Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O Ibovespa e o ISE terminaram a semana passada subindo 2,07% e 2,29%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira também encerrou em território positivo, com o IBOV e o ISE em alta de 0,47% e 0,29%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o Banco Central (BC) concluiu a primeira das consultas públicas que pretende fazer para atualizar o regramento de divulgação de informações de riscos sociais, ambientais e climáticos das instituições financeiras – nessa etapa, associações nacionais e internacionais contribuíram com sugestões sobre metodologias e gerenciamento de risco com o objetivo de formular uma regulamentação que defina as informações quantitativas que deverão ser publicadas pelas instituições financeiras; e (ii) o colégio de líderes do Senado decidiu incluir o marco das eólicas offshore na ‘fila’ dos projetos que podem ser votados no retorno dos trabalhos, em agosto – no entanto, o requerimento de urgência para tentar garantir a votação do PL antes do início do recesso parlamentar (que começa no dia 18 de julho) ainda não conseguiu reunir as assinaturas necessárias.
• No internacional, já de olho na COP29, a União Europeia pressionará outros países na conferência deste ano para cumprirem sua promessa de fazer a transição gradual dos combustíveis fósseis para uma matriz energética mais limpa – a cúpula deste ano será realizada em Baku, Azerbaijão, em novembro, e deve colocar o papel do setor de petróleo e gás no holofote, além de questões como finanças climáticas.
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Brasil
Empresas
Vale e BHP fazem acordo sobre divisão de responsabilidade por Mariana
“As mineradoras Vale e BHP acabam de firmar um acordo confidencial para a retirada da ação de contribuição que a companhia anglo-australiana movia contra a brasileira referente às indenizações do rompimento da barragem da Samarco, controlada pelas duas empresas, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. O acordo prevê também a divisão de responsabilidades entre a Vale e a BHP nos processos que correm fora do Brasil, de acordo com uma nota divulgada pela companhia brasileira. Os demais termos são confidenciais. A Vale afirmou que o acordo não prevê “qualquer admissão de responsabilidade”. A BHP responde no Reino Unido a uma ação coletiva de mais de 600 mil reclamantes movida pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead. O pedido de indenização é estimado em R$ 230 bilhões. Já a Vale enfrenta, na Holanda, um processo que pede indenização equivalente a R$ 21 bilhões. Com mais de 77 mil requerentes, a ação foi movida também com participação do Pogust Goodhead. A BHP havia entrado em dezembro de 2022 com uma ação na Justiça britânica demandando que a Vale respondesse por pelo menos 50% de eventuais reparações financeiras decorrentes do processo, pois a brasileira era sua sócia na Samarco. Em agosto do ano passado, a Corte de Londres aceitou a demanda da BHP e, em outubro, rejeitou tentativas da Vale de recorrer da decisão. Considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil, o rompimento da barragem de Fundão ocorreu em 5 de novembro de 2015 e matou 19 pessoas, além de levar entre 40 milhões a 50 milhões de toneladas de rejeitos tóxicos para o Rio Doce, importante curso d’água da região Sudeste.”
Fonte: Capital Reset; 12/07/2024
Existe uma alternativa de baixo impacto ambiental para desenvolvimento da geração hidrelétrica?
“O maior potencial hidrelétrico ainda inexplorado do Brasil com baixo impacto socioambiental se encontra em regiões planas de grande disponibilidade hídrica. Um bom exemplo são os trechos de rios não aproveitados entre usinas existentes. Os projetos de usinas hidrelétricas de baixíssima queda, inferiores a 10 metros, poderiam acrescentar alguns gigawatts à matriz brasileira, e teriam as seguintes vantagens: os reservatórios formados na calha natural do rio, em condições equivalentes à época de cheias, resultam em impactos socioambientais mínimos; o pequeno desnível favorece os sistemas de transposição de peixes baseados na natureza, mais eficientes e eficazes; a extensão da casa de máquinas pode ser utilizada para a passagem de cheias (ver foto). Nessa situação a usina fica submersa, o conceito envolve a instalação de muitas unidades geradoras de menor porte, o que propicia soluções compactas e padronizadas, com ganhos de escala típicos da indústria solar e eólica; o menor volume de obras diminui riscos construtivos, evitando sobrecustos e atrasos. Usinas desse tipo não resolvem as questões de uso múltiplo e armazenamento, que dependem de condições topográficas diferentes e de necessidades socioambientais particulares, como no caso das bacias recentemente atingidas pelas cheias no Rio Grande do Sul. Por outro lado, embora tenda a ser mais adequado a trechos planos de rios em regiões já alteradas pela ação humana, esse tipo de arranjo também pode ser avaliado em ambiente participativo como alternativa para usinas cujos estudos não avançaram devido a restrições socioambientais. Diante das vantagens específicas dessa solução de engenharia, avaliamos que haveria viabilidade econômica para esse tipo de projeto.”
