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iPhone no Brasil: a evolução dos preços desde 2007 e o que explica essa variação

Preço do novo smartphone da Apple em 2022 é igual ao do iPhone 13 em 2021; câmbio, inflação e impostos influenciam nos valores

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No último dia 07, a Apple seguiu a sua tradição de lançamento anual, em setembro, do lançamento de novos modelos do iPhone. Dessa vez, os modelos da geração foram apresentados em 4 versões – o 14, 14 Plus, 14 Pro e 14 Pro Max – seguindo proposta iniciada desde 2020, com o 12, de diferentes modelos à disposição do consumidor.

O smartphone revolucionou o mercado quando integrou as funções de telefone, câmera, internet e música em apenas um aparelho, e até hoje é a referência de qualidade no mercado apesar da concorrência de empresas multinacionais. O anúncio de lançamento do primeiro modelo, o iPhone 2G, foi feito em janeiro de 2007 sem venda oficial no Brasil; apenas a partir do modelo seguinte, o 3G, começou a ocorrer no nosso país. Por conta da cultura criada em torno das inovações das quais a Apple costuma trazer em cada ano, os eventos de lançamento costumam ser atentamente acompanhados pelos consumidores e mídia especializada.

No caso de consumidores, não são só as inovações que são acompanhadas de perto, mas também o preço, que não costuma ser baixo. Nas próximas linhas, vamos entender o que está por trás desse valor e o que pode influenciar sua variação.

Os custos que integram o aparelho são: mão de obra – que costuma ser terceirizadas a empresas asiáticas em decorrência do custo menor –; semicondutores e outros componentes eletrônicos, além de insumos de sustentação; os impostos individuais de cada país; e a taxa de câmbio em relação ao dólar

Câmbio

Desde 2007 o valor do real em relação ao dólar se deteriorou de forma significativa, com a cotação hoje oscilando entre 5,00 e 5,20 R$/US$ ante 1,73 R$/US$ desde então (média entre setembro-setembro). Quando se considera o fato de o iPhone ser totalmente importado e os insumos serem cotados em dólar, o câmbio tem muita relevância.

Preço de semicondutores

Parte relevante dos custos está nos semicondutores, dos quais os avanços tecnológicos estão diretamente relacionados às inovações ocorridas nos últimos anos. O cenário de escassez do produto e aumento de seus preços no período recente podem ser explicados por:

1) as políticas de lockdown em 2020 geraram crescente demanda de aparelhos eletrônicos para o home office, sendo assim, a primeira pressão altista já vinha ocorrendo no lado dos consumidores;

2) em 2021 houve o fechamento de fábricas no sul da Ásia pelos efeitos da variante delta da COVID-19, e quando se considera o fato que a produção é muito intensiva em mão de obra, os efeitos da crise sanitária foram significativos;

3) alta concentração na produção, são apenas três firmas no mundo capazes de produzir os semicondutores mais sofisticados, com relativa expansão demorada.

O impacto para a Apple foi elevado: expansão de até 25% no gasto com matéria-prima. Analisando a série histórica, observamos que os preços vinham caindo consistentemente, mas a pandemia inverteu essa tendencia e o nível de preços entre 2021 e 2022 alcançou o maior patamar em 5 anos.

Impostos

Por último, a carga tributária. Na hora de comparar o seu iPhone, além de pagar o custo de produção já convertidos em reais, serão cobrados também os impostos. Na tabela abaixo estão os impostos e as alíquotas que incidem no iPhone. O IPI, imposto sobre produto industrializado, e o II, imposto sobre importação, são de competência federal e são 14,87%; o PIS/COFINS, de competência federal e destinado ao financiamento da seguridade social, é de 8,37%; ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – é estadual e varia entre cada um e cobra, em média, 17%.

E para quem for ao exterior e decidir comprar por lá, ou então pedir a um amigo para trazer, poderá ter que pagar a taxa alfandegária da Receita Federal (isenta em compras até 1 mil dólares).

No cenário de importação, três aspectos são importantes

1) o IOF incide sobre operações de envio de recursos estrangeiros, compras internacionais, compra ou operações de moeda estrangeira, e outras operações de câmbio, ou seja, dependendo da maneira pela qual o consumidor compre o iPhone, há uma diferença relevante no imposto incidente, num intervalo entre 0,38% a 6,38%;

2) a taxa alfandegária é de 50% no valor do produto (caso se ateste o uso pessoal, não exceda 1 produto por pessoa física e o volume de compras não seja maior que mil dólares, é isenta);

3) o imposto pago nos EUA varia de 4% a 10,25%.

Nesse cenário, os pontos a serem considerados em caso de compra no exterior são: taxa alfandegária, impostos do estado, IOF, câmbio, viagem e estadia.

Abaixo, os valores dos iPhones nas datas de seu lançamento. Na tabela abaixo, se observa tendencia clara de queda no preço de semicondutores desde 2007 e com virtual estabilidade desde 2018. Como visto no gráfico, o câmbio foi muito instável durante esse tempo, sendo protagonista principalmente em 2020, quando variou quase R$1,00 acima do nível anterior e, aliado ao aumento de US$ 100 no preço tabelado, puxou variação de quase R$ 300 para o preço doméstico.

No mesmo sentido, a estabilidade no preço de venda oficial observada entre 2010 e 2016 não foi suficiente para evitar a variação positiva para o consumidor brasileiro, que teve o seu poder de compra em dólares deteriorado no período.

Por fim, quando fazemos uma análise em nível, o preço no Brasil tem crescimento maior que o praticado nos EUA a partir do momento no qual o câmbio se deteriora consistentemente: 2017.

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