Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,32% e 0,43%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o Senado aprovou ontem, de forma unânime, o texto principal do projeto que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), cujo objetivo é reduzir as taxas de emissão de carbono da indústria de automóveis até 2030 – o texto prevê benefícios fiscais para empresas que investirem em sustentabilidade e também estabelece novas obrigações para a venda de veículos novos no país; e (ii) a Vale estuda o uso de etanol e a antecipação do aumento da mistura de biodiesel ao diesel para 25% nos caminhões que atendem às atividades de mineração como opções para reduzir as emissões de carbono nas operações – hoje, todo o diesel comercializado no país já tem uma mistura obrigatória de 14% e o aumento do percentual para 25% está em discussão no Senado.
• No internacional, o serviço de monitorização das alterações climáticas da UE afirmou que cada um dos últimos 12 meses foi classificado como o mais quente já registado em comparações anuais – a temperatura média global no período foi de 1,63 graus Celcius acima da média pré-industrial, o ano mais quente desde que os registros começaram em 1940.
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Brasil
Empresas
Polícia Federal deflagra operação para investigar venda irregular de créditos de carbono
“A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (05), Dia Mundial do Meio Ambiente, a Operação Greenwashing, com o objetivo de desarticular organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente. Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 76 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas, nos estados de Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo. Policiais federais cumprem ainda 108 medidas cautelares diversas da prisão, oito suspensões do exercício da função pública, quatro suspensões de registro profissional no CREA e sete bloqueios de emissão de Documento de Origem Florestal (DOF’s), bem como o sequestro de R$ 1,6 bilhão. De acordo com as investigações, o esquema fraudulento envolvia a duplicação e falsificação de títulos de propriedade, o que resultou na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. O esquema, que se iniciou em Lábrea (AM) e se estendeu por mais de uma década, se expandiu nos últimos três anos, com emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM), a sobreposição de registros e a apropriação indevida de terras públicas. Entre as atividades ilegais identificadas estão a exploração florestal e a pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado ‘fantasma’ para atender áreas com restrições ambientais, a venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
Bioenergia evitou emissão de 15 milhões de toneladas de CO2 no primeiro tri de 2024
“Levantamento do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que, no primeiro trimestre de 2024, o consumo energético de combustíveis por veículos leves cresceu 3,5% e o consumo do ciclo diesel avançou 3,6% na comparação com igual período do último ano. No entanto, o maior uso de biocombustíveis ajudou a reduzir a intensidade de emissões de gases de efeito estufa no período. Somente no ciclo Otto, as emissões evitadas pela bioenergia alcançaram 10,6 milhões de toneladas de CO2eq, representando o segundo maior valor trimestral registrado desde o início do estudo. O volume equivale ao plantio de 26,2 mil hectares de florestal tropical. O boletim de monitoramento de descarbonização na matriz de combustíveis leves aponta que nos três primeiros meses de 2024, o etanol anidro misturado à gasolina e o etanol hidratado consumido diretamente pelos veículos foram responsáveis por 41,4% da energia consumida pelos veículos leves – maior valor registrado ao longo dos últimos 12 trimestres da série. “A vantagem econômica do etanol e a safra recorde no ciclo 2023/2024 intensificaram as vendas do biocombustível no início de 2024, permitindo que participação do hidratado atingisse expressivos 26,3% no consumo energético total da frota leve no primeiro trimestre deste ano – valor significativamente superior aos 17,7% observados no mesmo período de 2023”, explica o Observatório.”
