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Petróleo e Gás | Os preços do petróleo estão em baixa. Quais são as implicações?

Rendimentos mais baixos (mas ainda atraentes) para empresas de E&P, desafios para distribuidoras de combustível. Veja nossos comentários.

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Yields mais baixos (mas ainda atraentes) para empresas produtoras de petróleo, desafios para distribuidoras de combustível.

O sentimento do mercado tornou-se pessimista em relação ao petróleo nas últimas semanas, levando a uma queda acentuada nos preços do Brent. Dessa forma, os preços de paridade de importação da gasolina e do diesel caíram para abaixo dos preços domésticos da Petrobras – como mostramos em nosso novo rastreador de preços das refinarias brasileiras. Nesta nota, discutimos as implicações dos preços mais baixos do petróleo para as ações sob nossa cobertura. Destacamos os riscos para as margens de curto prazo das distribuidoras de combustível, os possíveis impactos sobre a inflação e as sensibilidades do FCF para as empresas de E&P. Em nossa opinião, a PRIO oferece a avaliação mais atraente, enquanto a PBR poderia oferecer o maior dividend yield. A RECV é a mais sensível aos preços do petróleo.

Os preços do petróleo caíram drasticamente, ultrapassando a marca de US$ 80/bbl no final de agosto. Essa queda é atribuída, em grande parte, ao enfraquecimento da demanda na China, que registrou redução da atividade industrial e uma mudança para uma energia mais limpa (de acordo com a AIE). Além disso, os aumentos de oferta não pertencentes à OPEP representam mais desafios para a OPEP+ na manutenção da estabilidade de preços. A OPEP está mais otimista em relação à demanda; no entanto, também revisou suas projeções de crescimento da demanda global de petróleo para baixo (embora apenas em uma pequena quantidade), refletindo as dificuldades econômicas nos principais países consumidores. À luz dessas tendências, a OPEP+ decidiu adiar seus aumentos de produção planejados originalmente para outubro, sinalizando a necessidade de reavaliar sua estratégia de produção em meio a um ambiente de mercado volátil. Nossa visão é menos pessimista. Embora haja uma incerteza significativa, não acreditamos que os novos dados das últimas semanas se traduzam diretamente em uma mudança tão drástica na perspectiva.

Gasolina/Diesel: Do desconto ao prêmio. Um efeito colateral da recente queda de preços é que os preços da gasolina e do diesel da Petrobras estão agora com um prêmio sobre a paridade de importação. Até a queda de preços no final de agosto, a dinâmica era diferente, com preços abaixo da paridade. Em nossa opinião, o desconto favoreceu as margens do setor de distribuição de combustíveis. No contexto atual, com os preços domésticos majorados, vemos dois riscos para as distribuidoras (VBBR, UGPA, CSAN): (i) aumento da concorrência dos produtos importados; (ii) possíveis perdas de estoque caso a Petrobras reduza os preços. Caso o Brent permaneça nesse nível ou continue a cair, e a Petrobras de fato reduza os preços da gasolina, isso poderia ter um efeito benéfico sobre a inflação (-10bps no IPCA assumindo uma redução hipotética de c.6% para fechar o gap de paridade). Por outro lado, a redução dos preços do petróleo poderia afetar negativamente a receita do governo (redução de royalties, imposto de participação especial, imposto de renda, etc.) e o resultado fiscal. Os preços do etanol também poderiam ser afetados negativamente.

Yields mais baixos para as empresas produtores de petróleo. Naturalmente, as empresas de exploração e produção (“E&P”) são diretamente afetadas pelos preços mais baixos do petróleo. Em nossas estimativas, a PBR pagará yields de dividendos ordinários de 9,6% e 11,8% em 2025 com Brent de US$ 70 e US$ 80/bbl, respectivamente. Os FCFE yields são mais altos, de 11% e 16%, que acreditamos que possam ser totalmente distribuídos como dividendos, incluindo distribuições extraordinárias. Estimamos que os FCFE yields da PRIO em 2025 sejam de aproximadamente 15% e 18%, novamente a US$ 70 e US$ 80/bbl de Brent. No entanto, o argumento de avaliação mais convincente para a PRIO, em nossa opinião, é a geração de caixa depois que a Wahoo começar a produzir – um FCFE yield anualizado de aproximadamente 19% e 26% para o quarto trimestre de 2025. Por fim, estimamos que o FCFE da RECV para 2025 seja de aproximadamente 14% e 20% para Brent de US$ 70 e US$ 80/bbl. Notavelmente, esses cenários resultam em uma sensibilidade do FCFE maior para o RECV (aproximadamente 6% para uma mudança de US$ 10/bbl no preço do petróleo), seguido pelo PBR (aproximadamente 5%) e, finalmente, pelo PRIO (aproximadamente 3%).

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