IBOVESPA -7,0% | 105.718 Pontos
CÂMBIO 1,4% | 4,45/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa ontem fechou em queda de -7% para 105,718 pontos, que foi a pior queda desde maio-2017. Essa queda brusca já era parcialmente esperada, dado o ajuste que esperávamos da Bolsa brasileira frente às cotações internacionais, que sofreram bastante durante o feriado de Carnaval. Porém, o mercado caiu mais que os 5% inicialmente esperados, refletindo a contínua elevação da aversão a risco no mundo com o avanço de novos casos de Coronavírus fora da China.
Esse ambiente de aversão a risco persiste nesta manhã, com bolsas europeias operando em queda de -2%, e futuros dos EUA em queda de cerca de -1%. O petróleo também opera em queda de 1,8%, aos US$52,4/barril, o menor patamar dos últimos 12 meses em vista de potenciais impactos do surto à grandes empresas do setor petroleiro. A migração para ativos de menor risco também continua em curso, com as taxas dos títulos do tesouro americano de 10 anos renovando as mínimas, aos 1,2988%.
O surto continua a afetar o dia-a-dia de diversos países como o Japão, onde o Primeiro Ministro Shinzo Abe solicitou que as escolas permaneçam fechadas a partir da próxima segunda feira até o final das férias de primavera, em abril. O Presidente americano Donald Trump se manifestou sobre o Coronavírus, afirmando que os riscos para os EUA ainda permanecem baixos. Trump enfatizou que o governo fará o que for preciso para combater a crise, e anunciou que o vice-presidente americano, Mike Pence, ficará no comando da força-tarefa oficial contra o surto. Porém, os EUA confirmaram há pouco tempo o 1º caso de Coronavírus de um paciente na Califórnia que não teve relação com retorno de viagem ou tem relação com alguém que retornou recentemente.
Nossa equipe publicou um em nossa plataforma de conteúdos diversos materiais para te ajudar a se posicionar durante essa crise, como (1) um resumo sobre a crise com opiniões de especialistas da XP , (2) a opinião de gestores de fundos de ações, (3) a opinião de gestores de fundos multimercados e (4) uma análise de como o Coronavírus pode impactar os FIIs.
No Brasil, as atenções se voltam ao noticiário político. Depois da reação crítica inicial à mensagem em que o Presidente Jair Bolsonaro compartilhou um vídeo em defesa das manifestações de 15 de março, que ganharam o Congresso como alvo principal, o noticiário dá conta de uma tentativa inicial de reduzir a temperatura da crise. Porém, o temor é que possa haver algum impacto no calendário de aprovação das reformas.
Em empresas, o primeiro destaque vai para os resultados da Ambev no 4T19, que vieram em linha com o esperado, mas com um guidance de resultados fracos no 1º trimestre de 2020, com elevadas pressões de custo. No 4º trimestre de 2019, o segmento de cerveja Brasil desapontou, com crescimento de volume de 1,4% A/A, abaixo da nossa estimativa de 2% e do consenso entre 1 e 3%. Tal resultado pode manter as ações pressionadas, já que o ambiente competitivo continua sendo uma preocupação importante. Mantemos recomendação Neutra nas ações, acesse aqui o relatório completo.
Finalmente, notícias apontam que navio contratado pela Vale com 300kt de minério de ferro foi encalhado propositalmente após rachaduras no casco. Acreditamos em impacto neutro para as ações da Vale em razão do ocorrido, pois é comum nesse mercado a carga ter seguro. Ainda, a Vale tem condições de repor esse volume no curto prazo com estoques. Mantemos nossa recomendação de Compra para Vale (preço-alvo de R$64/ação).
Tópicos do dia
Coronavírus
Veja aqui a nossa visão sobre os impactos nos mercados
Veja aqui a opinião de gestores de Fundos Multimercados
Veja aqui a opinião dos gestores de Fundos de Ações
Veja aqui nossa visão sobre os impactos nos FIIs
Temporada de resultados do 4º trimestre
Ambev (ABEV3): antes da abertura
AES Tietê (TIET11): após o fechamento
Clique aqui para acessar o calendário completo
Clique aqui para acessar nossa visão sobre a temporada de resultados
Internacional
- Petróleo: queda nos preços de petróleo sustentada por coranavírus apesar do crescimento menor do que o esperado dos estoques nos EUA
Empresas
- Ambev (ABEV3): resultados em linha no quarto trimestre; mas forte pressão de custos esperada para o 1T20
- Vale (VALE3): navio contratado pela Vale com 300kt de minério de ferro foi encalhado após rachaduras no casco. Neutro
- O IFIX fechou com queda de -1,49% após notícias de aumento do contágio do coronavírus
- Bancos: Nubank divulga resultados de 2019
- Frigoríficos: Marfrig e Minerva poderão exportar carne aos EUA
Veja todos os detalhes
Internacional
Petróleo: queda nos preços de petróleo sustentada por coranavírus apesar do crescimento menor do que o esperado dos estoques nos EUA
- Nesta manhã de quinta-feira, os preços do petróleo (Brent) estão operando em território negativo, -1,8% a US$ 52,43/barril, pressionados por impacto do coronavírus apesar do crescimento menor do que o esperado dos estoques nos EUA;
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) publicado ontem, apresentou um crescimento menor do que o esperado dos estoques nos EUA (0,4 milhões de barris/dia (mbpd) vs. 2,0 mbdp esperado) o que não foi suficiente para dar um breve fôlego aos preços de petróleo;
- A commodity já acumula queda de 8,9% na semana.
