Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira em território misto, com o IBOV avançando 0,17%, enquanto o ISE recuou 0,41%.
• No Brasil, (i) segundo a a vice-presidente de Soluções Energéticas do Grupo Energisa, Roberta Godoi, a companhia está montando uma mesa de carbono, que abrigará, no futuro, a venda dos certificados de origem do biometano – este ano, a Energisa anunciou um investimento da ordem de R$80 milhões para levantar sua primeira planta de biometano em Campos Novos (SC), com capacidade esperada para produzir 25 mil m3/dia a partir de julho de 2025; e (ii) de acordo com a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, o licenciamento ambiental é, hoje, o maior desafio da política energética nacional, citando as dificuldades da companhia no licenciamento da exploração na Margem Equatorial – contudo, a executiva se mostrou confiante de que a Petrobras conseguirá obter as licenças para as campanhas exploratórias na Bacia Foz do Amazonas durante participação na Offshore Week 2024.
• No internacional, com diferentes propostas para precificar o carbono sobre a mesa, a Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês) se aproxima do consenso em relação a um mecanismo universal de cobrança de imposto sobre emissões a fim de incentivar a substituição de combustíveis fósseis nos navios – na semana passada, a IMO reuniu os Estados-membros para discutir emendas à Convenção do Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho (Marpol), para ajudar a garantir o cumprimento da meta de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até ou perto de 2050 no setor.
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Brasil
Empresas
“A Energisa se prepara para começar a produzir biometano em 2025 e lançou, recentemente, seu braço de comercialização de gás – além do biocombustível, a companhia busca fontes de suprimento de gás natural fóssil, para compor seu portfólio. Em paralelo, a companhia está montando uma mesa de carbono, que abrigará, no futuro, a venda dos certificados de origem do biometano, disse a vice-presidente de Soluções Energéticas do Grupo Energisa, Roberta Godoi, em entrevista ao estúdio eixos, no 11º Fórum do Biogás. “O importante é que, já sabendo que essa [comercialização de certificados de origem] é uma tendência, é importante estarmos estruturando uma mesa de carbono”, afirmou a executiva. A Energisa fincou os pés no mercado de biometano em 2023, com a aquisição da Agric – que atua na compostagem de resíduos orgânicos industriais. Este ano, a Energisa anunciou um investimento da ordem de R$ 80 milhões para levantar sua primeira planta de biometano. A unidade, em Campos Novos (SC), terá capacidade para produzir 25 mil m3/dia a partir de julho de 2025. A decisão de investimento foi tomada antes mesmo da aprovação, no Congresso, do Combustível do Futuro – projeto que instituiu um programa de descarbonização no mercado de gás natural, por meio da aquisição de biometano. O PL diz que os agentes poderão comprovar as metas de descarbonização seja por meio da compra e consumo de biometano, seja por meio da aquisição do Certificado de Garantia de Origem de Biometano (CGOB). “Entendemos que, sendo uma empresa focada em transição energética, da qual queremos ser protagonistas, tínhamos necessariamente de trazer o gás para esse contexto”.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Licenciamento é o maior desafio da nossa política energética, diz diretora da Petrobras
“O licenciamento ambiental é, hoje, o maior desafio da política energética nacional, disse nesta segunda (7/10) a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, na Offshore Week 2024, promovida pela agência eixos. A executiva citou as dificuldades da companhia no licenciamento da exploração na Margem Equatorial. “A gente só tem um jeito de saber [sobre o potencial da região]: perfurando o poço. E o nosso maior desafio, porque a gente não sabe disso ainda hoje [do potencial], é porque nós não temos licença ambiental”, afirmou durante o painel de abertura do evento.Ela se diz confiante de que a Petrobras conseguirá obter as licenças para as campanhas exploratórias na Bacia Foz do Amazonas. E pediu continuidade nos esforços de perfuração na região, independente dos resultados iniciais. Destacou, nesse sentido, que, caso não haja uma descoberta comercial na primeira tentativa, que o Brasil não abra mão de aprofundar a exploração da Margem. “Tenho certeza que a gente vai desvendar esse potencial exploratório. Eu queria aproveitar só para dizer o seguinte: não é com um poço que se faz exploração. O primeiro poço pode não ser positivo, a gente tem que fazer uma avaliação exploratória, como deve ser feito”.