IBOVESPA +1,6% |157.749 Pontos
CÂMBIO -0,6% | 5,27/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a terça-feira com uma alta sólida de 1,6%, aos 157.749 pontos. O índice agora acumula 15 altas diárias consecutivas, um recorde histórico, chegando a ultrapassar a marca dos 158 mil pontos durante o dia. O IPCA de outubro, que veio abaixo das expectativas, ajudou a impulsionar esse movimento, à medida que a curva de juros fechou e o mercado passou a precificar uma maior probabilidade de corte de juros pelo Copom na reunião de janeiro de 2026. Além disso, vemos a aproximação do “trade eleitoral”, uma forte temporada de resultados do 3T25 até agora e um ambiente global benigno para mercados emergentes como outros fatores que explicam essa forte alta das ações brasileiras. Veja mais detalhes em nosso último XPresso: Ações brasileiras em alta histórica – e agora?.
O destaque positivo do dia foi Braskem (BRKM5, +18,0%), após a divulgação dos resultados do 3T25 da companhia, que vieram fracos, mas melhores do que o esperado pelos nossos analistas das XP (veja aqui mais detalhes). Na ponta negativa, Natura (NATU3, -15,7%) recuou fortemente, também repercutindo os resultados do 3T25, apresentando tendência negativa de crescimento da receita (veja aqui o comentário completo).
Nesta quarta-feira, será divulgada a pesquisa mensal de serviços de setembro no Brasil. Enquanto isso, a temporada de resultados do 3T25 continuará no centro das atenções, com os principais balanços a serem divulgados sendo os de Allos, Auren, Banco do Brasil, Copel, Direcional, Equatorial Energia, Hapvida, Moura Dubeux, MRV, PagBank, Plano & Plano, Randoncorp, Taesa e Ultrapar. Acompanhe tudo aqui.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de terça-feira com fechamento ao longo da curva. No Brasil, o movimento dos juros refletiu a divulgação da ata da última reunião do Copom, somada à leitura favorável do IPCA de outubro, reforçando expectativas de redução da Selic. Com isso, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,6bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,68% (- 15,5bps); DI jan/29 em 12,86% (- 12,3bps); DI jan/31 em 13,18% (- 10,7bps). Nos EUA, devido ao feriado do Dia dos Veteranos, o mercado de Treasuries permaneceu fechado.
Mercados globais
Nesta quarta-feira, os futuros nos EUA operam em alta (S&P 500: +0,4%; Nasdaq 100: +0,7%) após o Dow Jones fechar em novo recorde histórico na véspera, apoiado por rotação setorial para ações defensivas e de consumo, enquanto o Nasdaq recuou 0,3% com realização em tecnologia. O S&P 500 subiu 0,2%, acumulando três altas consecutivas. Investidores migraram para segmentos de menor valuation e menor exposição à AI, impulsionando Walmart, Home Depot e McDonald’s. O setor de saúde liderou os ganhos, com Eli Lilly e Johnson & Johnson entre os destaques. Já Nvidia e outras empresas de AI recuaram, refletindo cautela com valuations elevados.
Na Europa, as bolsas avançam (Stoxx 600: +0,6%) com o otimismo sobre o fim do shutdown americano e resultados trimestrais positivos. O setor de energia é destaque: a britânica SSE dispara 12,7% após anunciar captação de EUR 2 bilhões para financiar plano de investimento de EUR 33 bilhões, enquanto a alemã RWE sobe 4% com lucro acima do esperado.
Na China, os mercados fecharam mistos (HSI: +0,8%; CSI 300: -0,1%), impulsionados pelo rali em Wall Street. No Japão, SoftBank caiu 3,5% após revelar a venda integral de sua participação na Nvidia, levantando US$ 5,8 bilhões. O mercado segue atento à rotação global de portfólios, com investidores alternando entre ações defensivas e de crescimento, e à repercussão da decisão do SoftBank, que sinaliza um movimento estratégico de liquidez no setor de tecnologia.