Fonte: Epbr, 05/06/2024
Banco da Amazônia oferece crédito para acesso à energia fotovoltaica
“Contribuição para a sustentabilidade e redução de custos com energia estão entre os atrativos da energia solar, segmento que já responde por quase um quinto da matriz energética brasileira. O setor registra crescimento anual de cerca de 23% na capacidade instalada e deve alcançar uma marca de 68 GW nos próximos cinco anos, de acordo com estimativas da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Apesar do potencial, ainda há travas importantes que impedem o segmento de deslanchar mais rapidamente em algumas regiões do país. Na região Norte, uma das que mais cresce em demanda pela energia limpa, há uma demanda reprimida. “O acesso ao financiamento é mais difícil do que nas regiões mais desenvolvidas, seja pelo conhecimento da população, seja pelas próprias condições logísticas enfrentadas para suprimento de materiais, pois em muitas localidades há espera de até seis meses pela entrega de equipamentos”, diz Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia. Justamente para atender esse público, o Banco da Amazônia (BASA), principal agente do Governo Federal na Amazônia para implementação de políticas públicas na região, oferta linhas de crédito para pessoas físicas e empresas de todos os portes. São empréstimos específicos para a instalação de sistemas fotovoltaicos e para a aquisição de veículos verdes, híbridos ou movidos a energias renováveis, incluindo a infraestrutura de carregamento. Tudo com taxas de juros competitivas no mercado.”
Fonte: InfoMoney, 05/06/2024
Um raio-X (positivo) dos fundos ESG no Brasil, segundo o Itaú BBA
“Os fundos de investimento sustentáveis ensaiaram uma decolagem no mercado brasileiro nos anos de 2020 e 2021, embalados pela hype global e local em torno da agenda ESG. Mas não demorou muito para a categoria nascente perder fôlego e ser deixada de lado pela maior parte do mercado, apesar de avanços na autorregulação e também nas regras da CVM. Os juros altos dos últimos anos, que tiraram a atratividade de ativos de maior risco e fundos alternativos, ajudam a explicar o movimento. Mas um relatório que acaba de ser produzido pela equipe de analistas do Itaú BBA mostra que há boas notícias e, talvez, um ponto de inflexão para os fundos sustentáveis no Brasil. Em suma: o número de fundos tem crescido, a captação está positiva e a performance média das carteiras bate o mercado de fundos no período analisado. Tudo isso fazendo-se a ressalva de que o segmento ainda é minúsculo no país – ou, como dizem os analistas, está em sua infância. Em abril, o mercado brasileiro alcançou 120 fundos ESG, geridos por 40 casas diferentes. É um crescimento de 36% em relação aos 88 fundos que existiam ao fim de 2022 – no fim de 2023 existiam 114 fundos. O volume de dinheiro nesses fundos totalizou R$ 12,8 bilhões (49% em ações e 49% em renda fixa), R$ 4,5 bi a mais do que os ativos sob gestão ao fim de 2022. Só nos primeiros quatro meses deste ano, o avanço dos ativos sob gestão foi de R$ 2,1 bilhões.”
Fonte: Capital Reset, 05/06/2024
Eletrobras e Prumo Logística assinam memorando para projetos de hidrogênio renovável
“A Eletrobras assinou um memorando de entendimento com a Prumo Logística, holding que desenvolve o Porto do Açu, para avaliar a implantação de projetos de baixo carbono no porto-indústria localizado no Norte Fluminense (RJ), com foco em produção de hidrogênio renovável e seus derivados. O acordo também deve avaliar a viabilidade técnica, ambiental e econômica para a instalação da fábrica e o uso de recursos para pesquisa e desenvolvimento ou de financiamentos públicos e privados que incentivem projetos relacionados, contribuindo para impulsionar a economia verde e a segurança energética.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
Todo o carro da Toyota terá versão híbrida
“De agora em diante, todos os carros produzidos pela Toyota no Brasil terão uma versão híbrida. O aumento de oferta de modelos eletrificados permitirá elevar o índice de nacionalização das baterias. Segundo Evandro Maggio, presidente da Toyota no país, a nacionalização começará com a montagem das baterias com componentes importados. Parece pouco. Mas representa um passo importante que a Toyota dá no país como parte do plano de investimentos de R$ 11 bilhões, até 2030. Segundo Maggio, o ciclo será dividido em duas partes. A primeira, de R$ 5 bilhões, será direcionada ao lançamento de dois novos carros e à construção da segunda fábrica da montadora em Sorocaba (SP). Quando os dois modelos estiverem no mercado e a nova fábrica pronta, será iniciada a segunda etapa dos investimentos, dos R$ 6 bilhões restantes, para desenvolver novas plataformas de veículos. Até lá, estará encerrado o processo de fechamento da fábrica em Indaiatuba (SP), bem como a transferência de toda a operação e dos empregados que aceitarem a mudança para a fábrica de Sorocaba, que fica a 50 quilômetros de Indaiatuba. A empresa ainda não definiu, diz Maggio, o que fará com a fábrica, a despeito de notícias de que marcas chinesas estariam interessadas na unidade. Segundo Maggio, o programa federal Mover, aprovado pelo Senado ontem, foi um dos estímulos para o investimento. “O programa substitui a tributação dos veículos com base em cilindrada pelo critério de eficiência energética”, diz, referindo-se à nova regra, que estabelece variação de incentivos fiscais conforme o nível de emissões do veículo.”
