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IPCA de outubro surpreende levemente as expectativas, mas ainda aponta para uma inflação em suas mínimas históricas

Confira os principais destaques da inflação de outubro.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado mensalmente pelo IBGE, apresentou expansão de 0,10% em outubro e surpreendeu levemente tanto a nossa expectativa (+0,04%) quanto a expectativa de mercado coletada pela Bloomberg (+0,07%). No acumulado de 12 meses, o índice registrou alta de 2,54%, dentro do intervalo de projeções (+2,45% a +2,64%). Os itens que mais contribuíram para a alta foram vestuário, saúde e cuidados pessoais.

Apesar do resultado levemente acima das expectativas em outubro tanto do IPCA-15 (+0,09% vs expectativa de +0,03%) quanto do IPCA, a inflação brasileira continua em um patamar historicamente baixo (ou seja, muito inferior à inflação que enfrentamos no passado) e menor que a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2019. Além disso, o comportamento geral dos itens da cesta de consumo é benigno, o que reflete em um núcleo de inflação menor (métrica que expurga os itens mais voláteis).

O comportamento da inflação brasileira é importante, entre outras coisas, para entender quais serão os próximos passos da política monetária. Com relação ao número de hoje, nossa visão é de que o patamar baixo da inflação já era esperado pelo Banco Central e não deve mudar o diagnóstico geral do Banco Central sobre a inflação prospectiva.

A ata do Copom divulgada na última terça-feira já havia sinalizado que as estimativas e projeções de curto prazo do BC apontavam para uma inflação acumulada em doze meses ainda em níveis ao redor das mínimas históricas em outubro. Além disso, o BC já espera que a inflação volte a se elevar ao longo dos últimos meses do ano, podendo chegar a 3,4% em Dezembro.

Assim, os últimos indicadores de inflação reforçam a recomendação do BC de que se tenha cautela nesse momento do ciclo econômico.

Nesse cenário, o nosso entendimento é de que o Banco Central ainda tenha espaço para levar a Selic até 4,25% em fevereiro de 2020, patamar que deve ser mantido até o final de 2020, mas reconhecemos que tanto a ata do Copom quanto as últimas leituras de inflação trazem elementos que reforçam o cenário de juros a 4,5% até o final de 2020.

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