MACRO
Mercados globais amanhecem sem direção definida (EUA 0% e Europa +0,6%) enquanto investidores digerem os últimos dados da inflação ao consumidor e aguardam o início da temporada de resultados nos EUA, nesta sexta-feira. A inflação ao consumidor (CPI) continuou em tendência de baixa e registrou uma variação anual de 6,5%. O declínio no índice de preços catalisou apostas em uma desaceleração na próxima alta de juros do Fed. Investidores agora apostam em uma probabilidade de 91% de uma alta de 25 pontos-base vs. 77% antes da divulgação do dado, segundo a Reuters. Ainda em solo americano, hoje teremos o início da temporada de resultados nos EUA, com Bank of America, J.P. Morgan, Citigroup e Wells Fargo divulgando seus balanços. Na Europa, a produção industrial da Zona do Euro aumentou 1% mês a mês, superando as expectativas de um aumento de 0,4% esperado pelo consenso. Na China, o índice de Hang Seng (+1,0%) encerra em alta, reverberando o contínuo otimismo com a reabertura e com o aumento do apetite por risco à medida que o mercado aposta na desaceleração da alta dos juros nos EUA. Dados de importação e exportação também vieram melhores que o esperado, as exportações caíram 9,9% a/a vs. 10% das projeções e as importações recuaram 7,5% a/a vs. 9,8% do consenso.
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EMPRESAS
TSMC reporta lucro recorde, mas antecipa desaceleração na indústria de semicondutores
A TSMC registrou um lucro líquido recorde e superou as expectativas dos analistas para o quarto trimestre de 2022, mas alertou sobre a queda na demanda em 2023. A maior fabricante de chips contratada do mundo disse que o lucro líquido do trimestre foi de 295,90 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 9,72 bilhões), um aumento de 78% em relação ao ano anterior. Os analistas esperavam lucro de 288,08 bilhões de dólares taiwaneses. A receita da TSMC aumentou 43%, para 625,53 bilhões de dólares taiwaneses ou US$ 19,93 bilhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.
A TSMC continua a ser mais resiliente do que alguns de seus pares. A Samsung Electronics disse na semana passada que seu lucro operacional caiu 69% no quarto trimestre de 2022, enquanto fabricantes de chips de memória como a Micron Technology estão cortando sua força de trabalho. A TSMC é ajudada por seu domínio no mercado de chips de última geração, incluindo os chips de ‘3 nanômetros’ que devem alimentar a próxima geração de smartphones.
A TSMC disse que seu seus investimentos para 2023 devem ficar entre US$ 32 bilhões e US$ 36 bilhões. Os novos números implicam um corte no orçamento anterior de US$ 36,3 bilhões em 2022, que a empresa reduziu em outubro em meio a preocupações com a deterioração das condições do mercado. O declínio nos gastos ocorre apesar do investimento planejado da TSMC na fabricação de chips nos EUA, com clientes domésticos que devem incluir Apple (AAPL) e Nvidia (NVDA). A TSMC disse que o custo de construção de suas instalações nos EUA é quatro a cinco vezes maior do que em Taiwan, mas espera cobrar um prêmio pelos chips fabricados nos Estados Unidos para manter suas margens.
Olhando pro futuro, a companhia espera que a receita do primeiro trimestre em 2023 caia para algo entre US$ 16,7 bilhões e US$ 17,5 bilhões, antes de uma recuperação no segundo semestre, abrindo caminho para uma retomada do crescimento da receita até o final do ano. “Esperamos que toda a indústria caia um pouco, mas a TSMC ainda deve crescer um pouco”, disse o CEO C.C. Wei disse aos analistas.
Tesla reduz preços nos EUA e na Europa para impulsionar a demanda
A Tesla reduziu os preços de seus veículos elétricos nos Estados Unidos e na Europa em até 20%, estendendo uma estratégia de descontos agressivos depois de não cumprir as estimativas de Wall Street para entregas em 2022. O movimento, que provocou uma queda de 3,8% nas ações da Tesla em Frankfurt, ocorreu depois que o CEO Elon Musk alertou que a perspectiva de recessão e taxas de juros mais altas significavam que a empresa deveria reduzir os preços dos veículos para sustentar o crescimento do volume às custas do lucro.
