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Economia em Destaque: seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Semana marcada por dados fortes de atividade nas principais economias do mundo. No Brasil, orçamento ainda sem desfecho, enquanto varejo e serviços indicam crescimento maior que o esperado em fevereiro.

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Atualizações Covid-19

No cenário internacional, destaque para a interrupção da distribuição da vacina da Johnson & Johnson em grande parte dos Estados Unidos e da Europa, enquanto se aguarda uma revisão do desenvolvimento de coágulos sanguíneos raros em seis mulheres. Enquanto isso, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, disse que a vacina contra a covid-19  "provavelmente" precisara ser reforçada após 12 meses e é possível que seja necessário imunização anual contra a doença

No Brasil, após rápida subida desde final de fevereiro, a média móvel semanal de óbitos apresenta certa estabilidade, em torno de 2,9 mil mortes/dia, nas últimas duas semanas. Ao todo, 365.444 brasileiros perderam a vida por covid-19.

A boa notícia é que a ocupação de leitos tem apresentado vagarosa, mas consistente melhora no mês. Houve redução na taxa de ocupação em 14 dos 27 estados brasileiros. Já o ritmo de vacinação segue com média móvel em 771 mil ao dia. Pouco mais de 12% da população recebeu a primeira dose, enquanto 4% se encontram totalmente vacinadas.

Cenário Internacional

Estados Unidos

Nos EUA, o principal destaque nessa semana foi divulgação de uma série de indicadores macroeconômicos.

Em inflação, o índice de inflação ao consumidor (IPC) subiu 0,6% m/m e (anterior 0,4%), levando o acumulado em doze meses para 2,6% (anterior 1,7%). O resultado surpreendeu o consenso de mercado para cima, e refletiu forte alta em combustíveis, além de serviços relacionados à normalização da atividade. A alta, porém, não deve implicar em uma mudança de estratégia por parte do FED, que mantém firme o discurso em favor da manutenção de território expansionista da política monetária.

Já na seara de atividade, os dados reforçaram o cenário de recuperação econômica robusta nos EUA. As vendas no varejo surpreenderam positivamente, ao registrar alta de 9,8% frente ao mês anterior. No mesmo sentido, o Empire Manufacturing Index, levantamento sobre atividade industrial, alcançou o patamar mais elevado desde outubro de 2017, enquanto a Sondagem Industrial do Fed Filadélfia atingiu o patamar mais alto em quase 50 anos.

No mercado de trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego recuaram de forma expressiva na semana passada, para 576 mil, o menor nível em mais de um ano. Além disso, as vendas no varejo cresceram 9,8% entre fevereiro e março, resultado muito acima das expectativas do mercado (alta de 6,1%).

Os resultados deixam para trás a performance majoritariamente negativa da atividade em fevereiro, especialmente influenciado pelo frio intenso, ilustrando os primeiros impactos do recém aprovado pacote fiscal, e a normalização da atividade frente o avanço da vacinação no país.

Não obstante, seguem as discussões sobre o pacote de infraestrutura de USD 2.25 trilhões, prioridade na agenda democrata. Apesar de correligionários de Biden manifestarem interesse em obter apoio republicano, não descartam a possibilidade do projeto avançar via reconciliation, manobra que permite evitar o filibuster no Senado. Diante da forte resistência democrata, acreditamos que o pacote deve avançar dessa maneira.

Zona do Euro

Na Zona do Euro, destaque também para dados de atividade referentes a fevereiro, e indicadores antecedentes de março. Apesar da ainda presenta volatilidade, os indicadores reforçam a visão de que a segunda onda da Covid-19 teve um efeito moderado na atividade econômica da região.

As vendas no varejo na Zona do Euro cresceram acima do esperado, em 3,0% m/m, com destaque positivo para a Itália, um dos países mais afetados pelo coronavírus ao longo do ano passado. Enquanto isso, á a pesquisa Zew na Alemanha permanece próximo aos máximos históricos, a despeito de registrar alta abaixo do esperado no mês.  

Foi destaque também na região o plano para levantar EUR 800 bi em dívidas em cinco anos. O Bloco pretende emitir a primeira dívida sob o estímulo “Next Generation EU” em junho, e quase um terço do pacote será em títulos verdes, usando uma estrutura de regras a ser publicada no início do verão europeu.

