IBOVESPA -0,73% | 155.380 Pontos
CÂMBIO +0,40% | 5,34/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quarta-feira com recuo de 0,7%, aos 155.381 pontos. O índice manteve o movimento de queda após a forte sequência de altas das últimas semanas, enquanto tanto o câmbio (USD/BRL +0,2%) quanto a curva de juros permaneceram praticamente estáveis. Durante o feriado, quando os mercados locais ficaram fechados, as bolsas americanas recuaram (S&P 500 -1,6%; Nasdaq -2,4%), estendendo o movimento de correção mesmo após o forte resultado da Nvidia e o Nonfarm Payroll de setembro vir acima das expectativas. Os mercados locais devem repercutir o noticiário global no pregão desta sexta-feira.
Smart Fit (SMFT3, +2,5%) esteve entre os destaques positivos, avançando após a venda de ações em bloco pelo Pátria Investimentos, operação que deve aumentar o free float da companhia. Na ponta negativa, MBRF (MBRF3, -8,6%) recuou em um movimento técnico. A ação acumula queda de 16,0% nos dois últimos pregões enquanto registrava alta de 43,3% em novembro antes dessa correção recente.
Para o pregão de sexta-feira, a agenda econômica inclui a divulgação dos PMIs de serviços e manufatura de novembro nos EUA e na Zona do Euro.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a quarta-feira com leve queda ao longo da curva, destoando do movimento observado nos demais mercados. O recuo foi influenciado pelo leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que veio mais fraco do que o esperado, trazendo alívio às taxas locais. Assim, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,3bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,63% (- 0,8bps); DI jan/29 em 12,86% (- 2,4bps); DI jan/31 em 13,21% (- 3,4bps). Nos Estados Unidos, por outro lado, as taxas subiram após a divulgação da ata da última reunião do FOMC, que reduziu ainda mais as apostas em um novo corte de juros pelo Federal Reserve. Com isso, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,59% (+1,79bps vs. pregão anterior); enquanto os de dez anos em 4,13% (+2,9bps).
Mercados globais
Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,4%) após uma sessão extremamente volátil, marcada por um forte sell-off em ações de inteligência artificial. O rali inicial impulsionado pelos resultados sólidos da Nvidia, que chegaram a levar o S&P 500 a +1,9%, se desfez no fim do pregão, com a fabricante de chips virando para -3,2%. O S&P 500 caiu 1,6% e o Nasdaq recuou 2,2%. A volatilidade aumentou após a divulgação do payroll atrasado, que mostrou criação de empregos acima do esperado, mas uma taxa de desemprego mais fraca, reforçando dúvidas sobre um possível corte de juros em dezembro. As chances de redução permanecem baixas (41%, segundo o CME FedWatch). No acumulado da semana, o S&P 500 cai 2,9% e o Nasdaq cede 3,6%.
Na Europa, os mercados abriram em queda (Stoxx 600: -1,1%), acompanhando a forte aversão ao risco global e o impacto direto da correção das Big Techs nos EUA. O setor de tecnologia lidera perdas, com BE Semiconductor e ASML recuando entre 4% e 5%, enquanto ASML cai 4,5%. A instabilidade também é alimentada por manchetes geopolíticas envolvendo relatos de negociações de paz entre EUA e Rússia, que pressionaram ações de defesa. Investidores ainda digerem o payroll americano atrasado e a queda abrupta nas expectativas de corte de juros pelo Fed. Na agenda europeia, o mercado aguarda PMIs na Alemanha e Reino Unido.
Na China, as bolsas acompanharam o forte sell-off de tecnologia em Wall Street (CSI 300: -2,4%; HSI:-2,4%), com quedas generalizadas e forte pressão sobre empresas ligadas à IA. O Hang Seng Tech apresentou queda ainda mais acentuada, de 3,21%. O Nikkei 225 recuou 2,4%, liderado pela queda de ações de semicondutores, com SoftBank caindo 10% e Advantest 12,1%. A inflação núcleo no Japão subiu no ritmo mais forte desde julho, reforçando a pressão para um aperto monetário pelo BOJ e possivelmente prejudicando a liquidez global.
IFIX
O IFIX encerrou a quarta-feira com alta de 0,10%, acumulando valorização de 0,72% em novembro e 16,15% no ano. O movimento ocorreu em um dia de agenda doméstica sem grandes eventos para FIIs, mas influenciado pelo leve fechamento ao longo da curva de juros.
No desempenho setorial, os fundos de tijolo registraram avanço médio de 0,15%, enquanto os fundos de papel apresentaram queda marginal de 0,01%, ainda refletindo os efeitos da deflação observada em agosto e a perspectiva de arrefecimento nas distribuições diante da inflação corrente mais contida. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se JSRE11 (2,5%), PCIP11 (2,4%) e TGAR11 (2,0%). Já entre as principais quedas, figuraram VGRI11 (-2,7%), VGIP11 (-1,6%) e KFOF11 (-1,3%).