Fonte: Valor Econômico, 06/06/2024
Vale avalia usar etanol e antecipar mistura de biodiesel em caminhões
“A Vale estuda o uso de etanol e a antecipação do aumento da mistura de biodiesel ao diesel para 25% nos caminhões que atendem às atividades de mineração como opções para reduzir as emissões de carbono nas operações. Hoje, todo o diesel comercializado no Brasil já tem uma mistura obrigatória de 14% e o aumento do percentual para 25% está em discussão no Senado, no projeto de lei do Combustível do Futuro. A decisão da mineradora deve ser tomada depois da conclusão dos estudos técnicos sobre o comportamento dos motores com o aumento da mistura, que devem durar mais nove meses, de acordo com a diretora de Energia e Descarbonização da companhia, Ludmilla Nascimento. Outra alternativa para redução das emissões em avaliação é o uso do etanol em caminhões de grande porte, que está em estudo em parceria com a Caterpillar. Nesse caso, no entanto, vai ser necessária uma adaptação dos motores. Ao todo, a mineradora vai investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas operações até 2030. As opções das tecnologias adotadas são decididas com base na curva marginal de abatimento, que considera o investimento e o custo do operacional de cada solução em comparação com o custo do carbono. Segundo Nascimento, em média, as soluções avaliadas pela Vale variam entre US$ 50 e US$ 100 por tonelada de CO2, o que é compatível com o custo do carbono no mercado europeu. A executiva ressaltou que a disponibilidade de biocombustíveis para o suprimento é um dos fatores considerados na avaliação das opções de descarbonização.”
Fonte: Epbr, 05/06/2024
Política
Senado aprova programa para carros sustentáveis
“O Senado aprovou nesta quarta-feira (5), de forma unânime, com 67 votos favoráveis, texto principal do projeto que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), cujo objetivo é reduzir as taxas de emissão de carbono da indústria de automóveis até 2030. A taxação de compras internacionais de até US$ 50, inserida nesta proposta, foi votada e aprovada em separado, na sequência (leia mais abaixo).O programa Mover pretende reduzir a emissão de carbono pela indústria automobilística. O texto prevê benefícios fiscais para empresas que investirem em sustentabilidade e também estabelece novas obrigações para a venda de veículos novos no país. Pelo proposta, as empresas que investirem em pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologias sustentáveis para a indústria automotiva poderão receber créditos financeiros. A matéria prevê que o governo federal poderá estabelecer obrigações ambientais para a venda de carros, tratores e ônibus novos no país. Deverão ser levados em conta pelo governo, por exemplo, a eficiência energética e a reciclabilidade do veículo. O descumprimento poderá levar ao pagamento de multas.”
