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Banco Central reduz Selic para 4,25% ao ano: e agora?

O 5º corte no ciclo de baixa na taxa básica de juros reforça a necessidade de sair da inércia nos investimentos e coloca em maior evidência a Bolsa

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O nosso economista sênior, Marcos Ross, comentou os detalhes do novo corte, ao lado de outros especialistas. Assista ao vídeo!

O Banco Central definiu no fim da tarde desta quarta-feira, 5, mais um corte na taxa Selic, na primeira reunião de 2020 do Comitê de Política Monetária (COPOM). Assim como previsto, o órgão reduziu o instrumento monetário em 0,25 ponto percentual, de 4,5% para 4,25%.

A equipe de economia da XP Investimentos permanece com a projeção de continuidade desses mesmos 4,25% a.a. até o 1º trimestre de 2021.

Este é o quinto corte na taxa selic desde julho do ano passado.

Afinal, o que esse primeiro corte de 2020 na taxa Selic significa para o Brasil? Será que estamos diante de um cenário de constância nos juros baixos ou é algo pontual? O que isso influi no curto prazo?

A Bolsa em maior evidência

Este é o quinto corte no ciclo de baixa da taxa Selic, desde julho do ano passado, reforçando a necessidade do brasileiro buscar melhores rentabilidades e sair definitivamente da inércia quanto aos investimentos.

E isso corrobora com a nossa visão de que a Bolsa é, hoje, o caminho mais atrativo para a possibilidade de obter retornos maiores. Portanto, o mercado acionário fica em maior evidência por dois motivos com esse novo corte da Selic:

  1. O fluxo de pessoas físicas tende a aumentar exponencialmente com a continuidade no cenário de juros baixos.
  2. As empresas de forma geral, sobretudo as listadas na Bolsa, se beneficiam com os juros baixos. Isso acontece porque com as taxas menores, o ambiente de negociação comercial melhora, além de deixar as dívidas empresariais um pouco mais baratas.

Veja aqui a nossa visão completa sobre a Bolsa nesse novo cenário

A importância da taxa Selic em baixa

Primeiramente, vamos entender o que é essa tal de Selic. Sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ela é considerada a taxa básica de juros da economia brasileira. Ou seja, a taxa Selic influencia todas as outras taxas de juros cobradas no Brasil.

E a Selic também serve como instrumento de referência e benchmark para diversos investimentos, sobretudo os de Renda Fixa. Além disso, o Banco Central, a cada 45 dias, define o valor dessa taxa para estimular a economia e controlar a inflação.

Segundo a nossa visão, manter os níveis da Selic em baixa é uma das ações cruciais para sustentar a retomada econômica neste ano. A estratégia é, em suma, a seguinte: com os juros baixos, a tendência é que haja um aumento no consumo da população, créditos com juros mais atrativos e empresas, no geral, conseguindo maiores lucros por causa da melhora no ambiente econômico.

A equipe de economia da XP mantém a projeção de 4,25% até o fim de 2020. A partir do ano que vem, já é previsto que a Selic volte a aumentar de forma lenta e gradual.

No entanto, acreditamos que cortar os juros não pode ser um fator isolado. A efetividade do ciclo de baixa da Selic só é realmente transformadora para a economia se vier acompanhada de medidas mais estruturais e de longo prazo, como a aprovação do novo pacote de reformas do Ministério da Economia.

A trajetória da taxa Selic e o juro real

Há tempos, a Selic vinha em patamares altos desde a última crise econômica. De 2016 até agora, ela foi reduzida em cerca de 10 pontos percentuais. E como há investimentos que são diretamente atrelados a esse indicador, as aplicações conservadoras estavam altamente confortáveis, pois garantiam ótimos retornos aliados à segurança que o brasileiro tanto gosta.

Embora os cortes na taxa Selic sejam benéficos para a economia de forma geral, atualmente os investimentos com títulos diretamente atrelados à Selic sofrem por causa do juro real.

O juro real nada mais é do que juros menos inflação. Ele serve para você saber quanto, de fato, o seu investimento está rendendo. Para isso, é preciso descontar a desvalorização do dinheiro no tempo, que é a inflação.

