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Comentário Internacional: Ampliação de estímulos e preços negativos de petróleo

Panorama diário, análises de cenário internacional e ações globais

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CENÁRIO GLOBAL

Nesta manhã, mercados internacionais recuperam parcialmente a queda de ontem (S&P 500 -3%), puxada pelo cenário pessimista no mercado de petróleo, que operou com preços negativos. Futuros do S&P 500 nos EUA sobem 1,2% e bolsas na Europa em alta de 0,9%. Mercados asiáticos fecharam sem direção definida; China +0,8%, Hong Kong +0,4% e Japão -0,7%.

Ajuda a pequenas empresas: Senado americano aprovou expansão do pacote de estímulos em US$ 484bi. Destes, US$ 384bi serão destinados à pequenas empresas, dado que os US$ 350 bilhões aprovados anteriormente já foram distribuídos.

Coronavírus: 2,57 milhõescasos confirmados e 178 mil mortes. Wall Street Journal fez seção de perguntas e respostas ao vivo de Wuhan sobre a vida pós-pandemia. Nos EUA, intensificam-se protestos pela reabertura da economia (organizadores banidos do Facebook por “desinformação”).

Macro – EUA: pedidos de hipoteca as 8h epreço de imóveis às 10h.

EMPRESAS

Temporada de resultados 1T20 – 22% do S&P 500 reporta essa semana. Resultados recentes: Netflix acelerou volumes e adicionou ~16 milhões de usuários. Snapchat supera consenso, crescendo faturamento 45% ano contra ano. Coca-Cola entregou lucros melhores do que o esperado, mas os volumes de abril (-25%) preocupam. Procter & Gamble (positivo), Halliburton (positivo), Schlumberger (neutro), Phillip Morris (neutro).

Hoje reportam: AT&T, Nasdaq e Heineken.

Apple: ofuscado pelas notícias sobre o coronavírus, o lançamento do iPhone SE (iniciando em US$ 399), na quinta-feira, é um movimento da empresa para penetrar novos segmentos de mercado. Para se ter uma ideia, em 2019, 80% dos iPhones foram vendidos acima de US$ 700/cada, enquanto apenas 43% do total de smartphones (iPhone, Android e outros) vendidos globalmente estavam nesta faixa de preço. A Apple agora busca conquistar o mercado de smartphones abaixo de US$ 400, que representa uma fatia de mercado global de 40%.

Fonte: IDC, XP Investimentos

Alibaba, a equivalente chinesa da Amazon, anunciou expansão dos investimentos em infraestrutura de nuvem. Nos próximos 3 anos irá alocar US$ 28bi em sistemas, servidores, chips e centros de dados, preparando a empresa para a digitalização do mercado chinês, ainda pouco penetrado. Os ~US$ 9bi investidos anualmente pela varejista (antes US$ 4bi) impressionam mesmo quando comparados à gigante de tecnologia Microsoft, que investe US$ 13.5bi por ano em infra.

Parques vazios: A Disney (-29% no ano) está sendo duramente atingida pela crise. Além dos cancelamentos e suspensões dos eventos esportivos de 2020, transmitidos pela ESPN (divisão que representa ~60% do valor de mercado da Disney), a aversão à multidão e o distanciamento social continuarão contraindo a demanda por parques temáticos. Analistas do UBS estimam reabertura apenas em janeiro de 2021.

ANÁLISES DE MERCADO

Pior ano desde a Segunda Guerra: economistas estimam que 2020 será o pior ano desde 1946 para a economia. Embora a recessão seja mais profunda que na crise de 2008, a recuperação deve ser 2x mais rápida, considerando que os programas do Fed podem mitigar riscos de mercado.

Contração nos lucros: em 2020 os lucros do S&P 500 deverão diminuir 14% no ano contra ano, com risco de queda ainda mais acentuada, puxada para baixo pelos setores financeiro (grandes bancos) e de energia (petróleo), com expectativa de contração de lucro de 34% e 64%, respectivamente.

Fonte: Refinitiv, XP Investimentos

O céu é o limite: Balanço do Fed continua crescendo; principais compras são tesouro americano e swaps de liquidez. Proporcionalmente, o crescimento de 53% no balanço ainda é pequeno se comparado aos 151% vistos na crise de 2008. Porém, colocando em perspectiva, os ativos do Fed, em 2007, representavam 6% do PIB, passaram para 15% em 2008, e em 2020 já representa 31% do PIB estimado.

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