Fonte: G1, 05/06/2024
Desmatamento no Cerrado cai 12,9% entre janeiro e maio, diz Marina Silva
“A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta quarta-feira a queda de 12,9% no desmatamento no Cerrado entre janeiro e maio deste ano, em comparação ao mesmo período de 2023. O desmatamento deste bioma, onde está concentrada a maior parte da produção de grãos do país, é uma das grandes preocupações da ministra e de sua equipe. Apesar da queda nos primeiros meses neste ano, o desmatamento no Cerrado aumentou 43,6% no ano passado. Segundo integrantes da equipe de Marina, um dos principais facilitadores da destruição do bioma é o Código Florestal Brasileiro, que permite uma reserva legal de apenas 20% para as propriedades localizadas no Cerrado. A proporção é inversa à da Amazônia, onde 80% das propriedades têm que ser preservadas. Sem mencionar a legislação, Marina realçou essa preocupação. “Temos aumento do desmatamento no Cerrado, e esse é um grande desafio. Grande desafio é que no Cerrado, vc tem direito a desmatar 80%. O problema é que a legislação permite, mas a natureza não assimila”, afirmou Marina. A ministra participou de evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto. Após uma apresentação das políticas implementadas pela pasta, ela concede entrevista coletiva.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
Tragédia no RS deve ser vista como alerta da necessidade de preservar meio ambiente, diz Barroso
“O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (5) que a tragédia no Rio Grande do Sul deve ser vista como um “alerta” de que é preciso preservar o meio ambiente. “Acho que, tragicamente, o Rio Grande do Sul foi escolhido para tocar esse alarme para as novas gerações e para as gerações atuais. As enchentes no Rio Grande do Sul revelam que nós temos compromisso também com as gerações presentes. Já tem gente morrendo, já tem gente perdendo os seus bens, já tem gente comprometendo a sua integridade física”, disse o ministro ao participar de uma cerimônia sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. “Há muitas dificuldades no enfrentamento da questão ambiental e isso tem adiado a melhor solução para os problemas. Nós ainda lidamos, infeliz e tragicamente, com uma grande quantidade de negacionismo. Apesar de todos os cientistas praticamente atestarem que é ação do homem na terra que está provocando a mudança climática, o aquecimento global, com todas as consequências que nós vemos, ainda existe muita gente que não acredita ou que, por conveniência política, prefere não enxergar o que está acontecendo”, disse.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
Câmara aprova diretrizes para elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas
“Agência Câmara – A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece diretrizes gerais para a elaboração, pelo poder público, dos planos de adaptação à mudança do clima. A proposta será enviada à sanção presidencial. De autoria da deputada Tabata Amaral (PSB/SP) e outros, o Projeto de Lei 4.129/21 foi aprovado, nesta terça-feira (4/6), na forma de um substitutivo do Senado ao texto votado pela Câmara em 2022. “A crise climática infelizmente já é uma realidade, ela vem para afetar todos nós. Precisamos adaptar nossas cidades, nossos estados e nosso País. Se o poder público não se adianta, a gente está sempre remediando, e o mais vulnerável sempre sofre mais”, afirmou a deputada. O texto aprovado em Plenário teve parecer favorável do relator, deputado Duarte Jr. (PSB/MA). Ele destacou que as tragédias das enchentes no Rio Grande do Sul evidenciam a fragilidade das cidades e da população brasileira frente às mudanças climáticas e demonstram como políticas, planos e medidas efetivas de adaptação e resiliência são essenciais. “É necessário que passemos do planejamento à prática, para implementação de uma adaptação transformacional em nosso País”, disse Duarte Jr., ao citar o tipo de adaptação em que se alteram sistemas sociais e ecológicos para se antecipar a mudanças climáticas e seus impactos.”
Fonte: Epbr, 05/06/2024
Gás e biometano sem consenso em reta final do Combustível do Futuro no Senado
“Agentes dos mercados de gás natural e biometano, além de consumidores industriais, ainda buscam um acordo para a nova política que está sendo proposta no PL do Combustível do Futuro (528/2020). O relator no Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), afirmou que pretende apresentar seu relatório na próxima semana. As negociações envolvem também agentes que já atuam na comercialização e que compram biometano, com objetivo de chegar a uma proposta a ser apresentada ao relator. Alterações no Senado precisarão voltar para a Câmara dos Deputados. A Frente Parlamentar de Recursos Naturais do Senado recebeu, nesta terça (4/6), o relator na Câmara, Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), executivos, além do presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, deputado Alceu Moreira (MDB/RS), e o senador Laércio Oliveira (PP/SE), vice-presidente de gás natural da frente. Além do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes. O projeto prevê a criação de um novo mandato para o biometano, com previsão de aquisição de 1% a partir de 2026 pelos produtores e importadores de gás natural. Adota também um sistema de certificação, com a criação CGOB – atributo ambiental que pode ser comercializado à parte. A proposta aprovada pela Câmara, manteve a criação de programas para o diesel verde, bioquerosene de aviação (SAF, na sigla em inglês), a regulamentação da atividade de captura de carbono (CCS), além do aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, dos atuais 27%, para até 35%, a depender de estudos de viabilidade.”