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou o pregão de terça-feira praticamente estável, refletindo o desempenho misto entre os principais segmentos. Os fundos de tijolo registraram queda média de 0,04%, enquanto os fundos de papel apresentaram recuo marginal de 0,05%. Os destaques positivos ficaram por conta dos fundos de fundos, com alta de 0,24%, e dos fundos híbridos, que avançaram 0,07%. O cenário doméstico foi marcado pelo fechamento da curva de juros, impulsionado pela leitura favorável do IPCA de outubro, que veio abaixo das expectativas do mercado, e pela divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Entre as maiores altas do dia, destacaram-se HABT11 (2,0%), SNCI11 (1,6%) e LIFE11 (1,4%). Já entre as principais quedas, figuraram HCTR11 (-2,7%), GZIT11 (-2,0%) e VGRI11 (-2,0%).
Economia
Nos Estados Unidos, dados do novo indicador de emprego semanal do ADP mostraram cortes de 11 mil empregos nas últimas semanas de outubro, indicando um enfraquecimento adicional do mercado de trabalho. No Brasil, o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) avançou 0,09% em relação ao mês anterior, abaixo das projeções. A desaceleração foi puxada por quedas em preços de alimentos e bens duráveis, mas serviços intensivos em mão de obra continuaram a mostrar pressão. Já a ata da última reunião do Copom revelou uma postura cautelosa, apontando a manutenção da taxa de juros no atual patamar por período prolongado. No âmbito doméstico, o comitê observou crescimento moderado, e optou por incluir os efeitos da reforma do imposto de renda usando uma abordagem conservadora. A nosso ver, a melhora da inflação corrente e das expectativas reforça um cenário de cortes de juros no ano que vem, iniciando-se em março.
No exterior, com a ausência de divulgação de dados econômicos, as atenções se voltam ao discurso de diretores do Fed. Domesticamente, o foco é a divulgação da pesquisa mensal de serviços referente a setembro. Nossa projeção é de um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 3,6% em relação ao ano anterior.
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Economia
Pesquisa mensal de serviços no Brasil em destaque hoje
- As empresas americanas eliminaram mais de 11.000 empregos por semana até o final de outubro, informou a processadora de folha de pagamento ADP na terça-feira em sua última estimativa em tempo real das tendências do mercado de trabalho. Embora um relatório da ADP na semana passada tenha estimado que os EUA, em geral, adicionaram 42.000 empregos em outubro em comparação com o mês anterior, as novas estimativas mostram como as tendências de contratação estão evoluindo semana a semana — neste caso, apontando para um enfraquecimento ainda maior no mercado de trabalho, que está sendo monitorado de perto pelos formuladores de políticas do Federal Reserve. Os dados podem reforçar os argumentos de que o enfraquecimento do mercado de trabalho justifica novas reduções na taxa de juros de referência do banco central dos EUA;
- O IPCA de outubro avançou 0,09% M/M, abaixo das projeções, com a inflação anual caindo de 5,17% para 4,68%. A desaceleração foi puxada principalmente por quedas nos preços de alimentos in natura e bens duráveis, beneficiados pelo fortalecimento do real e importações mais baratas da China. Serviços subjacentes tiveram alta moderada, mas os serviços intensivos em mão de obra subiram mais que o esperado, refletindo custos trabalhistas elevados e baixo desemprego, o que limita a convergência da inflação à meta. Preços monitorados, como tarifas de energia, recuaram, contribuindo para a desinflação em curso. Apesar da surpresa positiva, a projeção para o IPCA permanece em 4,5% para 2025 e 4,2% para 2026, com expectativa de cortes na taxa Selic apenas a partir de março;