China

A semana também contou com dados fortes da economia Chinesa. O PIB do 1º trimestre de 2021 apresentou expansão de 18,3% na comparação interanual, apenas um pouco abaixo da expectativa de mercado (19,2%).  O grande destaque positivo ficou por conta das vendas no varejo, que cresceram mais de 6 p.p. acima das projeções de mercado. Os investimentos em ativos fixos e a produção industrial também tiveram bom desempenho no período. A despeito da base comparativa muito fraca, o resultado sinalizou retomada firme na economia do país asiático.

Enquanto isso, no Brasil

No cenário doméstico, a discussão sobre o Orçamento de 2021 seguiu o principal tema ao longo dessa semana.

Circularam durante a semana informações sobre uma possível Emenda à Constituição para destravar gastos emergenciais. Contudo, diante da reação inicial negativa tanto por parte da ala técnica (pelo potencial aumento de despesas fora do teto, além das relacionadas à pandemia), quanto de parte do Congresso, a tendência apontada pela ala política do Governo é de um veto parcial da peça por parte do Presidente da legislativa aprovada pelo Congresso.

Outro tema em debate é a maneira de viabilizar gastos extras no enfrentamento à pandemia. O primeiro passo será com a votação da proposta que modifica a LDO de 2021, permitindo que medidas de crédito sejam editadas sem contrapartidas, o que liberaria créditos extraordinários para a reedição do BEm e do Pronampe.

Ainda na seara fiscal, o Ministério da Economia apresentou a PLDO (Proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022. Destaque para a expectativa de espaço adicional de aproximadamente R$ 70 bilhões dentro do teto de gastos em 2022, considerando a diferença entre o limite determinado do teto, e a alta esperada para despesas obrigatórias. Esta “folga” contrasta com o atual cenário de fortes restrições fiscais e impasse político em torno da aprovação do Orçamento deste ano.

Na pauta de indicadores, as vendas no varejo referentes a fevereiro vieram mais fortes do que o esperado, com o conceito ampliado registrando alta de 4,1% (m/m). Na mesma linha, as receitas reais do setor de serviços cresceram 3,7% entre janeiro e fevereiro, também muito acima das previsões – retomando o patamar pré-pandemia.

Os resultados positivos das vendas no varejo e receitas de serviços divulgados nesta semana reforçam nossa projeção de ligeiro aumento do PIB no 1º trimestre de 2021. No entanto, a demanda final segue enfraquecendo, refletindo a queda da renda disponível, o mercado de trabalho ainda fraco, a piora da pandemia e a alta da inflação. Olhando à frente, acreditamos em retomada da atividade no segundo semestre, em linha com avanços na campanha de imunização contra a Covid-19 e normalização das atividades produtivas.

Enquanto isso, no cenário político, destaque para o andamento da CPI da pandemia, que passou a incluir no escopo da investigação os recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios – uma vitória de Bolsonaro, que abre espaço aos apoiadores do governo para diluir o foco da comissão. Já o Supremo Tribunal Federal pela manutenção da liminar de Edson Fachin que anulou processos contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, ratificando sua elegibilidade para a disputa do ano que vem.

Finalmente, publicamos nosso relatório mensal de Abril. Destacamos a queda esperada para a atividade no primeiro semestre do ano, que deve dar lugar a gradual recuperação na segunda metade do ano, com o avanço das vacinações e normalização das atividades. Em política monetária, o Copom mantém seu plano de vôo para elevação da Selic até 5% esse ano, com IPCA encerrando o ano em 4,9%. O relatório passou a incluir também um maior detalhamento de cenário alternativo adverso, diante do aumento da probabilidade da deterioração da gestão de política econômica.

O que esperar?

No cenário internacional, a semana contará com índices de gerente de compras de indústria e serviços na Zona do Euro, economias europeias e Reino Unido, além do Japão. Destaque também para indicadores de inflação na Alemanha e Reino Unido, e índices de confiança, atividade e pedidos de seguro desemprego nos EUA.  

No Brasil, o principal destaque será a decisão sobre o Orçamento de 2021, cuja data limite para sanção da Presidência é dia 22 (quinta-feira). Na seara de indicadores, haverá divulgação do indicador de atividade medido pelo Banco Central (IBC-Br), além de dados de arrecadação federal referentes a março.

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