Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira em território positivo, com o Ibov e o ISE em alta de +0,93% e +0,65%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a Braskem se prepara para aumentar a oferta dos chamados produtos circulares, cujas matérias-primas são de origem renovável ou reciclada - a petroquímica acaba de concluir um aumento de 30% da capacidade de sua planta de biopolímeros em Triunfo, no Rio Grande do Sul; e (ii) a Latam planeja eliminar das aeronaves materiais plásticos de uso único até o fim de 2023 - a companhia já excluiu 88%, dando vez à adoção de utensílios orgânicos e reutilizáveis a bordo, permitindo a redução de 1,6 mil toneladas de plástico.
• Na política, o Reino Unido mantém firme o compromisso de proibir a venda de novos carros a gasolina e diesel a partir de 2030, mas algumas medidas para reduzir a pegada de carbono das casas residenciais serão aliviadas - segundo o primeiro-ministro Rishi Sunak, a meta do governo de atingir emissões líquidas zero até 2050 segue importante, mas afirmou que não vai buscar políticas que aumentasse as contas das pessoas em um momento de alta inflação.
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Brasil
Empresas
Braskem mira transição energética e prevê 25% de produção ‘verde’ até 2030
"Em momento em que é alvo de disputa pelo seu controle e de transição energética para insumos menos poluentes, a Braskem se prepara para aumentar a oferta dos chamados produtos circulares, cujas matérias-primas são de origem renovável ou reciclada. A petroquímica acaba de concluir um aumento de 30% da capacidade de sua planta de biopolímeros em Triunfo, no Rio Grande do Sul. E os planos são ambiciosos para ampliar essa representatividade. “As principais avenidas de crescimento que identificamos advêm de biopolímeros e reciclagem. Quase 25% do nosso portfólio até 2030 virá de materiais circulares”, afirmou o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da Braskem para Europa e Ásia, Walmir Soller, em entrevista à Bloomberg Línea. A expansão da capacidade de produção do chamado eteno “verde” – à base de etanol de cana-de-açúcar – demandou um investimento de US$ 87 milhões. A partir do eteno, a petroquímica produz o polietileno, usado em uma vasta gama de aplicações como embalagens, utilidades domésticas e brinquedos, entre outros. Segundo analistas, a capacidade de produção de insumos “verdes” é um dos fatores que ajudam a explicar o interesse de players do mercado pelo controle da Braskem, atualmente em andamento. A petroquímica assinou um memorando de entendimento para construir uma unidade produtiva na Tailândia com capacidade de 200 mil toneladas de biopolímeros. “A aprovação do investimento deve ocorrer no próximo ano. Queremos crescer de maneira inteligente, com posicionamento geográfico e minimizando o capital utilizado”, disse Soller. O grupo estuda ainda uma planta de produção de polipropileno de origem biológica nos Estados Unidos, mais voltada para os setores automotivo e de utilidades domésticas."
Fonte: Bloomberg Línea, 24/07/2023
Para a Ambipar, o desafio da economia circular é usar ciência para criar produtos do lixo
"O Brasil produziu, em 2022, quase 82 milhões de toneladas de resíduos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Desse montante, apenas 4% foram reciclados, um desperdício, considerando que, boa parte do que é descartado, pode retornar à cadeia de produção como matéria prima. É o que prega o conceito de economia circular, modelo produtivo que vem crescendo entre as empresas brasileiras. A economia circular vai além da reciclagem. “Essa ideia de regenerar a natureza vai além do preservar e do conservar. É realmente potencializar as partes positivas”, afirma Rafael Tello, diretor de sustentabilidade do Grupo Ambipar, empresa de serviços ambientais, que tem como uma das frentes a valorização de resíduos, ou seja, transformar o que seria lixo em produtos para a indústria. Além de ser uma das áreas de negócios do grupo, esse trabalho evitou o envio a aterros de um volume de lixo equivalente ao produzido por uma cidade com um tamanho semelhante ao de Brasília, segundo o Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O desenvolvimento da economia circular, no entanto, depende da criação de matérias primas a partir do lixo, o que não é exatamente fácil. Esse, segundo Tello, é o grande desafio da indústria. “O regenerar está agregado ao nosso objetivo de longo prazo porque nós somos uma empresa que tem uma preocupação muito grande com o desenvolvimento de tecnologia e de inovação”, afirma o executivo. Uma das metas corporativas da Ambipar é, até 2030, se tornar uma liderança consistente na transição para economia circular e de baixo carbono."
Fonte: Exame, 24/07/2023
Latam (LTMAY) quer eliminar plástico de uso único. Isso é bom para o acionista?
