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Petróleo: Brent vs. WTI, impactos nos preços e como investir

Conheça a importância do petróleo para a economia global e maneiras de investir na commodity

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Petróleo: Brent vs. WTI, impactos nos preços e como investir

O mercado de ações no Brasil é altamente concentrado em companhias ligadas a commodities, matérias-primas básicas do nosso cotidiano. Dentro desse grupo, um dos principais produtos capazes de influenciar toda a cadeia de suprimentos mundial é o petróleo.

O petróleo é considerado um dos combustíveis mais importantes da atualidade, e as flutuações dos seus preços, suscetíveis a diversos fatores econômicos e geopolíticos domésticos e externos, ditam o humor dos mercados pelo globo.

Afinal, o petróleo está presente em praticamente todos os setores industriais, sendo a principal fonte energética para a produção de combustíveis usados por veículos e diversos outros produtos usados no dia a dia, dentre eles o plástico.

Nesse artigo, abordaremos a importância do petróleo para as economias globais, a influência dos preços do barril para a cadeia produtiva e maneiras de investir na commodity.

Petróleo: principal fonte de energia no mundo

Como falamos acima, o petróleo é um combustível fóssil amplamente usado na indústria energética.

Sua importância para as cadeias globais de valor passa pela formação de combustíveis usados em diversos meios de transporte, como carros, trens e aeronaves, até a produção de insumos para o agronegócio, a indústria têxtil e outros setores-chave para as principais economias.

A partir do petróleo, conseguimos produzir gasolina, plásticos, borracha, fertilizantes para a agricultura, tecidos para a fabricação de roupas e produtos de casa e até medicamentos.

Portanto, esse combustível se consolidou como matéria-prima crucial para a manutenção das atividades econômicas mundiais, o que explica por que a balança entre oferta e demanda da commodity mexe tanto com os mercados.

Petróleo WTI vs. Brent

No mercado financeiro, as cotações do petróleo dos tipos WTI e Brent são referências para todo investidor atento à commodity.

Mas o que são WTI e Brent e quais as principais diferenças entre eles?

Basicamente, o petróleo do tipo WTI, sigla para “West Texas Intermediate”, é extraído principalmente na região do Texas, nos Estados Unidos. O WTI tem negociação na New York Mercantile Exchange (Nymex), da Bolsa de Nova York, servindo de referência para os mercados norte-americanos.

As principais características do petróleo WTI são densidade leve e baixo teor de enxofre, o que torna o combustível de alta qualidade.

O petróleo do tipo Brent também tem baixa densidade e teor de enxofre. No caso do Brent, ele é extraído no Mar do Norte e seus contratos futuros são negociados na Intercontinental Exchange (ICE), na Bolsa de Londres.

O Brent é referência para a maioria das precificações do petróleo que é comercializado no mundo. A Petrobras, por exemplo, usa a cotação do barril do Brent para guiar os seus preços no mercado. Toda semana, nosso time de Óleo, Gás e Petroquímicos apresenta o monitor semanal de preço de paridade de importação da companhia estatal. Nesse link, você acompanha as últimas atualizações do relatório e outras análises sobre o ativo.

Além dos efeitos sobre os preços praticados pelas empresas petrolíferas, a cotação do petróleo Brent influencia as decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, que formam a Opep+. Exploramos mais sobre a influência do grupo no conteúdo abaixo.

O que impacta o preço do barril do petróleo?

A cotação do petróleo é suscetível a diversos fatores políticos, macroeconômicos e ambientais.

São vários os motivos que podem levar à variação do preço do petróleo, desde ajustes de produção e estimativas dos grandes países produtores até oscilações da moeda de referência (dólar), eventos climáticos e expectativa de demanda.

Tensões geopolíticas

A saúde das relações diplomáticas entre as grandes potências mundiais está entre os principais fatores que mexem com o preço do petróleo.

Nesse ponto, os últimos cinco anos foram marcados por um ambiente fragilizado pelos conflitos comerciais (Estados Unidos x China), territoriais e políticos.

