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Crise nos CRIs? Entenda o impacto da volatilidade do crédito nos FIIs

A volatilidade no mercado de crédito trouxe preocupações para o investidor de FIIs, entenda o que pode impactar os fundos

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Recentemente, a volatilidade no mercado de crédito trouxe para o radar dos investidores os fundos imobiliários de papel, e os termos ‘high yield’ e ‘high grade’ começaram a ficar mais frequentes ao ouvir falar dos FIIs. Mas afinal, de onde vêm essas classificações e o que elas querem dizer sobre o seu investimento?

Os fundos imobiliários de papel nada mais são que fundos imobiliários cuja carteira é comporta por recebíveis, ou crédito, que é que a dívida de empresas ligadas ao ramo imobiliário. Para que o investidor possa discernir sobre o que irá colocar no seu portfólio, existem classificações quanto à qualidade do crédito. O termo high grade é usado para denotar dívidas de maior qualidade e high yield, expressão para classificar dívidas mais arriscadas, que devido ao maior risco associado ao emissor precisam pagar um prêmio de risco (yield) mais elevado para o credor.

Quem determina a qualidade de um emissor – ou seja, se o tomador da dívida é bom pagador ou não – em geral são agências de rating, ou avaliação de crédito, que atribuem uma classificação de risco a um investimento a depender de características contábeis e do mercado ao qual o emissor pertence. O resultado da análise de uma agência de rating (ou simplesmente classificação) é atribuir uma nota de crédito ao investimento, que deve refletir a capacidade daquele agente em arcar com as suas obrigações financeiras.

Esses ratings não são fixos, e podem ser reavaliados caso ocorra alguma mudança no quadro financeiro ou gerencial da empresa.

Entrando mais a fundo nas definições… 

High grade significa “alto nível” em português. Como falamos antes, é uma avaliação conferida a aplicações com um bom grau de segurança, ou seja, com chances menores de inadimplência, em geral devido a um bom histórico de gestão. Normalmente, crédito high grade é caracterizado por volatilidade mais baixa, rentabilidade positiva, liquidez mais elevada e menor risco de crédito.

High yield é uma expressão em inglês cuja tradução literal significa “alto rendimento”, e denota investimentos com retornos acima da média de mercado. Desse modo, aplicações que recebem essa classificação tendem a oferecer remuneração de juros mais altos que os principais players do setor. Geralmente, são investimentos cujo risco de crédito e inadimplência são mais elevados.

Acessar mercados e diversificar via fundos  

No âmbito do investidor individual (pessoa física), acessar certos mercados específicos e se expor a determinados tipos de risco pode ser mais difícil. Para isso, usar fundos como veículos de investimento auxilia na proteção contra riscos mais agudos devido aos menores valores mínimos, à maior liquidez e aumento da diversificação.

A diversificação feita entre classes diferentes de ativos – incluindo fundos considerados high grade e high yield ao mesmo tempo – pode ser uma grande aliada de uma carteira defensiva, que consiga manter uma volatilidade menor em tempos de maior estresse nos mercados e ainda entregar retornos mais atraentes no momento de retomada do ciclo econômico.

É possível falar em crise dos CRIs?  

As inadimplências e defaults no setor imobiliário não aconteceram à toa. O cenário macroeconômico é desafiador, a taxa Selic permanece elevada e a perspectiva dos gastos públicos ainda não está inteiramente delineada. A última divulgação do IPCA de março, levemente abaixo do esperado, já traz esperança de uma redução leve de juros, até 12%, o que é positivo para os FIIs.

Entretanto, mesmo com uma leve redução, o patamar deve seguir elevado, o que acaba por reduzir o ritmo de retomada do consumo e impacta as empresas: as dívidas se tornam mais caras e a rolagem se torna mais complicada. Com o custo de endividamento elevado, a margem operacional fica menor, e esses impactos negativos são características de uma crise de crédito, o que também acaba afetando o crédito imobiliário.

Entretanto, esses movimentos atuais não chegam a ser uma crise dos CRIs especificamente: o início do movimento se deu com o caso Americanas e em outras varejistas, que acabaram atrasando o pagamento de obrigações de fundos de tijolo; e só posteriormente acabou atingindo fundos de CRIs, sendo o impacto maior nos fundos classificados como High Yield.

Como ficam os FIIs no cenário atual? 

No cenário atual, de juros elevados apontando para uma desaceleração da economia no Brasil e no mundo, considerar o nível de risco e retorno associado a cada tipo de investimento fica ainda mais importante: uma companhia que conseguia cumprir com suas obrigações financeiras em condições convencionais, pode começar a passar por maiores dificuldades ao tentar rolar uma dívida antiga ou mesmo se financiar para um novo projeto conforme o custo do dinheiro – o juro – fica mais caro para todos.

No âmbito dos fundos listados, que possuem em carteira ativos firmemente ligados à economia real, o efeito dos juros mais caros ficam evidentes quando há um menor volume de transações sendo feitas entre os fundos, menor número de emissões ou mesmo empresas da economia real reduzido o número de novas ocupações – pois todos esses tipos de operação dependem de financiamento ou ficam viáveis conforme o ‘dinheiro livre de risco’ na economia, a taxa básica de juros do governo, paga menos e os investidores passam a tomar mais risco para obter retornos maiores.

Em momentos de juros mais elevados, os fundos de papel tendem a se beneficiar devido à indexação ao IPCA e CDI, porém quando os juros ficam muito elevados, o que era um rendimento bom para o investidor se torna um risco para a saúde financeira do emissor. Esperamos uma melhora mais significativa na performance dos fundos listados quando a Selic estiver em patamar ainda menor, mas a expectativa de redução da Selic no curto prazo, mesmo que gradual, já é notícia positiva para a classe dos fundos de tijolos.

É importante notar que embora a qualidade dos créditos em fundos High Grade seja melhor, momentos de estresse também podem afetar essa classe, em eventos difíceis de se prever, como o caso Americanas. O tipo de garantia de cada crédito também é fator essencial para avaliar as perspectivas desses fundos; CRIs com garantias voláteis tendem a sofrer mais. A XP recomenda que se priorize fundos com uma melhor relação risco-retorno e boa diversificação devido ao momento de cautela.

Fundos de Papel na cobertura XP

Data Base: 14/04/2023 Fonte: Research XP; Economática

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