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Helte investe R$ 100 milhões para tornar o mercado nacional de energia solar mais competitivo
“A China é a maior produtora e exportadora de kits fotovoltaicos do mundo, representando atualmente cerca de 80% de todos os painéis solares e equipamentos importados pelo Brasil — parte pela infraestrutura industrial altamente competitiva no setor de energia. Mas a Helte, empresa de geração distribuída que atua no segmento de energia solar do grupo HLT, quer mudar essa realidade e reduzir a dependência do Brasil das tecnologias chinesas. Pensando nisso, a companhia investirá 100 milhões de reais até 2025 para adquirir 40 mil painéis solares fabricados pela Sengi no Brasil, sua parceira de longa data. A intenção é fortalecer a produção nacional, e consequentemente, impulsionar o mercado brasileiro de renováveis. Até o momento, já foram investidos R$ 25 milhões, e o plano inicial é aumentar a produtividade da fábrica da Helte em Cascavel, no Paraná. Além disso, a empresa pretende aumentar a comercialização de módulos nacionais dos atuais 5% para 20% no próximo ano. “A nossa intenção é ter uma parceria competitiva em termos de valores e investimentos, pois hoje a China detém toda a cadeia de produção desses equipamentos – desde as células, cabos, até a estrutura de alumínio que compõe os módulos fotovoltaicos. O produto é muito popular na China, mas o Brasil tem um potencial enorme de produzir nacionalmente”, disse Junior Helte, CEO do Grupo HLT, em entrevista à EXAME. Líder em renováveis e sexto maior produtor global de energia solar, o Brasil é um mercado em expansão e tem o potencial de se tornar um provedor de soluções para o mundo em transição energética. “Somos um país tropical, com uma incidência de sol muito relevante, e temos um potencial enorme para absorver e contribuir, não só com o meio ambiente, mas também com uma grande geração energética. A energia solar veio justamente para contribuir com esse caminho de fontes limpas”, complementou Junior.”
Fonte: Exame; 07/10/2024
Internacional
Empresas
CIP inicia construção de 220 MW de armazenamento de energia em baterias no Chile
“A Copenhagen Infrastructure Partners (CIP), por meio de seu Growth Markets Fund II (CI GMF II), anunciou nesta segunda (7/10) que tomou a decisão final de investimento (FID) em um sistema de armazenamento de energia de bateria de 220 MW/1.100 MWh na região de Antofagasta, no norte do Chile. O projeto emitiu o aviso final para prosseguir e será um dos primeiros projetos desse tipo a atingir operações comerciais no Chile. A instalação Arena BESS está estrategicamente localizada em uma região com recursos solares de classe mundial e adjacente à infraestrutura de transmissão existente e clusters industriais intensivos em energia. Com uma capacidade de armazenamento de 1.100 MWh, a instalação mudará o excesso de energia solar gerada durante o dia para fornecer energia renovável durante as horas noturnas, reduzindo assim a necessidade de geração de energia de combustível fóssil durante os períodos de pico de demanda. Os serviços de balanceamento fornecidos pelo projeto Arena BESS diminuirão as emissões de CO2 e permitirão maior integração de projetos de energia solar em larga escala no sistema de rede chileno, segundo o CIP. “Estamos entusiasmados em dar este importante passo na implantação do primeiro projeto de armazenamento de energia da CIP no Chile, que será um dos maiores da região”, comenta Ole Kjems Sørensen, sócio da CIP. Segundo o executivo, o investimento é parte da estratégia de longo prazo na América Latina. “Ele demonstra a abordagem industrial da CIP na identificação de uma necessidade de mercado e na entrega de um projeto de larga escala com uma estrutura contratual robusta, ao mesmo tempo em que garante retornos ajustados ao risco atrativos para nossos investidores”, explica.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Equinor, da Noruega, adquire 10% de participação no grupo de energias renováveis Ørsted