Fonte: Epbr, 05/06/2024
Marina lança pacto contra a seca, anunciando que há risco de nova estiagem na Amazônia e no Pantanal
“A ministra Marina Silva, ao lado do presidente Lula, assinou uma série decretos voltados à preservação ambiental, na manhã desta quarta-feira, em Brasília, em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. O pacote de medidas inclui ainda um pacto contra secas firmado com governadores diante da previsão de uma nova temporada de estiagem no Pantanal e na Amazônia. A meta é reduzir o risco de incêndios que ameaçam ambos os biomas. No ano passado os rios da Amazônia tiveram a maior seca da história. O conjunto anunciado é de medidas necessárias e importantes, mas que não incluíram a proposta de impacto mais aguardada: o Plano Nacional de Combate à Emergência Climática. São inegáveis os avanços do governo na área, mas há um atraso no anúncio desse plano que está sendo gestado desde a enchente que vitimou a cidade São Sebastião, no litoral paulista, no ano passado. A ministra disse que será preciso um novo instrumento jurídico para que se trate com mais rapidez, menos burocracia as emergências climáticas. Foram anunciados acordos com municípios para implementação de 15 planos voltados á adaptação às mudanças climáticas e sete planos setoriais focados na mitigação dos efeitos dessas transformações já impressas pelo clima. O governo criou novas áreas de preservação como o Monumento Natural das Cavernas da Bahia e a Reserva Sauim-de-coleira no Amazonas.”
Fonte: O Globo, 05/06/2024
Internacional
Empresas
Transição energética deve ser norteada por complementaridade e não substituição, diz PwC
“O processo de transição energética não deve ser pautado pela ideia de substituição de fontes fósseis, mas de complementaridade para garantir crescimento econômico e segurança energética, afirmou o sócio e líder de consultoria para o setor de energia na PwC Brasil, Daniel Martins, em evento que comemora os 20 anos da seção Rio do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Martins observou que, apesar do aumento da volatilidade de eventos climáticos extremos, a projeção é que continue a haver demanda global por combustíveis fósseis, embora o crescimento maior deva vir das fontes renováveis. “O mundo vai demandar cada vez mais energia e vamos precisar de todas as fontes. Com exceção do carvão, se busca ter complementariedade maior [de fontes de energia na matriz energética]”, disse. A transição energética exige, segundo ele, uma preocupação maior sobre como prevenir e mitigar riscos. Segundo Martins, a mudança climática não é o único impulsionador da transição para uma matriz mais limpa: a segurança energética e novas tecnologias também têm um papel-chave nesta equação, uma vez que novas possibilidades como painéis solares, biocombustíveis e hidrogênio verde só são possíveis com os avanços tecnológicos.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
Investidores retiram dinheiro de fundos ESG à medida que o desempenho cai
“Os investidores globais estão a virar as costas aos fundos de ações centrados na sustentabilidade, à medida que o fraco desempenho, os escândalos e os ataques dos republicanos dos EUA atingem o entusiasmo por um setor muito elogiado que atraiu biliões de dólares em ativos. Os clientes retiraram este ano um valor líquido de 40 mil milhões de dólares de fundos de ações ambientais, sociais e de governação (ESG), de acordo com uma pesquisa do Barclays, o primeiro ano em que os fluxos apresentaram uma tendência negativa. Os resgates, que incluem uma saída líquida mensal recorde de cerca de 14 mil milhões de dólares em Abril, foram generalizados em todas as principais regiões. As saídas marcam uma inversão significativa para um sector para o qual os investidores têm afluído nos últimos anos, atraídos pela alegação de que tais fundos poderiam ajudar a mudar o mundo para melhor, ao mesmo tempo que ganham tanto – ou até mais – dinheiro como as carteiras de acções tradicionais. Pierre-Yves Gauthier, chefe de estratégia e cofundador da AlphaValue, uma empresa de pesquisa independente com sede em Paris, comparou o setor à bolha tecnológica que estourou em 2000. “ESG era uma espécie de hype pontocom 20 anos depois e agora tem passou”, disse ele.”
