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Lucro dos bancos em 2021 é o maior desde 2006; veja o ranking e as perspectivas para 2022

O lucro líquido consolidado de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11) foi de R$ 81,63 bilhões, destacou a Economatica

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Os quatro maiores bancos brasileiros com ações na Bolsa brasileira já divulgaram seus resultados do 4º trimestre de 2021. Com isso, o lucro líquido consolidado de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11) somou R$ 81,63 bilhões no ano passado. De acordo com a empresa de informações financeiras Economatica, o total é o maior valor nominal já registrado desde 2006.

Segundo levantamento da empresa, o recorde anterior foi em 2019, quando o lucro consolidado havia sido de R$ 81,50 bilhões.

Veja como ficaram os lucros dos bancos em 2021, sem ajuste da inflação:

  • Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 24,9 bilhões;
  • Bradesco (BBDC4): R$ 21,9 bilhões;
  • Banco do Brasil (BBAS3): R$ 19,7 bilhões e
  • Santander Brasil (SANB11): R$ 14,9 bilhões.

Lucro com valores ajustados pela inflação

A Economatica também levantou os lucros dos bancos considerando o ajuste pelo IPCA, índice de inflação oficial do país, até dezembro de 2021.

Nesse recorte, o maior lucro consolidado dos quatro bancos foi registrado em 2019, que em valores corrigidos foi de R$ 93,7 bilhões, seguido por:

  • 2015, com R$ 84,3 bilhões;
  • 2018, com R$ 82,89 bilhões e
  • 2021, com R$ 81,63 bilhões.
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R$ 6,71 trilhões em ativos

Ainda de acordo com o levantamento, o ativo total consolidado dos quatro maiores bancos brasileiros em 2021 chegou a R$ 6,71 trilhões, valor 4,41% superior ao registrado em 2020.

“O maior crescimento entre 2021 e 2020 foi o do Banco do Brasil (11,99%), com o Bradesco tendo o segundo maior crescimento (3,94%) e o Itaú Unibanco o terceiro maior (2,53%). O Santander perdeu 3,89% entre 2002 e 2021”, destacou a Economatica.

O Itaú Unibanco segue sendo o maior banco por ativos no Brasil e na América Latina, com R$ 2,16 trilhões, seguido por:

  • Banco do Brasil, com R$ 1,93 trilhão;
  • Bradesco, com R$ 1,65 trilhão e
  • Santander, com R$ 963 bilhões.

Santander lidera volume de dividendos

Em 2021, os bancos citados distribuíram R$ 33,4 bilhões em dividendos e JCP. O total representa um valor 12,29% superior ao do ano de 2020. Veja os totais distribuídos por cada banco, de acordo com o levantamento:

  • Santander: R$ 9,99 bilhões;
  • Bradesco: R$ 9,91 bilhões;
  • Banco do Brasil: R$ 7,12 bilhões e
  • Itaú Unibanco: R$ 6,39 bilhões.

Valor de mercado cresce

Segundo a Economatica, o valor de mercado consolidado dos quatro maiores bancos do Brasil em 14 de fevereiro de 2022 era de R$ 643,4 bilhões, um crescimento de 14,54% em relação ao final de 2021. Confira o valor de mercado dos bancos na data:

  • Itaú Unibanco: R$ 240,0 bilhões;
  • Bradesco: R$ 188,0 bilhões;
  • Santander: R$ 119,5 bilhões e
  • Banco do Brasil: R$ 95,7 bilhões.

A equipe de Setor Financeiro do Research da XP já publicou os relatórios com as análises dos resultados do 4º trimestre de 2021 dos bancos. Confira abaixo e veja se vale investir nas ações de cada um deles:

Panorama para 2022

Tendências mistas: maiores rendimentos, mas risco de inadimplência

Esperamos tendências mistas para o setor bancário em 2022. Do lado positivo, vemos: i) taxas de juros mais altas, o que beneficia os spreads, embora deva continuar pressionado no curto prazo devido ao maior custo de captação; ii) um mix de carteira de crédito mais rentável; iii) redução gradual das provisões e bem capitalizadas; e iii) dividend yields atraentes.

No entanto, também vemos riscos relevantes, como: i) piores índices de inadimplência com a deterioração macroeconômica; ii) competição mais agressiva, impulsionada pelo engajamento do Open Finance; iii) possíveis intervenções regulatórias; e iv) riscos fiscais relacionados ao potencial fim do Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e aumento no imposto dos bancos.

Crédito deve continuar mudando para um mix mais rentável. Esperamos que os bancos continuem mudando sua carteira de crédito para um mix mais rentável, com linhas de PMEs e pessoas físicas, principalmente com garantias.

De acordo com dados do BCB, o ritmo do saldo de crédito de Pessoa Física veio aumentando desde o segundo semestre de 2021, e tal tendência pode ser sustentada por um maior apetite de risco dos bancos. No entanto, isso pode ser interferido por uma deterioração mais rápida nas tendências macroeconômicas ou do perfil de crédito dos consumidores.

Provisões devem continuar reduzindo e os bancos estão bem capitalizados, mas a inadimplência é a principal preocupação. Os lucros dos bancos devem ser beneficiados pela redução das provisões. Embora a inadimplência esteja artificialmente baixa, acreditamos que ainda deva aumentar gradualmente em 2022, e os bancos estão menos provisionados em comparação com 2021, com um índice de cobertura médio de ~260% no 4T21 em comparação com ~340% no 4T20. No entanto, os bancos estão bem capitalizados com um índice de capital nível I médio de 13,7%.

Top pick para 2022

Reiteramos o Banco do Brasil como nosso Top Pick

Reiteramos o Banco do Brasil como nosso papel favorito, devido a: i) Operação defensiva, com uma margem financeira estável nas carteiras de crédito rural, consignado e CDC para funcionários públicos; ii) índice de cobertura confortável em 325% e bem capitalizado com índice de capital nível I de 15,2%; ii) Múltiplos atrativos, uma vez que o banco está sendo negociado a 0,6x P/VP.

Riscos

Possíveis intervenções regulatórias no radar. Observamos os seguintes riscos na agenda regulatória/tributária: i) possível fim do Juros sobre o Capital Próprio (JCP), que contribui substancialmente para a redução da alíquota de impostos para os bancos (~12% do lucro em média com base nos dados de 2019); e ii) extensão da alíquota mais alta da CSLL para os bancos em 2022, embora a MP 1.034/21 tenha aumentado a alíquota da CSLL de 20% para 25% apenas para 2021.

A competição deve continuar sendo um tema chave. Acreditamos que as fintechs continuarão ganhando tração suportado pelos incentivos do Banco Central ao promover a competição e a inclusão financeira por meio da Agenda BC# e do Open Finance, potencialmente pressionando os spreads dos bancos incumbentes no longo prazo. Nesse sentido, esperamos que a Agenda BC# continue avançando, potencialmente impactando o mercado de crédito e ganhando força, mesmo que em ritmo ainda tímido, em produtos de investimentos, seguros e previdência complementar.

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