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Mundos e Fundos – melhores momentos da live com Marco Freire, da Kinea Investimentos

Veja tudo que rolou no 15º episódio da série Mundos e Fundos, com o gestor de fundos multimercado da Kinea Investimentos, Marco Freire

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No 15º episódio da série Mundos e Fundos, recebemos Marco Freire, da Kinea Investimentos, para bater um papo sobre estratégias macro, os desafios da gestão de fundos e o momento vivido pelo mercado.

Marcos Freire é gestor do Kinea Atlas II FIM e Kinea Chronos FIM. Ambos são fundos multimercado, com estratégia macro, isto é, suas teses de investimento são baseadas na elaboração de cenários macroeconômicos, e o que os difere é que estão em perfis de risco diferentes (o Atlas repete as posições do Chronos, com alavancagem, para aumentar sua exposição a riscos). Os fundos são destaque por apresentar retornos consistentes, com uma relação risco x retorno menor que a do índice de multimercados (IHFA).

O gestor também é responsável por estratégias de previdência. O Kinea Prev Atlas XP Seg FICFIM que busca replicar as posições do Kinea Atlas II FIM e o Kinea Xtr XP Seg Prev FIC FIM com mandato semelhante ao Kinea Chronos FIM. As diferenças Kinea Prev Atlas XP Seg FICFIM e Kinea XTR XP Seg Prev para seus pares são as ocasionadas pelas restrições regulatórias impostas sobre fundos de previdência.

Check in – O interesse de Marcos Freire pelo mercado financeiro começou quando ele era ainda adolescente, em 1994. Marcos ainda estava começando a pensar em faculdade e carreira, e foi lançado o Plano Real, e ele, encantado pelo fim da hiperinflação do período e querendo entender mais sobre o que estava acontecendo, decidiu cursar Economia. A faculdade escolhida foi a mesma que os responsáveis pela criação do plano real cursaram: PUC-Rio. 

Depois da graduação e mestrado na faculdade carioca decidiu ir para São Paulo, em 2004, por acreditar que ali conseguiria aplicar aquilo que mais gostava. Foi quando entrou no Bank Boston Asset Management.

Seu início de carreira teve dois aspectos fundamentais para vir a tornar-se um gestor. O primeiro foi ter entrado já no time de gestão de fundos. O segundo foi o fundo multimercado que ele ajudava na gestão não ser muito segmentado e permitir que ele tivesse uma visão macro dos mercados.

A mais importante lição que ele aprendeu no início sobre gestão de fundos, foi que além de traçar os cenários, é importante o gestor saber os preços de compra e venda e gerenciar os resultados do portfólio para que os investidores não resgatem suas posições, fazendo com que o fundo tenha tempo para ter um bom retorno.

Então, em 2008, ingressou na Franklin Templeton. Apesar de ser uma gestora muito grande fora do Brasil, aqui ainda estava no início, Marcos foi o responsável por estruturar toda a gestão dos fundos macro (desde montagem do time, até a elaboração dos processos).

Nessa experiência, Marcos teve mais contato com os mercados internacionais e percebeu que em um mundo globalizado, o que ocorre em uma economia internacional afeta diretamente os investimentos brasileiros.

Na Franklin o gestor também percebeu a importância de uma análise mais minuciosa dos números dos balanços/resultados das empresas (análise micro) na montagem do portfólio.

Então, em 2015 foi convidado pela Kinea para assumir os chamados fundos líquidos (fundos que tem multimercado, ações, crédito e renda fixa).

Conheça os fundos da famíia DNA

Decolagem:

Em 2007 o Bank Boston foi vendido ao Itaú. Então, replicando uma estratégia que era pouco utilizada no Brasil, mas muito conhecida internacionalmente, onde uma gestora funciona com independência e tem a robustez de um grande banco por trás, surgiu a Kinea.

Outro diferencial da Kinea é que, diferente da maioria das outras gestoras, apresenta grande pluralidade de estratégias, tendo uma visão mais ampla do mercado financeiro.

O sucesso da gestora está atrelado a três pilares: (I) pessoas, buscando os melhores profissionais de cada área e os remunerando de forma meritocrática para que tenham sua melhor performance; (II) processos, para que esses bons profissionais sejam entendidos e consigam agregar mais na gestão; (III) tecnologia, para que a gestora conte com as melhores ferramentas para realizar seu papel com um sólido sistema de risco e um operacional que não tome tanto tempo.