Fonte: Financial Times, 05/06/2024
Fabricante de baterias CATL lidera lista de subsídios da China, superando grandes petrolíferas
“A Contemporary Amperex Technology (CATL), principal fabricante chinesa de baterias de veículos elétricos, se tornou a maior beneficiária de subsídios estatais entre todas as empresas listadas da China continental (exclui Hong Kong). Isso destaca um foco estratégico mais nítido de Pequim, embora esse apoio governamental atraia os olhares do Ocidente. A CATL atingiu o topo do ranking em 2023, entre mais de 5 mil empresas, de acordo com dados compilados pelo provedor de informações chinês Wind e pesquisados pelo “Nikkei Asia”. A lista foi dominada por empresas petrolíferas estatais por muito tempo, mas a última edição mostra ênfase em veículos elétricos e outros setores de tecnologia de alta prioridade, como painéis e semicondutores. A CATL recebeu 5,72 bilhões de yuans (US$ 790 milhões) em 2023, mais que o dobro do valor do ano anterior. Os subsídios anuais são divulgados em itens não recorrentes que contam para o lucro líquido de um determinado ano, segundo os padrões contábeis chineses. Para a CATL, o suporte de 2023 foi de 13% do lucro líquido. A empresa listada na Bolsa de Shenzhen não divulgou para que usou o dinheiro em seu último relatório anual e não respondeu às perguntas do “Nikkei Asia”.
Mas a CATL não é o único exemplo que sinaliza uma mudança na forma como o estado chinês está distribuindo subsídios: quatro dos dez principais beneficiários estavam relacionados a veículos elétricos.”
Fonte: Valor Econômico, 06/06/2024
Honda inicia produção de veículos movidos a célula de combustível nos EUA
“A Honda Motor anunciou na quarta-feira o início da produção do primeiro veículo de passageiros movido a célula de combustível construído por uma montadora nos Estados Unidos. A marca japonesa exibiu o novo utilitário esportivo crossover CR-V e:FCEV em um evento para a mídia em sua fábrica em Marysville (Ohio) para marcar o início da fabricação. A Honda produziu veículos com célula de combustível pela última vez no Japão em 2021 e não o havia feito nos Estados Unidos antes. O novo modelo deve ser lançado nos Estados Unidos este ano e será exportado para o Japão já no verão. Ele pode viajar 600 quilômetros com um reabastecimento de três minutos de seu tanque de hidrogênio e possui uma bateria elétrica plug-in com alcance de 60 km para áreas sem postos de abastecimento de hidrogênio. O sistema de célula de combustível, feito em uma fábrica conjunta da Honda e da General Motors em Michigan, é duas vezes mais durável que as células de combustível anteriores da Honda a um terço do custo. O veículo em si também compartilha um design com um SUV Honda existente, reduzindo os custos em comparação com seus modelos anteriores de célula de combustível construídos para esse fim. Atualmente, os Estados Unidos não têm montadoras produzindo veículos de passageiros movidos a hidrogênio do nível de célula de combustível para cima. A infraestrutura de combustível de hidrogênio do país também é deficiente, com postos de abastecimento limitados a certas áreas, como a Califórnia.”
