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Fundos internacionais: tudo que você precisa saber

Tire suas principais dúvidas sobre a classe que mudou a maneira do brasileiro investir

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Os fundos internacionais vêm se consolidando como investimentos comuns nas carteiras dos investidores brasileiros. Como se diz no mercado financeiro, a diversificação é o único almoço grátis em investimentos, e nada mais justo para o investidor do que ter as alternativas dos investimentos internacionais para aumentar a eficiência de sua carteira.

Por outro lado, sendo uma classe relativamente nova para a maioria dos investidores, é natural que surjam questionamentos variados sobre esse tipo de investimento. Nesta publicação, buscamos sanar as principais dúvidas a respeito das estratégias dos fundos e suas características operacionais.

Confira!

#1 Afinal, o que é considerado um fundo internacional?

Pode parecer um tanto óbvia, mas a classificação como fundo internacional acaba sendo subjetiva. Na XP, nós classificamos como fundo internacional todo produto que tem exposição majoritária em ativos internacionais. Ou seja, o que importa é a carteira do fundo e não quem gere a estratégia.

Dito isso, existem fundos internacionais geridos por empresas globais, diretamente dos escritórios de Londres ou Nova York, assim como produtos internacionais geridos por gestoras brasileiras, em suas sedes na Faria Lima ou no Leblon.

#2 Como os fundos internacionais disponibilizados na XP compram seus ativos?

Apesar de ser um conceito mais técnico, entender como os fundos compram seus ativos vai facilitar a compreensão do próximo item, que trata dos custos totais que esses fundos apresentam.

Basicamente, os fundos internacionais implementam suas estratégias segundo duas maneiras mais comuns:

  1. Cliente aplica no fundo, e o fundo compra diretamente os ativos negociados no exterior. Geralmente acontece quando a gestora do fundo está sediada no Brasil.
  2. Cliente aplica no fundo, e o fundo compra cotas de um outro fundo domiciliado no exterior, que, por sua vez, compra os ativos negociados no exterior. Geralmente se dá quando a gestora do fundo está sediada fora do Brasil.

#3 Quais são os principais custos para os fundos internacionais?

Primeiramente, vale lembrar que as taxas cobradas pelos fundos de investimento – tanto no Brasil quanto no exterior – são destinadas a remunerar os diferentes prestadores de serviço envolvidos na atividade do fundo: Gestor, Administrador, Custodiante, Controlador, Auditor, entre outros.

Enquanto, no Brasil, as taxas relevantes para um fundo são a (i) taxa de administração e a (ii) taxa de performance, no exterior as taxas relevantes são (i) ongoing charges (na tradução livre, “custos recorrentes”) e (ii) performance fee (taxa de performance).

Assim, para determinar os custos totais de um produto internacional, é preciso identificar se o fundo compra cotas de um veículo no exterior. Em caso positivo, basta somar as taxas do produto domiciliado no Brasil com as taxas do produto domiciliado no exterior.

Caso contrário, os custos totais são determinados pelas taxas da estrutura local. A informação sobre a estrutura do produto pode ser encontrada diretamente na página do fundo no site da Expert.

Vale ressaltar que, no caso de o fundo internacional comprar um outro fundo domiciliado no exterior, na maioria das vezes a soma das taxas de administração não passa de 2,00% e não há taxa de performance, logo os produtos são mais baratos do que a maioria dos fundos locais, que cobram usualmente taxa de administração de 2,00% e 20% de taxa de performance.

 #4 Como funciona a proteção cambial nos fundos internacionais?

Na maioria dos casos, os fundos internacionais compram ativos cotados em dólar. Assim, para compor a carteira, o gestor precisa, primeiramente, comprar o dólar, para então comprar os ativos.

Com isso, antes mesmo de montar sua carteira, o fundo ganha a exposição comprada na moeda estrangeira, comumente o dólar.

E é por conta dessa característica operacional que surgem os conceitos que chamamos de fundos hedgeados (do inglês “hedge”, que significa proteção) e não hedgeados:

  • Se o gestor do fundo, ao comprar dólar para compor sua carteira no exterior, também realiza uma operação de venda do dólar (via contratos futuros/derivativos) na mesma proporção, dizemos que o fundo é hedgeado.
  • Se o gestor não realiza a operação casada da venda do dólar via derivativos ao compor sua carteira, dizemos que o fundo é não hedgeado.