Fonte: Exame; 12/07/2024
“O Patria Investimentos anunciou desembolso de R$ 120 milhões na primeira transação de debêntures incentivadas do Brasil voltada especificamente para o setor de geração distribuída. Os recursos serão usados para financiar a construção de nove usinas solares da AXS Energia espalhadas pelos Estados do Paraná, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. O montante faz parte do fundo Patria Infra Crédito FIDC, sendo que R$ 100 milhões virão através do investimento de recursos do próprio Patria Infra Crédito FIDC e R$ 20 milhões do Fundo MLDL gerido pelo Moneda. As usinas terão aproximadamente 32 megawatts-pico (MWp), com previsão de estar operando até janeiro de 2025. Ao Valor, o sócio do Patria e CIO (diretor de investimentos) do fundo Patria Infra Crédito FIDC, Marcelo Souza, explica que a operação foi permitida graças às regras de emissão de debêntures incentivadas criadas pela Lei 12.431/2011, que ampliou as alternativas de financiamento da economia para projetos de pequeno porte e promoveu o mercado de capitais como fonte de recursos de longo prazo. Segundo o executivo, a operação pode abrir portas para que bons projetos de pequena escala também tenham acesso a novas modalidades de financiamento, visto que, até então, as empresas do setor buscavam predominantemente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) como alternativa às debêntures. “Esta é uma emissão de debêntures incentivadas lastreada por ativos de geração de energia renovável no Brasil, mais especificamente no segmento de geração distribuída de energia solar”, afirma.”
Fonte: Valor Econômico; 12/07/2024
BC conclui 1ª das consultas públicas para regulamentação de informações sobre riscos ESG
“O Banco Central (BC) concluiu a primeira das consultas públicas que pretende fazer para atualizar o regramento de divulgação de informações de riscos sociais, ambientais e climáticos (ESG, na sigla em inglês) das instituições financeiras. Nessa etapa, associações nacionais e internacionais contribuíram com sugestões sobre metodologias e gerenciamento de risco até o fim do prazo, no último dia 28. O objetivo é formular uma regulamentação que defina as informações quantitativas que deverão ser publicadas pelas instituições financeiras, como as exposições de risco por setor, metas e a definição dos indicadores que serão utilizados. As informações devem constar no Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas (Relatório GRSAC). Amaury Oliva, diretor de sustentabilidade, cidadania financeira, relações com o consumidor e autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), aponta que existem múltiplos relatórios sobre informações sociais, ambientais e climáticas com diferentes formatos, níveis de detalhamento e periodicidade que têm trazido desafios. “Vai ser importante que tenha um alinhamento entre essas várias informações, prazos e metodologias porque tudo isso no fim do dia é custo de observância. Você acaba tendo uma assimetria de informações. Se a gente não tiver um alinhamento, você tem pouca comparabilidade entre as informações entre instituições financeiras”. Atualmente, o relatório GRSAC estabelece a divulgação de informações em um escopo mais limitado. As informações de publicação obrigatória são qualitativas sobre, por exemplo, a estrutura de gestão de riscos e de governança. A norma que trata dessas regras foi publicada em 2021.”
Fonte: Valor Econômico; 12/07/2024]
Tesouro espera impulsionar R$ 50 bi em projetos com leilão para transição ecológica
“O Tesouro Nacional lançou um leilão para a nova linha de financiamento do programa Eco Invest Brasil de estímulo à participação do capital estrangeiro nos projetos de longo prazo de transição ecológica. A linha tem taxa subsidiada de 1% ao ano e vai financiar atividades econômicas que contribuam para a transformação ecológica, para a descarbonização e para a ampliação da resiliência aos impactos na mudança do clima. Os bancos terão até 60 dias para apresentar as propostas. Ganha o leilão a instituição que apresentar a proposta que garanta a maior participação de capital privado nos projetos, o que no jargão do mercado financeiro é chamado de alavancagem. Os projeto têm que ser de áreas greenfield (ainda não explorado). O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, diz à Folha que a linha, batizada de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial, a deve oferecer entre R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões, o que pode impulsionar mais de R$ 50 bilhões de capital privado em dois a três anos. Segundo Ceron, foram excluídos da linha setores que já estão bastante maduros do ponto de vista de financiamento, como de energia solar, eólica e sistema de distribuição. “Será um grande teste para o novo modelo de atração de financiamento externo para o Brasil”, afirma o secretário. O leilão é a primeira de quatro medidas do programa, lançado em fevereiro durante evento do G-20, a sair do papel. Segundo o secretário, o programa é hoje a maior iniciativa de construção de um ambiente para atração de investimento na transição ecológica entre os países emergentes no mundo.”