A escalada das tensões geopolíticas com a guerra na Ucrânia (que provocou sanções à Rússia) e os conflitos que estouraram no Oriente Médio (importante polo petrolífero) afeta diretamente no equilíbrio da oferta da commodity, podendo jogar os preços do barril para o alto ou para baixo.

Veja só como os preços do Brent flutuaram nos últimos cinco anos:

Fonte: XP/Investing.com | Data-base: 13.07.2020 a 11.07.2025

Influência da Opep+

As decisões que saem das reuniões da Opep+ são outro fator de grande impacto na cotação do petróleo, dado o grande volume de produção dos países-membros e aliados.

A Opep+ é um grupo formado pelos membros da Opep, organização intergovernamental criada em 1960 por seus cinco países fundadores – Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela –, e outros países produtores de petróleo, conhecidos como “aliados”.

A Opep+ organiza reuniões periódicas para discutir as condições do mercado e reavaliar as políticas de petróleo dos maiores produtores mundiais a fim de garantir uma oferta eficiente e regular aos consumidores, uma renda estável aos agentes que atuam na cadeia de produção e um retorno de capital justo aos investidores da indústria.

A Opep+ é responsável por cerca de metade da produção de petróleo bruto no mundo. Em maio de 2025, o volume consolidado produzido pelos países-membros e aliados totalizou uma média de 41,23 milhões de barris por dia, segundo dados do Relatório Mensal do Mercado de Petróleo da organização.

Atualmente, a Opep+ é formada por 12 países-membros da Opep mais as nações aliadas, entre elas Rússia e México.

Fonte: Opep

Estoques nos EUA

Semanalmente, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulga um relatório com os números de estoques de petróleo bruto no país.

A relevância desse relatório para o mercado é explicada pela posição dos Estados Unidos como o maior produtor global do combustível fóssil.

Os dados das reservas de petróleo dos Estados Unidos também são um importante indicador para a economia, já que os números mexem com o preço dos produtos originados do material, influenciando diretamente a inflação.

O relatório é um bom instrumento para avaliar o nível de capacidade energética do país.

Como investir em petróleo

Para o investidor de olho nos mercados envolvidos com petróleo, existem diversas maneiras de expor a carteira, ainda que indiretamente, à fonte energética. A seguir, você confere algumas opções:

Ações e BDRs

Como mencionamos no início do artigo, o mercado de ações no Brasil tem grande peso em empresas com exposição a commodities, inclusive o petróleo.

Com produção média diária de aproximadamente 2,2 milhões de barris de petróleo, a Petrobras (PETR4) é o principal nome do setor de Óleo e Gás da Bolsa. A empresa estatal, uma das maiores de capital aberto da América Latina, foi criada em 1953 e ocupa hoje um papel de destaque nas exportações de produtos brasileiros.

Nos últimos anos, o mercado de ações no Brasil recebeu novas companhias com foco na produção e comercialização do petróleo. Prio (PRIO3), Brava Energia (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3), além de outras empresas com exposição indireta à commodity, como o segmento de distribuição de combustíveis, são alguns exemplos de investimento ao alcance do investidor.

Temos cobertura das empresas de Óleo, Gás e Petroquímicos. Nesse link, você confere os últimos relatórios publicados pelo time setorial do Research.

Agora, se o seu negócio é investir nas empresas petrolíferas estrangeiras, os Brazilian Depositary Receipts, ou BDRs, podem ser uma opção. Esses certificados são negociados na B3 e possuem lastro em ações de empresas negociadas no exterior.

Os BDRs ganharam popularidade após 2020, quando passou a ser disponibilizado ao investidor pessoa física. É, por exemplo, uma solução acessível para quem quer replicar o desempenho da ação da empresa texana de petróleo ExxonMobil, mas não deseja investir diretamente no papel negociado no exterior.

Sabemos, no entanto, que existem muito mais opções de investimento fora do Brasil. Caso queira ampliar o leque e aproveitar as oportunidades que os mercados internacionais oferecem para a diversificação da sua carteira, existem hoje ferramentas completas e de fácil acesso ao investidor.