- A ata da última reunião do Copom em novembro revelou uma postura cautelosa, mantendo a taxa de juros atual por um período prolongado, com confiança de que isso garantirá a convergência da inflação para a meta. O Comitê expressou preocupações com as incertezas globais, incluindo riscos fiscais, negociações comerciais e política monetária dos EUA em meio à paralisação do governo. No âmbito doméstico, observou-se um crescimento moderado com sinais setoriais mistos, e foi adotada uma abordagem conservadora e dependente de dados em relação ao impacto das recentes medidas de estímulo, como a ampliação da isenção do imposto de renda. O Copom revisou ligeiramente para cima sua estimativa do hiato do produto, influenciando um aumento modesto na projeção de inflação para 2026. Embora a inflação de curto prazo apresente uma dinâmica favorável, especialmente em bens industriais e alimentos, a inflação dos serviços permanece resiliente devido a um mercado de trabalho dinâmico. As expectativas de inflação estão diminuindo, mas continuam sendo uma preocupação, exigindo uma política contracionista persistente. No geral, a melhora nas perspectivas de inflação sustenta as expectativas de um afrouxamento monetário gradual a partir de março de 2026, com a taxa Selic podendo cair para 12% após cortes sucessivos;
- No exterior, a atenção estará voltada para os discursos de vários diretores do Fed: John Williams (Nova York), Raphael Bostic (Atlanta), Susan Collins (Boston), Christopher Wallter e Stephen Miran (diretores). No mercado interno, o destaque é a divulgação da pesquisa mensal de serviços referente a setembro. Nossa projeção é de um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 3,6% em relação ao ano anterior.
Empresas
Taesa (TAEE11) 3T25: Em linha, como de costume
Resultados sem surpresas com um DY de 2,2% anunciado
- O EBITDA reportado pela Taesa ficou apenas 1% abaixo da estimativa da XP, explicado por receitas ligeiramente menores, parcialmente compensadas por despesas mais baixas;
- Além disso, a empresa declarou dividendos de R$ 323 milhões (yield de 2,2% considerando o preço de fechamento de hoje), acima da nossa estimativa de R$ 188 milhões;
- A alavancagem ficou em 4,1x, comparada à nossa estimativa de 3,9x, aumentando em um ritmo mais acelerado que o esperado;
- No geral, esperamos uma reação neutra do mercado no pregão de amanhã;
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Armac (ARML3): Revisão dos Resultados do 3T25 | Trimestre sólido reflete avanço bem-sucedido na reestruturação operacional
- A Armac apresentou resultados positivos, conforme esperado, com lucro líquido de R$38 milhões (vs. prejuízo líquido de R$7 milhões no 2T25 e R$20 milhões estimados pela XPe);
- Vemos este trimestre como um passo relevante no processo contínuo de reestruturação operacional da companhia, evidenciado por:
- Crescimento mais forte da receita líquida (+10% T/T), sustentado por (a) maiores números em Locação, com reajustes contínuos de preços e melhorias graduais na otimização da frota, e (b) aumento na atividade de vendas de ativos (+15% T/T) com a maturação das lojas recém-inauguradas;
- Expansão significativa da margem EBITDA em Locação (+7,5 p.p. T/T), beneficiada por uma base de contratos mais saudável, gestão mais rigorosa e fim de custos não recorrentes relacionados à reestruturação;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra;
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Mills (MILS3): Revisão dos Resultados do 3T25 | Desempenho acima do esperado em meio à forte demanda por F&S
- A Mills apresentou resultados positivos no trimestre, com lucro líquido ajustado de R$96 milhões (+10% A/A e +12% vs. XPe);
- Principais destaques:
- Forte EBITDA em F&S (+44% T/T), sustentado pela capacidade da companhia de capturar maiores volumes e preços melhores em meio à robusta demanda do setor de infraestrutura;
- Desempenho positivo do EBITDA de Locação (+4% T/T), refletindo (a) receita mais resiliente, já que o foco de crescimento em Intralogística/Linha Amarela favorece fluxos de caixa mais previsíveis e reduz exposição a PEMT (que enfrenta competição mais acirrada), e (b) margem EBITDA estável em ~48,5% (praticamente flat T/T);
- Reiteramos nossa recomendação de Compra;