“A Equinor, empresa de petróleo e gás controlada pelo Estado norueguês, comprou uma participação de 10% na Ørsted da Dinamarca, tornando-se a segunda maior acionista da maior desenvolvedora de parques eólicos offshore do mundo, atrás apenas do governo dinamarquês. Anders Opedal, executivo-chefe da Equinor, disse na segunda-feira que a participação acionária – no valor de cerca de US$ 2,5 bilhões – havia sido acumulada ao longo do tempo e fazia parte do foco crescente do grupo norueguês em energias renováveis. “A Equinor tem uma perspectiva de longo prazo e será uma proprietária solidária da Ørsted. Trata-se de um investimento contracíclico em um desenvolvedor líder e um portfólio premium de ativos eólicos offshore em operação”, acrescentou. A Ørsted é uma das maiores empresas de energia renovável, tendo saído da Danish Oil and Natural Gas na última década para se tornar a principal desenvolvedora de parques eólicos offshore do Mar do Norte até os EUA e Taiwan. No entanto, o grupo, que é controlado pelo estado dinamarquês por meio de uma participação de 50,1%, enfrentou dificuldades nos últimos anos devido a uma expansão fracassada nos EUA, que levou a grandes baixas contábeis em projetos e à suspensão de seus dividendos até pelo menos 2025. A empresa também descartou os planos de uma usina de combustível verde na Suécia este ano. As ações da Ørsted, que caíram quase 70 por cento em relação ao pico de 2021, subiram 6 por cento na tarde de segunda-feira após a notícia de que a Equinor estava assumindo uma participação de 9.8 por cento. As ações da Equinor caíram 4 por cento.”
Fonte: Financial Times; 07/10/2024
Transporte marítimo se aproxima de taxa global de carbono
“Com diferentes propostas para precificar o carbono sobre a mesa, a Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês) se aproxima do consenso em relação a um mecanismo universal de cobrança de imposto sobre emissões a fim de incentivar a substituição de combustíveis fósseis nos navios. Na semana passada, a IMO reuniu os Estados-membros para discutir emendas à Convenção do Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho (Marpol), para ajudar a garantir o cumprimento da meta de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa (GEE) até ou perto de 2050 no setor. Em uma declaração sobre o encerramento da reunião, a Câmara Internacional de Navegação (ICS), associação que representa 80% da indústria, disse que há forte apoio em relação a uma contribuição universal de GEE por navios, por tonelada de CO2e emitida. Segundo a organização, a maioria dos Estados-membros da IMO, que também controlam a maior parte da tonelagem de transporte marítimo do mundo, está a bordo da iniciativa. Uma proposta da ICS entregue à IMO no final de agosto defende o imposto dentro de uma política feebate (recompensa) para incentivar a produção acelerada e a adoção de combustíveis zero/quase zero carbono.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Yara inaugura terminal para importação de amônia de baixo carbono na Alemanha
“A norueguesa Yara inaugurou na semana passada um novo terminal de importação de amônia de baixo carbono em Brunsbüttel, na Alemanha. Localizada no Mar do Norte e no Canal de Kiel, a região é um ponto estratégico para o país para implantação de um hub de hidrogênio. O terminal tem capacidade de importar até três milhões de toneladas de amônia para a Europa anualmente, o que corresponde a 530 mil toneladas de hidrogênio ou cerca de 5% da meta de hidrogênio da Europa para 2030. O projeto faz parte da estratégia da Yara de fortalecer seu principal negócio de nitrogênio e, ao mesmo tempo, participar da indústria do hidrogênio de baixo carbono. Além do uso tradicional, como fertilizantes, a amônia também tem novas aplicações, como combustível marítimo, e como transportadora de hidrogênio, que pode ser utilizado como matéria-prima na indústria, combustível ou para geração de eletricidade. “Como o maior transportador e distribuidor mundial de amônia, a Yara Clean Ammonia está em uma posição de destaque para garantir o fornecimento de amônia de baixa emissão para a Alemanha, a preços competitivos”, disse Hans Olav Raen, CEO da Yara Clean Ammonia. Hoje a empresa opera a maior rede global de amônia, com 13 navios, acesso a 18 terminais e vários locais de produção e consumo ao redor do mundo, incluindo Brunsbüttel na Alemanha.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Política
