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Santander (SANB11): Bem posicionado para enfrentar os desafios macroeconômicos

Revisão dos resultados do 4T24

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O Santander (SANB11) apresentou resultados sólidos novamente, em sua maior parte em linha com nossos números, mas com EPS acima. A Margem Financeira Bruta (NII) com clientes cresceu 5% sequencialmente, superando o crescimento da carteira de crédito de 2,9% T/T. Na direção oposta, a NII com o mercado sofreu uma queda acentuada de 39% T/T, impactada pelo aumento da Selic e por menores ganhos de tesouraria. O banco conseguiu manter sua provisão praticamente estável T/T (-1% vs. XPe). Além disso, a receita de tarifas apresentou um forte crescimento de 10% A/A, com contribuições de vários segmentos. Como resultado, o banco registrou um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, 3% acima da XPe, resultando em um ROE de 17,6%. Apesar da deterioração do cenário macroeconômico e da elevação das taxas de juros, o banco manteve resultados consistentes com boa qualidade de ativos. O NPL acima de 90 dias permaneceu em um nível confortável de 3,2%, estável pelo terceiro trimestre consecutivo.

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Confira todos os resultados do 4º trimestre de 2024

A carteira de crédito expandida totalizou R$ 682,7 bilhões, 6,2% superior ao 4T23 e +2,9% T/T. Excluindo as flutuações cambiais, o Large Corporate teria caído ainda mais, desacelerando o crescimento T/T (+1,2%) e A/A (+3,8%). Portanto, o crescimento deste trimestre foi ligeiramente mais lento do que o do trimestre anterior, o que consideramos adequado, dada a provável piora macroeconômica prevista para 2025. Por mais um trimestre consecutivo, o crescimento foi impulsionado pelo Financiamento ao Consumidor (+19,1% A/A) e pelas PMEs (+13,7% A/A). Esses aumentos ofuscaram a queda de 3,0% (A/A) no segmento Corporativo. No segmento de Pessoas Físicas, que cresceu 6,2% A/A, os maiores contribuintes foram Leasing/Automóvel (+62,2%) e Cartões de Crédito (+16,3%).

O NPL>90 permaneceu estável em 3,2%. A qualidade dos ativos imprimiu números sólidos tanto no lado do consumidor (+10 bps T/T para 4,3%) quanto no lado corporativo (-10 bps T/T para 1,6%). No entanto, o NPL 15-90 aumentou marginalmente em 10 bps T/T para 3,7%, impulsionado principalmente por um aumento de 40bps em empresas e PMEs. Por outro lado, o Índice de Cobertura diminuiu 2p.p. T/T, impactado negativamente pelo acordo de um caso de Capítulo 11 relacionado a um cliente de atacado.

A Margem Financeira Bruta (NII) atingiu R$ 16,0 bilhões, crescendo 4,9% T/T e 16,0% A/A. Esse aumento, acima do ritmo de crescimento da carteira, reflete não apenas o maior NII de Clientes (+13,7% A/A para R$ 15,8 bilhões), mas também o maior NII de Mercado (R$ 198 milhões vs R$ -102 milhões no 4T23). Vale ressaltar que o NII de Mercado do banco é historicamente afetado negativamente por aumentos abruptos nas taxas de juros. Nesse sentido, a queda sequencial observada no trimestre (de R$ 325 milhões no 3T para R$ 198 milhões no 4T) deve se intensificar em 2025, levando a números negativos nos próximos trimestres. No lado do NII de Clientes, a melhora reflete maiores volumes e melhores spreads (+60 bps T/T e + 76bps A/A), juntamente com um melhor NII de funding. Este último reflete o melhor mix, seguindo a estratégia de aumentar a participação do segmento de pessoas físicas.

As tarifas totalizaram R$ 5,5 bilhões (+3,4% T/T e +10,1% A/A). Os fortes números fazem parte do progresso do banco na diversificação das receitas. Os maiores destaques dessa linha foram: cartões de crédito (+13,4% A/A), operações de crédito (+11,3% A/A) e Conta Corrente (+9,2% A/A).

A provisão gerencial para créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 5,9 bilhões, praticamente estável T/T e com queda de 13,2% A/A. Em termos anuais, a queda é explicada pelo estabelecimento da provisão para um caso específico no segmento de atacado, desconsiderando esse efeito, a queda teria sido de 2,8% A/A. Em uma base trimestral, o Santander também conseguiu aumentar as provisões em um ritmo mais lento do que o crescimento da carteira de crédito. Como resultado, o custo do risco caiu 20 pontos-base para 3,5% no trimestre e -50 pontos-base A/A.

As despesas gerais totalizaram R$ 6,8 bilhões, +4,8% T/T e +2,8% A/A. Os números foram impactados pelo acordo coletivo de trabalho de 2023 e 2024, remunerações variáveis e investimentos em tecnologia.  Ainda assim, o banco conseguiu aumentar as receitas em um ritmo mais rápido do que as despesas. Como resultado, o índice de eficiência diminuiu para 38% (-5 p.p. A/A e -0,9 p.p. T/T).

Lucro líquido de R$ 3,9 bilhões

O Santander registrou um sólido lucro líquido de R$ 3,9 bilhões no quarto trimestre (+5,2% T/T, +74,9% A/A e 3% acima da XPe). Isso levou ao lucro líquido de 2024 a atingir R$ 13,9 bilhões, 48,6% acima de 2023. A alíquota efetiva de imposto durante o trimestre foi de 23,1% (+8,6 p.p. sequencialmente). Como resultado, o Santander entregou um ROAE de 17,6% no quarto trimestre, +60 bps T/T e +530 bps A/A. Em termos de capital, o banco encerrou o trimestre com um índice BIS saudável de 14,3% (-90bps T/T) e CET1 de 11,0% (+10bps T/T). A redução na camada adicional de Nível 1 reflete a recompra do instrumento de dívida de Nível 1 concluído em novembro de 2024.

Conforme anunciado anteriormente, o banco apresentou brevemente os impactos esperados decorrentes da implementação da Resolução CMN 4.966/2021 (IFRS 9). De acordo com o comunicado, foram destacados os dois aspectos a seguir:

1. Efeitos da mudança de categoria: de “Disponível para Venda” para “Custo Amortizado”. Redução de R$ 216 milhões no valor dos ativos contra o Patrimônio Líquido decorrente da reversão do ajuste de marcação a mercado dos títulos reclassificados.

2. Adoção do modelo de perdas esperadas associadas ao risco de crédito: Aumento da provisão de aproximadamente R$ 4,4 bilhões (~11%) em relação à provisão existente em 31 de dezembro de 2024. Isso representaria uma redução de R$ 2,5 bilhões no Patrimônio Líquido e uma queda de 14 pontos-base nos índices de capital considerando o período de phase-in (entre 2025 e 2028).

Apesar da redução nos índices de capital trazida pelo IFRS 9, vemos o atual menor apetite de risco do banco como um reflexo do cenário macro e não como algo relacionado a qualquer tipo de restrição de capital.

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