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Ecorodovias (ECOR3): Revisão dos Resultados do 3T25 | Resultados positivos conforme esperado, sustentados por forte desempenho em rodovias pedagiadas
- A Ecorodovias apresentou resultados positivos, com EBITDA ajustado de R$1,5 bilhão (+23% A/A; +12% A/A comparável*; +2% vs. XPe);
- Os principais destaques são:
- Receita comparável* robusta em rodovias pedagiadas (+7,4% A/A), impulsionada por (a) dinâmica forte de tráfego (+3,2% A/A), principalmente de veículos pesados (+4,5% A/A), e (b) tarifas melhores (+3,1% A/A);
- Expansão da margem EBITDA das rodovias (+1,7 p.p. A/A), beneficiada por menores custos de manutenção e diluição de custos com serviços de terceiros;
- Redução da alavancagem para 3,8x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,9x no 2T25), já que o crescimento do EBITDA (impulsionado pela maturação das novas concessões) mais do que compensou o consumo de caixa;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra;
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Vamos (VAMO3): Revisão dos Resultados do 3T25 | Receita com sinais positivos, rentabilidade continua pressionada
- A Vamos apresentou resultados fracos, conforme esperado, com lucro líquido de R$51 milhões (-39% T/T e em linha com XPe);
- Pelo lado positivo, destacamos:
- Desempenho geral positivo na receita, com (a) aceleração das receitas de locação (+11% A/A vs. +9% no 2T25) e (b) vendas de Seminovos avançando significativamente (+22% T/T);
- Maior implementação de capex (+12% T/T – principalmente impulsionada por novos ativos e extensões de contratos, enquanto o Sempre Novo ainda fica atrás) e menor nível de retomadas de ativos (-31% T/T – embora ainda relativamente alto);
- No entanto, a rentabilidade permaneceu sob pressão, já que tanto Locação quanto Seminovos enfrentam compressão de margem devido à estratégia recente de acelerar a venda de ativos não locados (margem EBITDA consolidada em 58,5% (-5 p.p. T/T);
- Reiteramos nossa recomendação de Compra;
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Dinâmicas políticas e mudanças estruturais moldarão risco de crédito global em 2026, diz Moody’s (Valor Econômico) ;
- Ministério quer fundo garantidor para crédito rural (Globo Rural) ;
- Novonor diz que ‘não houve evolução’ nas discussões sobre participação na Braskem (Valor Econômico);
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Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- Não é só o Ibovespa que voa: FIIs embarcam no mesmo rali e flertam com recordes (InfoMoney);
- HGLG11 compra parte de imóvel em Pernambuco e amplia potencial de receita mensal (Suno);
- ASA, de Alberto Safra, vai construir megaprédio na Av. Rebouças, que também será sua sede (Valor Econômico);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Bradesco, BNDES e Ecogreen criam certificadora brasileira de crédito de carbono | Café com ESG, 12/11
- O mercado fechou o pregão de terça-feira em alta, com o IBOV e o ISE subindo 1,6% e 1,9%, respectivamente;
- De olho na COP30, dez bancos multilaterais de desenvolvimento anunciaram um compromisso conjunto para ampliar o financiamento destinado a ajudar países de baixa e média renda a se adaptarem às mudanças climáticas, afirmando que esperam destinar US$ 185 bilhões, uma combinação de projetos de adaptação e mitigação até 2030 – desse total, US$ 120 bilhões viriam dos próprios recursos dos bancos e US$ 65 bilhões da mobilização de capital privado, disse Ilan Goldfajn, presidente do BID;
- Do lado das empresas, (i) Bradesco, BNDES e Fundo Ecogreen anunciaram ontem a criação de uma certificadora brasileira de créditos de carbono, batizada de Ecora – a certificadora terá a Aecom, uma consultora de engenharia americana que atua em projetos de meio ambiente, como parceira técnica; e (ii) uma pesquisa elaborada pela PwC aponta que, até 2030, o Brasil pode gerar 370 milhões de toneladas de créditos de carbono, ocupando lugar de destaque global nesse mercado – o volume supera em nove vezes a demanda doméstica estimada;
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