Fonte: Valor Econômico; 12/07/2024
Associação de energia eólica defende fim de ‘pseudo políticas’ para setor elétrico
“A presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, disse que está disposta a “abrir mão de algumas coisas”, referindo-se a determinados subsídios dados a segmentos do setor elétrico e a velhas ideias sobre benefícios dados ao segmento. As declarações foram dadas durante o seminário ‘Justiça tarifária e liberdade do consumidor’, promovido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nessa sexta-feira (12). Atualmente, os subsídios têm um peso cada vez maior na conta de luz. Só em 2023, os custos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – fundo bancado pelos consumidores para custear políticas públicas – foram de R$ 40,3 bilhões, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e representaram 13,21% da tarifa. “Erramos ao deixar que essas ‘pseudo políticas’ fossem colocadas. A sociedade tem dificuldade de abrir mão de ‘direitos’ que ela acha que adquiriu. Vamos ter que abrir mão de algumas coisas (…), e eu estou bastante disposta”, acrescentou. O setor eólico foi amplamente beneficiado pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), programa criado em 2002 com o objetivo de aumentar no Sistema Interligado Nacional (SIN) a participação da energia renovável. Ela destacou que certos segmentos do setor elétrico continuam a proteger seus “cercadinhos”, beneficiados por privilégios, e enfatizou a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade. Segundo ela, caso permaneça inalterado, o setor elétrico pode enfrentar um futuro insustentável.”
Fonte: Valor Econômico; 12/07/2024
Hidrogênio verde para consumo interno tem 55% a mais de imposto que o exportado, diz consultoria
“Um cálculo feito pela consultoria Mirow & Co. mostrou que o hidrogênio verde brasileiro para consumo interno tem até 55% a mais de impostos do que o destinado à exportação. A diferença de custo, segundo a consultoria, reflete a ausência de incentivos de fomento à demanda no país, enquanto em outras regiões do mundo isso já é uma realidade. A diferença de 55% nos encargos é verificada quando se compara o combustível para consumo interno com aquele produzido para o mercado externo em uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), áreas de instalação de indústrias voltadas à exportação e importação que têm um regime fiscal específico. Atualmente os parlamentares discutem no Congresso a criação de um marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, tendo como referência o custo de produção projetado para 2030, de menos de US$ 2 por quilo. Na quinta-feira (11), a Câmara dos Deputados aprovou as emendas do Senado ao PL 2308/2023, que regulamenta o hidrogênio verde. A matéria já havia sido votada na Câmara, passou por alterações no Senado e retornou para análise dos deputados. Entre as mudanças feitas pelos senadores, está a inclusão das hidrelétricas como fonte de geração de energia na definição de hidrogênio, que antes era composta apenas por solar e eólica. Felipe Diniz, sócio e líder das áreas de energia e infraestrutura na Mirow & Co., frisa que o Brasil é um forte candidato no cenário global do hidrogênio verde em função dos recursos naturais e infraestrutura elétrica, mas enfrenta desafios na esfera regulatória que precisam ser superados.”