Sob críticas de ambientalistas e apoio das petroleiras, Reino Unido anuncia £22 bi para CCUS
“O Reino Unido anunciou, na última sexta (4/10), um plano de £ 21,7 bilhões para financiar, ao longo de 25 anos, projetos de captura, armazenamento e uso de carbono (CCUS) no país. Plano é transformar duas zonas industriais – de Teesside e Merseyside – em centros de CCUS e hidrogênio feito a partir de gás natural com captura de CO2 — o hidrogênio azul. A confirmação do incentivo veio dias após o anúncio do fechamento da última usina termelétrica a carvão do país – que foi o berço da Revolução Industrial. “Na semana em que a Grã-Bretanha se tornou a primeira nação industrializada a encerrar seus 150 anos de uso de carvão na produção de energia, a nação agora começa uma nova era de tecnologia de energia limpa”, disse o primeiro-ministro Keir Starmer. Segundo o governo, os investimentos, além de estimular a economia, têm capacidade de remover mais de 8,5 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano — o equivalente a retirar cerca de 4 milhões de carros de circulação. Ambientalistas e cientistas criticaram a decisão por avaliarem que se trata de um incentivo à indústria de óleo e gás. “Para um governo comprometido em enfrentar a crise climática, £ 22 bilhões é muito dinheiro para gastar em algo que vai estender a vida útil da produção de petróleo e gás que aquece o planeta”, criticou o diretor de políticas do Greenpeace do Reino Unido, Doug Parr. Em carta enviada ao minsitro inglês da energia semanas antes do anúncio, 23 cientistas pediam a reconsideração do financiamento bilionário, argumentando que ainda faltam evidência científicas concretas sobre o vazamento de metano e carbono, seja no transporte do CO2, seja na produção de hidrogênio azul.”
Fonte: Eixos; 07/10/2024
Rios tiveram ano mais seco em três décadas em 2023 em todo o mundo, diz agência da ONU
“Os rios do mundo registraram em 2023 o ano mais seco em mais de três décadas, à medida que a redução dos fluxos, em um ano que bateu recordes de calor, contribuiu para secas prolongadas em algumas regiões, informou nesta segunda-feira (7) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a agência meteorológica da ONU. “A água é o canário na mina de carvão das mudanças climáticas”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, durante a apresentação do relatório. “Recebemos sinais de alerta na forma de chuvas, inundações e secas cada vez mais extremas, que têm um alto custo em vidas, ecossistemas e economias”. Segundo a secretária-geral, o aumento das temperaturas tem sido um fator que tornou o ciclo hidrológico “mais errático e imprevisível”, de maneiras que podem resultar em “muita ou pouca água”, na forma de inundações e secas. A OMM também destacou que as geleiras que alimentam os rios em muitos países sofreram a maior perda de massa dos últimos cinquenta anos, alertando que o derretimento pode ameaçar, a longo prazo, a segurança hídrica de milhões de pessoas em todo o mundo. Cerca de 3,6 bilhões de pessoas enfrentam acesso inadequado à água durante pelo menos um mês por ano, número que pode chegar a 5 bilhões de pessoas até 2050, segundo a agência meteorológica. “Em 33 anos de dados, nunca tivemos uma área tão grande no mundo em condições tão secas”, disse Stefan Uhlenbrook, diretor de hidrologia, água e criosfera da OMM, segundo a “Associated Press” (AP). O mundo registrou em 2023 o ano mais quente já registrado, e o verão boreal deste ano também foi o mais quente já documentado, o que levanta o risco de um novo recorde anual em 2024.”
Fonte: Valor Econômico; 07/10/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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