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Copom: Vem mais alta de juros por aí, mas não muito

O Banco Central elevou a taxa Selic em 1,0 p.p. conforme as expectativas e sinalizou outra alta (porém menor).

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Conforme amplamente esperado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) elevou a taxa Selic em 1pp em sua reunião de 4 de maio, para 12,75%.

No comunicado que acompanhou a decisão, o comitê divulgou que suas projeções de inflação (IPCA) estão em 7,3% para 2022 e 3,4% para 2023 (portanto, acima da meta) no cenário em que a taxa Selic atinge 13,25%. A autoridade monetária reiterou que, diante de suas projeções de inflação e da tendência de alta das expectativas de inflação do mercado para os próximos anos, “é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”.

Em outras palavras, o Copom vê como adequado que os juros continuem subindo.

De fato, o Copom continua seu comunicado dizendo ser “provável para sua próxima reunião uma extensão do ciclo, com ajuste de menor magnitude”. Ou seja, ao olhos de hoje, a próxima alta deve ser inferior a 1pp.

É um sinal – ainda que não explícito – de que o Copom realizará ajustes mais finos nos juros, aproximando-se do fim do ciclo. O que também faz sentido, uma vez que os juros já estão bem elevados (mesmo para padrões históricos), e existe uma defasagem entre a alta de juros e o efeito sobre a inflação. Está próximo o momento de parar para sentir os efeitos das altas já implementadas.

Tudo considerado, ainda mantemos a expectativa de uma taxa Selic terminal em 13,75%. A nosso ver, esse patamar poderá ser alcançado com duas altas adicionais (em ritmo mais moderado) em junho e agosto, ou mesmo com o Copom se convencendo a fazer uma alta adicional de 1pp na próxima reunião, pois acreditamos que o cenário para a inflação seguirá  desafiador nos próximos meses.

Este patamar (ao redor de 13,75%) deve ser mantido por alguns meses para garantir o início da queda da inflação. Nossas simulações sugerem estabilidade em tal patamar até o primeiro trimestre de 2022. A partir de então, podemos ver um caminho para normalização gradual de juros até por volta do patamar que consideramos “de equilíbrio” - entre 7% e 8% - em meados de 2024.

E o que isso significa para seus investimentos?

Os juros devem permanecer em patamar elevado por um bom tempo, o que mantém a atratividade de ativos de renda fixa. Ao mesmo tempo, à medida em que o “remédio monetário” faz efeito e a inflação recue, abre-se uma possibilidade de crescimento mais sustentado da economia brasileira mais adiante – digamos, de meados de 2023 para frente. O mercado de ações costuma antecipar esses movimentos, e portando merece ser monitorado de perto. Para uma discussão mais detalhada sobre os efeitos da decisão do Copom sobre os mercados e ativos financeiros, assista nossa live-pós Copom com especialistas da Expert XP aqui:

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