O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
As taxas futuras de juros fecharam a semana em leve alta, contudo, o mercado encerrou o período mais otimista. Dentre os diversos assuntos no radar dos investidores, os principais destaques na semana foram (i) upgrade (elevação) da perspectiva do rating do Brasil pela S&P Global, (ii) a manutenção dos juros nos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos); e (iii) Boletim Focus.
O otimismo não demorou a retornar ao mercado local com a melhora da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela S&P Global, de estável para positiva – após a mudança de perspectiva do soberano, perspectivas de ratings corporativos também foram alterados, clique aqui para ver.
No cenário internacional, os juros dos Treasuries avançaram com o aumento da percepção de novas altas de juros nos Estados Unidos. Dirigentes do Fed criticaram, novamente, a inflação “teimosamente persistente” e “muito elevada” nos EUA, enfatizando que estão dispostos a fazer mais ajustes na política monetária para controlar os preços no país. Comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (09), a taxa de 2 anos passou de 4,59% para 4,7% e a de 10 anos saiu de 3,75% para 3,77%.
O que esperar para a próxima semana?
Na semana que vem, no Brasil, destaque ao anúncio da decisão do Copom para a taxa Selic na quarta-feira à noite. O mercado espera manutenção no patamar de 13,75% a.a.. Na seara internacional, a agenda de indicadores estará relativamente mais tranquila.
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Cenário macroeconômico
No cenário internacional, o Fed deixou sua taxa básica de juros estável, conforme amplamente esperado pelo mercado, mas sinalizando que pode ser apenas uma pausa. Atrasado frente a seus pares, o Banco Central Europeu elevou suas taxas de referência em 0,25pp, e mais aperto pode vir adiante. Já na China, os dados de atividade econômica seguem surpreendendo para baixo e elevam apostas sobre mais incentivos fiscais e monetários.
No Brasil, a agência S&P revisou a perspectiva da nota de crédito soberana de estável para positiva, ajudando a impulsionar os ativos brasileiros. Além disso, dados de varejo e serviços de abril mostraram arrefecimento da economia brasileira no início do 2º trimestre. Destaque ainda para a revisão das projeções de IPCA realizada pelo time macro da XP, de 5,4% para 4,9% em 2023, e de 4,7% para 4,5% em 2024.
Leia o resumo completo de economia da semana
Juros e inflação
As taxas futuras de juros fecharam a semana em leve alta, contudo, o mercado encerrou o período mais otimista. Dentre os diversos assuntos no radar dos investidores, os principais destaques na semana foram (i) upgrade (elevação) da perspectiva do rating do Brasil pela S&P Global, (ii) a manutenção dos juros nos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos); e (iii) Boletim Focus.
A semana se iniciou com a divulgação do Boletim Focus, que apresentou redução nas projeções de inflação em 2023, 2024 e 2025. O consenso relatado no documento adicionou um tom positivo à curva e aumentou as expectativas em torno de um corte de juros já na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).
No entanto, declarações de integrantes do Comitê reduziram o otimismo nos primeiros pregões desta semana. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias Gomes, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não possui pressa em reduzir os juros, pois acredita que “um afrouxamento açodado tem custos elevados para o país no futuro”. Além disso, houve um aumento, ao longo da semana, da percepção de novas altas de juros nos Estados Unidos, o que acabou reverberando no mercado local.
Apesar disso, o otimismo não demorou a retornar ao mercado local com a melhora da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela S&P Global, de estável para positiva – após a mudança de perspectiva do soberano, perspectivas de ratings corporativos também foram alterados, clique aqui para ver.
No cenário internacional, os juros das Treasuries avançaram com o aumento da percepção de que novas altas de juros possam ocorrer nos Estados Unidos. Dirigentes do Fed criticaram, novamente, a inflação “teimosamente persistente” e “muito elevada” nos EUA, enfatizando que estão dispostos a fazer mais ajustes na política monetária para controlar os preços no país. Comparando com o fechamento da sexta-feira anterior (09), a taxa de 2 anos passou de 4,59% para 4,7% e a de 10 anos saiu de 3,75% para 3,77%.
A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 13/06 – NTN-B e LFT
Leilão do dia 15/06 – LTN e NTN-F
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).
Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate
Crédito Privado
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 739 milhões (ante R$ 792 milhões na semana anterior), R$ 411 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 448 milhões), R$ 96 milhões em CRIs (vs. 111 milhões) e R$ 250 milhões em CRAs (vs. R$ 307 milhões).
Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Randon (RNDNA0), a debênture incentivada da Algar Telecom (ALGAC2), o CRI da Rede Direcional e, por fim, o CRA da Klabin.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados de sexta-feira serão considerados no acumulado da próxima semana.
Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.
O que esperar – Semana de 19/06 a 23/06
Agenda econômica
Na seara internacional, a agenda de indicadores estará relativamente mais tranquila. Destaque para a divulgação dos PMIs – índices de gerente de compras – nas economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Zona do Euro, Reino Unido e Japão (na sexta-feira). Também relevantes para os preços de ativos, os dados de inflação no Reino Unido (quarta-feira) e no Japão (quinta-feira) serão conhecidos. Na segunda-feira à noite, os agentes de mercado estarão atentos à decisão sobre taxas de empréstimos na China, que tendem a movimentar os mercados de commodities e moedas emergentes.
No Brasil, destaque ao anúncio da decisão do Copom para a taxa Selic na quarta-feira à noite. O mercado espera manutenção no patamar de 13,75% a.a.. As projeções divulgadas pelo Boletim Focus na segunda-feira serão monitoradas de perto, uma vez que são inseridas na modelagem preditiva do Copom e podem mover os preços de ativos financeiros ao longo do dia. O cenário da XP prevê o início de um ciclo de cortes de juros na reunião do Copom em agosto – a taxa Selic deverá atingir 12,00% no final de 2023. Por fim, na seara política, o mercado estará atento à apresentação do relatório do Arcabouço Fiscal e sua tramitação no Senado Federal.
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