XP Expert

Guerra Comercial EUA x China: Entenda o contexto, as motivações e perspectivas

Contexto: O ano é 2016 e Trump é eleito presidente dos EUA. Nesta data, os americanos exportaram ao planeta US$ 1,5tri em bens e importaram US$ 2,2tri, resultando num déficit comercial de US$ 700bi. Deste montante, US$ 350bi, ou 50% do déficit, foi resultado de relações comerciais com a China. Um ano antes, o premier […]

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner

Contexto:

O ano é 2016 e Trump é eleito presidente dos EUA. Nesta data, os americanos exportaram ao planeta US$ 1,5tri em bens e importaram US$ 2,2tri, resultando num déficit comercial de US$ 700bi. Deste montante, US$ 350bi, ou 50% do déficit, foi resultado de relações comerciais com a China.

Um ano antes, o premier chinês anunciava o plano estratégico MIC 2025 – Made in China 2025 -, o qual buscaria mover o status chinês de produtor com mão de obra barata e de baixa qualidade para desenvolvedor de produtos de alta tecnologia e com alto valor agregado, como equipamentos aeroespaciais e semicondutores. Além do mais, para auxiliar o país a ser um competidor direto dos EUA e possivelmente líder tecnológico global, o governo chinês anunciou US$ 300bi em subsídios.

Toda esta alquimia, composta por embates econômicos, políticos/ideológicos, ameaças a hegemonia global americana, dentre outras possíveis razões, fizeram Trump dar, em junho de 2016, os primeiros passos do que se tornaria a Guerra Comercial Sinoamericana ou até mesmo uma Guerra Fria 2.0.

Cadeia de eventos:

  • Maio de 2015: MIC 2025 é anunciado, exaltando estratégia chinesa de expansão de sua presença global.
  • Junho de 2016: Trump inicia campanha contra a Oganização Mundial do Comércio e acusa abusos dos chineses.
  • Abril de 2017: Xi Jinping vai à Flórida e inicia-se a fase de 100 dias de negociações.
  • Agosto de 2017: EUA investigam políticas e práticas de governo chinês quanto ao roubo de propriedade intelectual, transferência tecnológica e inovação.

Investigação (terminada em 2018) concluiu que China utiliza-se de regulação que requer e pressiona empresas americanas a transferirem tecnologia para favorecer recipientes chineses, utilizando-se de condições não mercadológicas.

China conduz e dá suporte à invasões e roubos em redes de companhias americanas para coleta de informações comerciais.

  • Janeiro de 2018 até jetembro de 2018: Guerra tarifária.

EUA aplicam tarifas em US$ 450bi.

China em US$ 110bi.

  • Dezembro de 2018: Trégua de 90 dias.

China aumenta compra de grãos dos EUA e reduz tarifas em certos produtos americanos.

  • Março de 2019: Conversa de Trump e Xi, trégua continua.
  • Maio de de 2019 até junho de 2019: Guerra tarifária.

EUA aumenta taxas tarifárias de 10% para 25% em US$ 200bi.

EUA proíbe Huawei de comprar de empresas americanas sem aprovação governamental.

China aumenta de 10% para 25% taxas em US$ 60bi de produtos.

  • Julho de 2019 até julho de 2019: Renegociações.

EUA abonaria 110 produtos chineses.

China compraria mais grãos dos EUA.

  • Agosto de 2019: Guerra tarifária.

EUA anuncia tarifas em US$ 300bi.

China aplica 5% a 10% de tarifas em US$ 75bi.

  • Setembro de 2019: Renegociações.

China abona tarifas em uma série de produtos agrícolas.

  • Outubro de 2019 a dezembro de 2019: Renegociações.

China acorda em comprar US$ 50bi em produtos agrícolas e altera lei para proteção de propriedade intelectual.

EUA adia imposição de tarifas em US$ 300bi.

  • Saldo em 2019: EUA importa US$ 90bi a menos da China em 2019 e exporta US$ 13bi a menos, reduzindo déficit comercial com a China em 17%.
  • Janeiro de 2020: EUA e China assinam Fase I do acordo.

EUA concorda em reduzir tarifas.

China concorda em comprar US$ 200bi em produtos americanos pelos próximos 2 anos e reduzir tarifas.

Acordo também trata de propriedade intelectual, transferência tecnológica, manipulação monetária e comércio exterior.

Saldo final:

EUA tarifa US$ 550bi em produtos chineses e reduz déficit comercial com a China em 17%.

China tarifa US$ 185bi em produtos americanos.

Conclusão:

A China se tornou um gigante e a disputa pela hegemonia global uma constante nas próximas décadas. A pandemia exacerbou o autoritarismo do governo chinês e o conflito com os EUA que, junto com Reino Unido, penalizam-na por agressões em Hong Kong, tentativas de estender as garras sobre Taiwan, e pelos seus “campos de reeducação” de Uigures.

Os próximos capítulos desta batalha serão longos e provavelmente trarão volatilidade para os mercados, mas, sem dúvida, serão inevitáveis. Esta não é apenas uma disputa comercial pontual, mas a corrida pela hegemonia financeira global, via superioridade tecnológica.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM nº 598/2018. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.