Note que o conceito de proteção cambial é válido ao analisarmos unicamente a operação de compra de ativos para o fundo e não quais são esses ativos. Digo isso, pois não necessariamente um fundo hedgeado vai estar 100% protegido da variação do dólar, assim como um fundo não hedgeado não necessariamente vai seguir 100% da variação do dólar.

Tudo depende da maneira como o gestor queira montar sua carteira – por exemplo, se o gestor de um fundo hedgeado estiver otimista com a valorização do dólar, é possível que ele monte posições compradas no dólar contra o real. Novamente, o conceito de hedgeado x não hedgeado se refere à maneira como os ativos são comprados e não quais serão esses ativos (processo independente).

#5 Como descobrir informações do histórico de performance desses fundos?

Para fundos domiciliados no Brasil, é comum utilizarmos sites públicos de comparação de fundos, como Mais Retorno ou Vérios, assim como plataformas de dados pagas, como Quantum Axis ou Economatica. Basta ter em mãos o CNPJ do fundo e inserir nos buscadores.

Quando se trata de fundos internacionais, muitas vezes a estratégia tem um histórico longo, mas que é atrelado a um produto domiciliado no exterior, o que não é exibido nos comparadores tradicionais. Por outro lado, é possível acessar sites estrangeiros para conferir o histórico – basta ter em mãos o identificador análogo ao CNPJ para os fundos internacionais, que é o “ISIN” (do inglês “International Securities Identification Number”, o qual pode ser verificado nas respectivas páginas dos produtos internacionais no site da Expert).

Um site de fácil acesso é a plataforma de dados de mercado do Financial Times. Como exemplo, vale conferir o histórico de performance do fundo Wellington Ventura no exterior – clique aqui!

#6 Por que a maioria dos fundos internacionais é destinada a investidores qualificados?

Por exigência da CVM – autarquia que regula a indústria de fundos – os fundos que compram mais de 67% do patrimônio líquido em ativos no exterior devem ser destinados a investidores qualificados.

Isso abrange a maioria das alternativas de fundos internacionais, sobretudo os fundos de gestão ativa. Isso ocorre, pois, para que seja um fundo internacional destinado a investidores em geral, o fundo precisa implementar sua estratégia por meio dos ativos negociados na B3 (a bolsa brasileira), que oferece um leque muito restrito de ativos internacionais.

Como exemplo positivo, os produtos da família Trend (saiba mais aqui) são fundos passivos que conferem acesso a mercados internacionais e são destinados a investidores em geral – pois a estratégia é implementada por meio de derivativos na B3.

#7 Por que investir em fundos internacionais?

Existem vários motivos para adicionar um fundo internacional em sua carteira, e seguem os três principais a meu ver:

  • Diversificação geográfica: a diversificação da carteira é fundamental para garantir seu equilíbrio e “saúde” no longo prazo, e com isso, os fundos internacionais são uma ótima ferramenta de diversificação, englobando uma variedade de geografias ao redor do mundo: Estados Unidos, América Latina, Europa, Ásia, China, Mercados Emergentes, Mercados Globais, etc.
  • Diversificação de estratégias: as economias centrais possuem mercados financeiros mais desenvolvidos do que o da economia brasileira, e com isso surgem uma variedade de ativos e estratégias de fundos de investimento no exterior. Existem estratégias que só são encontradas em mercados internacionais, ou ainda que são muito pouco representativas no Brasil, como as estratégias de eventos corporativos no mercado de ações. Com isso, investir em fundos internacionais é uma oportunidade de acessar estratégias que só são encontradas no exterior.
  • Exposição às maiores gestoras do mundo: no exterior, temos exemplos de gestoras cujo total de ativos sob gestão é maior do que toda a indústria brasileira de fundos de investimento, como a gigante BlackRock. São empresas com estruturas extremamente robustas, o que reflete em equipes de investimento muito desenvolvidas e consolidadas, com uma grande quantidade de profissionais seniores, além de processos de investimento bem estabelecidos e formalizados. Investir em fundos internacionais é ter a oportunidade de estar com as maiores e mais consolidadas empresas de gestão de recursos do mundo.

Confira a lista dos principais fundos internacionais da plataforma XP, no Top 20 – Internacional:

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