Visita à cabine:

Marcos é o líder da estratégia dos fundos que faz gestão. O time dele é composto por gestores especialistas, segmentados por mercado, e esses contam com o suporte de times de pesquisa e analistas.

Os gestores, utilizando um limite de risco individual, definem as posições para seus respectivos mercados. O papel de Marcos é então, considerando o cenário macroeconômico, definir as melhores oportunidades e colocar e/ou aumentar a quantidade de risco de cada gestor do fundo.

Veja também: Mundos e Fundos com José Rocha, da Dahlia Capital

Melhores voos – Como um exemplo de posição feita através da análise macroeconômica, os juros mexicanos trouxeram uma boa posição. No ano passado, no início da crise do coronavírus, os investidores diminuíram o risco alocado no México, fazendo com que as taxas de juros de um dos emergentes com melhor responsabilidade fiscal subisse. Marcos e seu time compraram títulos públicos mexicanos, acreditando que essas taxas de juros iriam cair. Em março foram recompensando com essa posição, sendo a maior contribuição para a boa performance do fundo no mês.

Um exemplo totalmente diferente de um bom voo, foi em uma análise mais minuciosa de uma empresa (análise Micro), na Magazine Luiza. O fundo conta com posição na empresa desde 2016. Nessa época a Magalu era considerada uma varejista com margem baixa e o papel do gestor e seu time foi enxergar a mudança de cultura e as oportunidades no mercado de ecommerce. Um dos principais casos de sucesso da Bolsa Brasileira, a empresa segue dando bons frutos aos fundos da Kinea até hoje.

Pouso forçado – O mais importante para o desempenho dos fundos vai além de acertar mais que errar.  Os bons resultados vêm dos acertos trazerem ganhos relevantes e os erros resultarem em perdas mínimas.

Um exemplo recente foi o gestor e time não terem antecipado a pandemia como uma crise global. Durante o carnaval, quando a Itália enfrentava seus piores momentos, Marcos percebeu o erro e o time reduziu parte do impacto diminuindo o risco na bolsa americana (a bolsa brasileira estava fechada devido ao feriado), e depois do carnaval fez as movimentações necessárias para as perdas não serem ainda maiores.

Próximos destinos – Internacionalmente o gestor acredita que o tema está deixando de ser abertura para se tornar escassez. Nos EUA todos estarão vacinados até o meio do ano, e haverá uma forte reabertura da economia, e isso já foi precificado pelo mercado há algum tempo. O primeiro fator que influenciará essa escassez é o mercado imobiliário norte-americano (que tem importante peso na economia dos EUA), estar com uma demanda muito alta, influenciada pelos estimulous-checks e pelas mudanças na relação de local de trabalho causadas pela pandemia. O segundo é a falta de estoque das empresas para atender as demandas da reabertura (como fábricas de automóveis reduzindo sua produção pela falta de semicondutores). O terceiro é a falta de mão de obra ocasionada pelo seguro-desemprego e por um alto número de novas vagas.

As implicações desse cenário são menos bolsa, mais commodities e mais posicionamento para juros subindo, influenciados por uma alta da inflação.

No Brasil, o gestor acredito que o Real está barato e, influenciado pelo aumento de juros e pela apreciação das commodities, a tendência é que a moeda brasileira se valorize.

Pousa ou não pousa?

Commodities – o gestor pousa em algumas commodities: petróleo, cobre, alumínio, grãos e urânio. Esses investimentos são feitos tanto no mercado de derivativos (futuros) quanto comprando empresas produtoras de comodities.

Marco acredita que as reaberturas das economias, atreladas a escassez de matéria-prima e uma nova tendência mundial pelo ESG fortalece as commodities.

Bolsas globais – Marco pousa na bolsa alemã e bolsa japonesa por acreditar que o cenário de reabertura das economias é favorável a esses dois mercados.

Nos EUA, os fundos estão vendidos nas empresas Small Caps (empresas com valor de mercado menor que as principais listadas na bolsa).O gestor acredita que no cenário de escassez e alta de impostos essas serão as maiores prejudicadas.

No Brasil, ele pousa em empresas que se beneficiam com a alta de commodities (como Vale, Gerdau, Brasil Agro, Petrobras), que se beneficiam de reabertura (concessionárias de rodovias e shoppings) e algumas empresas de crescimento estrutural, como serviços financeiros (BTG Pactual, Pag Seguro).

China – A alocação na bolsa chinesa é ainda discreta nos fundos, em algumas empresas de tecnologia.

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