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XP Macro Insights: expectativas para juros no Brasil e nos EUA e como se posicionar

Grandes especialistas do mercado se reuniram para discutir perspectivas para o cenário político e macroeconômico atual e estratégias de alocação dentro da renda fixa

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Aconteceu nesta terça-feira (9) a 2ª edição do XP Macro Insights, dessa vez focado no Education sobre o Mercado de Juros e Política Monetária. O evento, exclusivo a alocadores parceiros, contou com a presença de grandes especialistas do mercado para discutir perspectivas para o cenário político e macroeconômico atual e estratégias de alocação dentro da renda fixa.

Reunimos abaixo as principais mensagens do evento: 

Juros, eleições 2026 e oportunidades: o que pensam grandes gestores do mercado

XP Macro Insights - Education Mercado de Juros e Política Monetária
Participaram do primeiro painel Felipe Guerra e Rodrigo Azevedo, gestores da Legacy Capital e da Ibiúna Investimentos (Imagem: Reprodução/XP)

Sob mediação de Pedro Luvizari, head de Macro Sales da XP, o primeiro painel recebeu Felipe Guerra e Rodrigo Azevedo, gestores da Legacy Capital e da Ibiúna Investimentos, respectivamente. Em meio à expectativa do mercado de virada de ciclo dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, os gestores compartilharam suas visões sobre a economia doméstica e global.

De forma geral, Guerra e Azevedo abordaram quatro principais temas: (i) economia global; (ii) economia no Brasil; (iii) perspectivas para as eleições em 2026; e (iv) casos de sucesso de trade de opções. 

Perspectivas para juros no Brasil e nos Estados Unidos

Para Guerra, o cenário de curto prazo da economia americana deve seguir com bastante ruído nos próximos meses, mas o movimento de desaceleração no mercado de trabalho dá abertura para que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, retome o ciclo de corte de juros.

Para ele, o cenário em 2026 será mais positivo, visto que os riscos causados pelas incertezas devem diminuir, dado o ambiente de juros menores e com o efeito das tarifas se tornando mais conhecido. As mudanças no board do Fed apontam para uma postura menos dura em relação à atual administração.

Dentro desse cenário, o gestor da Legacy enxerga espaço para que o Banco Central do Brasil (BC) corte a taxa Selic mais do que a curva atualmente precifica (~200 bps), mas precisaria haver um ajuste na política econômica doméstica, especialmente do lado fiscal.

Dados econômicos recentes indicam desaceleração gradual da atividade econômica e a pressão inflacionária diminuído. No entanto, um juro real de aproximadamente 10% parece alto demais, ressaltou.

Reforçando a visão cautelosa de Guerra, Azevedo destacou que os efeitos da política monetária têm uma defasagem de 9-12 meses na economia. A ancoragem das expectativas de inflação é fundamental para determinar quando e quanto os juros podem cair. E eles seguem longe da meta. Nesse sentido, a definição da política fiscal após 2027 é fundamental, pois ela afeta a expectativa de inflação para o médio prazo.

Eleições 2026: mapeando possíveis cenários

Sobre as apostas para o cenário eleitoral brasileiro em 2026, os dois gestores projetam uma corrida presidencial competitiva.

No entanto, para Guerra, a alternância de poder parece ser a opção mais concreta. Citando uma pesquisa que a Legacy realizou com base nas eleições dos últimos anos, ele destacou que tem sido mais difícil para um presidente se reeleger ou lançar um sucessor, independentemente do viés partidário.

Trazendo o assunto para os investimentos, Azevedo chamou atenção para a importância de considerar “eventos de cauda” e os não datados durante o processo de definição de candidatos. Sobre isso, o gestor reforçou que o custo de oportunidade de não estar posicionado é grande.

O posicionamento dos gestores nos mercados

Olhando para os mercados globais, a Legacy enxerga oportunidades para posicionamento em ações nos Estados Unidos – não com grandes posições agora, mas já com algum capital investido. Já no Brasil, a oportunidade está em aplicar em juros, seguindo o movimento global.  

A perspectiva para o dólar é que a moeda siga fraca, mas menos volátil. Enquanto isso, outras moedas estão testando novos patamares. Na visão de Guerra, a atividade econômica “meio morna” nos Estados Unidos e uma composição mais dovish do Fed podem ajudar a enfraquecer ainda mais o dólar.

Já Azevedo destacou que agora é um bom momento para comprar opções, pensando até como um instrumento de diversificação no portfólio.

A Ibiúna também tem sondado mercados cuja taxa de referência pode aproveitar a queda de juros nos Estados Unidos. Entre outros países, Azevedo citou México, Israel e Coreia, além do próprio Brasil.

Projeções XP para PIB, inflação e Selic

XP Macro Insights - Education Mercado de Juros e Política Monetária
Caio Megale e Aníbal Furuguem, da XP, mostraram projeções e exemplos práticos sobre como aproveitar diferentes ciclos de juros investindo em derivativos (Imagem: Reprodução/XP)

O segundo painel, com Caio Megale, economista-chefe da XP, e Aníbal Furuguem, head da mesa de opções de juros e câmbio da XP, focou em apresentar projeções para os principais indicadores econômicos e mostrar exemplos práticos de como aproveitar os ciclos de juros com derivativos.

Para Megale, as perspectivas para a inflação melhoraram nos últimos dois meses, tendo em vista: (i) a desvalorização cambial puxada pela depreciação global do dólar, que foi uma surpresa; e (ii) a desaceleração da atividade econômica.

Se esse cenário se consolidar este ano, o Banco Central do Brasil deve se sentir confortável em iniciar um ciclo gradual de corte de juros em janeiro de 2026. No entanto, é preciso entender se estamos de fato em um processo de desinflação rumo à meta, ou apenas revertemos o quadro de pressão inflacionária mais aguda.

O cenário ainda é de elevadas incertezas, com preocupações do lado fiscal e eleições à frente. Além disso, a economia brasileira deve seguir recebendo estímulos de demanda, como a desoneração do imposto de renda.

“Se esse for o cenário, a inflação não cai muito mais. Ela se estabiliza no novo patamar, o que é positivo, porque deixa algum espaço para o BC cortar juros. Mas não muito, porque a inflação deve seguir acima da meta”, completou.

As projeções do time de Economia da XP consideram uma taxa Selic de 15% ao ano ao fim de 2025 e de 12% para 2026.

A inflação acumulada em 12 meses deve atingir 4,8% ao fim do ano, acima da meta de 3% (teto de 4,5%), e desacelerar para 4,5% até 2026.

O crescimento previsto para o PIB em 2025 e 2026 é de, respectivamente, 2,2% e 1,7%.

Confira a edição do Brasil Macro Mensal de setembro

Um exemplo prático de estratégia nas opções de juros para se beneficiar de cortes na taxa Selic no próximo ano que mencionaram no evento é a compra de um put spread de índice IDI. Essa estratégia ganha com cenário-base projetado pelos principais economistas do mercado, que estimam seis quedas de 50 pontos-base a partir de janeiro.

Com vencimento em janeiro de 2027, o investidor compra um put spread de índice IDI com preço aproximado de R$ 32 por contrato que valerá R$ 100 em caso de sucesso, ou seja, uma relação de 1×3 na estratégia.

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