Fonte: Valor Econômico; 14/07/2024
Menos açaí e castanhas: na Amazônia, mudanças climáticas já afetam bioeconomia
“Há mais de duas décadas, Paulo Sérgio Castro Alves, de 51 anos, dedica-se à produção artesanal de açaí em Santa Luzia, às margens do Rio Tapajós, no oeste do Pará. A atividade que sustenta a comunidade, no entanto, tem ficado menos produtiva nos últimos três anos. Cada safra, que rendia até 800 latas do fruto, agora dá metade disso. Ele aponta o aumento da “secura” como um dos principais motivos. Antes, eu via que chovia mais no nosso verão. Dava uma chuva que amenizava e molhava as árvores. Agora, não. E todo ano parece que vai diminuindo. Aí o açaí sente, não produz tudo que poderia — conta o produtor. Vistos como alternativa para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, os negócios da bioeconomia sentem os efeitos das mudanças climáticas. Comunidades agroextrativistas, produtores agroflorestais e até grandes empresas que trabalham com insumos nativos têm mapeado as consequências de secas mais severas, como a de 2023. Um estudo de pesquisadores brasileiros de cinco universidades, publicado recentemente na revista científica Biological Conservation, indica que, nos próximos 30 anos, as áreas climaticamente adequadas ao extrativismo na Amazônia Legal sofrerão um declínio de 91% de sua extensão total. A pesquisa, que avaliou 18 espécies de árvores e palmeiras, indica que castanha-do-pará, açaí, andiroba, copaíba, seringueira, cacau e cupuaçu correm risco de desaparecer ou ter queda na produção. Entre as 56 reservas extrativistas estudadas na região, 21 correm risco de perder uma ou mais espécies exploradas. Em Santa Luzia, Paulo diz que o período chuvoso deste ano, com menos água, reduziu a produção de açaí, já impactada pela seca do ano passado, a pior em mais de um século.”
Fonte: O Globo; 14/07/2024
Brasil, uma potência em energia renovável
“Mais de duas décadas atrás, o executivo da indústria automotiva Wan Gang defendeu no Conselho de Estado da China que o país deveria parar de investir em veículos a combustão e focar no que ele considerava a tecnologia do futuro: carros elétricos. Se a China investisse na nova tecnologia antes de outros países, ele argumentou, o país se tornaria líder incontestável em veículos elétricos (EV) no mundo. O governo chinês adotou políticas e programas de incentivo para desenvolver essa nova indústria – dos minerais essenciais à produção até concessionárias. Gang estava certo e a China é hoje um peso-pesado em carros elétricos, responsável por 60% das vendas globais. Três de suas fabricantes de baterias elétricas respondem por mais da metade do mercado mundial. O Brasil vislumbra oportunidade semelhante agora que o planeta embarca na próxima fase de transição energética. O país poderia obter retornos significativos de investimentos iniciais em novas tecnologias limpas, o que ajudaria a gerar nova riqueza e a alcançar metas climáticas mais rapidamente. Primeiro, vamos considerar o contexto. O mundo se comprometeu a atingir a meta de zero emissões até a metade do século, com os maiores poluidores adotando políticas claras para isso. Os setores naval e de aviação também deram passos concretos na transição para combustíveis limpos. É um caminho sem volta. E no mundo dos negócios, o mercado premia quem chega primeiro. Além do já pujante setor agrícola, o Brasil tem 40 milhões de hectares de terras de pasto degradadas. Alguns argumentam que essa área poderia ser utilizada para o plantio de cana de açúcar para a produção de etanol para veículos. Mas isso seria um erro.”
Fonte: Valor Econômico; 15/07/2024
Política
Programa de financiamento de painel solar para baixa renda trava no Senado
“O programa Renda Básica Energética (Rebe) segue sem perspectiva de aprovação. Ainda fora da pauta da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, o projeto de lei ainda não é consenso entre as associações do setor elétrico. Os críticos afirmam que a proposição onera a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A ideia inicial era que o Rebe substituísse gradativamente a Tarifa Social de Energia Elétrica, com a possibilidade de os consumidores de baixa renda possam gerar sua própria energia. O governo tem se colocado contra a versão atual do projeto, que durante a tramitação na Câmara dos Deputados também alterou trechos do marco legal da geração distribuidora, a lei 14.300/2022. O relatório do senador Sérgio Petecão (PSD/AC) na Comissão de Assuntos Sociais já está pronto. O parlamentar é favorável ao projeto, mas afirma que não há consenso para inclusão na pauta do colegiado. Petecão reclama do silêncio do Poder Executivo sobre o assunto. “Falta o ministro de Minas e Energia e o governo federal se posicionarem”, disse.O projeto foi inicialmente idealizado pelo deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), que batizou a proposta. O relator na Câmara, Lafayette de Andrada (Republicanos/MG), afirma que há incompreensão por parte do governo, que não se interessou pela construção da proposta. Defende ainda que a proibição de aumentos de despesas com a CDE, incluída no texto, é a garantia correta para evitar o aumento de despesas setoriais. “Na verdade, promove uma diminuição dessas despesas, dando acesso a consumidores de baixa renda à geração distribuída”, explica.”