Economia
O relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) referente a setembro, divulgado com atraso devido ao shutdown do governo, mostrou a criação de 119 mil vagas de emprego, bem acima das expectativas de cerca de 50 mil. O resultado sinalizou que o mercado de trabalho segue resiliente, o que reduziu de forma expressiva as chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na reunião de dezembro.
Os Estados Unidos anunciaram a remoção das tarifas adicionais de 40% que incidiam sobre dezenas de produtos brasileiros, em especial, café, carnes, frutas e suco de laranja. A medida tem efeito retroativo a 13 de novembro.
Na agenda internacional, os destaques ficam para a divulgação de PMIs nos EUA – sondagens com empresas que visam medir o pulso da atividade econômica – e para as expectativas da Universidade de Michigan.
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Economia
Payroll reduz chances de corte de juros nos EUA; tarifas de 40% contra produtos brasileiros são retiradas
- O relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) referente a setembro, divulgado com atraso devido ao shutdown do governo, mostrou a criação de 119 mil vagas de emprego, bem acima das expectativas de cerca de 50 mil. Apesar da taxa de desemprego ter subido para 4,4% (a maior desde outubro de 2021), o resultado sinalizou que o mercado de trabalho segue resiliente, o que reduziu de forma expressiva as chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na reunião de dezembro. Esse cenário pressionou os principais índices das bolsas americanas, que recuaram diante da perspectiva de juros elevados por mais tempo. A ata do Fed, divulgada quarta-feira, sobre a reunião realizada em outubro, já mostrava uma divisão entre os diretores sobre a decisão de dezembro, deixando em aberto uma possível manutenção de juros, que deve ganhar mais força agora;
- Os Estados Unidos anunciaram a remoção das tarifas adicionais de 40% que incidiam sobre dezenas de produtos brasileiros, principalmente itens do setor agropecuário, como carne bovina, café, frutas e suco de laranja. A decisão foi formalizada por ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump e tem efeito retroativo a 13 de novembro. A medida ocorre após negociações iniciadas em outubro, em conversa entre Trump e o presidente Lula, e foi celebrada pelo Itamaraty, que destacou o avanço nas relações comerciais e reafirmou a disposição para continuar o diálogo visando eliminar tarifas sobre outros produtos. Segundo o governo americano, a retirada das tarifas busca reduzir tensões comerciais e fortalecer parcerias estratégicas;
- O Banco Popular da China (PBoC) manteve os juros inalterados pelo sexto mês consecutivo, em linha com as expectativas de mercado. A taxa de 1 ano permaneceu em 3,0% e a de 5 anos em 3,5%, níveis que já são mínimos históricos desde os cortes realizados em maio. A manutenção reflete uma postura menos agressiva para estímulos monetários, após sinais de menor urgência para afrouxamento amplo. Em vez disso, o PBoC deve focar em medidas de crédito mais direcionadas para apoiar a economia, que segue pressionada por demanda fraca e crise no setor imobiliário;
- A inflação no Japão acelerou em outubro, permanecendo acima da meta do Banco do Japão (BoJ). O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o núcleo (exclui itens mais voláteis) subiram para 3,0% na base anual. Enquanto na comparação mensal, houve alta de 0,4%, indicando pressão contínua nos preços. Esse é o 43º mês consecutivo com inflação acima da meta de 2%, sustentada pelo repasse de custos e aumento nos preços de energia e alimentos. Apesar disso, o BoJ manteve a taxa de juros na última reunião;
- Na agenda internacional, os destaques ficam para a divulgação de PMIs nos EUA – sondagens com empresas que visam medir o pulso da atividade econômica – e para as expectativas da Universidade de Michigan.
Empresas
Embraer (EMBJ3): Pedidos de jatos maiores ganham destaque no Dubai Air Show
- Leitura Marginalmente Positiva para a Embraer
- Fazemos um resumo das notícias recentes sobre o setor aeroespacial durante o Dubai Air Show, com uma leitura marginalmente positiva para a Embraer.
- Vemos com bons olhos os anúncios da Helvetic Airways e da Air Côte d’Ivoire, aumentando seu backlog e reforçando sua presença regional, embora notemos uma ordem de magnitude diferente entre novos pedidos de jatos regionais e narrowbodies.
- Além do evento, o momentum operacional da Embraer permanece positivo, com novos acordos esperados para 2026E após campanhas de vendas em andamento, especialmente para o E195-E2 e o KC-390.
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Atualizando nossas estimativas para Iochpe-Maxion (MYPK3) e Tupy (TUPY3)
- Estamos atualizando nossas estimativas para Iochpe-Maxion e Tupy, reiterando nossa preferência relativa pelo MYPK3 com recomendação de compra (+61% de upside) vs. TUPY3 com recomendação neutra (+17% de upside).
- Continuamos observando um ambiente macroeconômico incerto impulsionando condições adversas de demanda por veículos comerciais nos EUA.
- Esse ambiente tem se mostrado mais desafiador para a Tupy, devido à sua maior dependência da América do Norte e exposição a plataformas de cargas mais pesadas, com o portfólio mais diversificado da Iochpe proporcionando resiliência relativa (embora também impactada).