Empresas
Ambev (ABEV3): resultados em linha no quarto trimestre; mas forte pressão de custos esperada para o 1T20
- A Ambev reportou resultados em linha no 4T19, com EBITDA ajustado de R$ 6.925 milhões (-9% A/A) e margem EBITDA de 43,7% (vs. XPe de 43,4% e 47,6% no 4T18). O segmento de cerveja no Brasil foi o destaque negativo, mas foi compensado pelos resultados melhores que o esperado dos segmentos de (i) refrigerantes no Brasil e (ii) de América Latina;
- Em volumes, cerveja no Brasil aumentou +1,4% A/A, abaixo da nossa estimativa de 2% e na faixa mais baixa do consenso, que esperava crescimento entre 1 e 3%. Tal resultado abaixo do esperado pode manter as ações pressionadas, já que o ambiente competitivo continua sendo uma das principais preocupações do setor;
- De acordo com a Ambev, o segmento de cerveja no Brasil deve continuar enfrentando pressões de custo em 2020, embora em menor proporção do que no ano passado, devido aos menores preços das commodities. A empresa espera retomar o crescimento do EBITDA, mas a maior pressão de custos deve ser enfrentada no 1T20. Mantemos recomendação Neutra no papel. Clique aqui para mais detalhes.
Vale (VALE3): navio contratado pela Vale com 300kt de minério de ferro foi encalhado após rachaduras no casco. Neutro
- Navio contratado pela Vale com 300kt de minério de ferro foi encalhado propositalmente após rachaduras no casco, de acordo com o noticiário. Acreditamos em impacto neutro para as ações da Vale em razão do ocorrido, pois é comum nesse mercado a carga ter seguro. Ainda, a Vale tem condições de repor esse volume no curto prazo com estoques;
- Mantemos nossa recomendação de Compra para Vale (preço-alvo de R$64/ação).
O IFIX fechou com queda de -1,49% após notícias de aumento do contágio do coronavírus
- Os imóveis pertencentes aos fundos imobiliários são localizados no Brasil e não possuem exposição direta das suas operações no mercado externo. Portanto, suas operações só serão impactas caso haja um contágio em grande escala em território nacional;
- Mesmo com impacto marginal nas operações até o momento, notícias negativas podem continuar trazendo volatilidade ao mercado;
- Ainda, apesar de não ser nosso cenário base, caso haja uma escalada do nível de contágio no Brasil, não descartamos eventuais percalços como atrasos no pagamento de aluguéis, descontos temporários e inadimplência;
- Para mais detalhes acesse nosso relatório.
Bancos: Nubank divulga resultados de 2019
- Apesar de a fintech ter continuado a apresentar prejuízo, os dados operacionais são negativos para o setor financeiro. O prejuízo em 2019 foi de 313 milhões, mesmo com receitas dobrando para R$ 2,1 bilhões;
- Entre os destaques operacionais, temos: (1) 20 milhões de clientes em 2019 (vs. 6 milhões em 2018), com uma média de 40 mil novos clientes por dia; (2) prêmios relacionados a experiência do usuário/reclamações; (3) carteira de empréstimo pessoal de R$ 254 milhões; e (4) inadimplência acima de 90 dias em 6,6%;
- Apesar do prejuízo, em linha com o já apresentado no primeiro semestre (R$ 139 milhões), os dados operacionais apresentam melhora significativa. Por número de clientes, o Nubank já figura entre os maiores bancos do país, e continua crescendo, além de estar avançando em outros produtos. Por fim, a inadimplência do banco está abaixo da média do mercado, se compararmos o tipo do crédito do banco, que possui a maior parte da carteira no cartão de crédito.
Frigoríficos: Marfrig e Minerva poderão exportar carne aos EUA
- A Minervaconfirmou, por meio de comunicado ao mercado, que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) a notificou para permitir a exportação de carne bovina brasileira para os EUA. Segundo o Valor Econômico, a empresa obteve a aprovação de cinco unidades industriais, que totalizam capacidade de abate de 6 mil cabeças por dia. A Minerava já atendia o mercado americano por meio de suas operações na Argentina e no Uruguai;
- Ontem, a Marfrig também divulgou comunicado sobre a abertura do mercado americano. A companhia, que também pode exportar para os Estados Unidos a partir da Argentina e do Uruguai, não informou o número de frigoríficos no Brasil habilitados. Segundo o Valor informou anteriormente, inicialmente são três plantas habilitadas, mas a companhia quer ampliar esse número para oito. A abertura irá contribuir para facilitar a relação comercial e aumentar o portfólio da Operação América do Norte”, informou a Marfrig, em comunicado;
- Por fim, o Valor mencionou que ao todo, 21 abatedouros de cinco empresas (JBS, Minerva Foods, Marfrig, Frisa e Mataboi) estarão habilitados para exportar para os EUA em um primeiro momento. A notícia é positiva pois contribui para facilitar a relação comercial entre países e aumentar o portfólio das empresas na América do Norte.
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