"A Latam planeja eliminar das aeronaves materiais plásticos de uso único até o fim de 2023. A companhia já excluiu 88%, dando vez à adoção de utensílios orgânicos e reutilizáveis a bordo, como talheres de fibra de bambu, bandejas reutilizáveis e embalagens e copo de papel. As mudanças permitiram a redução de 1,6 mil toneladas de plástico. A gerente de Sustentabilidade da empresa no Brasil, Lígia Sato, afirma que a meta é viável, mas que há desafios, como plásticos que não podem ser substituídos por normas de segurança e legislações vigentes. Para ela, ainda é um obstáculo a implementação de uma agenda de sustentabilidade na indústria de aviação e turismo. “Como companhia aérea, dependemos de muitos elos para garantir a eficiência operacional. Por outro lado, vejo a forma como a Latam lida com a sustentabilidade como um caminho correto ao se comprometer com as ferramentas já disponíveis no mercado e estabelecer estratégias concretas com metas de curto, médio e longo prazo”, pontua a gerente. Outras metas sustentáveis da empresa são se tornar uma companhia zero resíduos para aterros sanitários até 2027, reduzir e compensar 50% das emissões domésticas até 2030 e ser carbono neutro até 2050. Segundo a empresa, os projetos de sustentabilidade implementados trazem um impacto positivo na reputação da companhia. “Por outro lado, vejo que o mais importante é minimizar os impactos ambientais e gerar valor nas comunidades em que atuamos”, conta Lígia."
Fonte: E-Investidor, 24/07/2023
ESG no Brasil: startups com foco social são as que mais recebem aportes
"Em 2022, os investimentos em startups ESG no Brasil atingiram seu pico histórico devido ao forte impacto econômico e às consequências da pandemia em muitos setores. Segundo o relatório ESG Report 2023 do Distrito, foram realizadas 90 rodadas de investimento em startups ESG no ano passado, somando US$ 861,6 milhões. Considerando os últimos 13 anos, as startups brasileiras de ESG levantaram um total de US$ 2,43 bilhões em 501 rodadas de investimento. Séries B e C representam apenas 6% do número de deals e 58% do volume de investimento. Isso porque muitas startups investidas ainda não tiveram tempo suficiente para desenvolver suas soluções, alcançando um estágio de amadurecimento capaz de justificar um investimento late-stage. Apesar de as quatro das cinco maiores rodadas terem sido recebidas por startups da área ambiental, é a categoria social que mais levantou recursos, com US$ 1,1 bilhão em 199 rodadas de financiamento. Destaque para a série A de R$ 20 milhões levantada pela brasiliense Ribon em 2022, eleita uma das startups mais inovadoras do mundo pela fundação do Bill Gates. Ainda de acordo com o report do Distrito, o Brasil possui atualmente 950 startups ESG, sendo as focadas no meio ambiente em maior abundância (357 empresas). Em seguida, estão as startups focadas em aspectos sociais (306) e governança (287). Aqui no Startups algumas startups ESG que se destacam no ecossistema já foram notícia. É o caso da Trashin, que desenvolve projetos de logística reversa e gestão de resíduos para empresas, e a baiana SOLOS, que promove a economia circular e o descarte correto de resíduos, cuja história foi contada em nossa série Além da Faria Lima."
Fonte: Terra, 24/07/2023
Vale do Jequitinhonha pode atrair aportes de R$ 30 bilhões até 2030
"O governo de Minas Gerais estima atrair entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em investimentos para o Vale do Jequitinhonha até 2030, com a exploração e beneficiamento de lítio na região. Quatro projetos já estão confirmados sob inversões próximas a R$ 5 bilhões. As investidoras são: Latin Resources, Atlas Lithium, Sigma e MG LIT (Lithium Ionic), além da Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que já opera na região. O mais recente deles pertence à MG LIT (Lithium Ionic) para extração do chamado ouro branco nos municípios de Araçuaí, Itinga e Salinas. Com aportes de R$ 750 milhões, vai permitir a geração de mais de mil empregos diretos, além dos indiretos. Juntos, todas as iniciativas já projetam mais de 3,7 mil postos de trabalho na região. A previsão é que a MG LIT comece a operar em 2025. A empresa já deu início aos investimentos e a expectativa é que até o final do ano cerca de R$ 160 milhões já tenham sido aplicados. A etapa de sondagem, por exemplo, começou no ano passado. Já a construção da mina deve ocorrer no próximo ano para operar em 2025. E a capacidade de produção anual deve girar em torno de 250 mil toneladas do concentrado de espodumênio e o teor de lítio-enxofre é de 5.5%. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Passalio, destaca que esse protocolo de intenção já nasce sendo transformado em realidade. E reforça que é isso que o governo espera do Projeto Vale do Lítio, “diante da corrida por esse mineral de alto valor, portador de futuro”."