Fonte: Epbr; 12/07/2024
PL das eólicas offshore pode ser votado em agosto no Senado
“O colégio de líderes do Senado decidiu incluir o marco das eólicas offshore na ‘fila’ dos projetos que podem ser votados no retorno dos trabalhos, em agosto. O Congresso Nacional entrará em recesso no dia 18 de julho. O requerimento de urgência de Ireneu Orth (PP/RS), para tentar garantir a votação do PL antes do início do recesso parlamentar, contudo, ainda não conseguiu reunir as assinaturas necessárias. “Não temos assinatura registrada até o momento, nem previsão de inclusão em pauta”, informou o gabinete do senador. O relator do projeto, Weverton Rocha (PDT/MA), não participou da reunião de líderes. O Senado volta a se reunir nas semanas de 6 e 13 de agosto. O Senado Federal decidiu priorizar, antes do recesso, o projeto que trata da compensação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores e municípios. O Congresso Nacional precisa encontrar recursos para bancar a conta até 10 de agosto, segundo uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Entidades que representam os setores de energia do Rio Grande do Sul e do Ceará, Sindienergia/RS e Sindienergia/CE, além da federação de indústrias cearense Fiec e o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) procuraram Orth para manifestar apoio à urgência.“O Congresso Nacional assumiu o protagonismo desde agosto de 2022, proporcionando gerando ansiedade não somente de investidores nacionais e internacionais, mas principalmente da sociedade gaúcha, tão carente de investimentos urgentes que possam contribuir para a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul”, diz a entidade do estado. Há 234 GW de potência em projetos protocolados no Ibama. Nem todos serão, de fato, desenvolvidos e a indicação de interesse pelas áreas ocorre porque o órgão ambiental se antecipou, criando bases para os futuros licenciamentos.”
Fonte: Epbr; 12/07/2024
O caminho do Brasil rumo à COP30 depende do Código Florestal
“A um ano e meio de sediar a principal Conferência do Clima das Nações Unidas dos últimos anos, o Brasil ainda não implementou a sua principal lei ambiental, considerada uma das mais avançadas do mundo. A COP30, a primeira a ser realizada num país que, além de ser uma potência agrícola e florestal, é detentor de uma megabiodiversidade e de uma matriz energética de baixo carbono, acontecerá em Belém, em novembro de 2025. E se o mundo tinha pressa em ver o Brasil voltar aos debates globais sobre a pauta ambiental, isso agora se converteu em grandes expectativas por propostas e resultados de mitigação da emergência climática. E é por isso que não podemos chegar lá sem instituir, na prática, o Código Florestal brasileiro, criado pela Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. O documento estabelece normas para a proteção da vegetação nativa em áreas rurais. Alvo de protestos por parte de movimentos de defesa do meio ambiente ao longo do seu processo de elaboração por ser considerado insuficiente, hoje ele é tido como um importante mecanismo que pode reverter os índices de devastação nos principais biomas brasileiros, como a Amazônia. De lá para cá, mais de 13 milhões de hectares foram desmatados e 12 milhões deixaram de ser restaurados e, ainda assim, as medidas de proteção e preservação previstas no Código Florestal não saíram do papel. Além de estabelecer as áreas de proteção em imóveis rurais e incluir as Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de Uso Restrito, a lei dispõe sobre mecanismos de controle da exploração florestal para extração de matéria-prima e produção de produtos e prevenção de incêndios.”
Fonte: Valor Econômico; 15/07/2024
Internacional
Empresas
Vale do Silício impulsiona fundos ESG
“Os fundos ambientais, sociais e de governança tiveram um trabalho árduo este ano. No primeiro trimestre, os fundos de ESG em todo o mundo sofreram uma de suas maiores saídas de caixa. Os ataques políticos ao ESG nos EUA levaram alguns investidores a questionar a estratégia. No entanto, no que diz respeito ao desempenho dos investimentos, novos dados mostram que os fundos ESG tiveram um bom desempenho no primeiro semestre deste ano, graças, em grande parte, a suas grandes participações em ações de tecnologia. A maioria dos fundos de ESG que não investem especificamente em negócios de energia renovável está acima do peso em empresas de tecnologia e abaixo do peso em ações de petróleo e gás. Nos primeiros seis meses do ano, o S&P 500 ganhou cerca de 15%. Quase 60% do ganho do ano até o momento foi impulsionado por cinco gigantes da tecnologia – Nvidia, Microsoft, Amazon, Meta e Apple – que quase sempre são as maiores participações em fundos ESG, de acordo com a Morningstar. O fundo FTSE Social Index da Vanguard, voltado para os EUA, que tem US$ 20,6 bilhões em ativos sob gestão, aumentou seu valor em 15,5% no primeiro semestre e subiu 26% nos últimos 12 meses, em comparação com 24,9% do S&P 500. Suas maiores participações são Microsoft, Apple e Nvidia. O fundo ESG de grande porte com melhor desempenho no primeiro semestre do ano foi o Putnam Sustainable Leaders Fund, de propriedade da Franklin Templeton. O fundo deu um salto de 19,4% no primeiro semestre. Sem surpresa, suas principais participações são Microsoft, Alphabet e Nvidia. Katherine Collins, gerente de portfólio do fundo, disse que a Big Tech não foi a única coisa que impulsionou os retornos este ano.”
