Você já parou para pensar na importância da educação financeira nas escolas e os impactos disso na vida do seu filho?
O dinheiro é parte essencial da nossa vida em sociedade. É por meio dele que conseguimos suprir nossas necessidades, sejam elas básicas, como alimentação, moradia e transporte, ou as secundárias, como lazer, por exemplo.
Mas, apesar de ser tão necessário, saber lidar com o dinheiro de forma consciente e responsável não é um hábito comum entre os brasileiros. De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 66,80 milhões de consumidores estão inadimplentes.
Esses dados mostram que a conscientização financeira é urgente no Brasil. Ao inserir a educação financeira nas escolas, as crianças aprendem, desde cedo, a planejar e desenvolver hábitos financeiros positivos.
Quer entender mais sobre o tema e como a educação financeira escolar pode ajudar o seu filho? Continue conosco e boa leitura.
O que é educação financeira?
Educação financeira é o processo de ensino e aprendizagem que visa ensinar as pessoas a melhorar sua relação com o dinheiro, fazendo com que o uso de suas finanças seja com consciência e responsabilidade.
Para além de poupar, a educação financeira é sobre gestão de finanças, e envolve saber utilizar o dinheiro disponível com planejamento e inteligência financeira, para assim, tomar as melhores decisões.
Inclusive, é a partir dessa conscientização financeira que é possível se organizar e alcançar a tão sonhada liberdade financeira — que nada mais é do que ter liberdade para gastar como quiser, sem prejudicar o orçamento, usando o dinheiro a seu favor.
Como abordar educação financeira com as crianças
Se você não tem o hábito de falar de gestão financeira com seu filho, uma ótima forma de começar é aproveitando as datas comemorativas para introduzir o assunto.
Em vez de apenas presenteá-lo no Dia das Crianças, Páscoa ou Natal, por exemplo, você pode ensinar a importância de poupar para comprar os produtos que ele quer. Assim, além de começar a desenvolver consciência financeira, você também colabora para desestimular o consumo desenfreado tão comum em datas comerciais.
Explique também para o seu filho, desde já, a diferença entre querer e precisar. Desta forma, você já o ensina a refletir sobre o que é realmente necessário e o que é supérfluo.
Além disso, tenha uma planilha de controle de gastos e familiarize seu filho com este tipo de organização financeira, explicando a importância e o papel de cada um no controle do orçamento. Esse é um ótimo momento para envolver toda a família.
No nosso artigo sobre Educação Financeira Infantil, você encontra informações mais detalhadas, além de dicas práticas para abordar o tema com as crianças.
Qual a importância da educação financeira nas escolas?
A educação financeira nas escolas é importante porque, além de desenvolver o olhar das crianças sobre o uso consciente do dinheiro, ela também:
- Prepara para o mundo adulto: ao desenvolver habilidades financeiras desde cedo, as crianças e jovens serão mais bem preparados para lidar com as complexidades e exigências do mundo atual.
- Promove a autonomia: a educação financeira nas escolas apresenta aos pequenos recursos e ferramentas necessárias para que as crianças sejam capazes de tomar decisões por si mesmas, com planejamento e responsabilidade;
- Contribui para o desenvolvimento de “soft skills”: além das habilidades com as finanças, a educação financeira escolar colabora para o desenvolvimento pessoal dos pequenos, como organização, planejamento e pensamento crítico.
- Ensina as crianças a planejar suas despesas, de forma que garantam que tenham dinheiro suficiente para comprar comida, moradia e outros itens essenciais.
- Ensina os pequenos a economizar dinheiro, se preparando desde cedo a lidar com imprevistos.
Projeto prevê o ensino de ‘empreendedorismo’ no currículo básico
Aprovado na Câmara dos Deputados em 29 de dezembro de 2023, o PL 2.944/2021 é um projeto que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para incluir os temas “empreendedorismo” e “inovação” nos currículos da educação básica e superior.
O PL 2.944/2021, da senadora Kátia Abreu (PP-TO), prevê “orientação para o trabalho, o empreendedorismo e a inovação, com atenção a competências como conhecimento e pensamento científico, crítico e criativo”.
“A educação empreendedora já é uma realidade nos países desenvolvidos. Sabe-se, por exemplo, que o primeiro curso de empreendedorismo foi instituído nos Estados Unidos, em 1927, pela Universidade de Michigan”, pontua o texto da proposta.
Possíveis impactos
A PL 2.944/2021 pode trazer impactos positivos quando se pensa na educação financeira nas escolas, já que os alunos terão contato com temas sobre empreendedorismo e inovação ao longo de todo o seu processo educativo — do ensino fundamental ao médio.
Com a PL 2.944/2021, os alunos poderão desenvolver, por exemplo:
- Resolução de problemas;
- Gestão de recursos financeiros;
- Trabalho em equipe;
- Tomada de decisão;
- Criatividade;
- Pensamento crítico;
- Conscientização e responsabilidade financeira.
Educação financeira nas escolas
Em 2010, foi lançada no país a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), que desenvolveu o Programa Educação Financeira nas Escolas com o objetivo, conforme o governo, de contribuir para o desenvolvimento da cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente. Por meio de aulas à distância, o programa visa formar professores da educação básica para disseminação de educação financeira.
Materiais disponíveis sobre educação financeira
Explicar questões de planejamento financeiro, consumo e investimentos a crianças e adolescentes pode ficar mais simples com os materiais disponíveis na internet, como os da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que disponibiliza conteúdos em histórias em quadrinhos em seu site. Um deles, por exemplo, explica em HQ como funciona a Bolsa de Valores.
Além disso, há materiais voltados ao público infanto-juvenil com diversos temas como orçamento, empreendedorismo e sustentabilidade.
No site da Efef, é possível baixar materiais didáticos diversos sobre os temas. Em 2014, foi lançada a Plataforma Aberta de acesso aos livros de educação financeira, em que o educador pode baixar os livros na íntegra ou por temas.
É possível baixar os livros de educação financeira para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio.
Banco Central tem projeto para educação financeira nas escolas
Desde o início de 2020, outro programa criado para fomentar a educação financeira nas escolas é o Aprender Valor, do Banco Central, financiado com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Tratar sobre Educação Financeira no contexto escolar é uma urgência social, tendo em vista os impactos, na vida individual e coletiva, no presente e no futuro, causados pelo modo como as pessoas lidam com o consumo e com os recursos financeiros e materiais”, aponta o BC.
O programa trabalha com a formação para professores e gestores; disponibilização de projetos escolares para uso em sala de aula (presencial ou remoto) e avaliações de aprendizagem e de impacto.
O universo de 36 mil estudantes na fase inicial se multiplicou para 308 mil. O projeto é focado em três pilares: PLA-POU-CRÉ, ou seja, planejamento (PLA), poupança (POU) e crédito (CRÉ).
Onde encontrar conteúdo sobre educação financeira?
Confira sites em que é possível encontrar materiais sobre educação financeira para crianças e jovens:
- XP Educação
- Vida e dinheiro
- Como investir em você (Anbima)
- Aprender Valor (Banco Central)
- Serasa ensina
- Portal do Investidor (CVM)
Você já tinha parado para pensar na importância da educação financeira nas escolas? Mesmo que a escola do seu filho não contemple o assunto, é importante que o exemplo comece em casa.
Se quiser aprender mais sobre o tema e dicas para começar a investir, continue acompanhando nossos conteúdos.
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