Nessa nova mínima histórica, momento inédito na economia brasileira, o cenário aponta que o investidor precisa mudar atitudes se quiser ter mais rentabilidade.

Portanto, se já pensarmos no cenário com a taxa Selic em 4,25% e a inflação em torno de 3,5% a 4% ao ano, estamos falando de um ganho real (ou juro real) de menos de 1%. Veja o histórico no gráfico abaixo:

Nesse cenário, se você não prestar atenção nos seus investimentos e ficar na inércia, o seu dinheiro pode até perder valor ao longo do tempo.

Ou seja, é fundamental ter atenção na escolha dos investimentos. E isso significa que as decisões que você tomar hoje a respeito do seu dinheiro terão impactos profundos no futuro.

Como ficam os investimentos com a taxa Selic a 4,25%

Com a taxa de juros hoje em 4,25%, é hora de buscar novas formas de investir. Se você investe na poupança, por exemplo, ou em um CDB de algum banco que pague 85% do CDI (taxa de juros), o seu dinheiro vai render, respectivamente, 3% e 3,6% ao ano

O que acontece na prática?

Se você investir 1.000 reais na poupança, considerando os juros de 4,25%, você vai ter o equivalente a 949 reais depois de 10 anos a valores de hoje.

Isso mesmo, na caderneta você perde dinheiro com esse patamar da Selic.

E se você investir em um CDB que rende 85% do CDI depois de 10 anos terá o equivalente a 1.009 reais. Ou seja, um ganho de apenas 9 reais em uma década.

Esse é o risco que você corre se não prestar atenção nos seus investimentos neste cenário de juros baixos. As carteiras precisam ser repensadas e otimizadas para fugir das perdas e das baixas rentabilidades.

A título de exemplo, vamos pensar em uma carteira moderada que renda 7,5% ao ano.

Em um ano, o rendimento seria de 3,84% em termos reais. Assim, aqueles seus 1.000 reais virariam 1.458 reais em 10 anos.

Quanto tempo demoraria para dobrar o dinheiro?

Ainda considerando juros a 4,25% e inflação em 3,4%, na poupança isso nunca aconteceria porque o seu dinheiro perderia valor ao longo do tempo. E no CDB do banco rendendo 85% do CDI demoraria inacreditáveis 803 anos. Na poupança você teria perdido 5% do seu dinheiro ao longo de 10 anos.

Porém, em uma carteira moderada, acreditamos ser factível atualmente buscar retornos de 7,5% ao ano. Considerando o mesmo cenário, você conseguiria dobrar seu capital em cerca de 19 anos.

Como isso influi no seu futuro financeiro

Imagine se você estivesse investindo 10.000 ou 100.000 em vez de 1.000 reais, agora pensando em pagar uma faculdade para seus filhos, comprar um apartamento ou ter uma aposentadoria mais confortável.

Considerando esse cenário atual, ao longo de 10 anos, o seu dinheiro valeria menos do que ele vale hoje na poupança. Sim, menos!

Se você investisse R$ 100.000 e compararmos o CDB rendendo 85% do CDI com a carteira moderada, que rende 7,5% ao ano, você deixaria de ganhar 45.833 reais com essa escolha de investimento.

O que fazer agora?

Diversificar e sair da inércia são as principais ações a partir de agora. O momento exige investir buscando o máximo de diversificação na carteira. Inclusive, se possível, correndo um pouco mais de risco.

É assim que construímos nossas carteiras recomendadas.

Dessa forma, é possível equilibrar os investimentos e, inclusive, surfar algumas ondas positivas em momentos favoráveis para a Bolsa ou fundos multimercados, por exemplo.

Atualmente, 88% dos brasileiros que investem ainda têm seu dinheiro na poupança, que rende 70% da taxa de juros: 3% ao ano com a taxa de juros em 4,25% ao ano.

E, na missão de ajudar os brasileiros a investirem cada vez melhor, nossos assessores estão a postos para orientar os investidores sobre como agir. E também recomendar as opções mais rentáveis para cada tipo de perfil.

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