PRIO tem perspectiva elevada para ‘Positiva’ pela Moody’s e S&P Global; Ratings afirmados

No dia 02 de outubro de 2024, as agências de classificação de risco Moody’s e S&P Global elevaram a perspectiva dos ratings da PetroRio S.A. (“PRIO” ou “Companhia”) para ‘Positiva’, ante ‘Estável’. O motivo foi o anúncio da aquisição da Sinochem pela Companhia. A Moody’s afirmou o rating ”Ba3′ e a S&P Global, os ratings ‘BB-‘ em escala global e ‘brAA+’ em nacional.

Visão da Moody’s

A perspectiva ‘Positiva’ na escala global sinaliza que poderia haver elevação nos ratings no curto a médio prazo. Na opinião da Moody’s, a aquisição da Sinochem Petroleum Netherlands Coöperatief U.A. (“Sinochem”) é positiva para a Companhia, que não apenas deverá aumentar sua produção para mais de 150.000 boe/d, mas também aproveitará de sinergias com seus campos de extração de petróleo de Polvo e Tubarão Martelo.

A aquisição de 40% de Peregrino, campo produtor de petróleo e gás da Sinochem, caso seja aprovado pelos órgãos reguladores e pela Equinor (detentora dos outros 60% do campo), será efetuada por um pagamento de US$ 1,92 bilhão, e elevará a produção de petróleo e as reservas da PRIO em 42% e 19%, respectivamente, de acordo com as projeções da agência de risco.

O pagamento da transação será dividido em: i) US$ 191,5 milhões no momento da assinatura do contrato, e ii) US$ 1,72 bilhão após a aprovação da aquisição. Em uma análise pro forma (já considerando a aquisição da Sinochem), a Moody’s espera que a a alavancagem financeira da Companhia, medida pelo indicador dívida líquida / EBITDA, encerrará 2024 em 1,8x, reduzindo-se até 1,1x em 2025.

Na visão da agência, a perspectiva ‘Positiva’ acarretará na elevação do rating, caso a produção da Companhia supere a casa dos 150.000 boe/d após a aquisição de Peregrino, e aumente em outros campos de extração já pertencentes à PRIO, como o caso de Wahoo.

Visão da S&P Global

A S&P Global também revisou a perspectiva da PRIO para ‘Positiva’ vs. ‘Estável’ em razão do anúncio da aquisição. A agência destaca que, além da elevação projetada para produção (32%) e reservas (20%), a transação é positiva para a Companhia no quesito de diversificação das fontes produtoras de petróleo.

A S&P Global pontua que, mesmo com o custo elevado de extração do ativo e maiores descontos sobre o preço do Brent (US$ 10,5 ~ US$ 12), é projetada estabilidade no custo por barril de petróleo em US$ 7,7 em 2025 e US$ 6 a partir de 2026.

Com a aquisição, a agência espera que a alavancagem da PRIO, medida pelo indicador dívida líquida / EBITDA (sem considerar a geração de EBITDA vinda do novo ativo), encerre 2024 próxima a 2,0x, retornando a 1,0x~1,5x em 2025.

Caso a expectativa da S&P Global se concretize, com a PRIO produzindo acima de 150.000 barris por dia em 2025 e a alavancagem permanecendo entre 1,0x~1,5x, o rating da Companhia seria elevado.

Visão da XP

Para o time de óleo e gás do Research da XP, a aquisição é positiva para a PRIO, e gerará 7% de valor patrimonial.

Análise XP: Resultados 2T24

No 2T24, a petroleira PRIO apresentou aumento de 50% A/A em sua Receita Líquida (US$ 728 milhões), desempenho derivado da elevação de 19% das vendas frente ao mesmo trimestre do ano anterior, e do incremento de 9% do Brent desde o 2T23. Com isso, o EBITDA cresceu 64% na comparação anual, impulsionado pelo resultado operacional, e pelo impacto gerado pelo imposto de exportação de petróleo implementado em março de 2023.

A produção da PRIO foi amplamente afetada por greves no Ibama, tanto no curto quanto no médio e longo prazo. No curto prazo, a PRIO tem quatro poços que precisam de workover ¹ (ODP3 em Frade, TBMT-4H, TBMT-8H e TBMT-10H em Tubarão Martelo), mas que dependem da autorização do Ibama. Esses quatro poços, em conjunto, representam uma perda de cerca de 6kbpd² na produção atual. As greves também continuam a atrasar a maturação de Wahoo (+40kbpd) e o desenvolvimento subsequente de ABL (+55kbpd).

Em razão do aumento dos offtakes³ frente ao mesmo trimestre do ano anterior, a Companhia registrou Custos dos Produtos Vendidos (CPV) de US$ 28 milhões no 2T24, o que representa alta de 19% A/A. A PRIO divulgou aumento de 48% A/A em seu lucro líquido (US$ 272 milhões), decorrente de maiores vendas e preço do Brent.

Em relação ao endividamento no 2T24, a Dívida Líquida da PRIO encolheu 47% A/A, aos US$ 909 milhões, e o índice Dívida Líquida/EBITDA reduziu de 1,47x para 0,41x. Ao final do 2T24, a Companhia encontrava-se adimplente com seu covenant de dívida líquida/EBITDA menor ou igual a 2,5x.

_{Nota: (1) Conjunto de operações que permitem elevar a produtividade dos poços. (2) Unidade de medida utilizada na indústria de petróleo para expressar a taxa de produção de petróleo de mil barris por dia. (3) Refere-se a acordos ou contratos que garantam a compra de uma quantidade específica de petróleo por um comprador a partir de um vendedor específico.}

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Fonte

Moody’s

S&P Global

PRIO RI

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