Fonte: Valor Econômico, 06/06/2024
Índia gastará até US$ 385 bilhões para cumprir meta de energia renovável, estima Moody’s Ratings
“A Índia terá de investir até 385 mil milhões de dólares para cumprir a sua meta de 500 gigawatts (GW) de energia renovável até 2030, mas o carvão continuará a ser uma fonte chave de geração de eletricidade durante a próxima década, afirmou a Moody’s Ratings na quinta-feira. A Índia, um grande emissor de gases com efeito de estufa, disse que pretende abrir uma nova aba para aumentar a capacidade de combustíveis não fósseis fixada em 50 GW por ano para ajudar a cumprir a sua meta de 500 GW. Não atingiu a meta de 175 GW até 2022. A Moody’s, no entanto, estima que um acréscimo anual de capacidade de cerca de 44 GW ajudará a atingir essa meta. Para isso, a Índia terá de gastar entre 190 mil milhões e 215 mil milhões de dólares em capacidade durante os próximos seis a sete anos e outros 150 mil milhões a 170 mil milhões de dólares em transmissão e distribuição, estima a agência de notação de crédito. “Os consideráveis pipelines de projetos anunciados provavelmente manterão alta a alavancagem financeira das empresas de energia renovável classificadas nos próximos dois a três anos, um crédito negativo, mas a alavancagem dos emissores relacionados ao governo provavelmente permanecerá moderada durante o mesmo período”, disse a Moody’s. O forte apoio político da Índia impulsionou a quota de energia renovável para cerca de 43% no seu mix de capacidade energética no exercício financeiro de 2023-24, atraindo investimentos do setor privado. O Grupo Adani, por meio da Adani Green Energy (ADNA.NS), abre uma nova aba, pretende gerar 45 GW de energia renovável até 2030.”
Fonte: Reuters, 06/06/2024
AIE espera que o investimento global em energia limpa atinja US$ 2 trilhões em 2024
“O investimento global em tecnologia e infraestruturas de energia limpa deverá atingir os 2 biliões de dólares este ano, o dobro do montante destinado aos combustíveis fósseis, mostrou um relatório da Agência Internacional de Energia. O investimento total em energia deverá ultrapassar os 3 biliões de dólares pela primeira vez em 2024, afirmou a AIE no seu relatório anual sobre o Investimento Energético Mundial. Cerca de 2 biliões de dólares serão destinados a tecnologias limpas – incluindo energias renováveis, veículos eléctricos, energia nuclear, redes, armazenamento, combustíveis de baixas emissões, melhorias de eficiência e bombas de calor – sendo o restante destinado ao gás, petróleo e carvão. O investimento combinado em energias renováveis e redes ultrapassou o montante gasto em combustíveis fósseis pela primeira vez em 2023. “Para cada dólar investido hoje em combustíveis fósseis, quase dois dólares são investidos em energia limpa”, disse o Diretor Executivo da AIE, Fatih Birol. “O aumento dos gastos com energia limpa é sustentado por uma economia forte, por reduções contínuas de custos e por considerações de segurança energética”, acrescentou. A China deverá ser responsável pela maior parte do investimento em energia limpa em 2024, com cerca de 675 mil milhões de dólares, enquanto a Europa deverá ser responsável por 370 mil milhões de dólares e os Estados Unidos por 315 mil milhões de dólares. Mais gastos estão focados na energia solar fotovoltaica (PV) do que em qualquer outra tecnologia de geração de eletricidade, com o investimento previsto para crescer para US$ 500 bilhões em 2024 devido à queda dos preços dos módulos solares.”
Fonte: Reuters, 06/06/2024
Política
Chefe da ONU pede proibição da propaganda de combustíveis fósseis
“As empresas de combustíveis fósseis são os “padrinhos do caos climático” e deveriam ser proibidas de fazer publicidade em todos os países, afirmou, nessa quarta-feira (5), o secretário-geral da ONU, António Guterres, enquanto novos dados climáticos mostram que o mundo enfrenta 12 meses consecutivos de calor sem precedentes. Em discurso em Nova York, Guterres pediu aos meios de comunicação e empresas de tecnologia que parem de permitir a “destruição planetária”, ao aceitar dinheiro de publicidade de combustíveis fósseis, alertando que o mundo enfrenta um “momento crítico para o clima” em suas tentativas vacilantes de conter a crise. “Muitos governos restringem ou proíbem a publicidade de produtos que prejudicam a saúde humana, como o tabaco”, disse ele. “Eu incito todos os países a proibirem a publicidade de empresas de combustíveis fósseis. E incito os meios de comunicação e empresas de tecnologia a pararem de aceitar publicidade de combustíveis fósseis.” Durante sua fala, Guterres anunciou novos dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que mostram que há 80% de chance de o planeta ultrapassar 1,5°C de aquecimento em relação aos tempos pré-industriais em pelo menos um dos próximos cinco anos civis.”
