IBOVESPA -0,79% | 157.327 Pontos
CÂMBIO +1,09% | 5,52/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (17) em queda de 0,8%, aos 157.327 pontos, em linha com o desempenho negativo dos mercados globais (S&P 500, -1,2%; Nasdaq, -1,9%). Domesticamente, o cenário político segue contribuindo para um ambiente de maior cautela entre os investidores à medida que as perspectivas para as eleições presidenciais de 2026 se tornam mais relevantes.
Entre os destaques positivos do dia, Brava (BRAV3, +3,7%) ampliou a alta do pregão anterior (+2,5%), repercutindo notícias sobre uma possível venda de três poços de gás para a Eneva (ENEV3). Posteriormente, no entanto, a companhia negou a existência de negociações em andamento. Na ponta negativa, Direcional (DIRR3, -4,3%) recuou com o início da negociação “ex-dividendos” das ações da companhia.
Para o pregão desta quinta-feira (18), o foco do mercado estará na divulgação dos dados de inflação ao consumidor de novembro nos Estados Unidos (EUA). Além disso, teremos as decisões de política monetária na Zona do Euro, no Reino Unido e no Japão.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a quarta-feira com forte abertura ao longo da curva, refletindo maior aversão ao risco político. No Brasil, a incerteza em torno das eleições segue pressionando os mercados, gerando inclinação na curva e reforçando a expectativa de manutenção da Selic em 15% na reunião de janeiro. O DI jan/26 encerrou em 14,9% (+0,3 bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,82% (+14,3 bps); DI jan/29 em 13,33% (+23,1 bps); DI jan/31 em 13,64% (+24,9 bps). Nos Estados Unidos, os rendimentos das Treasuries de longo prazo avançam, enquanto os de curto prazo permanecem praticamente estáveis. O movimento ocorre em meio às tensões geopolíticas após a decisão do presidente Donald Trump de impor bloqueio total às exportações de petróleo da Venezuela, o que intensifica preocupações e sustenta a alta do petróleo e dos metais, diante da busca dos investidores por ativos considerados mais seguros. Assim, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,484% (- 0,61 bps vs. pregão anterior), enquanto os de 10 anos em 4,1587% (+1,81 bps).
Mercados globais
Nesta quinta-feira, os futuros nos EUA operam em alta (S&P 500: +0,4%; Nasdaq 100: +0,7%), enquanto investidores aguardam a divulgação do CPI de novembro, com expectativa de alta de 3,1% na comparação anual. O movimento ocorre após uma sessão negativa, marcada por forte pressão sobre ações ligadas à inteligência artificial, com o Nasdaq recuando -1,8% e acumulando sua quarta queda consecutiva. O sell-off foi intensificado por notícias envolvendo projetos de data centers da Oracle, reacendendo preocupações com o elevado capex do setor.
Na Europa, as bolsas operam alta (Stoxx 600: +0,3%), marcadas pela expectativa de decisões de política monetária. O destaque fica para o Banco da Inglaterra, com expectativa de corte de 25 bps após a inflação do Reino Unido vir abaixo do esperado. Na frente corporativa, ações de energia e tecnologia operam mistas, com BP levemente em alta após anunciar mudança no comando, enquanto ASML e ASMI avançam apesar do aumento da aversão ao risco observado nos EUA.
Na China, os mercados fecharam mistos (CSI 300: -0,6%; HSI: +0,1%), com ações de tecnologia devolvendo parte dos fortes ganhos recentes após IPOs no setor. O movimento ocorre em meio à cautela antes do CPI dos EUA e à expectativa pela decisão do Banco do Japão, que pode elevar juros para o maior nível em três décadas. O Nikkei 225 recuou -1,0%, pressionado por perdas expressivas em SoftBank e outras empresas ligadas à cadeia de semicondutores, enquanto o Kospi caiu 1,5%.
IFIX
O IFIX encerrou a quarta-feira em queda de 0,12%, pressionado pela abertura da curva de juros, movimento que reflete a maior cautela dos investidores diante do cenário político. No desempenho setorial, os fundos de tijolo recuaram 0,20%, uma vez que o segmento tende a ser mais sensíveis às oscilações da curva, enquanto os fundos de papel registraram queda de 0,09%. Entre as maiores altas do pregão, destacaram-se KIVO11 (+3,0%), BTAL11 (+1,8%) e RBRP11 (+1,5%). Já entre as principais quedas, figuraram URPR11 (-3,2%), BRCO11 (-1,5%) e TRXF11 (-1,3%).
Economia
O Senado aprovou o PLP 128/2025, que reduz gastos tributários e eleva impostos sobre bets, instituições financeiras e JCP — medidas que devem gerar R$ 20,3 bilhões em arrecadação e ajudar no cumprimento da meta fiscal de 2026. Na agenda doméstica desta quinta, destaque para o relatório de política monetária (RPM) do Banco Central, que deve detalhar as projeções para a inflação da instituição monetária.
