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Bons ventos para a agenda ESG

Vou começar este artigo com uma pergunta: por que a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos pode impulsionar a agenda ESG no mundo e no Brasil? Antes de respondê-la, vamos entender o contexto atual. Entre os pontos que marcaram a eleição norte-americana em 2020 estão a campanha em plena pandemia da covid-19, os milhões […]

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Vou começar este artigo com uma pergunta: por que a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos pode impulsionar a agenda ESG no mundo e no Brasil? Antes de respondê-la, vamos entender o contexto atual.

Entre os pontos que marcaram a eleição norte-americana em 2020 estão a campanha em plena pandemia da covid-19, os milhões de votos pelo correio, a disputa eleitoral em estados polarizados, e o recorde de eleitores que exerceram o seu direito ao voto em um país que há tal obrigatoriedade. Com mais de 70 milhões de votos totais, o democrata Joe Biden foi o candidato mais votado da história da democracia americana.

Mas, afinal, onde entra ESG quando o tema são as eleições nos EUA? Uma das principais prioridades do novo presidente americano eleito é o meio ambiente, tema que na agenda democrata é considerável e historicamente mais significativo do que na republicana.

“A eleição de Biden pode levar os EUA a adotarem uma postura mais rígida em relação ao Brasil, pressionando por ação e mudança, o que impulsionaria a agenda ESG como um todo, além de direcionar o nosso governo a colocar as questões relacionadas à responsabilidade socioambiental e de governança em primeiro plano”

A expectativa de uma agenda mais verde por parte da maior economia do planeta joga uma luz sobre as práticas ambientais, sociais e de governança adotadas pelas empresas. É fato que a pauta ESG já vinha em um movimento de consolidação, mas o novo presidente dos EUA pode trazer mais visibilidade ao assunto.

Trago a vocês, leitores, um exemplo que, embora pareça simples em um primeiro momento, diz bastante acerca do aumento da relevância do tema nos últimos meses. Sempre busco analisar o interesse das diferentes pessoas ao redor do mundo. E uma ótima forma de se fazer isso é ver a evolução do número de buscas de certo assunto no Google. Compartilho com vocês os resultados que me deparei ao pesquisar sobre como evoluiu nos últimos tempos a busca pelo termo ESG nos Estados Unidos.

Evolução das buscas pelo termo ESG nos Estados Unidos

Fonte: Google trends

A vitória de Biden deixou ainda mais claro que essa é uma questão cada vez mais importante para o sucesso das empresas no longo prazo. Joe Biden propõe um plano ambiental que prevê o investimento de USD 1,7 trilhões em infraestrutura de energia limpa nos setores de transporte, energia e construção civil ao longo de quatro anos, por meio do qual também se espera gerar empregos (40% do investimento seria alocado à população vulnerável).

O democrata também defende que a rede elétrica dos EUA seja 100% renovável até 2035 e que a matriz energética americana seja 100% limpa até 2050, além de propor incentivos fiscais para energia renovável. Indo além, Biden é a favor da ampliação de legislações punitivas para violações feitas por corporações e indivíduos, reversão de alterações regulatórias realizadas durante o governo Donald Trump e proibição de novos projetos de fracking (fraturamento hidráulico em português – método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo) em terras públicas.

Biden, que defende a retomada da liderança americana na comunidade internacional, propõe iniciativas mais assertivas nessa frente também fora dos EUA, o que inclui voltar a assinar o acordo de Paris e ter postura mais firme sobre temas como o meio ambiente e os direitos humanos.

No primeiro debate presidencial, o democrata deixou claro que a pressão aumentaria sobre o Brasil no lado ambiental caso fosse eleito. O então candidato destacou o Brasil dentre todos os outros países para afirmar que reuniria nações aliadas para darem ao país USD 20 bilhões para acabar com o desmatamento na Amazônia e, se o Brasil fracassasse, enfrentaria “consequências econômicas significativas”.

Os desdobramentos ambientais do Brasil se destacam negativamente em meio a um movimento global de maior foco dos investidores em ESG. Assim, a eleição de Biden pode levar os EUA a adotarem uma postura mais rígida em relação ao nosso país, pressionando por ação e mudança, o que impulsionaria a agenda ESG como um todo no Brasil, além de direcionar o nosso governo a colocar as questões relacionadas à responsabilidade socioambiental e de governança em primeiro plano, sendo essa uma uma condição sine qua non para o investidor estrangeiro enxergar o Brasil com bons olhos.

Mesmo na hipótese de o governo brasileiro pouco ceder às pressões, os possíveis boicotes ou sanções ao país impactariam as empresas, cujas práticas vão na contramão dos princípios ESG, enquanto que as companhias que colocam essa pauta em primeiro plano continuariam sendo as melhores escolhas para os investimentos. Nesse sentido, reforço a visão de que as empresas que não se adaptarem ao novo cenário certamente ficarão para trás.

Mesmo se o cenário mais adverso não chegue a se concretizar, de forma que boicotes ou sanções contra o Brasil não sejam impostas, a ameaça e as possíveis tensões entre o governo brasileiro e o americano adicionariam mais variáveis negativas a um cenário em que o Brasil já sofre com os desdobramentos da pandemia e as preocupações fiscais.

Mas com ou sem embates políticos a agenda ESG é uma realidade e não deverá retroceder. Talvez até mais importante do que isso, embora exista um papel relevante do governo em impulsionar a agenda ESG, e é nesse contexto que entra a influência de Biden, cada vez mais os próprios investidores, as empresas e a sociedade em geral têm assumido o protagonismo no fomento aos valores ambientais, sociais e de governança. Não podemos menosprezar essa força. Quanto mais o primeiro, segundo e terceiro setor atuarem juntos em busca da mudança, mais os esforços se unem em uma só direção.

Para saber mais sobre ESG acesse a nossa página sobre o assunto

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