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Itaú Unibanco (ITUB4) | Resultados sólidos novamente: recebemos com bons olhos o guidance conservador para um ano desafiador

O Itaú encerrou o ano com um balanço confortável e anunciou um programa de dividendos + recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões

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O Itaú Unibanco (ITUB4) apresentou resultados sólidos no quarto trimestre, com um lucro líquido de R$ 10,9 bilhões (+16% A/A) e um ROE de 22,1%. O crescimento da carteira acelerou 6,3% T/T. O NII com clientes cresceu 3,7% T/T, enquanto o NII com o mercado caiu 14,5% devido ao impacto negativo das taxas de juros. A qualidade do crédito permanece forte, com o NPL acima de 90 dias diminuindo 20 bps para 2,4%. O banco forneceu guidance para 2025, projetando um crescimento da carteira entre 4,5% e 8,5%, abaixo dos 10% em 2024. Esse nível de conservadorismo é bem-vindo, dado o ambiente macroeconômico incerto, e destaca as capacidades de gestão de risco do banco. O Itaú encerrou o ano com um balanço confortável e anunciou um programa de dividendos + recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões (totalizando R$ 28 bilhões no ano), em linha com nossas expectativas.

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Confira todos os resultados do 4º trimestre de 2024

Margem Financeira Gerencial (NII) atingiu R$ 29,4 bilhões, 3,1% e 8,3% superior a 3T24 e 4T23, respectivamente. Esse montante foi composto por R$ 28,5 bilhões (+3,7% T/T e +8,3% A/A) na Margem Financeira com Clientes e R$ 904 milhões (-14,5% T/T e +7,6% A/A) na Margem Financeira com o Mercado. O NII com clientes cresceu 3,7% no trimestre, impulsionado principalmente pelo crescimento da carteira de crédito e pela margem sobre passivos no período. Em relação a 2023, a margem financeira com clientes cresceu 7,1%, também impulsionada pelo maior volume de empréstimos e margem com passivos. Como resultado, a margem financeira ajustada ao risco com clientes aumentou 10 bps A/A. Em relação ao NII com o mercado, houve uma queda de 14,5% no trimestre devido à menor receita na mesa de operações e ao impacto negativo das taxas de juros na estratégia de hedge do índice de capital. Comparado a 2023, o aumento de 35,2% foi impulsionado por maiores ganhos na mesa de operações.

Receitas de Tarifas e Comissões atingiram R$ 11,7 bilhões no 4T24, em linha com nossas estimativas, +4% T/T e +5% A/A. O desempenho sólido foi impulsionado principalmente por: (i) maior atividade com cartões de crédito, tanto como emissor quanto adquirente, e taxas de administração de fundos, impulsionadas por taxas de performance reconhecidas no trimestre. O segmento de seguros também continuou a prosperar. Os resultados de Seguros atingiram R$ 2,6 bilhões, apresentando mais um forte desempenho (+13,9% A/A), impulsionado pelo aumento dos prêmios ganhos.

A Carteira de Crédito Total atingiu R$ 1,4 trilhão, crescendo 6,3% e 15,5% T/T e A/A, respectivamente. Embora o banco tenha revisado seu guidance para cima no último trimestre, a variação cambial no quarto trimestre ainda foi relevante e o Itaú encerrou o ano com um ritmo forte. Excluindo as flutuações cambiais, o banco teria registrado um crescimento de 4,0% T/T e 10,2% A/A, dentro do intervalo de guidance (entre +9,5% e +12,5%). A carteira de indivíduos cresceu 3,7% T/T e 6,9% A/A. O crescimento trimestral foi impulsionado principalmente por aumentos de: (i) 6,8% em cartões de crédito, devido ao maior uso do produto; (ii) 5,6% em financiamento imobiliário; e (iii) 1,8% em financiamento de veículos. No acumulado de 12 meses, destacam-se os crescimentos de (i) 11,1% no financiamento imobiliário, (ii) 9,9% no financiamento de veículos e (iii) 8,4% em empréstimos pessoais. No segmento corporativo, a carteira cresceu 8,5% no trimestre e 16,4% em 12 meses. Na comparação anual, houve movimentos relevantes em (i) financiamento de exportação e importação; (ii) capital de giro; e (iii) BNDES e repasses.

NPL > 90 dias caiu 20 bps para 2,4%, seu menor nível desde o 3T21. Embora o NPL tenha diminuído, o custo do crédito subiu 4,8% T/T devido a um cliente específico do segmento corporativo de grande porte. Sem esse efeito, o custo do crédito teria caído 1% T/T. Em relação ao ano anterior, o custo do crédito caiu 6,6%. Como resultado do aumento dos níveis de provisão, o índice de cobertura subiu para 215% (+10 p.p. T/T), dentro da faixa considerada saudável.

As despesas não decorrentes de juros ficaram 2% acima de nossas estimativas, aumentando 4,8% T/T e 8,9% A/A. O aumento sequencial foi impulsionado principalmente por despesas administrativas e operacionais, que são sazonalmente mais altas no quarto trimestre. Como resultado, o índice de eficiência do Itaú atingiu 40,7%, uma expansão marginal em relação ao 3T24. Por outro lado, o banco continuou a otimizar sua rede de agências e encerrou 2024 com uma redução de 8,8% A/A no número de agências físicas no Brasil.

Como resultado da combinação de um aumento sólido nas receitas (NII e tarifas) e controle de custos, o lucro líquido recorrente atingiu um novo recorde e fechou o trimestre em R$ 10,9 bilhões (+2% T/T, +16% A/A, e em linha com nossa estimativa). Esse lucro recorde implica um ROAE de 22,1%, 90 bps maior A/A e 60 bps menor T/T.

No lado do capital, o Itaú reportou um índice CET 1 estável em 13,7%, um índice de Capital Tier 1 de 15,0% (-20 bps vs 3T24) e um índice BIS de 16,5% (-70 bps vs 3T24). Vemos o banco mantendo uma posição forte de capital e liquidez.

Após o fechamento de 2024, o Itaú avaliou o cumprimento das metas estabelecidas no guidance do ano. No geral, o banco atingiu todos os objetivos do ano. Paralelamente, o Itaú apresentou seu guidance para 2025. Vale destacar que os números foram apresentados de acordo com os critérios da Resolução CMN 4.966. O guidance reflete um maior conservadorismo do banco, que espera crescer sua carteira abaixo dos níveis de 2024, enquanto captura spreads maiores, refletidos na maior expansão do NII com clientes. Abaixo estão as projeções:

  • Crescimento da carteira de crédito total: entre +4,5% e +8,5%;
  • Crescimento do NII com clientes: entre +7,5% e +11,5%;
  • NII com o mercado: entre R$ 1,0 bilhão e R$ 3,0 bilhões;
  • Custo de crédito: entre R$ 34,5 bilhões e R$ 38,5 bilhões;
  • Crescimento das receitas de tarifas, comissões e seguros: entre +4,0% e +7,0%;
  • Crescimento das despesas não financeiras: entre +5,5% e +8,5%; e
  • Taxa efetiva de imposto: entre 27,0% e 29,0%.

Além dos resultados e guidance, o banco também anunciou a remuneração aos acionistas. O pagamento será dividido em duas partes: a primeira, de R$ 15 bilhões, será paga em 7 de março de 2025, na forma de dividendos e juros sobre capital próprio. A segunda, de aproximadamente R$ 3 bilhões, será por meio de recompra e posterior cancelamento de ações. No total, o banco distribuiu R$ 28,7 bilhões em 2024, aproximando-se do payout de 70%. Em termos de dividend yield, os acionistas do Itaú terão direito a ~9%.

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