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2024
“Os Estados Unidos poderiam reavivar algumas das suas centrais nucleares recentemente desativadas para ajudar a satisfazer a crescente procura de eletricidade com emissões zero, ou adicionar reatores às instalações existentes, disse a secretária de Energia, Jennifer Granholm, numa entrevista. A administração do Presidente Joe Biden acredita que a energia nuclear é fundamental para cumprir as metas de redução de gases com efeito de estufa e descarbonizar a economia até 2050 para combater as alterações climáticas, mas a indústria tem sido prejudicada pelo elevado custo das novas construções. “Acho que eles podem voltar”, disse Granholm sobre algumas usinas nucleares fechadas, em entrevista na noite de terça-feira.O Escritório de Programas de Empréstimos (LPO) do Departamento de Energia emitiu em março um empréstimo condicional de US$ 1,52 bilhão à Holtec International para reabrir o reator fechado de Palisades em Michigan, que poderia se tornar a primeira usina nuclear do país a reiniciar após ser fechada. A central, que fechou em 2022, necessita agora da aprovação da Comissão Reguladora Nuclear, que supervisiona a segurança nuclear. Granholm disse que ficaria surpresa se a LPO não conversasse com operadores de outras fábricas fechadas em todo o país sobre a reabertura também. Ela não citou nenhum nome e disse que não está envolvida nas negociações da LPO.”
Fonte: Reuters, 05/06/2024
Mundo atinge série de temperaturas recordes enquanto ONU alerta sobre ‘inferno climático’
“Cada um dos últimos 12 meses foi classificado como o mais quente já registado em comparações anuais, informou na quarta-feira o serviço de monitorização das alterações climáticas da UE, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a medidas urgentes para evitar o “inferno climático”. A temperatura média global no período de 12 meses até o final de maio foi 1,63 graus Celsius (2,9 graus Fahrenheit) acima da média pré-industrial – tornando-o o período mais quente desde que os registros começaram em 1940, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus. Esta média de 12 meses não significa que o mundo já tenha ultrapassado o limiar de aquecimento global de 1,5 C (2,7 F), que descreve uma média de temperatura ao longo de décadas, além da qual os cientistas alertam para impactos mais extremos e irreversíveis. Num relatório separado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU disse que há agora 80% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos marque o primeiro ano civil com uma temperatura média que excede temporariamente 1,5°C acima da temperatura anterior. níveis industriais – acima dos 66% de probabilidade do ano passado. Falando sobre as conclusões, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, enfatizou a rapidez com que o mundo estava a caminhar na direção errada e a afastar-se da estabilização do seu sistema climático.”
Fonte: Reuters, 05/06/2024
Aquecimento global aumenta em ‘ritmo sem precedentes’, alertam cientistas
“O aquecimento global causado pelas atividades humanas acelera a um “ritmo sem precedentes” enquanto a margem para conter o aumento de temperaturas a +1,5 °C diminui, advertiram pesquisadores em um estudo publicado nesta quarta-feira (5). “O aquecimento causado pelo homem aumentou a um ritmo sem precedentes nas medições instrumentais, atingindo 0,26 °C entre 2014 e 2023″, indicam os autores do estudo. O relatório, publicado na revista Earth System Science Data, é resultado do trabalho de quase 60 cientistas de renome que seguem os métodos do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Em relação à era pré-industrial, a atividade humana provocou um aumento das temperaturas de 1,19 °C no período estudado e uma alta em relação aos valores do último relatório há um ano (+1,14 °C entre 2013 e 2022). Só no ano de 2023, o aquecimento atribuível à atividade humana foi de 1,31 °C. O aumento total foi de 1,43 °C, considerando variáveis naturais como o fenômeno El Niño. Os autores do relatório pretendem fornecer anualmente dados atualizados que sirvam de base para as negociações das cúpulas climáticas em uma década considerada decisiva para cumprir os objetivos do Acordo de Paris de 2015. A cúpula climática daquele ano fixou a meta de limitar o aquecimento global abaixo dos 2 °C em relação à era pré-industrial e, se possível, não superar 1,5 °C.”
Fonte: O Globo, 05/06/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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