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IPCA sobe 0,83% em maio e fica bem acima do esperado

O IPCA de maio subiu 0,83% e surpreendeu o mercado, que esperava alta próxima a 0,70%. O número revelou uma inflação bem pressionada, principalmente sobre preços de bens industriais e confirmou nossa expectativa de inflação elevada no ano, em 6,2%.

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O IPCA subiu 0,83% em maio, bem acima da nossa estimativa e da mediana das expectativas de mercado (em 0,73% e 0,71%). Os principais desvios de nossa projeção foram alimentação fora de casa (+0,03 p.p.) e combustíveis para veículos (+0,07 p.p.). Com isso, a inflação acumulada no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses atingiu de 8,06%.

Dois são os destaques dessa divulgação que alertam para as pressões inflacionárias: a deflação do serviço foi menor do que o esperado, em -0,15% (esperado -0,34%) e os bens industriais aceleraram depois da forte alta de custos. Quando olhamos para os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis, estes subiram 0,32% no mês, nossa expectativa era de apenas 0,07%, sendo a principal surpresa em alimentação fora do domicílio (-0,03 p.p.). Já os preços dos bens industriais registraram alta de 1,27%, bastante pressionados pela alta de custos, conforme já tínhamos adiantado no relatório de revisão de cenário (ver aqui). Por outro lado, a alimentação no domicílio veio abaixo do esperado, +0,23% (expectativa +0,49%).

Dentre os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, todos os nove apresentaram alta em maio. O maior impacto (0,28 p.p.) e a maior variação (1,78%) vieram da Habitação, que acelerou em relação a abril (0,22%), principalmente devido à alta de energia elétrica (5,37%). Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. E à frente, a energia elétrica segue pressionada, já que a Aneel divulgou que em junho passa a vigorar a bandeira vermelha patamar 2, maior nível e que acrescenta mais R$ 6,243 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora.

Ainda sobre a energia elétrica, vale lembrar que devido à crise hídrica que atravessamos e consequentemente ao nível dos reservatórios em patamares críticos, o governo deverá manter acionamento de térmicas ao longo de todo ano. A energia das térmicas, além de mais poluente, é também mais cara e assim projetamos que a bandeira tarifária deverá se manter no patamar vermelha 2 até dezembro, deixando a tarifa de energia elétrica mais elevada durante o ano todo e impactando nossa projeção de inflação de 2021, hoje em 6,2% (clique para mais detalhes).

Vale também destacar a segunda maior contribuição (0,24 p.p.) advinda de Transportes, cujos preços subiram 1,15% em maio, após o recuarem 0,08% em abril. E nesse grupo também residiu o maior desvio em relação a nossa projeção. Altas relevantes nos preços de gasolina (2,87%), cujos preços haviam recuado em abril (-0,44%), gás veicular (23,75%), do etanol (12,92%) e do óleo diesel (4,61%).

Os combustíveis de veículos, que já acumulam alta de 24,7% no ano, devem mostrar desaceleração seguida de deflação nos próximos meses, devolvendo parcialmente essa alta.

A medida dos núcleos da inflação acompanhados pelo BC (Ex0, Ex1, MS, DP e P55), O núcleo de uma medida que procura captar a tendência dos preços, desconsiderando distúrbios resultantes de choques temporários, acelerou para 0,54% em maio, após alta de 0,32% em abril. É uma aceleração bem relevante e que resultou em avanço acima do esperado na comparação anual, que passou de 3,58% para 4,25%, bem superior à meta de inflação do BC (3,75%). Segundo nossos cálculos, a média dos núcleos devem encerrar o ano em 4,71%.

O resultado de hoje é consistente com nossa projeção de inflação de 6,2% para 2021. Para as próximas leituras do IPCA, projetamos variações menores, principalmente em função desaceleração de energia elétrica e combustíveis, com deflação desses últimos em julho. De acordo com nossas projeções, a inflação atingirá 0,66% em junho e 0,42% em julho.

Para 2022, projetamos alta de 3,8%, acima da meta de 3,5%, efeito da pressão inercial e o maior crescimento da atividade econômica.

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