Fonte: Diário do Comércio, 22/07/2023
Política
Nova lei traz avanços em igualdade de gênero e torna critérios ESG obrigatórios
"A recém-publicada Lei 14.611/2023, que trata da igualdade salarial entre mulheres e homens, traz avanços no desafio pela busca de um mercado de trabalho mais igualitário e livre da discriminação de gênero, além de alertar empresas a respeito da importância de olhar para o tema com mais atenção e com medidas concretas. É verdade que o arcabouço jurídico até então em vigor já proibia a diferença salarial baseada em critérios discriminatórios, incluindo o gênero. Havia, ainda, previsão de multa administrativa quando identificada uma irregularidade como essa. De todo modo, a legislação vai além, trazendo conceitos e medidas que vêm sendo discutidos e aplicados no escopo das práticas ESG (do inglês, ambientais, sociais e de governança). Principalmente no pilar "S", voltado ao social. Além da igualdade salarial propriamente dita, a lei traz a obrigatoriedade de critérios remuneratórios entre mulheres e homens para trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função. Ao trazer o conceito, ela avança em aspectos que muitas vezes são os verdadeiros entraves na correção da desigualdade salarial entre gêneros, comumente referida como gender pay gap. Isso porque frequentemente não é o salário em si que perpetua a disparidade de gênero, mas as diferenças de oportunidades nas carreiras e as estruturas sociais que criam obstáculos enormes. Um grande exemplo são os critérios subjetivos de contratação, de promoção e avaliação de mérito, responsáveis por estagnar carreiras de mulheres até mesmo em universos altamente especializados, e que contribuem para a configuração de empresas com maioria feminina, mas com poucas mulheres na liderança."
Fonte: Valor Econômico, 24/07/2023
Internacional
Empresas
Keppel de Cingapura e HSBC assinam acordo para soluções de descarbonização
"A Keppel Corporation de Cingapura disse nesta terça-feira que assinou um acordo com o HSBC para buscar oportunidades de transição energética destinadas a reduzir as emissões na área da Grande Baía e em toda a Ásia. O acordo, assinado entre a divisão de infraestrutura da Keppel e o escritório do HSBC em Hong Kong, se concentrará na expansão de soluções de baixo carbono em cidades como Guangzhou, Shenzhen e Hong Kong, e ajudará os usuários a economizar custos e obter eficiência energética. As ofertas de sustentabilidade da Keppel e a capacidade do HSBC de fornecer financiamento verde ajudarão as partes a acelerar soluções relevantes para a mudança climática, disseram eles em um comunicado conjunto."
Fonte: Reuters, 24/07/2023
Política
"A Grã-Bretanha está mantendo seu plano de proibir a venda de novos carros a gasolina e diesel a partir de 2030, mas algumas medidas para reduzir a pegada de carbono das casas residenciais serão relaxadas, disse o ministro sênior do governo, Michael Gove, na terça-feira. A agenda verde da Grã-Bretanha foi questionada depois que os conservadores do governo ganharam uma votação para um assento parlamentar na semana passada, atacando a principal política antipoluição de Londres. Isso corre o risco de desencadear incerteza para as empresas que produzem tudo, desde infraestrutura de veículos elétricos até bombas de calor, em um momento em que os Estados Unidos e a União Europeia estão buscando estimular o investimento e descarbonizar suas economias. Perguntado na Times Radio se a proibição da venda de novos carros a gasolina e diesel era um alvo imóvel na Grã-Bretanha, Gove disse: "Sim". Mas sobre a questão das metas para instalar bombas de calor em novas casas, Gove disse que era importante que as novas casas atendessem aos padrões zero líquido, mas disse que o governo precisava ter cuidado com o custo de algumas propostas para descarbonizar as moradias existentes. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Rishi Sunak disse que a meta do governo de atingir o zero líquido até 2050 era importante para ele, mas ele não queria fazer nada que aumentasse as contas das pessoas em um momento de alta inflação."
Fonte: Reuters, 25/07/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Análise ESG Empresas (Radar ESG)
Mineração & Siderurgia: Um setor desafiador, gradualmente buscando oportunidades; Gerdau à frente dos pares (link)
Orizon (ORVR3): Companhia segue como uma das melhores sob a cobertura da XP (link)
Cosan (CSAN3): Fortalecendo governança e impulsionando a agenda ESG em suas subsidiárias (link)
Outros relatórios de destaque
O que muda com as novas normas globais de sustentabilidade do ISSB? (link)
Eletrobras (ELET3): Principais destaques do Investor Day (link)
ESG: Quatro principais tendências para a segunda metade do ano (link)
Destaques da reunião com a Verra, maior certificadora global de crédito de carbono (link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
CVM avança em diversidade; Preocupações ambientais impactam setor de telecom nos EUA; PETR4 e a saga com o Ibama (link)
ELET3 e o interesse em H2V; Mercado de dívida verde cresce; Projeto de lei para mercado de carbono no Brasil está pronto (link)
Brasil avança em agenda regulatória ‘verde’, com taxonomia e mercado de carbono (link)
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