A Conta Global XP é a maneira mais eficaz de dolarizar os investimentos. Com ela, você ganha exposição a fundos americanos, empresas multinacionais e títulos de dívida emitidos pelo governo dos EUA.

E o melhor de tudo? Você consegue abrir a sua conta internacional direto no app da XP.

Se você ainda não tem Conta XP, veja como é simples e prático começar a investir com a gente. Em poucos passos, você já pode aproveitar todas as vantagens que nossa plataforma pode oferecer.

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ETFs

Outra maneira de ganhar exposição ao petróleo é investindo via fundos.

Sobre esse tópico, vamos nos concentrar nos ETFs, popularmente conhecidos como “fundos de índice”.

A função de um ETF é seguir uma carteira teórica de ativos para, dessa forma, replicar o seu desempenho. Como não é possível investir de forma direta em índices de mercado, a alocação em ETFs se torna uma saída àqueles que almejam bom potencial de retorno e maior diversificação dos ativos.

Existem ainda ETFs que acompanham a performance de contratos futuros de petróleo – falaremos mais a seguir.

A lista abaixo contempla ETFs do setor de energia, com exposição ao próprio petróleo ou a ativos ligados ao combustível:

  • Energy Select Sector SPDR Fund (XLE) – com gestão de SPDR, acompanha o índice Energy Select Sector. Nele, estão reunidas as maiores empresas americanas de energia, considerando capitalização de mercado.
  • iShares Global Energy (IXC) – gerida pela BlackRock, busca replicar o índice S&P Global 1200 Energy, que reúne todas as companhias do S&P Global 1200, classificadas como empresas de energia.
  • VanEck Oil Services (OIH) – esse ETF segue o índice MVIS US Listed Oil Services 25, que contempla ações e American Depositary Receipts (ADRs) de empresas do setor de Oil Services (serviços ligados à cadeia do petróleo). A gestão é feita pela VanEck.
  • Invesco S&P SmallCap Energy ETF (PSCE) – com gestão da Invesco, o ETF segue o índice S&P SmallCap 600 Capped Energy, composto por empresas de pequena capitalização de mercado.
  • United States Oil Fund LP (USO) – diferentemente dos demais citados acima, esse fundo acompanha a variação do petróleo WTI, investindo principalmente em contratos futuros de petróleo bruto, gás natural e outros combustíveis à base da commodity.

Esses foram apenas alguns exemplos de ETFs do setor de energia disponíveis na Bolsa americana, que também podem ser acessados pela Conta Global XP. Na B3, ainda é possível encontrar BDRs de ETFs (ou seja, recibos que lastreiam ETFs negociados no exterior) expostos ao petróleo. É o caso do BIYE39, que replica o ETF iShares U.S. Energy (IYE), com empresas de Óleo e Gás nos Estados Unidos.

Contratos futuros

Investir via contratos futuros é uma maneira mais direta de se expor ao petróleo.

Os contratos futuros são, como o próprio nome já sugere, acordos de compra e venda de determinado ativo em uma data futura, já predefinida. O preço também é acertado no momento da negociação do contrato e é ajustado nos pregões da Bolsa de Valores.

Na data de vencimento, o investidor recebe os rendimentos, caso tenha lucro em relação ao preço pré-estabelecido no momento da negociação (dependerá da estratégia adotada).

Os contratos futuros costumam ser considerados uma estratégia de hedge para ativos ligados a commodities, pois oferecem proteção contra as oscilações de preços aos agricultores.

No entanto, o mercado é considerado altamente especulativo, visto que os preços são ajustados a todo momento. Por isso, os contratos futuros atraem muitos investidores com perfil de curtíssimo prazo, que preferem operações de day trade.

Conclusão

A influência da oferta e demanda do petróleo não se restringe ao setor energético; ela impacta diversas cadeias de produtos ao redor do mundo, o que explica por que a flutuação dos preços da commodity é amplamente monitorada por economistas, analistas e investidores.

Portanto, acompanhar os preços do barril de petróleo também significa acompanhar os preços de produtos básicos do dia a dia, a inflação, o dólar, os movimentos nas cotações de ativos negociados em bolsa e muito mais!

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