- Historicamente, Tupy e Iochpe negociaram em múltiplos semelhantes, refletindo fatores de crescimento e perfis de risco comparáveis, mas recentemente as trajetórias de lucros divergiram, e esses múltiplos (uma vez alinhados) se distanciaram.
- Em nossos números, a Iochpe agora é negociada com um desconto relativo em EV/EBITDA de -20%, oferecendo um dividend yield atrativo de ~8% em 2026E, reforçando nossa visão de uma oportunidade de investimento de curto prazo mais atrativo.
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Vibra Energia (VBBR3) | Pagamento de dividendos e ações
- Nesta quarta-feira (19), após o fechamento do mercado, a Vibra fez dois anúncios: (i) a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) de R$ 850 milhões (rendimento de 2,9%); e (ii) a emissão de novas ações a serem distribuídas aos acionistas existentes, implicando uma diluição de 7,11% nos preços atuais das ações e um aumento proporcional no número de ações;
- As ações começarão a ser negociadas ex-direitos de dividendos e bônus de ações em 26 de novembro de 2025, mas os pagamentos efetivos em dinheiro do JCP só serão feitos em dezembro de 2026 (sem correção de juros);
- Em nossa visão, o anúncio do JCP é marginalmente positivo, pois maximiza o benefício fiscal e indica o compromisso contínuo da empresa com a remuneração dos acionistas, mas o pagamento diferido indica a necessidade de equilibrar as distribuições e a desalavancagem do balanço patrimonial. O aumento no número de ações foi inesperado e nos parece um tanto desnecessário;
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Fed alerta sobre impacto de fundo hedge nos Treasuries (Valor Econômico);
- Impacto da venda de ativos do FGC no mercado deve ser limitado (Valor Econômico);
- Braskem confirma que unidade no México atrasou pagamento de juros, e negocia com credores (InvestNews);
- Ratings da CSN e CSN Mineração rebaixados de ‘brAA+’ para ‘brAA’ e colocados em CreditWatch negativo por alavancagem elevada (S&P);
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Estratégia
Posicionamento dos Fundos de Ações – Novembro de 2025
- Atualizamos o nosso monitor de posicionamento de fundos de ações. Em outubro, consideramos 1.014 fundos com um total de patrimônio líquido de R$ 287,1 bilhões.
- Elétricas continua sendo o setor com a maior exposição estimada, em 17,3% (3,7 p.p. acima do peso no Ibovespa). A exposição em Bancos aumentou 0,27 p.p. e agora está em 13,6%, 1,2 desvios-padrão acima de sua média em 5 anos;
- Os maiores aumentos em 30 dias ocorreram em Mineração & Siderurgia (+2,04 p.p.), Saúde (+1,19 p.p.) e Propriedades Comerciais (+1,09 p.p.), embora Mineração & Siderurgia siga 6,0 p.p. abaixo do peso no índice de referência;
- Por outro lado, reduções relevantes ocorreram em TMT (-2,05 p.p.), Alimentos & Bebidas (-1,29 p.p.) e Saneamento (-0,92 p.p.);
- Propriedades Comerciais é o setor com maior concentração de posições em relação ao seu peso no índice (o mais crowded), seguido por Papel & Celulose e Elétricas, enquanto Mineração & Siderurgia, Bancos e Instituições Financeiras permanecem com uma alocação abaixo do neutro;
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Fundos imobiliários reforçam alocações; IFIX sobe (Money Times);
- HGLG11 tem queda no lucro, mas mantém dividendos e projeta movimentações na carteira (FIIs);
- Congelamento de aluguéis pode piorar acesso à habitação, diz estudo (Exame);
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ESG
Incêndio na COP30 interrompe negociações, com retomada esperada para hoje | Café com ESG, 21/11
- Com mercado fechado ontem por conta do feriado, no pregão de quarta-feira o IBOV e o ISE registraram leve queda de 0,73% e 1,22%, respectivamente;
- Na COP30, (i) o pavilhão dos países na zona azul da cúpula registrou um incêndio na tarde de ontem, impedindo a continuidade dos trabalhos – as reuniões plenárias devem ser retomadas hoje de acordo com a ONU, com a interrupção acontecendo em um momento delicado das negociações, o que deve comprometer o cronograma previsto pela presidência e pode estender as conversas; e (ii) na noite desta quarta, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a Alemanha aportará 1 bilhão de euros ao Fundo Florestas Tropicais (TFFF, na sigla em inglês), uma das principais apostas do Brasil para a COP30;
- No internacional, um governador regional japonês afirmou que permitiria uma retomada parcial da usina nuclear Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo, enquanto o Japão tenta reviver seu setor nuclear e reduzir as importações de combustíveis fósseis – a aprovação pelo governador da Prefeitura de Niigata, Hideyo Hanazumi, eliminará o último grande obstáculo para a operadora da usina Tokyo Electric Power Co prosseguir com os planos de reiniciar um ou dois dos maiores reatores de Kashiwazaki-Kariwa;
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