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Demanda recorde por viagens impulsiona resultado do Booking e setor de turismo – 🌎Radar Global

Uber reporta aumento de receita, Lyft decepciona mercado com guidance fraco, Pfizer corta perspectiva de lucros para 2022, Marriott e Booking confirmam a alta demanda por viagens.

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MACRO

Bolsas internacionais amanhecem mistas (EUA -0,6% e Europa +1,3%) enquanto investidores digerem a decisão de política monetária do Federal Reserve. Nesta última quarta-feira, o banco central americano anunciou uma alta de 50 bps na taxa básica de juros, o seu maior aumento desde 2000, e afirmou que começará a redução de US$ 47,5 bilhões/mês do seu balanço patrimonial em junho, aumentando o ritmo após 3 meses para uma redução de US$ 95 bilhões/mês. Ainda assim, Jerome Powell, pontuou que as autoridades do banco central não estão considerando ativamente a possibilidade de uma alta de 75 bps nas próximas reuniões, o que contribuiu para uma melhora no sentimento dos investidores e resultou no rali dos índices americanos ontem. Na Europa, o foco ficará por conta da reunião de política monetária do Banco da Inglaterra, que também deverá anunciar uma nova alta nas taxas de juros para conter a inflação local. Na China, ambos os índices CSI 300 (-0,2%) e Hang Seng (-0,4%) encerraram em queda após PMI de serviços registrar apenas 36,2 pontos em abril, indicando uma contração na atividade econômica do país.

Coronavírus: O CEO da Pfizer, Albert Bourla, disse que as prescrições de Paxlovid (medicamento contra a Covid-19) nos EUA aumentaram para quase 80.000 pacientes na semana que terminou em 22 de abril, ante cerca de 8.000 pacientes no final de fevereiro.

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EMPRESAS

Booking (NASDAQ: BKNG, BDR: BKNG34) surpreende o mercado com demanda aquecida por viagens: A empresa líder em viagens online dos EUA reportou seus resultados no período pós-mercado com uma receita de US$ 2,7bi vs. US$ 2,5bi das projeções; o lucro por ação foi de U$ 3,90, acima dos US$ 0,71 esperados, beneficiando-se da demanda reprimida por viagens de lazer. A receita foi impulsionada por um aumento de 18% na média das diárias e a taxa de reserva recuperando para 91% dos níveis de 2019. As reservas brutas, que representam todos os serviços de viagem excluindo cancelamentos, foram de US$ 27,3 bilhões, o maior valor trimestral de todos os tempos para a empresa.

“Apesar de um ambiente macroeconômico incerto, até agora vimos o fortalecimento contínuo das tendências globais de viagens no segundo trimestre de 2022 e estamos nos preparando para uma movimentada temporada de viagens de verão pela frente”, disse o CEO Glenn Fogel em comunicado. O CEO do Airbnb, que também divulgou resultados fortes essa semana, está vendo “uma demanda maior do que a histórica” para o quarto trimestre, “o que indica que a confiança do consumidor para viajar continua forte além dos meses de verão”. 

Ainda no setor de turismo, o conglomerado de hotéis de luxo Marriott (NASDAQ: MAR, BDR: M1TT34) reportou receita em linha com o esperado, US$ 4,2bi, e surpreendeu com um lucro por ação de US$ 1,25 vs. US$ 0,92 aguardado pelo consenso. A receita por quarto disponível global se beneficiou com a recuperação de viagens internacionais, e a forte demanda gerou 10% mais diárias em quartos de lazer do que em 2019. Entretanto, apesar da retomada das viagens depois da pandemia e dos resultados sólidos, a empresa fala em uma perspectiva mais conservadora. A companhia está vendo janela de reservas curtas, tanto para viagens a trabalho quanto para grupos.

Uber relata aumento de receita à medida que os motoristas retornam: A Uber (NYSE: UBER, BDR: U1BE34) reportou seus resultados nessa quarta-feira, com uma receita de US$ 6,9bi vs. US$ 6,1bi projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 0,06 vs. US$ -0,18 esperados pelos analistas. O CEO Dara Khosrowshahi, informou que a base de motoristas do Uber está em uma alta pós-pandemia e que espera que o engajamento continue “sem investimentos incrementais significativos de incentivo”. A escassez de motoristas ressalta o desafio de lidar com as oscilações de demanda induzidas pela pandemia e revela a fragilidade de um modelo de trabalho mal equipado para enfrentá-las.