Lá fora, os mercados estão atentos aos dados de inflação nos EUA e às decisões de juros no Reino Unido e na Zona do Euro. Nos EUA, projeta‑se que o CPI de novembro suba levemente para 3,1% em 12 meses, enquanto o núcleo permaneça em 3%. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra deve realizar mais um corte de juros, levando a taxa para 3,75% após forte desaceleração inflacionária e fraqueza econômica. Em contraste, o Banco Central Europeu deve manter seus juros estáveis, já que o crescimento da Zona do Euro superou expectativas e a inflação permanece próxima da meta de 2%, sustentada especialmente por serviços.
Veja todos os detalhes
Economia
Inflação nos EUA e taxas de juros no Reino Unido e na Zona do Euro em destaque hoje
- O Senado Federal aprovou o projeto de lei complementar nº 128/2025, que reduz em 10% um conjunto de despesas tributárias e aumenta a alíquota do imposto sobre apostas de quota fixa (bets), instituições financeiras e juros sobre capital próprio (JCP). As medidas devem aumentar a arrecadação federal em R$ 20,3 bilhões, de acordo com nossas estimativas, e são consideradas essenciais para que o governo alcance a meta de resultado primário no próximo ano. A proposta agora segue para sanção presidencial;
- O Banco da Inglaterra (BoE) deve reduzir as taxas de juros nesta quinta, após uma forte desaceleração da inflação e enfraquecimento do crescimento econômico. A maioria dos analistas acredita que o BoE reduzirá sua taxa de referência de 4% para 3,75%, o quarto corte de 2025, levando-a ao seu nível mais baixo em quase três anos, embora ainda seja quase o dobro da taxa equivalente do Banco Central Europeu. Os investidores estão precificando apenas mais um corte da taxa do BoE em 2026, embora as apostas em um segundo corte tenham aumentado;
- Por sua vez, espera-se que o Banco Central Europeu mantenha suas taxas de política monetária estáveis na quinta-feira e sinalize pouca disposição para cortes no curto prazo, já que a economia da Zona do Euro se mantém firme diante dos choques comerciais globais e a inflação permanece estável. Os números recentes de crescimento do bloco monetário de 20 países superaram as expectativas do BCE, enquanto a inflação tem oscilado em torno da meta de 2% do BCE, impulsionada pelos aumentos de preços no setor de serviços, e deve permanecer assim no futuro próximo;
- Nos EUA, analistas esperam que a inflação ao consumidor (CPI) em novembro tenha aumentado ligeiramente para 3,1% em relação ao ano anterior, enquanto o núcleo do CPI deve permanecer em 3%. A inflação e a força do mercado de trabalho são as duas principais considerações do Federal Reserve ao ajustar as taxas de juros;
- No Brasil, vale destacar o relatório de política monetária do Banco Central. O documento detalha as perspectivas da instituição para a inflação e pode fornecer pistas adicionais sobre os próximos passos da política monetária. Nossa projeção é que o Banco Central comece a reduzir as taxas de juros em 50 pontos-base em março do próximo ano.
Empresas
Camil (CAML3) | Dividendos fortes
- O que aconteceu? À luz das mudanças regulatórias que aumentam a carga tributária sobre dividendos, a Camil anunciou o pagamento de BRL 420mn, implicando um dividend yield de aproximadamente 23%.
- O pagamento será realizado em 12 parcelas até 2028. Os acionistas que possuírem ações nas datas de corte indicadas abaixo terão direito a receber os dividendos, com as ações sendo negociadas ex-dividendos no dia útil subsequente.
- Link: https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/camil-caml3-dividendos-fortes/
Construtoras | Riscos diferentes para escolher no segmento de baixa renda
• Nesta quarta-feira (17), publicamos nosso update no setor de baixa renda, levando nossos targets para o final de 2026 e incorporando os últimos resultados divulgados pelas empresas;
• Seguimos com a nossa preferência pela Cury, como a história mais consistente, crescendo e gerando caixa, e com expansão de lucro relevante para os próximos anos;
• Vemos três histórias diferentes e com riscos diferentes no segmento de baixa renda: Cury e Direcional são histórias de maior retorno de capital esperado para o curto prazo, Tenda e Plano e Plano são histórias de maior crescimento de receita e possivelmente forte distribuição de capital no prazo de 2-3 anos e MRV é uma história de redução do tamanho da operação, melhorias internas de eficiência e gestão de capital de giro e manutenção das margens brutas Opções distintas para como cada investidor quiser se posicionar para o ano eleitoral;
• Clique aqui para acessar o relatório completo.
