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S&P rebaixa rating da CSN para ‘brAA’, com ‘CreditWatch negativo’

Confira o rebaixamento de ratings e perspectiva pela S&P Global para CSN.

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Em 19 de novembro de 2025, a S&P Global rebaixou os ratings da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da CSN Mineração S.A. de ‘brAA+’ para ‘brAA’, alterando a perspectiva de ‘Estável’ para ‘CreditWatch Negativo’. A decisão reflete a expectativa de manutenção de uma alavancagem elevada, pressionada pelos expressivos pagamentos de juros e pelo ritmo de investimentos da Companhia. No mesmo movimento, o rating global da CSN foi mantido em BB-, mas também colocado em observação negativa, reforçando o risco de novo rebaixamento caso não haja redução relevante da dívida.

Visão da S&P Global

A agência destacou que, apesar da melhora operacional em 2025 — com margens mais robustas na siderurgia e bom desempenho das divisões de mineração e cimentos —, a alavancagem da CSN permanece elevada, refletindo pagamentos expressivos de juros e investimentos relevantes em expansão. O setor siderúrgico brasileiro segue pressionado por importações chinesas, enquanto os projetos da Companhia só devem gerar resultados significativos a partir de 2027/2028.

Segundo a S&P, a dívida líquida ajustada sobre EBITDA deve encerrar 2025 em torno de 5,5x, após ter atingido um pico de 7,2x em 2024. A expectativa é que esse indicador permaneça acima de 5,0x nos próximos dois anos, na ausência de venda de ativos ou resolução favorável do litígio com a Ternium — disputa relacionada a mudanças no controle acionário da Usiminas, que pode resultar em entrada de recursos relevantes. O CreditWatch Negativo indica possibilidade de novo rebaixamento nos próximos 90 dias caso não haja eventos que reduzam a alavancagem para próximo de 4,0x.

A liquidez é avaliada como suficiente, com R$ 17,1 bilhões em caixa consolidado, dos quais mais de 75% concentrados na CSN Mineração — valor sujeito a desconto de acesso de cerca de 30%, devido à presença de acionistas minoritários. Apesar do colchão de liquidez, o consumo de recursos permanece elevado: a S&P projeta fluxo de caixa operacional livre (após investimentos e despesas financeiras) negativo em cerca de R$ 4 bilhões em 2025, pressionado por capex de R$ 5,5 bilhões e despesas de juros próximas a R$ 5,4 bilhões, mesmo considerando receita financeira de R$ 1,3 bilhão.

Outro ponto crítico é a estrutura de capital: grande parte da dívida está na holding, enquanto a geração de caixa se concentra na subsidiária de mineração, elevando o risco estrutural do grupo. A agência também ressalta que os covenants exigem dívida líquida/EBITDA abaixo de 4,5x, mas a CSN mantém folga confortável frente a esses parâmetros, dado que os cálculos diferem dos ajustes da S&P.

Em suma, o movimento reforça a percepção de que, sem medidas relevantes de desalavancagem — como venda de ativos, cortes de capex e retenção de dividendos —, a estrutura financeira da CSN tende a permanecer mais compatível com um nível de rating inferior.

Análise XP Research: 3T25

A CSN reportou resultados sequencialmente melhores no 3T25, apoiado por: (i) fortes resultados das operações de mineração(ii) melhoria do desempenho da divisão de Cimento; (iii) um sólido desempenho da divisão de Logística; e (iv) um desempenho mais fraco na divisão de Aço.

Destaques financeiros: EBITDA ajustado de R$ 3.319 milhões +26% T/T, +45% A/A. Os investimentos totalizaram R$1,4 bilhão no 3T25, refletindo os efeitos sazonais e a construção da infraestrutura da planta Itabirito P15, além de investimentos relacionados à modernização das operações do alto-forno UPV. O fluxo de caixa livre ficou negativo em R$ 815 milhões, impulsionado por maiores despesas financeiras, maiores investimentos e consumo de capital de giro.

Pontos positivos: (i) forte desempenho da divisão de Mineração (EBITDA +57% T/T), impulsionado pela melhoria dos embarques de minério de ferro (+4% A/A), preços realizados mais altos do minério de ferro (+27% T/T) em meio a um desempenho de custos controlado (C1/t +1% T/T), (ii) melhoria dos resultados na divisão de Cimento (EBITDA +32% T/T, margens de 29%),  refletindo maiores volumes de vendas (+5% T/T) e um melhor desempenho de preços; enquanto (iii) o desempenho de Logística melhorou no trimestre (EBITDA +6% T/T).

Pontos Negativos: (i) desempenho mais fraco do EBITDA trimestral da divisão de Aço, com margens em queda em 8,1% no 3T25 (-3 p.p. T/T e -26% T/T), impulsionado pela melhoria dos volumes de vendas (+4% T/T), menores custos de placas (-6% T/T), embora compensado por um ambiente de preços mais fraco (-6% T/T).

Por fim, a dívida líquida atingiu R$ 37,5 bilhões (+7% A/A), com dívida líquida/EBITDA de 3,2x praticamente em linha com o 2T25, e permanece como uma das principais preocupações dos investidores sobre a tese de investimento da CSN. A alavancagem permaneceu em conformidade com o covenant de até 4,5x. Em relação ao perfil de endividamento, embora na visão consolidada conste apenas 16% do total da dívida no curto prazo, a visão ex-Mineração mostra um cronograma de vencimentos mais apertado. Como mitigante, a maior parte dos valores a vencer nos próximos 3 anos está concentrada em dívidas bilaterais com bancos, o que tende a facilitar as negociações de alongamento da Holding.

Comentário de Equity Research: “Embora a CSN tenha reportado um desempenho melhor do que o esperado no 3T25, reiteramos nossa perspectiva estrutural cautelosa sobre os preços do minério de ferro (dado o ambiente de demanda pouco inspirador na China), com a alta alavancagem da CSN implicando uma margem de segurança limitada em meio às elevadas taxas de juros do Brasil. Além disso, embora a Companhia possa se beneficiar de possíveis medidas antidumping de aço, continuamos preocupados com o risco de uma potencial deterioração adicional no mercado siderúrgico sob altas taxas de juros prolongadas”.

Notas: (1) EBITDA ajustado considera participação na MRS (37,49%). (2) e (3) Dívida bruta e líquida considera participação na MRS (37,49%), sem juros accruados.

Cronograma de Amortização da Dívida – Consolidado – com CSN Mineração  (R$ Milhões)

Cronograma de Amortização da Dívida – CSN Siderurgia (Holding) – Ex-CSN Mineração (R$ Milhões)

Veja Mais

Fontes

S&P Global Ratings

Companhia Siderúrgica Nacional ‘BB-‘ Rating Place | S&P Global Ratings

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