Ao contrário da Lyft, a Uber pôde contar com seu negócio de entrega de alimentos Uber Eats, que cresceu durante a pandemia assim que a demanda por viagens despencou. O segmento de entregas, que inclui pedidos em restaurantes, mercearias e bebidas alcoólicas, continuou a crescer apesar da retomada de refeições em ambientes fechados, com as reservas subindo 12% em relação ao ano anterior, para um recorde histórico de US$ 13,9 bilhões. O crescimento do Uber Eats também ajudou a canalizar mais motoristas para o negócio de carona. A capacidade de alternar entre o transporte de refeições e as pessoas para ganhar dinheiro atraiu os motoristas, muitos dos quais mudaram para a entrega de alimentos durante a pandemia. Os motoristas ativos nos EUA e no Canadá aumentaram 70% em abril em comparação com o ano passado, com novos motoristas saltando 121%. A empresa disse que espera gerar “fluxos de caixa positivos significativos” para todo o ano de 2022, o que seria o primeiro para a empresa e projetou reservas brutas de US$ 28,5bi a US$ 29,5bi no segundo trimestre e lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 240mi a US$ 270mi.

Pfizer corta perspectiva de lucros para 2022, apesar das fortes vendas de vacina e antivirais contra Covid: A Pfizer (NYSE: PFE BDR: PFIZ34) reportou nessa última terça-feira seus resultados do primeiro trimestre de 2022, com uma receita de US$ 25,7bi vs. US$ 24,4bi esperados pelo mercado, o LPA foi de US$ 1,62 vs. US$ 1,55 projetados pelos analistas. Os resultados foram impulsionados por US$ 13,2bi em vendas de vacinas contra Covid no trimestre e US$ 1,5bi em vendas de seu tratamento antiviral oral Paxlovid. As vendas do antiviral foram impulsionadas pelo lançamento do tratamento antiviral nos EUA, que encomendou 20 milhões de doses. A Food and Drug Administration (FDA) autorizou o Paxlovid em dezembro.

O CEO Albert Bourla, em uma call de resultados na manhã de terça-feira, disse que a Paxlovid recebeu autorização regulatória em mais de 60 países e a Pfizer está em discussões para levar o antiviral oral a outros mercados. Olhando para o futuro, a Pfizer reafirmou sua orientação para todo o ano de 2022 de US$ 32bi em receitas de vacinas Covid e US$ 22bi para Paxlovid. A empresa está a caminho de fabricar 30mi de doses de Paxlovid  no primeiro semestre de 2022 e 120 milhões até o final do ano. Além disso, a gigante farmacêutica agora espera lucro por ação de US$ 6,25 a US$ 6,45 para o ano, abaixo da previsão anterior de US$ 6,35 a US$ 6,55 por ação. A empresa atribuiu sua orientação de ganhos mais baixos aos custos de pesquisa e desenvolvimento, bem como ao câmbio, já que o dólar americano se fortaleceu em relação a outras moedas.

Lyft decepciona mercado com guidance fraco para 2022: A Lyft (NASDAQ: LYFT) também reportou seus resultados nessa última terça-feira, com uma receita de US$ US$ 875,6 vs. US$ 844,5, o LPA foi de US$ 0,07 vs. US$ -0,07 projetados pelos analistas. A empresa de carona registrou 17,8 milhões de passageiros ativos, um declínio em relação ao quarto trimestre, quando a empresa disse que tinha 18,7 milhões de passageiros ativos. A Lyft investiu fortemente em incentivos aos motoristas durante a pandemia e recuperação de Covid, o que pesou nos resultados. A oferta de motoristas parecia se estabilizar, mas como os preços da gasolina dispararam em todo o país devido à guerra na Ucrânia no início deste ano, alguns investidores temiam que os motoristas deixassem suas respectivas plataformas e as empresas teriam que aumentar seus incentivos. A empresa foi vaga com relação ao futuro, mas investirá mais em subsídios aos motoristas no próximo trimestre, embora acredite que isso ajudará a compensar em um mercado mais saudável. Não está claro quanto a empresa vai gastar.

ANÁLISE

Fonte: Goldman Sachs

Portos congestionados apontam para agravamento dos problemas da cadeia de suprimentos global: O gráfico acima, do Goldman Sachs, mostra que o índice do banco que mede a escala de congestionamento da cadeia de suprimentos aumentou 9,7% sequencialmente na semana passada. O que coloca os níveis de congestionamento de volta ao ponto em que estavam no início de março, que ainda é melhor do que o visto em janeiro, mas muito mais alto do que estávamos vendo recentemente. À medida que novos lockdowns foram aumentando na China, os navios que aguardam atracação no Porto de Xangai agora somam 344, um aumento de 34% em relação ao mês passado, enquanto o envio de algo de um armazém na China para um nos Estados Unidos atualmente leva 74 dias a mais do que o normal. Além disso, o Goldman alertou que algumas organizações nos Estados Unidos estão fazendo pedidos antecipadamente na tentativa de antecipar possíveis interrupções trabalhistas nos portos da Costa Oeste (o contrato dos estivadores expira em 1º de julho e as negociações começam em 12 de maio).

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