Varejo XP: eXPlorando o shopping 2
- Visitamos cerca de 60 lojas esta semana em quatro shoppings de São Paulo com perfis de consumidores diferentes (Morumbi, Iguatemi SP, Eldorado e Pátio Paulista). Embora nossa amostra tenha algumas limitações, encontramos insights interessantes:
- Os vendedores apontaram para uma dinâmica mais fraca nas vendas do quarto trimestre;
- A canibalização da Black Friday e a concorrência online foram mencionadas como desafios;
- Lojas de departamento de vestuário apresentaram tom negativo devido a fatores climáticos e menor fluxo de clientes;
- Desempenho pressionado no segmento de beleza; e v) saúde, bem-estar e joias continuam sólidos;
- Em resumo, nossas visitas indicam um quarto trimestre desafiador para os varejistas, embora com VIVA/TFCO como potenciais destaques no varejo físico e MELI em maior penetração no e-commerce;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Orizon (ORVR3): criação de valor como subproduto do Lixo
Orizon anuncia operação transformacional de R$ 3 bilhões em ações com a Vital
- A Orizon anunciou a aquisição da Vital Engenharia, uma plataforma de gestão de resíduos totalmente controlada pela família Queiroz Galvão;
- Uma operação que avaliou a companhia em um EV de R$ 3,3 bilhões (equity de R$ 2,9 bilhões), a ser pago por meio da emissão de novas ações;
- Vemos o negócio como potencialmente extraordinário porque: i) a ORVR obteve uma relação de troca extremamente vantajosa (EV/EBITDA TTM da ORVR de 16,2x versus 6,6x da Vital);
- ii) a operação cria a líder absoluta do setor, que se torna a consolidadora natural do mercado;
- iii) a aquisição destrava novas opcionalidades, como novas avenidas de monetização de biometano, eventual criação de contratos integrados de gestão de resíduos e sinergias operacionais especialmente em G&A.
- Por fim, vale destacar ainda que a maior exposição da Vital está em serviços integrados, modelo que combina coleta e tratamento/disposição em um único contrato, replicando a verticalização comum no setor dos EUA, onde observamos fortes ganhos de produtividade e margem ao longo do tempo;
- Esperamos reação positiva do mercado para a Orizon;
- Clique aqui para acessar o relatório.
Guararapes (GUAR3): dando adeus ao shopping
- Hoje à noite, a Guararapes anunciou a desinvestimento total do Midway Mall para um grupo de investidores liderado pela Capitânia Investimentos;
- A transação totalizou R$ 1,61 bilhão, a ser pago por meio de um pagamento à vista de R$ 805 milhões e o saldo remanescente originalmente estruturado em quatro parcelas anuais;
- No entanto, esse saldo foi antecipado e descontado pelo IPCA + 10,57% ao ano ou NTN-B 2028 + 2,05% ao ano, o que for maior, em função de eficiências fiscais, menores despesas financeiras e mitigação de riscos;
- A empresa também anunciou uma distribuição total de R$ 1,488 bilhão (R$ 2,98 por ação), implicando um rendimento de aproximadamente 28% aos preços atuais;
- Desse montante, R$ 413,3 milhões serão pagos como Juros sobre Capital Próprio (JCP), e o restante será distribuído como dividendos;
- O desinvestimento do Midway Mall era esperado há muito tempo pelos investidores como um passo para simplificar a estrutura corporativa da Guararapes e focar nas operações principais, embora isso não tenha sido totalmente refletido na avaliação das ações;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- UE faz acordo final sobre salvaguarda agrícola para produtos do Mercosul (Valor Econômico) ;
- BNDES liberou R$ 5,2 bilhões para alongar dívidas rurais (Globo Rural);
- Brava prevê elevar investimentos a US$ 550 milhões em 2026, com impulso de novos poços (Valor Econômico);
- Moody’sLocal Brasil afirma rating AA.br da Brennand Energia; perspectiva revisada para positiva (Moody´s Local);
- Clique aqui para acessar o clipping.
Alocação & Fundos
Principais notícias
- Fundos Imobiliários (FIIs): confira as principais notícias
- IFIX tem primeira queda da semana após sequência de quatro recordes (FIIs);
- Antecipar corte da Selic é chave para maiores ganhos em FIIs (ClubeFII);
- Liga de FIIs: VILG11 vende R$ 710 milhões em ativos; o que muda no fundo? (InfoMoney);
- Clique aqui para acessar o relatório.
ESG
Orizon (ORVR3) compra a Vital Engenharia ampliando o potencial de produção de biometano | Café com ESG, 18/12
- O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,79% e 1,39%, respectivamente;
- Do lado das empresas, (i) a Orizon anunciou a aquisição da Vital Engenharia Ambiental, um negócio que transforma a empresa na maior gestora de resíduos da América Latina – a operação amplia o potencial de produção de energias renováveis, com a Orizon estimando uma capacidade de geração de 2 milhões de metros cúbicos de biometano por dia a partir dos resíduos gerados; e (ii) a Microsoft comprou 28,5 mil toneladas de créditos de remoção de carbono da InPlanet, startup alemã que fornece a clientes no Brasil o pó de rocha, uma alternativa aos fertilizantes químicos e que fixa carbono no solo;
- Na política, o Ministério Público Federal (MPF) está questionando a autorização concedida pelo governo do Ceará para a instalação do mega data center que será ocupado pelo TikTok, na cidade de Caucaia, no Complexo do Pecém – de acordo com perícia realizada pelo MPF, o projeto apresentou falhas no processo de licenciamento, considerado insuficiente para avaliar a viabilidade do empreendimento, tendo em vista os elevados níveis de consumo de energia e água;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.

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