O preço mais baixo nos principais mercados da Tesla marca uma reversão da estratégia que a montadora havia seguido durante grande parte de 2021 e 2022, quando os pedidos de novos veículos excederam a oferta. Musk reconheceu no ano passado que os preços se tornaram “embaraçosamente altos” e podem prejudicar a demanda.
Os cortes de preços nos EUA, anunciados na quinta-feira para o sedã Model 3 e o SUV crossover Model Y, variaram entre 6% e 20% em comparação com os preços antes do desconto, de acordo com cálculos da Reuters. A Tesla também cortou os preços de seu SUV crossover de luxo Model X e do sedã Model S nos Estados Unidos. Para um comprador norte-americano do Modelo Y de longo alcance, o novo preço da Tesla combinado com o subsídio dos EUA que entrou em vigor este mês equivale a um desconto de 31%. Além disso, o movimento da Tesla ampliou os veículos em sua linha elegíveis para o crédito fiscal da administração Biden.
Na Alemanha, a companhia cortou os preços do Model 3 e do Model Y – seus campeões de vendas globais – em cerca de 1% a 17%, dependendo da configuração. Também cortou preços na Áustria, Suíça e França.
Antes dos cortes de preços, o estoque da Tesla nos Estados Unidos, conforme rastreado pelos modelos que seu site mostra como disponíveis imediatamente, estava em alta. Os preços dos modelos usados da Tesla também vinham caindo, aumentando a pressão sobre ela para ajustar os preços dos carros novos.
Ferrari encerra acordo com empresa de tecnologia blockchain Velas em momento delicado para mercado de criptoativos
A Ferrari encerrou sua parceria com a empresa de tecnologia blockchain Velas Network AG, enquanto os acordos entre empresas esportivas e empresas do setor de criptomoedas continuam a desmoronar. A fabricante italiana de carros de luxo revelou um acordo plurianual com a Velas, com sede na Suíça, em 2021, por meio do qual a empresa de tecnologia criaria conteúdo digital para os fãs da divisão de corridas Scuderia da Ferrari. Velas também se tornou o patrocinador titular da Ferrari Esports Series, que organiza competições online sob a marca Prancing Horse.
O fim da união entre Ferrari e Velas é o mais recente acordo de patrocínio entre uma empresa de cripto e uma equipe esportiva a terminar abruptamente nos últimos meses, enquanto o setor de ativos digitais lida com os efeitos de uma queda prolongada nos preços. As empresas de criptoativos se tornaram grandes patrocinadoras esportivas, cortejando agressivamente investidores de varejo em todo. A FTX, empresa fundada pelo ex-CEO Sam Bankman-Fried, já havia adquirido os naming rights da arena que abriga o Miami Heat da NBA. Também foi patrocinadora da equipe Mercedes de Fórmula 1, já que os fãs de esportes a motor se tornaram um alvo especialmente atraente para as empresas de criptomoedas.
Gastos com pesquisa e desenvolvimento da Apple disparam em 2022, à medida que a empresa busca ficar menor dependente de fornecedores externos
O gráfico acima, da Bloomberg, mostra que a Apple gastou cerca de US$ 26 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no ano fiscal de 2022, um aumento de 20% com relação a 2021. Essa mudança faz parte de um amplo esforço para substituir os suprimentos que a Apple depende de outras empresas por produtos internos, um empreendimento que dará à empresa mais controle sobre o design e as capacidades de seus produtos. A gigante da tecnologia abandonou os chips da Intel em seus computadores Mac, e planeja fazer o mesmo com os principais componentes sem fio de seus iPhones.
No curto prazo, a Apple está planejando começar a fabricar suas próprias telas personalizados em dispositivos móveis já em 2024, um esforço para reduzir sua dependência de parceiros de tecnologia como Samsung e LG. A empresa pretende começar trocando a tela dos Apple Watches mais sofisticados até o final do próximo ano, de acordo com a Bloomberg. As telas atualizam o atual padrão OLED, diodo orgânico emissor de luz, para uma tecnologia chamada microLED, e a Apple planeja levar as telas para outros dispositivos, incluindo o iPhone.
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