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Menos muros e mais pontes

O distanciamento social sempre foi um traço cultural no cotidiano brasileiro. Periferia e centro abruptamente distantes, separadas. Favela e asfalto são divididos por um muro social, que impede o diálogo, a quebra de preconceitos e a construção de uma agenda baseada no compartilhamento de valor comum.  O termo “distanciamento social” foi popularizado com a chegada […]

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O distanciamento social sempre foi um traço cultural no cotidiano brasileiro. Periferia e centro abruptamente distantes, separadas. Favela e asfalto são divididos por um muro social, que impede o diálogo, a quebra de preconceitos e a construção de uma agenda baseada no compartilhamento de valor comum. 

O termo “distanciamento social” foi popularizado com a chegada da covid-19, mas é veterano. Agora ele expõe as nossas feridas como sociedade, que sempre esteve aprisionada em bolhas sociais e uma falsa proteção social. Percebi isso 7 anos atrás, quando ainda vivia sob as rédeas da exclusão social, vendendo o almoço para comprar a janta, quando fundava a ONG Gerando Falcões na periferia de São Paulo, sem um real rasgado no bolso.  

Eu e os nossos cofundadores atribuímos como um dos princípios da Gerando Falcões o “tamojunto”: derrubar muros e construir pontes. Quando alguém pergunta qual a minha profissão, óbvio que sou empreendedor social, mas digo também que sou um pontífice, pois construo pontes entre a favela e o centro para grandes oportunidades. É como se eu fosse um interprete para decodificar a mensagem da favela para o centro e do centro para favela. Quando os dois lados se escutam, se falam, caminhos são abertos no meio do caos e oportunidades são geradas.

A troca, o tato, a escuta e o olhar atento para descobrir novas oportunidades é fundamental. Ter a coragem de derrubar os muros da Faria Lima e se conectar com a realidade do Brasil. Saber do seu país não apenas pelas pesquisas de institutos, mas também por colocar o pé na estrada e explorar os caminhos. Afinal, onde seus pés pisam, a sua cabeça pensa.”

Nesses 7 anos de atuação social, trouxe para favela, dentro de uma agenda estratégica com a iniciativa privada, mais de mil executivos, empreendedores e investidores, como Jorge Paulo Lemann, Satya Nadela, Elie Horn, Pedro Bueno, entre outros. Foram centenas de famílias, adolescentes e jovens, como os netos do empresário Abílio Diniz, etc.  Para muitas pessoas, foi a primeira vez que visitaram a favela.

Muitos chegaram com medo e voltaram esperançosos por descobrir que existe ali muito mais que violência, mas arte, música, empreendedorismo, trabalho duro e criatividade para, diariamente, hackearem o sistema e sobreviver. Num mundo que muda aceleradamente, também pautado pelas demandas sociais reprimidas, como no caso do movimento antirracista, e num Brasil onde o consumo é a principal fonte da economia brasileira, todos os CEOS, executivos, investidores e empreendedores deveriam construir um profundo relacionamento com as periferias e favelas. Quem não se relacionar, não vai enxergar as novas tendências. Vai ser pego de surpresa pelas ondas.

Implementar soluções de tecnologias, softwares, área de dados e achar que todos os problemas serão solucionados, não é tudo. A troca, o tato, a escuta e o olhar atento para descobrir novas oportunidades é fundamental: ter a coragem de derrubar os muros da Faria Lima e se conectar com a realidade do Brasil. Saber do seu país não apenas pelas pesquisas de institutos, mas também por colocar o pé na estrada e explorar os caminhos. Afinal, onde seus pés pisam, a sua cabeça pensa. Saber da periferia e da favela com o olhar de dentro, com informação privilegiada e com os códigos decodificados. E, sobretudo, criar uma agenda estratégica de produção de impacto social na ponta. Colocar o seu capital intelectual e social para acelerar soluções para o Brasil.   

Eu tenho dito que todo CEO deveria ter um empreendedor social como amigo. Os dois lados vão ganhar muito com a troca e o compartilhamento. Eu me tornei amigo do Bernardo Paiva, que foi CEO da AMBEV. Por conta dessa relação, a Gerando Falcões se transformou numa ONG gerida com a eficiência de uma empresa. E a AMBEV criou um programa social chamado VOA que capacita outras ONGS no Brasil.  A empresa melhorou a relação com as comunidades e aumentou o ‘engagement’ dos colaboradores e o Brasil acelerou o impacto, através das ONGS melhores geridas.

Permanecer ilhado, dialogando apenas com ‘iguais’ não vai torná-lo um profissional melhor. Repertório é fundamental e e a construção disso se faz derrubando muros e erguendo pontes. E repito: quem vai ganhar com isso é o Brasil. Quando a covid-19 for embora, vamos ter que eliminar o distanciamento social em todos os níveis para ser uma nação mais justa socialmente.

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