2,1% A/A e -2,6% T/T). Resultados razoáveis, mas sem gatilhos relevantes para o preço das ações.

BTG Pactual (BPAC11) | Neutro; Preço-alvo R$ 36,0/unit

As atividades de mercado de capitais começaram o ano em ritmo lento. O ECM segue quase inativo, e o DCM tem uma base mais fraca. Apesar disso, algumas transações de M&A devem ser concluídas no trimestre, permitindo reconhecimento de receitas. Com portfólio diversificado, esperamos resultados sólidos. O crédito corporativo deve seguir forte, puxado por PMEs. Já Sales & Trading deve recuar T/T com menor volume e menor VaR. Asset e Wealth devem ir bem, sustentados por bom ritmo de captação líquida. Estimamos receitas de R$6,8 bilhões (+1,4% T/T, +15,8% A/A). Os custos devem ficar estáveis, elevando ligeiramente o índice de eficiência. O lucro líquido recorrente deve atingir R$3,3 bilhões (+14,2% A/A, +0,7% T/T), com queda de 70 bps no ROE.

BR Partners (BRBI11) | Compra; Preço-alvo R$ 19,0/unit

No 4T24, a atividade principal do BR Partners foi afetada pela deterioração macro. Para o 1T, ainda esperamos resultados pressionados. Mesmo com o mercado de capitais fraco, o banco conseguiu aumentar levemente as taxas cobradas e crescer nas verticais de tesouraria e gestão de patrimônio. A receita de capital deve ser beneficiada por juros mais altos. Estimamos crescimento de 3,5% A/A na receita total, mas queda de 1,1% T/T. Despesas devem somar R$88,7 milhões. Projetamos lucro líquido de R$40,2 milhões (-4,6% T/T, -18,6% A/A), com ROAE de 19,8%. Apesar do cenário macro adverso, acreditamos que o BRBI é capaz de navegar os desafios e manter retornos decentes enquanto a economia brasileira não se recupera.

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