Fonte: Financial TImes; 12/07/2024
Adeus, plástico? Nem tanto: Nestlé e outras gigantes revisam metas de reciclagem
“Quando a Nestlé ajustou suas metas para o uso de embalagens plásticas em 2022, poucos notaram. A mudança de linguagem pode ser vista no site da maior fabricante de alimentos do mundo: a empresa passou a usar os termos “plástico projetado para reciclagem” até 2025, em vez de apenas “reciclável” ou reutilizável até o próximo ano – seu compromisso original. A sutil reformulação, destacada publicamente pela primeira vez nesta reportagem da Bloomberg News, pode parecer apenas semântica. Mas a diferença equivale a 280.000 toneladas adicionais de resíduos plásticos não recicláveis por ano, de acordo com os últimos dados disponíveis para 2022. Empilhados, eles pesariam o mesmo que 30 torres Eiffel ou 1.400 Estátuas da Liberdade. É também uma nova indicação de que os esforços globais para reduzir o uso de plásticos – incluindo uma promessa feita por dezenas de empresas desde 2018 para tornar todas essas embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis – falharam. A reversão de alguns compromissos coincide com o fato de as empresas enfrentarem a pressão de dois anos de aumento dos custos das matérias-primas e os apelos dos investidores para que elas foquem na lucratividade em vez de tentar salvar o planeta. “Se algumas das maiores empresas multinacionais do mundo, com recursos quase ilimitados à sua disposição, não conseguem honrar seus compromissos e promessas, algo está claramente muito errado com o sistema”, disse Christina Dixon, líder da campanha de oceanos da Agência de Investigação Ambiental. A executiva da organização não governamental referiu-se aos compromissos voluntários das empresas para reduzir o uso de plásticos.”
Fonte: Bloomberg Línea; 14/07/2024
Política
UE pressionará na COP29 por acompanhamento do acordo para reduzir os combustíveis fósseis
“A União Europeia pressionará outros países na cúpula climática COP29 deste ano para que cumpram sua promessa de fazer a transição para longe dos combustíveis fósseis, segundo um rascunho da posição de negociação do bloco visto pela Reuters. A cúpula climática das Nações Unidas deste ano em Baku, Azerbaijão, em novembro, deve se concentrar em finanças, com grandes economias como a UE de 27 países sob pressão para concordar em comprometer mais dinheiro para ajudar as nações mais pobres a lidar com as mudanças climáticas. O rascunho visto pela Reuters, que pode mudar antes que os países da UE o finalizem em outubro, disse que o bloco espera chegar a um acordo na COP29 sobre uma nova meta global para o financiamento climático. No entanto, mostrou que Bruxelas também terá outras exigências – incluindo a de que os países aumentem significativamente seus esforços para reduzir as emissões, seguindo o acordo firmado na cúpula da COP28 do ano passado em Dubai para “abandonar os combustíveis fósseis”. Todos os países devem trabalhar em novas promessas nacionais sobre o clima “alinhadas com a meta de 1,5°C e com as metas de transição energética acordadas em Dubai, notadamente a transição para o abandono dos combustíveis fósseis, triplicando a capacidade de energia renovável e dobrando os ganhos anuais de eficiência energética até 2030″, diz a minuta. Os países têm um prazo até o início de 2025 para apresentar novas promessas climáticas nacionais à ONU. As negociações preparatórias da ONU sobre o clima no mês passado produziram pouco progresso sobre como os países agiriam em relação ao seu acordo de se afastar dos combustíveis fósseis – com as nações europeias e os estados insulares vulneráveis ao clima dizendo que os principais produtores de petróleo e gás bloquearam as tentativas de discutir esse assunto.”
Fonte: Reuters; 12/07/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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